A-Next: Beyond Frontiers escrita por Joke


Capítulo 1
Mayday


Notas iniciais do capítulo

Bem-vindos de volta gente!Só avisando: diferente de MNA, os capítulos aqui não vão seguir uma ordem e novos narradores irão aparecer ao longo do enredo ;)Boa Leitura



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Capítulo 1 – May Parker (Mayday)

– Vamos, Parker! Preste atenção no jogo! – meu treinador, o grande e gordo Sr. Friggs, grita para mim, alisando sem parar a careca lisa e reluzente com o suor de seu nervosismo.

Não posso culpá-lo, afinal, é a primeira vez em décadas que o time feminino de basquete de Middletown High disputa uma final regional do campeonato juvenil.

Ok, admito que sem a minha... “efetiva” participação, o time continuaria na estaca zero, apenas jogando contra a equipe reserva de queimada. Ter um sexto sentido e superagilidade acabam se tornando úteis para prever e derrotar seus adversários, tanto na quadra quanto lá fora, na selva urbana que nós, nova-iorquinos, chamamos de lar.

– Parker! Dá pra parar de enrolar?! – O treinador novamente me repreende por ainda não ter marcado mais um ponto para a nossa equipe.

Bato a bola várias vezes contra o chão liso do ginásio, sentindo seu impacto no solo duro e sua textura áspera com meus dedos rígidos. Minha visão está aguçada, posso ver o movimento de cada jogadora, seu estado de espírito, até mesmo suas inseguranças para vir tentar tomar a bola de mim.

– Vamos, Mayday, você consegue! – escuto meus amigos e família torcerem por mim nas arquibancadas. Assim que viro minha cabeça para encará-los, não posso deixar de sorrir ao ver Erika, Howard, James, Luke, Thomas, Elise e Frank juntamente com meus pais gritando sem parar palavras de incentivo e sorrindo para mim.

Só mais uma cesta... É tudo o que você precisa para se tornar uma campeã.

Respiro fundo algumas vezes antes de olhar o relógio. Faltam apenas 30 segundos para o término da partida.

Eu preciso ser rápida.

Pegando a minha marcadora de surpresa, eu quico a bola por entre suas pernas abertas, seguindo em frente num ritmo acelerado para uma barreira humana que me aguarda com um bloqueio frontal. Eu teria que usar meus poderes para ultrapassá-la, algo que não seria muito inteligente.

– Linda! – grito para a minha companheira de equipe, a pequena e ágil pivô loira que não se deixa ser intimidada por ter uma altura inferior a da grande maioria.

Rapidamente eu passo a bola para Linda, que, graças ao seu tamanho, consegue desviar de uma morte precoce por atropelamento. Enquanto a loira atrai a atenção para si, eu consigo ultrapassar a barreira já desfeita e me aproximar da cesta oposta. Aceno de maneira silenciosa para Linda que, rapidamente, passa a bola para mim. Pegando-a no ar, eu consigo enterrá-la bem a tempo de a campainha finalizar oficialmente o jogo.

Caio no chão, amortecendo minha queda com os meus joelhos flexionados, imitando a aterrissagem graciosa de um gato enquanto minha equipe vem para perto de mim, gritando o meu nome sem parar em meio ao tumulto.

Ganhamos.

– Isso aê, Parker! Mandou muito! – A estranha comemoração do treinador Friggs me faz sorrir ainda mais, deixando o orgulho tomar conta de mim.

Pena que esse momento maravilhoso durou tão pouco.

Em meio à comemoração, eu percebo que algo não está certo. Meus sentidos estão aguçados, querendo me informar a fonte do meu desconforto. Sinto meu coração bater mais rápido quando um pequeno zumbido começa a tomar conta da minha audição. Um barulho fino e irritante fica como um mosquito, atordoando-me enquanto tento, discretamente, encontrá-lo na multidão. E, quando finalmente localizo a fonte, não sou rápida o bastante para impedir que metade do ginásio exploda, causando um enorme tumulto já não mais tão alegre de pessoas berrando em desespero.

No chão, devido à devastadora explosão, eu olho para os meus amigos, que, juntamente com meu pai, já estão se afastando dos olhos públicos.

– Você tá bem? – Luke aparece de repente, ajoelhando-se ao meu lado e oferecendo uma das mãos para me ajudar a levantar.

– Não – respondo-lhe, irada. – Por que eu demorei tanto pra consegui captar isso?!

Luke não diz nada, apenas me ergue com cuidado do chão e me firma no mesmo quando ameaço cair. Dispenso sua ajuda e, ainda revoltada comigo mesma, corro para o vestiário feminino, já tirando meu uniforme de capitã do time de basquete de Midtown High para me tornar a Garota-Aranha, membro do “A-Next”. Rapidamente ajusto meu collant azul e vermelho de super-heroína que guardava no meu armário, coloco minha máscara e calibro os lançadores de teia orgânica em meus pulsos, já atirando vários filamentos nas paredes de concreto a fim de conseguir impulso.

