A-Next: Beyond Frontiers escrita por Joke


Capítulo 12
Elise


Notas iniciais do capítulo

Oiee!
Não, eu não morri hahha, desculpem-me mesmo pela demora, mas tá cada dia mais difícil de escrever com a quantidade de coisas que eu tenho que fazer pra facul... Enfim, eis o capítulo :D



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Capítulo 14 – Elise Strange

– Você tá se sentindo melhor?– O garoto moreno que me salvou pergunta num tom gentil.

– A-acho que sim – resmungo com a minha voz um pouco rouca. – Ta muito feio o estrago?

Minha pergunta faz meu salvador corar.

– Er, levando em conta as circunstâncias... Você tá ótima.

Pisco, tentando entender a resposta sem sentido.

– Eu tava falando do celeiro.

– Ah! – Ele arqueja, constrangido, o que me faz sorrir rapidamente. – Não tá tão ruim, não se preocupe. – Logo ele tenta desviar o assunto limpando a garganta e me passando um copo d’água. – Mas e então... O que aconteceu com você? Foi ferida por alguém?

Tudo aconteceu tão rápido... Não tenho certeza se conseguirei relatar todos os detalhes dessa maluquice. Quero dizer, uma hora estou num casamento, na outra, dentro de um celeiro, toda dolorida e machucada e com vários cortes e farpas de madeira no corpo.

Posso não ter certeza do que ou como fiquei assim, mas sei quem posso culpar: Sin.

Mas por quê? O que ela e a HAMMER fizeram conosco?

– Minha cabeça dói – reclamo enquanto pouso uma das mãos na testa, apalpando devagar o local e lamento por ter um enorme galo. – Ainda bem que você me ajudou...

– Jonathan Kent – ele se apresenta. – Pode me chamar de Johnny.

– Elise Strange... Desculpa, mas não tenho nenhum apelido. – Nós dois rimos, mas eu logo paro, pois uma área logo abaixo do meu diafragma começa a formigar.

– Tudo bem, “Elise” é um nome bem legal – Johnny comenta dando de ombros. – É por causa do Beethoven?

– Meu pai é um grande fã dele – confirmo, impressionada. Não é todo mundo que percebe a homenagem. – Fur Elise é a minha música favorita.

Ele não faz mais nenhum comentário adicional, apenas morde os lábios levemente e coloca mais água gelada em meu copo. Bebo rapidamente e vejo o quão sedenta estou.

– Se quiser mais é só pedir.

– Obrigada – respondo já estendendo o copo para Johnny a fim de conseguir mais água. Se não estivesse me recuperando de um ataque, teria vergonha dos meus modos.

Enquanto bebo a água tão rápido que derramo no meu colo. Johnny vai atender ao telefone, que começou a tocar antes que ele pudesse me ver babar. Ainda bem. Assim que vai pra cozinha, eu rapidamente limpo a boca com o cobertor e balanço meus dedos rente ao molhado da minha roupa, secando-a instantaneamente.

– Hã... Elise? – Johnny me chama. Volto meus olhos para ele e percebo que sua expressão está com um ar questionador, observando-me um tanto constrangido até.

Não entendendo nada, sigo seu olhar e percebo que estou com a gola puxada pra baixo, mostrando uma parte do meu sutiã já seco.

Elise, você é uma anta.

Mais que depressa puxo a gola pra cima e sinto minhas bochechas pegarem fogo. Por que essas coisas sempre acontecem comigo?

– Eu posso explicar.

Minha fala faz o garoto desviar rapidamente os olhos para o chão.

– Er... – Johnny não sabe o que dizer e, consequentemente, que deixa a situação bem mais constrangedora e esquisita.

– Enfim, aconteceu alguma coisa? – Tento mudar de assunto, mas Johnny ainda está um pouco atordoado. Procuro ser mais precisa. – No telefone?

– Ah! Sobre isso... – De repente sua postura muda. Seus ombros se contraem, mostrando seus músculos por debaixo da manga da camiseta.

Numa velocidade impressionante, Johnny agarra meus pulsos e os vira, cruzando-os em minhas costas logo em seguida. Um movimento brusco me faz cair de joelhos no chão, atordoada.

– O que você tá fazendo?! – Inquiro aos berros, tentando entender o motivo de tamanha violência gratuita. Johnny tinha sido tão gentil comigo há segundos atrás, o que poderia tê-lo feito ficar assim? – Johnny, você tá me machucando!

Tento tirar meus pulsos de suas mãos, mas seus punhos mais parecem grilhões de aço.

– Não me faça apertar com mais força – Ele me adverte, insinuando estreitar a distancia que há entre nossas mãos. – Agora, é bom me responder exatamente o que eu perguntar, senão, teremos um problema. Está entendido?

Droga! Sem as minhas mãos, é praticamente impossível lançar um feitiço defensivo. Sem ter escolha, solto um longo suspiro enquanto concordo com a cabeça.

– Ótimo – percebo que seu aperto afrouxa um pouco. – Quem é você?

– Eu já disse!

– Não foi isso o que eu perguntei! – E, novamente, ele torce meus pulsos, fazendo todos os meus membros superiores latejarem.

