— Eu te amo! Eu realmente te amo George-senpai! Eu te amo faz muitos anos! Eu guardei esse amor por tanto tempo... Eu não sabia mais o que fazer com ele... Então... Então resolvi dizer de uma vez! Enfim compartilhar esse sentimento tamanho que não cabe mais em meu peito! — Eu enfim me declarei para George-senpai. Coloquei tudo que eu venho sentindo nesses últimos anos em uma pequena frase.

Eu posso sentir o frio da noite congelando meu rosto. Minhas pernas tremem... Meu corpo inteiro treme... Eu já não sei mais se isso tudo é frio ou medo. Reparei em seus olhos desviando de forma estranha... Suas sobrancelhas curvas... Um sorriso sem graça em seus lábios tentado disfarçar o nervosismo da situação.

Senti meu peito apertar... George-senpai, não sou boa o bastante para você? Eu te amo mais do que qualquer outra pessoa. Há anos você tem sido a única pessoa a ocupar meus pensamentos...

— Jamais imaginei que você se sentisse assim em relação a mim Carolline... — pude notar sua dificuldade em me olhar nos olhos — Sempre te considerei como uma grande colega de curso. Desde que você entrou, sempre estivemos envolvidos, fazendo trabalhos juntos com o restante do grupo... Eu nunca... Jamais imaginei que você pudesse se sentir assim... — George-senpai, agora você sabe. Agora você sabe dos meus sentimentos... Mas por que está evitando meus olhos? Por quê? Por que esse silêncio?

Meu peito dói mais ainda... George-senpai por que você não me responde? Eu enfim criei coragem. Enfim estou aqui, falando que te amo a tanto tempo e você... Você me da silêncio...

Senpai...

— Carolinne — meu coração quase saiu pela boca — eu... Eu realmente não sei como lhe dizer isso, mas... — Senpai... Estou sentindo tanto medo... — Mas eu... Eu agradeço muito pelo sentimento que você tem por mim, mas... — Eu não estou acreditando nisso... — Mas eu realmente não posso ter nada com você. — Não estou acreditando! — E-eu estou saindo com a Márcia faz um tempo... Eu estou gostando muito dela...

Meu peito dói. Meu peito dói Senpai. Márcia sua...

— Me desculpe Carolinne... — Não peça desculpas Senpai... — Eu realmente sinto muito. — Não sinta... Eu não acredito Márcia... Ela sabia do meu amor pelo Senpai... Ela sabia! Aquela...!

Sinto meu mundo desabar. Meu chão do nada virou lama... Sinto-me afundar... Meu Senpai não me ama. Márcia... Ela tirou o Senpai de mim... Sua traidora! Não consigo conter minhas lágrimas... Elas tomam conta do meu rosto.

— Eu realmente sinto muito Carolinne... Mas a Márcia me avisou que você poderia gostar de mim e eu não acreditei nela... Ela disse que era melhor eu me afastar de você... Eu amo a Márcia! Me desculpe, mas é melhor você a partir de agora fingir que não me conhece...

O que? Senpai? P-por que você está me dando as costas? Por que está indo embora? Não me deixe aqui sozinha chorando! Márcia por que fez isso comigo? Me apunhalou pelas costas da maneira mais covarde. Fez meu Senpai me achar uma garotinha fraca e inútil... Sua traidora.

Meu mundo acabou. Meu mundo desabou. Tudo em que eu acreditava... Tudo em que me dediquei foi em vão... Engraçado Senpai, mesmo você me dizendo aquelas coisas, ainda assim não consigo deixar de te amar. Essa dor é tão grande... Tão intensa... Será que é porque veio de você para mim? Acho que será impossível para eu viver assim... Esse desespero não passa, não acaba. Por que será que estou chorando desesperadamente...?

...

Ao cair da noite só havia restado o sereno congelante, queimando minhas bochechas ressecadas de tanto chorar... As palavras jorradas pelos seus lábios foram absurdamente cravadas no meu coração, fazendo-o sangrar dolorosamente.

A minha dor me dominou, mas eu não a queria jogar fora, afinal foi o único algo que tu havia me dado... Eu tinha que me afogar nessa angustia desesperadora o máximo que desse, não poderia desperdiçar o único sentimento que veio de você para mim...

Meu sangue jorrou. Não consegui ver mais nada.

No final, sobrou apenas aquele sereno como testemunha do meu ato desesperado.