A-Next: Beyond Frontiers escrita por Joke


Capítulo 9
Thomas


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu sei que demorei muuuito, mas é o de sempre gente... Tá muito puxado pra mim e eu to fazendo o possível. Me desculpem.
Sim, tá com erro, mais do que o normal, pq não tive tempo de betar, mas quando eu arranjar uma brecha eu dou uma corrigida e respondo os reviews do capítulo passado ok? Obrigada mesmo a todos que continuam comentando, é isso que me motiva a escrever. Amo vocês, leitores!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/462582/chapter/9

Capítulo 9 – Thomas Banner

[24 horas antes do casamento]

– Eu não acredito que a temporada acabou assim – resmungo, pasmo com a situação dos irmãos Winchester no final da segunda temporada. – Eles vão sair dessa, não vão?

Kayla me esboça um sorriso torto. Aparentemente ela está se divertindo com a minha reação ao último episódio.

– Já estivemos em situações piores e saímos vivos, não? – Pergunta-me enquanto se levanta para retirar o disco do aparelho e levar as xícaras vazias para a cozinha.

– De fato – eu sorrio de volta, sentindo-me feliz por finalmente fazer algo que não envolva a SHIELD ou salvar o mundo: apenas assistir TV como um adolescente comum faria às nove horas da noite. – Mas... Mesmo assim, não quero que eles sofram mais. A gente é diferente, é nosso trabalho, tem um peso moral envolvido, sabe?

O sorriso nos lábios de Kayla desaparece e ela volta a se sentar ao meu lado, estudando-me com seus olhos escuros e sérios.

– Como assim?

Coço a nuca e me ajeito no sofá, me arrependendo de ter começado a discussão.

– Não sei explicar... Mas eles dois foram colocados nessa vida por acidente. Nós não, nossos pais são super-heróis e desde sempre juraram protegem a humanidade. Sinto como se fosse nossa obrigação continuar com essa promessa, entende?

Como resposta, Kayla morde o lábio inferior de maneira nervosa e desvia o olhar rapidamente para os pés. Uma expressão séria toma conta de seu rosto, dando-lhe um ar sombrio que me faz querer me dar um soco na cara por ter puxado esse tipo de assunto com ela.

– Kayla... E-eu – Quando eu estava prestes a tocar sua mão para dizer que não queria magoá-la, nós dois somos surpreendidos pela entrada agitada de Deadpool pela principal do Instituto, gritando sem parar pela amiga.

– KAYLA! Cadê você?! – Pelo tom de voz exagerado, a coisa parece ser séria mesmo.

Enquanto cogito me levantar, Kayla já está em pé com todas as garras expostas, mirando o corredor por onde ecoa a voz do Mercenário Tagarela.

– Dá pra parar com esse berreiro, seu idiota?! – Uma nova voz, a de uma mulher, ordena rispidamente. – Se ele já estiver aqui, não podemos ser descobertos!

– Ah, meu deus... – Kayla solta um suspiro quando vê a figura de Deadpool acompanhado de uma mulher vestida de preto, pálida com cabelos negros curtos e uma enorme mancha negra cobrindo um dos olhos. Meu queixo cai. Será possível que essa é mesmo a famosa Dominó? - Thomas, você tem que ir embora.

Ok, não preciso me esmurrar, Kayla fez um trabalho melhor me mandando embora com seu tom curto e grosso. Céus, será que ela ficou tão brava assim com o que eu disse? Mas o que eu falei de tão absurdo?

Não importa, ela está cercada pelos seus amiguinhos assassinos agora. Eles têm muito o que discutir, e está mais do que óbvio que não sou bem-vindo.

Sem dizer ou expressar em meu rosto alguma reação às palavras frias de Kayla, eu apenas olho Deadpool e Dominó mais uma vez antes de passar reto pelos dois, batendo as portas do Instituto fortemente e sem nenhuma vez olhar para trás.

[x]

Meus passos são lentos. Não tenho pressa pra voltar para a base, não com a quantidade de coisas que tenho na cabeça.

Por que o Deadpool estava tão agitado? Tudo bem que ele é uma versão do Homem-Aranha usando crack, o que implica em sempre estar agitado, mas o modo como ele entrou no Instituto gritando por Kayla foi diferente... Não era o jeito louco que eu estava acostumado, foi algo mais urgente, mais sério.

E ter Dominó, uma também mercenária ao seu lado me deixou ainda mais curioso.

O que Kayla está escondendo? O que raios está acontecendo?! Não gosto de me sentir excluído e muito menos

De repente, sinto uma alteração no meu ritmo cardíaco e, involuntariamente, soco um poste próximo a mim, que acaba com metade da estrutura marcada com o meu punho.

“Eu assumo.” Escuto a voz do Outro rosnar na minha cabeça.

– Nem pensar! Você fica quieto e nem pense em fazer isso de novo! – Rebato, olhando perplexo para a minha mão.

Como o Outro fez isso? Como conseguiu assumir o controle dos meus movimentos?

“Humano tolo.”

– Cala a boca...

“Humano fraco.”

– Cala a boca!

Porém, ao invés de eu explodir, quem explode é a estação de metrô próxima: a 123. Mesmo estando a uma distância segura, eu acabo caindo no chão e batendo a cabeça com força na calçada. Minha visão fica turva por um tempo, mas ainda sou capaz de ver várias pessoas correndo em desespero para longe da estação.

Em meio ao tumulto, um senhor de idade vem me socorrer.

– Você está bem, filho? – E estende uma mão, querendo me ajudar a levantar.

