Na Noite mais Escura escrita por TreinadorX


Capítulo 35
Consequências do erro - parte 1




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Depois de falar com Kagome pelo celular, InuYasha deixa a sobrinha sob os cuidados de Shippou e Soten para em seguida descer até a sala, onde Gatenmaru já tinha chegado para levar Kagura presa, ele veio também com uma equipe técnica que examinaria os arquivos do CD. INUYASHA – Conseguiu falar com o dono da moto que roubei? GATENMARU – Sim! Eu expliquei a ele o ocorrido! Já foi embora com a moto. Gatenmaru escolta Kagura para fora de casa a fim de levá-la para o carro da polícia, deixando Sango e InuYasha conversando. INUYASHA – Conseguiram descobrir algo sobre o assassinato de Argoten? SANGO – Os peritos não descobriram nenhuma digital! Foi trabalho de profissional. INUYASHA – Quando estava no quarto de Satsuki pude ouvir as vozes de Rin e Kanna. SANGO – Elas estavam aqui, mas já foram! Rin acompanhou Kanna até a casa dela! Foi um choque para Kanna saber sobre a participação de Kagura na morte de Kohaku. INUYASHA – E para você também, não é? SANGO – Um pouco, mas ainda acredito que tem mais gente envolvida. INUYASHA – Onigumo. SANGO – Ele mesmo! Ninguém me tira da cabeça a participação dele em tudo isso! Como diretor financeiro da empresa, duvido que ele não soubesse das atividades de Kagura. INUYASHA – Eu também acho, mas precisamos de provas e não temos nenhuma. SANGO – Isso é o que veremos. Sango e InuYasha vão até um dos técnicos, que estava examinando o CD com dados baixados por Shippou. SANGO – Conseguiu descobrir os planos de Kagura. TÉCNICO – Infelizmente não! Kagura instalou um programa que destruiu os arquivos mais importantes assim que Shippou começou a baixá-los. SANGO – Então não temos nada? TÉCNICO – Não foi isso o que eu disse! Por sorte os arquivos salvos são exatamente os que provam a associação de Kagura com Jakotsu e também na morte de Sara, mas ainda não conseguimos ligar os dois casos. INUYASHA – Então o que tem aí prova a minha inocência? TÉCNICO – Exato! O senhor é um homem livre de novo. SANGO – Só temos que voltar ao departamento para que assine alguns papeis para sua liberação. INUYASHA – Eu só vou esperar Satsuki acordar para depois ir. InuYasha estava feliz pela notícia de que as acusações contra ele seriam retiradas e enquanto isso, Satsuki começa a despertar e percebe que está em seu quarto e nota as presenças de Shippou e Soten, que a observavam. SATSUKI – O que houve? O que estou fazendo aqui? SHIPPOU – Soten! Vai chamar o InuYasha e a Sango! SOTEN – Ta! Soten atende ao pedido de Shippou e sai do quarto deixando os dois a sós. SATSUKI – O que está acontecendo, Shippou? Fale de uma vez! SHIPPOU – Para começo de conversa tem que saber que fui eu quem a dopou! Eu usei um pouco de clorofórmio para que adormecesse e assim pudesse mexer no computador de sua mãe. SATSUKI – Agora estou me lembrando! (ela se levanta da cama) – Como pode fazer isso comigo? Pensei que éramos amigos. Naquele momento InuYasha, Sango e Soten entram no quarto de Satsuki. INUYASHA – O Shippou é mais seu amigo do que possa imaginar, Satsuki! SATSUKI – O que está acontecendo? Cadê minha mãe. SANGO – A sua mãe foi presa! E você tem que saber os motivos. Diante daquela situação, Sango conta com detalhes a participação de Kagura nos casos em que levaram InuYasha e Sesshoumaru para a cadeia, ficar sabendo que a mãe tinha sido responsável pela