A-Next: Beyond Frontiers escrita por Joke


Capítulo 6
Valeria


Notas iniciais do capítulo

Não, meus belos, eu ainda não morri.

Aqui está mais um capítulo procês com mais uma narradora inédita ;)



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Capítulo 6 – Valeria Richards

– Val, acho que já pode desligar a máquina. – Meu pai, Reed Richards, pede enquanto abre a porta para os gêmeos Uther e Urban Strange saírem.

Termino minhas anotações na pequena prancheta. Os dois evoluíram bastante desde a última vez que fizemos o TCM, também conhecido como “Teste de Classificação Mutante”, que consiste em uma análise anual da evolução do gene mutante de determinados indivíduos e ver se o avanço do gene pode causar algum dano à saúde do objeto. Nem todos os mutantes sofrem uma evolução tão significante que precise passar pelo TCM para classificar, afinal, poucos são Nível Ômega.

Uther e Urban são gêmeos idênticos de apenas doze anos de idade, mas com uma mutação incrível. Ao baterem as mãos, seus corpos se fundem em um só, e ambos conseguem adquirir a forma do que desejarem se transformar. Confesso que, no inicio do TCM, quando a Feiticeira Escarlate e o Dr. Strange pediram ao meu pai para que o teste fosse realizado, eles ainda eram... Fracos. Só conseguiam adquirir formas de animais de pequeno porte, como insetos ou mamíferos pequenos, como um rato. Porém, conforme os anos foram passando, os meninos sofreram uma drástica evolução. Hoje, já podem virar até mesmo um Tiranossauro Rex.

– Eles estão saudáveis, Wanda, pode ficar tranquila – escuto meu pai conversar com Wanda Maximoff. – O nível da mutação de fato aumentou, mas as sondas não captaram nenhuma anomalia maligna.

A Feiticeira Escarlate sorri.

– Ah, Stephen vai ficar tão aliviado quanto eu estou agora. Obrigada mesmo, Reed.

Vou para perto dos dois quando completo de preencher a ficha de dados do exame dos gêmeos.

– Aqui está o relatório. – Entrego-lhe os papéis com cuidado, ajeitando meus óculos depois.

– Obrigada, Valeria – a Feiticeira Escarlate me agradece com um sorriso ainda maior. – Você está tão grande!

Sinto minhas bochechas pegarem fogo com seu comentário. Sempre que nos encontramos, Wanda diz que estou maior ou mais bonita do que da última vez que nos vimos, não importa se se passaram meses ou dias. Gosto da simpatia dela, sempre tão alegre quanto seus três filhos. Uther e Urban são praticamente meus irmãos e Elise é uma grande amiga minha. Às vezes vou para a casa dos Strange para ajudá-la a tomar conta dos gêmeos quando os pais estão fora.

– Tenho que ir, deixei Stephen meditando e Elise já deve ter chegado em casa querendo jantar. – Wanda abraça meu pai e me dá um beijo na bochecha antes de sumir do laboratório junto com os gêmeos, que estavam prestes a mexer em um dos robôs que eu fiz para a escola.

– Você deveria ir descansar um pouco, querida – Reed sugere quando solto um enorme bocejo. – Está comigo aqui desde as seis da manhã.

– Você sabe que não me importo.

– Sim, mas eu me importo – ele rebate, indo observar algo pelo microscópio na bancada quatro enquanto estica os braços elásticos para pegar um béquer na bancada dez e uma pipeta na três. – Não vejo você saindo muito com seus amigos como seu irmão...

– Frank está sempre com a Rachel, pai – eu o interrompo, não querendo ouvir o sermão de “ser antissocial não é legal” do velho Reed Richards. – Não é um argumento válido se ele só sai com uma pessoa.

– Rachel acabou de perder os pais, Val, ela precisa dele.

– Mesmo assim.

– Não fale dessa maneira.

– Mas... – Meu celular começa a tocar, interrompendo a nossa estúpida discussão. Tiro o aparelho do bolso para ver quem é. Sorrio ao contemplar “Howard Stark” piscando no visor. – Howl?