– Argh! Pare com isso! – Ordeno, segurando-me para não chorar. – Eu juro que estou falando a verdade!

– Quero saber de onde você é!

– Nova York! – Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto. – Por favor, pare...!

Os olhos antes tão serenos de Johnny me fuzilam com um ódio que me assusta.

Meu deus, será que estou diante de um louco?

– O que você e aquela garota fizeram com a Mia?! – Ele me questiona coisas que não tenho ideia do que se tratam, e por hora não me importam, quero apenas que ele pare de me agredir. – Para quem você trabalha?!

– E-eu não sei do que você tá falando! Me solta, droga! – Tento novamente me soltar e, num movimento involuntário, acabo lançando um feitiço repelente, que arremessa Johnny contra a parede da sala, quebrando-a bem no centro.

Eu nunca consegui fazer um feitiço sem falar... Como foi que fiz isso?

– É porque não foi você – uma estranha voz masculina responde meus pensamentos. Assustada, projeto um escuto energético na forma de uma enorme bolha rosa choque, fixando meus olhos no meu novo alvo: o telepata. – Não precisa se assustar...

– Tim?! – A voz revoltada de Johnny me faz tremer só de pensar na ideia de ter suas mãos torcendo-me de novo. - O que cê ta fazendo aqui?

– Impedindo que você continue a tentar arrancar uma informação que essa garota não possui – os olhos castanhos esverdeados do meu defensor examinam-me com certo interesse, como se estivessem procurando por algo específico em meu rosto. – Você está bem? – Ele me pergunta.

Demoro um pouco pra acenar levemente com a cabeça.

– Espera um pouco – Johnny, que agora está com a roupa toda esfarrapada, mas sem nenhum arranhão sequer, começa a andar normalmente, como se o fato de ter quebrado uma parede de concreto não fosse grande coisa. – Damian acabou de me ligar dizendo que temos que tomar cuidado...

– Porque aquela garota ruiva atacou de novo, eu sei. – Quando o tal Tim fala da “garota ruiva”, não consigo me conter em abrir a boca:

– Sin?! Ela está aqui?! Onde?!

Johnny me olha feio, enquanto Tim se limita a arquear as sobrancelhas.

– Eu sabia que ela tinha algo envolvido com aquela maluca! – O garoto tenta se aproximar de mim, porém, é impedido pelo meu campo energético, que segura (com muita dificuldade) os seus punhos pesados tentando quebrá-lo. – Vocês vão pagar pelo que fizeram com a Mia!

– Quantas vezes eu vou ter que falar que não tenho ideia do que você tá falando?! – Arquejo com raiva. Seria tão difícil pra esse moleque entender? – Eu nunca trabalharia com uma maluca igual à Sin!

– Você ficar esmurrando esse campo energético não vai levar a nada, Johnny – Tim adverte o amigo, que, ainda relutante, para de agredir meu feitiço. – Eu prometo que ele não vai tentar mais nada, pode remover esse escudo.

Tá, vou mesmo tirar a única barreira que tenho entre mim e o maluco dos punhos de aço.

– Pode confiar em mim.

Desconfiada e incerta de estar fazendo o correto, eu abaixo minhas mãos, desmaterializando o campo rosa choque. Por um curto período de tempo, mantenho minhas mãos prontas para rebater qualquer investida surpresa de Johnny. Todavia, percebo que Tim estava mesmo falando sério quando disse que o amigo me deixaria em paz.

Por enquanto.

– Qual o seu nome?

– Elise Strange.

– Eu sou Timothy Hunter, e, assim como você, sou um feiticeiro. Um aprendiz, pelo menos – e ele faz um cordial cumprimento, inclinando o corpo mediano para frente. Seus cabelos castanhos escuros caem sobre os olhos e lá ficam até Tim voltar com sua postura normal. – Agora, Elise, preciso que você nos responda a algumas perguntas. Será que pode fazer isso?

– Vocês serão civilizados agora? – Indago, olhando de soslaio para a figura rígida de Johnny, que faz uma careta zangada em resposta. – Eu também tenho algumas dúvidas e...

De repente, Tim ergue a mão em minha direção, indicando que eu pare de falar. Sua atenção está em outro lugar; os olhos fitam o nada.

– Tim? – Johnny chama, preocupado, pelo amigo.

– Vamos ter que deixar essa conversa para mais tarde – ele volta seus olhos para Johnny e logo depois para mim. – Há mais de vocês aqui em nossa dimensão. E um deles corre perigo.

Sinto meu coração querer sair do peito. Meus amigos estão aqui também! Não estou sozinha nesse lugar.

Mas quem está em perigo?


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Notas finais do capítulo

Espero mesmo que tenham gostado! E desculpem de novo pelo atraso!
Mais uma coisinha: criei um tumblr pra gente interagir mais e eu não ficar tão afastada de vocês, pq gosto mto de conversar com os meus leitores (www.mnauniverse626.tumblr.com)
Beijocas e não se esqueça de deixar um comentário! Me deixaria mto feliz!
Até a próxima!!