prisão do pai foi um grande choque. SATSUKI – Isso é mentira! Estão todos mentindo. INUYASHA – Ninguém mentindo, Satsuki! Sua mãe fez tudo isso! Ela é responsável pelas mortes de Kohaku e Ayame e também pela prisão minha e de seu pai. SATSUKI – Eu não acredito em nada do que estão falando! Preciso ver a minha mãe. SANGO – Sinto muito, mas não poderá vê-la agora! No momento ela está sendo levada para uma prisão federal onde será interrogada. SATSUKI – Eu quero ver a minha mãe! Você não pode me impedir. INUYASHA – Satsuki! Acalme-se! Não vai pode ver sua mãe hoje, mas amanhã poderá vê-la, eu prometo! (ele abraça a sobrinha) SATSUKI – Tio Inu! Minha mãe não pode ter feito tudo isso. INUYASHA – Mas ela fez, Satsuki! (ele acaricia o rosto dela) – Eu sei que sofreu muito com a prisão de seu pai e agora terá que passar por tudo isso de novo. SATSUKI – O que vai acontecer comigo? SANGO – Vou levá-la até a casa de seu pai! Rin ficará com você. SHIPPOU – Mas e Soten? INUYASHA – Acho que ela pode ficar lá em casa! Pode ser Sango? SANGO – Não vejo problemas! O depoimento dela pode ser colhido amanhã. INUYASHA – Se está tudo decidido, então vamos embora. (ele olha para a sobrinha) – Você vai ficar bem? SATSUKI – Bem mesmo eu só vou ficar quando falar com minha mãe. SANGO – Um dos policiais já foi instruído a levá-los até a casa de vocês. INUYASHA – Obrigado. InuYasha, Shippou e Soten saem do quarto de Satsuki para irem embora e enquanto isso, Miroku, depois de conversar com Goshink, estava no estacionamento da empresa para entrar em seu carro até que vê Kikyou estacionando o carro dela e assim ele vai até á amiga. KIKYOU – Miroku? (ela sai do carro) - O que faz aqui? MIROKU – Eu vim falar com o senhor Goshink sobre um antigo funcionário que talvez me ajudasse na defesa de Sesshoumaru. KIKYOU – E conseguiu algo? MIROKU – Nada demais! Ele irá enviar um relatório sobre esse funcionário amanhã, mas e você? O que veio fazer aqui? KIKYOU – Ele é meu patrão caso tenha esquecido! Eu vim aqui entregar um relatório de perdas da empresa pelas explosões na inauguração do hospital! Puxa, aquilo foi uma tragédia. MIROKU – Acho que não sabe de tudo! Para sua informação houve também uma explosão no prédio do Grupo Naraku e sabemos quem orquestrou tudo isso. KIKYOU – Quem? MIROKU - Juroumaru e Kagura! KIKYOU – Kagura? Mas ela não trabalha na empresa? MIROKU – Sim, mas por algum motivo ela participou dessa conspiração que levou tanto InuYasha quanto Sesshoumaru para a cadeia. KIKYOU – Mas por que ela fez tudo isso? MIROKU – Isso eu não sei, mas seja o que for Juroumaru está envolvido, assim como a jóia de quatro almas. KIKYOU – A jóia de quatro almas?! MIROKU – A explosão no Grupo Naraku foi causada para roubar um aparelho chamado MPX1200! Acredito que queiram usar a jóia nesse aparelho. KIKYOU – Impossível Miroku! A jóia de quatro almas foi absorvida pelo corpo de Naraku! Eu mesma vi e comprovei. MIROKU – Há possibilidade de existir outra jóia igual a essa? KIKYOU – Tudo é possível, mas eu não acredito! Os componentes da jóia de quatro almas são únicos, eu até desconfiava que ela era de origem alienígena. MIROKU – Seja qual for o plano de Kagura a polícia terá que arrancar dela. KIKYOU – Ela foi presa? MIROKU – Sim! Ela armou para InuYasha e Sesshoumaru e participou das mortes de Kohaku e Ayame... Agora tenho que ir. KIKYOU – Ta! Miroku volta para seu carro deixando Kikyou pensativa com aquelas revelações e enquanto