Aquela visão estava me atormentando, Moriarty estava ali vivo, mas isso não me surpreendia. O a sensação ruim que tinha era devido ao fato de eu estar frente a frente com alguém que queria me matar:—O que foi Willians, isso na sua cara é medo?

—Ah, por favor, eu não tenho medo de você Moriarty. — Disse com um tom de voz de superioridade.

—Pois devia ter querida Nicole, acho que sua irmãzinha teria. Ele disse se servido do Whisky.

—Não toque no nome da minha irmã, você não sabe com que está lidando, você definitivamente mexeu com a pessoa errada. — Eu olhava pra ele me segurando para não ir para cima. Não é seguro o fazer já que a s armas que eu tinha escondido no quarto estavam um pouco distantes e se Moriarty estava aqui ele devia saber onde.

—Willians, isso não é por sua causa, não é por você. O problema é que você é mais influente nisso do que pensa, mas não sou eu quem deve te explicar o porque.

—Do que você está falando? Você é um louco, o que quer comigo? Eu já notei que esse trabalho foi uma armação...

—Na verdade não foi um total desperdício dos seus serviços, até porque seria um crime desperdiçar esse seu talento, só que você fez um trabalho pra mim. — Ele deu o ultimo gole no copo e o deixou em repouso na cabeceira.

—Por sorte não fiz essa em grande estilo. —Eu disse olhando para minhas unhas.

—Nicole, me diga por que você é uma assassina? —Ele disse olhando nos meus olhos.

—Pagam bem! —Eu disse tentando passar indiferença, mas a pergunta me fez pensar naquilo que realmente me trouxe pra essa vida.

—Nicole querida, nós sabemos que não é por isso. Você está nessa vida porque é uma rejeitada, seus pais não te quiseram e te jogaram na mão de uma velha qualquer.

—Era minha tia! — Eu gritei com a voz firme.

—Ah não me diga que você ainda não sabe que aquela mulher foi apenas uma empregada dos seus pais? — Essas palavras fizeram as lágrimas caírem.

—Como você sabe tanto sobre minha vida?

—Eu sou quase um Deus, sou onisciente garotinha. Além de ter sido rejeitada pelos pais foi o desgosto da tia, presa duas vezes. Faster de “adotou”, mas que ridículo isso você foi adotada por interesses financeiros. E nem nisso é tão boa, já notou que Lola é a preferida de Faster?

As palavras de Moriarty vinham até mim como lanças e cravavam no meu peito, me trazendo lembranças ruins e trazendo a tona toda a minha insegurança, no fundo eu sempre que era uma inútil rejeitada. Eu nunca fui feliz comigo por isso mato pessoas para ver a infelicidade delas.

—Onde você quer chegar com isso? — Disse me segurando.

—Ah Nicole, você não é valorizada, nem foi capaz de conseguir o nome dos suspeitos de quem matou sua irmã, mas para Lola Faster entregou. E você já notou o que Lola e Eleanor são bem mais amigas entre elas, não precisam de você. Ninguém precisa de você para ser mais claro.Não consegui conter minhas lágrimas que começaram a rolar pelo meu rosto, Moriarty tinha algum objetivo com isso, mas eu não sabia qual era, já não conseguia mais pensar direito. Eu apenas via projetadas em minha mente a imagens que comprovavam o que o inimigo falava.

—Mas o que é ainda pior, você é tão ruim que é a responsável pela morte da sua irmã, de todas as formas a culpa é sua. Mesmo sabendo que ela corria o risco de morte pegou a guarda dela. To agente dessa área sabe que a família esta sujeita a riscos.

—Eu a amava não podia deixa-la em um internato. — A essa altura eu já estava completamente vermelha com a tristeza a raiva e a incerteza borbulhando em minha mente, meu rosto estava molhado em lágrimas.

—Você trocou a vida da sua irmã por uma vingança de adolescência. Você mata pessoas por prazer, por ganancia. Você não merece ter uma vida boa.Eu cai no chão a dor dentro de mim já estava insuportável, não conseguia mais conviver com meus próprios pensamentos, aquilo estava insuportável. Moriarty continuava bebendo até que andou até mim e parou em minha frente. Seus olhos negros e sem expressão me encaravam.

—Termine com isso, me mate de uma vez, não quero mais viver pra isso. —Precisava da morte, precisava ir para o além para o inferno, não sei. Precisava sair dali.

—Não sou eu quem tem que dar o golpe de misericórdia, eu sou o vilão minha querida, não sou misericordioso. Se quiser acabe com isso sozinha. — Ele retirou uma faca de seu bolso e me entregou.

—Eu não posso! Não tolero dor. — Revelei mais uma fraqueza.

—Inútil. — Ele deu um tapa em meu rosto, aquilo despertou em mim uma raiva diferente. A raiva que eu tinha dos chefes de reformatório que me surraram e abusaram de mim. Foi a última gota.—Já chega!Levantei-me direcionando uma cabeçada na boca de seu estomago, pela primeira vez vi surpresa e terror nos olhos de Moriarty. Ele veio me dar um soco e eu saltei para trás. Cheguei perto da cabeceira, alcancei a arma enquanto ele pegava a faca que estava no chão.

—Você mexeu com a agente errada, eu não me importo com sua morte, não sou calculista. — Disse apontando arma pra ele que se aproximava com passos lentos.

—Uma arma na mão não te faz forte vadia. Isso não vai acabar aqui.

—Eu digo que acaba. — Puxei o gatilho da arma mirando em seu peito, andei a segunda bala por garantia. Ele caiu ni chão.Eu ainda estava atormentada, peguei o sobretudo do armário e sai pela janela. Peguei um táxi e durante o caminho liguei para Faster e contei o acontecido. Fui para o apartamento, minha boca sangrava pelo tapa que levei:

—O que aconteceu? — Lola disse assim que me viu a porta.Essas foram as últimas palavras que ouvi naquele dia, um zonzeira toou conta de mim e o meu nervoso me desligou por completo.“Somos heróis de própria lei, ou vilões sem coração?”