– Oi, Val – Howard me cumprimenta num tom neutro. – Como você tá?

– Bem... – Tento manter meu tom de voz baixo pro meu pai não ficar escutando. – E você?

– Já estive pior. Escuta, você pode me encontrar?

– Claro! Onde?

– Aqui em casa. Eu tentei ir pro laboratório, mas um bando de repórteres começou a me perseguir e...

– Sem problemas, eu tava precisando tomar um ar.

– Ok, quer que eu mande um carro?

– Não precisa, vou pegar um taxi.

– Você que sabe. Até daqui a pouco.

– Beijos.

Assim que desligo o celular, meu pai diz.

– Aonde você vai?

– Sair – informo-lhe com um sorriso estampado no rosto, arrancando o jaleco e indo pegar minha bolsa. – Você mesmo disse que preciso ver mais pessoas.

– Howard Stark não é exatamente o coletivo.

Arqueio as sobrancelhas.

– Como...?

– Você está vermelha como um pimentão e seus olhos estão brilhando – meu pai me lança um sorriso sarcástico, deixando-me ainda mais vermelha. – Além do mais, você praticamente berrou o nome dele quando atendeu.

– Ah, ok. – É a única coisa que consigo dizer antes de entrar no elevador.

– Diga ao Tony que nosso compromisso na sexta continua em pé, sim? E não volte tarde.

Reviro os olhos, apertando desesperadamente o botão do elevador para encerrarmos a conversa de uma vez. Howard está me esperando.

– Pode deixar, pai.

[x]

Assim que chego à porta da Torre Stark, entendo porque Howard não conseguiu vir até mim. Uma enorme quantidade de repórteres estava parada na porta do prédio, tumultuando-se na mesma para tirar fotos de algo que se encontrava no hall de entrada.

Engulo seco, tentando criar coragem para sair do taxi. Minha família também sempre foi alvo da mídia, não por sermos uma das famílias mais ricas e poderosas dos Estados Unidos como os Stark, mas porque meus pais nunca se importaram em ocultar suas identidades. Somos constantemente perseguidos por repórteres enxeridos que já tentaram algumas vezes até mesmo invadir nosso prédio para conseguir uma entrevista.

Em meio aos meus pensamentos, escuto alguém me chamar do meu... celular?

– Boa noite, Srta. Richards – JARVIS me cumprimenta cordialmente. – Lamento invadir seu telefone dessa maneira, mas o Sr. Stark instruiu-me para ajudá-la a entrar de uma outra maneira.

– JARVIS, você caiu do céu!

– Agradeço a calorosa recepção, Srta. Richards, mas agora é melhor agirmos rápido. Primeiro de tudo, desça do táxi no próximo quarteirão – faço o que ele comanda, descendo na calçada menos tumultuada. – Agora, vá para a lateral do “Shawarma’s”, no beco.

Ainda seguindo as instruções à risca, pago o taxista e sigo para o local indicado por JARVIS.

– Muito bem... E agora?

Em resposta, uma das paredes de tijolos se move, revelando uma passagem secreta.

– Entre rápido, Srta. Richards, e apenas siga as luzes e chegará rapidamente ao seu destino final.

Obedeço, correndo para dentro da passagem, que se fecha rapidamente atrás de mim. Sou deixada no escuro por alguns segundos antes das luzes que JARVIS mencionou se acenderem para iluminar um estreito caminho para longe do muro. Meus passos são incertos no começo, contudo, vou adquirindo confiança quando vejo uma luz ainda maior em frente. Acelero o ritmo, querendo alcançá-la o mais rápido possível.

Quando finalmente chego ao final, acabo me desequilibrando devido a uma mudança na elevação do piso, e teria caído de cara no chão se alguém não tivesse me segurado.

– Cuidado com o degrau – Howard me avisa meio sem graça enquanto me ajuda a levantar. – Você tá bem?

Ajeito a minha blusa e arrumo meus óculos, que quase tiveram seu primeiro encontro com o chão.