isso, na casa de Kanna, Rin estava falando com Sango por celular. RIN – Pode deixar Sango! Eu irei assim que acabar de falar com Kanna. SANGO – A Satsuki está muito abalada! Eu não sei se ver Kagura é uma boa idéia. RIN – Mas você não pode impedir? SANGO – Toutoussai exigiu a presença da garota! Ao que parece Kagura não está colaborando! Isso tudo é muito cruel para Satsuki. RIN – Eu imagino, mas por outro lado ela ficará feliz pelo pai ser libertado. SANGO – Acho que sim. (sorrindo) – Até mais. RIN – Até mais. Rin desliga o celular para em seguida se sentar ao lado de Kanna no sofá da sala. KANNA – O que houve? RIN – A Sango me disse que Satsuki foi para o departamento de polícia! Eu a pegarei lá! A Segurança Interna acha que Satsuki pode ajudar a arrancar a verdade de Kagura. KANNA – Eu não acredito em tudo que está acontecendo! Parece um pesadelo. RIN – Sei, mas sabe que tem que tomar uma decisão. KANNA – Está falando de Onigumo? RIN – Exato! Você mesma me contou que foi Kagura que praticamente obrigou o retorno de Onigumo á empresa. KANNA – Mas acha que ele está envolvido em tudo isso? RIN – O que acho ou não acho não importa, mas Onigumo não pode continuar na empresa depois que a responsável por sua volta foi presa por conspiração e assassinato. KANNA – Acho que tem razão! Eu vou falar com ele amanhã. RIN – Então eu vou indo! (ela se levanta do sofá) - Tenho que pegar a Satsuki. KANNA – Vai amiga! (ela se levanta em seguida) – Vai cuidar da sua enteada! (elas se abraçam) – Obrigada por tudo. RIN – Pode sempre contar comigo. Rin sai da casa de Kanna para buscar Satsuki e enquanto isso, Kagome, que segurava Genku no colo, esperava ansiosamente por notícias até que ela escuta o som de um carro estacionando em frente à casa. KAGOME – InuYasha e Shippou chegaram. Kagome viu pela janela a chegada do marido e filho que estavam acompanhados de Soten, todos saindo de dentro do carro da polícia, depois disso os três entraram na casa e foram recebidos por Kagome. KAGOME – Que bom que chegaram. INUYASHA – Como pode ver o Shippou está bem. (ele olha para Soten) – Soten passará a noite aqui até que a justiça defina o futuro dela. KAGOME – Claro. (sorrindo) Já que está aqui Soten. (ela entrega Genku para a garota) – Cuide do Genku para mim por enquanto. SHIPPOU – Eu te ajudo. Soten, com Genku no colo, e Shippou foram para um outro cômodo deixando Kagome e InuYasha a sós e assim ele contou com detalhes tudo o que aconteceu com ele naquele dia, incluindo ser capturado, a explosão no prédio do Grupo Naraku até a prisão de Kagura. KAGOME – Quando a Rin disse que sentia algo sinistro vindo da Kagura achei que fosse apenas ciúmes, mas ela estava certa. INUYASHA – Nem me fala. KAGOME – E quanto á Soten? O que será dela? INUYASHA – Eu não sei. KAGOME – Mas ela está segura, está bem e é isso que importa! (ela se afasta um pouco dele ficando de costas) – Agora temos um assunto importante para resolver. INUYASHA – Eu sei! ‘Nós’, não é? (olhando para o chão) KAGOME – Sim! (ela se vira ficando de frente para ele) - Quando nos casamos prometemos sermos honestos um com o outro e você quebrou essa promessa. INUYASHA – Mas Kagome... KAGOME – Por favor InuYasha, me deixa terminar! (ela respira fundo) – Eu te amo e sei que você me ama também, mas eu sinto que isso não é suficiente! Eu precisava confiar em você, eu precisava acreditar em você, mas por mais que eu te ame eu não posso confiar ou acreditar em