Demoro um pouco para reagir, com medo do Outro tomar conta dos meus movimentos e machucar o velhinho indefeso, mas acabo cedendo pelo ato de boa fé.

– Obrigado – agradeço-lhe com sinceridade, apertando-lhe a mão frágil com cuidado. – O que aconteceu lá embaixo?

– Alguém explodiu os trilhos e dois vagões – ele responde ofegante. – Está um caos, há muitas pessoas feridas!

– Vá procurar um lugar seguro – eu o instruo, tentando manter um tom neutro para transmitir-lhe segurança. – Os Vingadores logo virão.

Vendo que não pretendo seguir o meu próprio conselho, o senhor continua a segurar minha mão por mais alguns instantes.

– Cuidado, garoto, já há muitos heróis no mundo... Pra quê se arriscar?

Em resposta, olhando nos olhos do velhinho, eu me lembro do que disse pra Kayla mais cedo.

– Porque eu sinto que tenho que ajudá-los, pois sei que posso fazer a diferença. O senhor também fez agora pouco, quando parou e me ajudou a levantar no meio de uma multidão que me ignorou.

Não tive tempo de ver a expressão exata do homem, mas minhas palavras o fizeram soltar minha mão na hora, e como eu não tinha tempo a perder, corri para dentro da estação 123 sem olhar para trás.

Quando o senhor disse “caos”, eu não imaginei que ele quis dizer que, além das pessoas que haviam ficado presas e estavam feridas, havia um enorme buraco com dois vagões sendo sustentados por uma pessoa. Corro para tentar me aproximar da cena, tomando o máximo de cuidado com o fogo e com a fiação elétrica danificada. Quem é que está sustentando os vagões? Como consegue? Será um mutante do Instituto?

No instante em que consigo visualizar o rosto da pessoa, sinto meu coração querer sair pela boca.

– James!

Ele não pode me ouvir, sei que não pode, pois está fazendo um esforço gigantesco pra manter os vagões fora da zona de destruição.

Eu preciso ajudá-lo. Mas como fazer isso sem deixar o Outro assumir o controle e machucar alguém?

Enquanto fico preso no meu dilema imbecil, percebo que muita coisa já aconteceu: Electro entrou em cena e uma garota azul está lutando com ele, atacando-o com enormes rajadas de gelo. Ela é inteligente, ao invés de atacá-lo, ela vai direto na fiação. Ao mesmo tempo em que a luta entre a garota de gelo e Electro acontece, eu percebo que James está prestes a perder os sentidos.

Não tenho escolha, preciso deixar o Outro assumir para segurar aqueles vagões e salvar o James.

Com um urro de ódio, o Outro rasga minha pele em segundos, assumindo a forma do Hulking e correndo para o centro da confusão, onde James já está caído no chão e os vagões estão à deriva. Rapidamente eu pego ambos e os ergo do buraco, urrando com a quantidade de peso que tenho que equilibrar em extremidades pequenas dos dois.

James está entre as minhas pernas, desmaiado no chão e empapado de suor, entretanto, está seguro pelo menos de Electro, que foi embora graças ao curto circuito causado pela água congelada no painel de controle. Olho para a menina azul, que me estuda com os olhos arregalados, tentando pedir ajuda. Se ao menos ela conseguisse estabilizar os vagões com o gelo...

– Congela! – Eu berro alto demais, assustando-a. – Congela!

A garota ergue ambas as sobrancelhas brancas, perplexa com meus gritos, contudo, depois de olhar por algum tempo ambos os vagões, ela capta a minha ideia e concorda rapidamente com a cabeça.

Com movimentos rápidos e graciosos, ela corre para perto das bordas do buraco, soltando enormes rajadas de gelo que cobrem a distância entre o chão e a superfície metálica dos vagões. O processo é longo e vejo que toma muita de sua energia, mas a menina azul não desiste, continua a executar a sua missão até o peso em ambas as minhas mãos ser praticamente nulo.

Mesmo sendo contra sua vontade original, eu forço minhas mãos a serem gentis na hora de soltar os vagões, deixando as pessoas dentro soltarem suspiros de alívio quando percebem que estão seguras novamente.

– O que aconteceu aqui?! – Escuto a voz do Arqueiro Negro perguntar, vendo sua figura aparecer por entre as sombras.

– É melhor levarmos ele para o meu pai – Franklin, que com certeza leu meus pensamentos e me poupou de explicar uma longa história, aconselha. – Está mais próximo que a base ou a Torre. – E antes que qualquer um de nós pudesse responder, ele pega James e se teletransporta.

– Vingadores? – Pergunto, monossilábico como sempre.

– Estão na Latvéria junto com os X-Men – quem me responde é Howard Stark, agora vestido com a sua armadura Asgardiana. – Aparentemente o Dr. Destino armou alguma coisa séria dessa vez.

– Quem é a garota azul? – Mayday questiona, observando Dante envolver seu corpo inconsciente nos braços para tirá-la do chão.

Dou de ombros.

– É melhor levá-la ao Instituto – Elise Strange sugere, fitando ora o primo, ora a desconhecida. – Assim poderá descansar e também ficaremos de olho nela.

– SHIELD? – Inquiro.

– Não, Esmeralda tem razão – Dante Maximoff abre a boca pela primeira vez. – Ela se sentirá menos intimidada lá quando acordar.

Ainda receoso, eu não podia deixar de me preocupar com a segurança daquela garota. Não acredito que ela seja má, pois ela foi de grande ajuda hoje.

E tenho que admitir que esse suspense sobre sua identidade me dá arrepios. Boa ou má, sinto que essa garota vai trazer uma enorme dor de cabeça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!