– Tirando o fato de você ter armado essa armadilha pra mim, estou bem. – Respondo num tom brincalhão.

– Desculpa, eu esqueço de colocar algum aviso ou coisa do tipo porque não é uma passagem que eu costumo mostrar pra todo mundo.

Ele continua a me segurar firmemente em seus braços, esperando que eu me ajeite completamente. Assim que consigo estabilizar meus pés no chão, Howard me solta, dando-me um sorriso sem graça enquanto sinto todo o meu rosto pegar fogo.

– Então... Aqui estou eu. – Tento fazer Howard falar alguma coisa para nos tirar daquele silencio desconfortável, já que ele não é tão rápido com interações sociais quanto com seus cálculos.

Felizmente, ele pegou a minha deixa.

– Ah, er, que tal a gente dar uma volta? Acho que aqueles chatos já devem ter dado um tempo.

– Por que o tumulto?

Em resposta, Howard liga a TV, que mostra um dos muitos repórteres em frente à Torre Stark.

“Ainda estamos aqui na Torre Stark, que dentro de alguns minutos será oficialmente renomeada como a nova sede dos Vingadores e...”

A TV é desligada antes que eu pudesse me informar mais.

– Howl, isso parece bem importante pra sua família, você não deveria estar perto deles?

De repente, Howard começa a tossir, porém, se força a parar dando várias pancadas no próprio peito. Arqueio as sobrancelhas, não gostando nem um pouco da sua estranha atitude, mas não digo nada, pois ele já se adianta pegando um casaco e me arrastando para a passagem secreta.

– Digamos que não estou no clima pra festas.

Nós andamos rapidamente pelo túnel, nossos passos ecoando pelas paredes de concreto.

– Por que não? Seus amigos não vão estar lá? O resto da equipe do A-Next?

– Sim... E é por isso mesmo que não quero estar perto.

Não entendo o que ele quer dizer, mas novamente não tenho a chance de me manifestar sobre o assunto, pois Howard chama um taxi e, juntos, vamos ao Rockfeller Center.

[x]

– ... E foi basicamente isso. – Howard termina de me contar o que aconteceu entre ele e seus amigos mais cedo.

Não deixo de ficar surpresa com o ocorrido, pois sempre achei que Howard, May e Erika fossem inseparáveis. James estar no meio da briga foi mais uma fatalidade do destino pela ex-namorada ser uma aliada do Duende-Macabro.

– Sabe o que eu acho? – Pergunto a Howard, que me fita com seus olhos castanhos enquanto andamos devagar pela calçada cheia de turistas tirando fotos dessa região de Midtown. – Que tem algo além dos dois.

Antes que Howard pudesse falar algo a respeito, o mesmo faz uma cara de espanto quando seus olhos param perto de um grupo de pessoas que posam pra uma foto. Estreito meus olhos e percebo que uma garota de cabelos vermelhos olha pra nós com um sorriso no rosto. Quando nossos olhos se encontram, ela me dá uma piscadela antes de apontar uma arma na minha direção.

– Valeria, cuidado! – Howard se joga contra mim, atirando-me no chão e tomando o tiro em meu lugar.

Ainda em estado de choque, vejo a garota ruiva sacar uma arma maior ainda e atirar no prédio central do Rockfeller Center, causando uma enorme explosão que faz todos os presentes entrarem em pânico.

– Val, fique abaixada e se esconda o mais rápido que puder – sou instruída rapidamente pelo meu amigo antes do mesmo sair correndo para um beco, retornando segundos depois dentro da sua armadura prata e negra.

Ainda tonta, me coloco em pé, respirando fundo várias vezes para manter minha visão em foco a fim de ajudar Howard. Olho de um lado para o outro sem parar, mas de nada adianta.

A garota dos cabelos vermelhos desapareceu.


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Notas finais do capítulo

Por h-h-h-h-h-hoje é só p-p-p-pessoal. Espero que tenham gostado! Não deixem de dar aquela comentada básica que, vocês sabem, eu demoro, mas respondo.

Beijocas e até a próxima



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