você depois do que aconteceu. INUYASHA – O que está querendo dizer? (ele se aproxima dela) – Está querendo o divórcio? KAGOME – Sim! Quer dizer não! Ou melhor, talvez! INUYASHA – Olha Kagome! Eu sei que errei com você, mas não acha que está sendo um pouco dramática? KAGOME – Dramática?! Estou vendo que não me conhece mesmo, InuYasha! Realmente não sabe as coisas que me incomodam. INUYASHA – Então me diz! O que te incomoda? KAGOME – Me incomoda o fato de você ter olhado nos meus olhos e mentido para mim na maior ‘cara de pau’ do mundo! Você tem que entender InuYasha que um relacionamento á dois precisa mais do que amor, precisa de confiança, cumplicidade, comprometimento de ambos, mas você não mostrou nada disso. INUYASHA – Eu sei! (resignado) – O que pretende fazer? KAGOME – Para mim o casamento é algo sério e assim que pretendo trata-lo! Para não tomar uma decisão precipitada preciso de um tempo, preciso me afastar de você. INUYASHA – Um tempo? KAGOME – Isso! Esse tempo será para nós dois, nesse período poderemos analisar com calma nossas prioridades de vida. INUYASHA – Você é minha prioridade, Kagome! Eu não preciso de tempo para saber disso. KAGOME – Mas eu preciso. (ela se afasta dele) – Hoje você dorme no sofá. Kagome sai da sala para ir se juntar á Shippou e Soten, que cuidavam de Genku e enquanto isso Sango chegou ao departamento de polícia de Tóquio, acompanhada de Satsuki, as duas foram recebidas pelo capitão Jinenji. SANGO – Olha capitão! Eu não acho boa idéia traze-la aqui. (olhando para Satsuki) JINENJI – Infelizmente são ordens superiores! Toutoussai está na minha sala. SATSUKI – E quando vou ver minha mãe? JINENJI – Logo! Jinenji e Sango conduzem Satsuki até a sua sala onde Toutoussai se encontrava, o chefe da Segurança Interna parecia muito sério. TOUTOUSSAI – Sente-se minha jovem. (Satsuki se senta) SATSUKI – O que quer de mim? TOUTOUSSAI – Acho que já sabe que sua mãe foi presa pelo envolvimento em duas mortes. SATSUKI – Já sei disso! Agora fale de uma vez! O que quer de mim? TOUTOUSSAI – Você é realmente filha de Kagura! Já fala como ela! Como sabe sua mãe já foi uma agente bem treinada e como tal não falará sobre os motivos das mortes nem mesmo sob tortura. SATSUKI – Tortura?! Vocês vão machucar minha mãe? TOUTOUSSAI – Vamos fazer o que for preciso para defender esse país, por isso quero saber se ela disse algo em confiança, algo que possa nos ajudar a esclarecer o caso. SATSUKI – Eu não sei de nada! Ela não me falava do trabalho. TOUTOUSSAI – Você não se lembra de nenhum nome? SATSUKI – Não! Eu já disse que não. SANGO – Já chega senhor! Ela não sabe de nada! (Toutoussai olha bem para a menina) TOUTOUSSAI – Não sabe mesmo! SATSUKI – Agora eu posso ver minha mãe? TOUTOUSSAI – Não é o procedimento padrão, mas como é um caso especial vou deixá-la ver sua mãe. Toutoussai se levanta da cadeira para em seguida conduzir Satsuki até a uma das celas onde Kagura estava, Toutoussai pediu que um dos guardas colocasse Kagura sentada em uma cadeira e que fosse algemada nela. TOUTOUSSAI – Essa sala tem câmeras de vigilância! O que vocês conversarem ou fazerem poderemos ver e ouvir em outra sala. SATSUKI – Ta! Obrigado senhor. Toutoussai coloca a mão no ombro de Satsuki para depois sair da sala deixando mãe e filha a sós, Kagura olhava com um pouco de incredulidade a presença da filha. KAGURA – Achei que depois de saber de tudo que fiz não iria querer me ver de novo. SATSUKI – Quando meu pai foi preso eu o abandonei! A questão não era se ele era inocente ou culpado e sim que tinha que estar ao lado dele, portanto mãe eu não vou cometer o mesmo erro, apesar de tudo o que fez. KAGURA – Então veio por quê? SATSUKI – Eu preciso saber por que fez tudo isso! Eu sinto que tenho a necessidade de te entender por mais absurda que sejam suas atitudes. KAGURA – Se lembra que eu disse que o problema que tenho com os homens é antes de conhecer seu pai? SATSUKI – Lembro, mas você não deu mais detalhes. KAGURA – Os detalhes são importantes, querida! Só pelo fato de vir aqui me ver acho que está preparada para ouvir a verdade. SATSUKI – A verdade? Está falando do motivo que fez tudo isso? KAGURA – Em parte sim! Primeiro você deve saber que eu era filha única, assim como você, vivia em uma fazenda no interior do Japão com meus pais, a minha mãe era uma típica dona de casa, servil e obediente ao marido, ela sempre me dizia que esse era a missão de nós mulheres, ela era uma mulher ingênua. (ela sorria ao falar da mãe) SATSUKI – E o vovô? (o sorriso some do rosto de Kagura) KAGURA – O meu pai é outra história! Ele era de uma família tradicional no interior do Japão, a fazenda em que morávamos era da família dele há gerações. SATSUKI – Por que a senhora nunca me falou dessa fazenda? Nunca me levou lá. KAGURA – Depois falo disso, mas precisa saber algo sobre meu pai. SATSUKI – O que? KAGURA – O meu pai era viciado em jogos, jogava quase todos os dias, mas isso não era o seu único defeito! Ele também era um homem violento! Quando ele perdia nos jogos, ficava com raiva e descontava na minha mãe, ele perdia quase todos os dias, portanto você pode imaginar o quanto minha mãe apanhava, não? SATSUKI – Puxa mãe! Eu não sabia que tinha sofrido tanto! Deve ter sido horrível presenciar essa violência toda. KAGURA – Acha que isso foi sofrimento? Então espere eu te contar o que houve no dia do meu aniversário. SATSUKI – O que aconteceu nesse dia? O olha sério de Kagura ficou triste, Satsuki percebeu que a mãe estava mexida, os pensamentos de Kagura a levaram ao passado, mais exatamente no dia de seu aniversário de doze anos. FLASH BACK DE 25 ANOS Depois de mais um dia de trabalho, Toru e sua esposa Rajina estavam jantando com a filha deles, Kagura, que parecia meio triste. RAJINA – Por que está com essa cara no dia de seu aniversário, querida? KAGURA – Eu ainda não ganhei o meu presente e... (Toru bate na mesa interrompendo a fala da filha) TORU – Eu já dou um teto para morar! Isso já deveria ser o bastante. (irritado) RAJINA – Não brigue com ela querido, as crianças são assim mesmo. TORU – Ela é muito mimada isso sim! Isso é culpa sua, Rajina! Tem sido muito mole e gentil com Kagura. RAJINA – Mas ela até te ajuda no trabalho da fazenda quando você sai e... TORU – Não ouse me questionar, mulher! (ele se levanta á mesa) – Perdia a fome! Vou sair. KAGURA – Vai jogar de novo! (olhando torto para o pai) TORU – Faça essa menina calar a boca, pois se não... RAJINA – Fique quieta, Kagura! (abraçando a filha e sussurrando no ouvido dela em seguida) – Não provoque seu pai. Rajina sabia do temperamento explosivo do marido e por isso estava tentando botar ‘panos quentes’ naquela discussão e naquele exato momento alguém bate na porta, Toru vai atender, era um homem que entregou um papel a ele e depois foi embora, Toru leu com atenção o documento, sua expressão de decepção estava chamando a atenção da esposa. RAJINA – O que houve? TORU – Perdemos tudo. RAJINA – Do que está falando? TORU – Isso aqui é uma promissória! (da o papel a ela) - Diz aqui que temos 24 horas para deixarmos essa fazenda, caso contrário, seremos despejados. (com as mãos na cabeça) RAJINA – Como isso aconteceu? TORU – Eu apostei a escritura da fazenda com um homem de negócios, mas achei que ele me daria outra chance para recuperar. KAGURA – Eu não acredito. TORU – Eu já falei para calar a boca, menina! RAJINA – Para onde vamos agora? O que será de nós? Teremos que viver nas ruas? TORU – Eu cuido de tudo, sempre cuidei! (ele se afasta para sair) – Eu sou sair para beber alguma coisa. Toru sai de casa deixando mãe e filha a sós, Rajina estava sentada com a cabeça baixa e Kagura foi até ela. KAGURA – Mãe! O que será de nós? RAJINA – Eu não sei filha, só sei de uma coisa! (ela olha para a filha) – Eu não agüento mais. KAGURA – Então vamos embora. RAJINA – Kagura. (ela passa a mão no rosto da filha) – Eu queria ter a sua coragem, mas eu sou fraca. KAGURA – Eu te ajudo mãe! Vamos fugir nós duas! Nós nos viramos! Pode acreditar. Rajina percebeu a determinação de Kagura e por isso se levantou e foi até á cozinha e pegou uma vasinha que estava em cima do armário e a abriu em seguida. RAJINA – Aqui tem um dinheiro que ando economizando por anos, seu pai não sabe disso! Acho que será suficiente para fugirmos. KAGURA – Isso é ótimo, mãe. RAJINA – Seu pai não ficará por muito tempo no bar e poderá voltar a qualquer momento, portanto vá para seu quarto e arrume suas coisas para partirmos. KAGURA – Ta! Kagura sorriu e atendeu ao pedido da mãe indo para seu quarto e arrumando sua mala para fugir. 10 MINUTOS MAIS TARDE Kagura já estava na porta de casa com a mala pronta e estranhou a demora da mãe, por isso foi até o quarto de Rajina para ver o motivo da demora, mas ao abrir a porta do quarto, Kagura vê uma cena que a marcou para sempre. FIM DO FLASH BACK SATSUKI – O que a senhora viu? KAGURA – Minha mãe! Pendurada numa força improvisada! Ela se matou. SATSUKI – E como sabe que foi mesmo suicídio? KAGURA – Ela deixou um bilhete antes de se matar! Disse para eu pegar o dinheiro e fugir e que aquilo seria o meu presente de aniversário. SATSUKI – Eu não sei o que dizer, mãe! KAGURA – Infelizmente para mim nada deu certo naquele dia! Quando me recuperei do choque para fugir, meu pai tinha voltado, ele me impediu, pegou o dinheiro e depois escondeu o corpo da minha mãe para que ninguém soubesse o motivo do suicídio. SATSUKI – O que houve depois? KAGURA – De fato perdemos a fazenda! Meu pai e eu nos mudamos para uma cidade menor onde ele conseguiu um emprego de capataz e fomos morar em um barraco. SATSUKI – Depois de perder a fazenda aposto que o vovô mudou de comportamento. KAGURA – Você não sabe nada dos homens! O meu pai não mudou, ele continuou a ser o mesmo homem de sempre! Homem violento e jogador inveterado! Ainda sim um homem! Com minha mãe morta, eu acabei a substituindo. SATSUKI – O que quer dizer? KAGURA – Eu demorei muito a perceber que devia deixar trancada a porta do meu quarto! Eu morei sozinha com aquele homem por cinco longos anos, acho que pode imaginar o que passei. Satsuki se levanta da cadeira completam, ente perplexa com as revelações de Kagura, ela começava a entender o ódio que a mãe sentia pelos homens. Próximo capítulo = Conseqüências do erro – parte 2

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