Semelhante a um estilingue humano, sou lançada nos ares de Nova York, sentindo-me feliz por ter o vento do final de tarde soprando ao meu favor enquanto tento localizar o maldito que acabou de explodir a minha escola.

– Garota-Aranha! – Escuto a voz de Erika me chamar, logo me acompanhando no meu momento Tarzan Urbano. – Espere! Aterrissando em uma das coberturas de um pequeno prédio de dez andares, eu atendo ao pedido de Erika, cruzando meus braços sobre o peito.

– O que foi?

– Por que você está tão irritada? – Minha amiga me pergunta, vendo que não estou exatamente distribuindo sorrisos para todos.

– Alguma coisa me bloqueou... – sussurro.

– O quê?

– A bomba que explodiu o ginásio, eu não consegui identificá-la... É como se meu sentido aranha tivesse falhado completamente – confesso minha frustração, sentindo-me completamente inútil.

Erika me encara confusa pela minha frustração, fazendo o possível para tentar entender o que eu falei (que foi tão baixo quanto um sussurro) e achar uma explicação plausível para a minha falha.

– Você estava distraída, tinha acabado de ganhar o campeonato e...

– Não, não tem nada a ver – eu descarto seu palpite na hora. – Eu sabia que algo estava errado e... Abaixa! Eu mergulho e consigo chegar no chão com Erika bem a tempo de uma bomba explodir exatamente onde eu estava alguns milésimos de segundo antes.

Nós duas rapidamente nos colocamos em pé, preparando nossas armas contra o nosso agressor. Embora não esteja muito perto, posso facilmente identificá-lo, deixando-me ainda mais irritada.

Lá vem ele, com sua roupa de última geração que igual as do seu pai e seu avô, possuindo mais armas e resistência contra ataques agressivos diretos. Mesmo não conseguindo ver seu rosto, eu sei que ele está sorrindo como um maníaco agora.

– Osborn – seu nome sai de meus lábios com o mais profundo ódio em cada letra. Eu preparo meus lançadores, querendo desesperadamente encher a cara dele de porrada. – Erika, vá ajudar os outros. Eu cuido desse aí.

– Nem pensar. – Erika está evidentemente preocupada comigo. Provavelmente ela pensa que estou prestes a cometer suicídio... Ou homicídio.

Lanço-lhe um olhar gelado e vou para cima de Normie, derrubando-o de seu planador com uma das minhas teias orgânicas. Uma vez no chão, meu inimigo lança uma rede elétrica em cima de Erika, que é arremessada contra uma das paredes de concreto e perde rapidamente a consciência.

Eu disse para ela se afastar.

– O que você quer agora, Norman? Por que me atacou na nossa escola?! – Eu pergunto, puta da vida por ele ter explodido metade do ginásio quando dezenas de pessoas estavam lá dentro. – Eu já disse para ficar longe de mim!

A minha relação com Norman Osborn II seria algo digno de Shakespeare e toda a sua chatice de amigos/inimigos. Após todos os acontecimentos em Asgard, Erika, Howard e eu fomos obrigados a voltar com a rotina entediante de sempre, o que inclui ir para a escola e terminar o nosso último ano nesse inferno. E foi nas chamas desse lugar que eu conheci um dos capetas-mor do Satanás, denominado Norman Harry Osborn. No começo, ele era apenas mais um garoto tímido que, assim como eu e a minha gangue, não se dava bem com ninguém.

Então decidimos adotar um novo membro, o que foi muito legal durante um tempo.

Mas toda a alegria passou quando Normie começou a notar que Howard, Erika e eu sumíamos de repente. Nós sempre inventávamos uma desculpa esfarrapada, pois não podíamos revelar que éramos parte do “A-Next” e constantemente íamos atrás de vilões junto com os Vingadores. Obviamente Normie não comprou nenhuma e, de repente, se afastou de nós.

Foi triste para todos, mas seu afastamento afetou principalmente a mim. Normie se tornou um dos meus melhores amigos num momento em que me sentia abandonada. Meus pais passavam praticamente todo o tempo que dispunham juntos, Luke estava agindo estranho comigo desde que voltamos de Asgard, sempre me evitando ou preferia passar o tempo com Dante Maximoff,e cada um do A-Next começou a focar nos próprios problemas com os resultados do Ragnarok.

Sentia-me sozinha, e Normie foi a salvação.

A gente sempre saia junto, se divertia vendo um filme ou vagabundeando por aí. Ser ignorada novamente foi um golpe baixo, o que resultou não apenas em tristeza, mas em aversão completa a Norman Osborn.

Minha raiva aumentou ainda mais quando ele convidou nós três para a sua casa, dizendo que sentia muito por ter se afastado de maneira tão brusca e que queria que fôssemos amigos de novo. E os três trouxas aceitaram. Mayday Parker, a rainha dos trouxas, além de ficar feliz com o evento, deixou que um filete de esperança brotasse em si.

Quando chegamos à mansão dos Osborn no dia em que Normie havia marcado, fomos surpreendidos por uma armadilha do avô do maldito, Norman Osborn, que revelou ser o Duende Verde. Os malucos teriam sucedido em nos capturar se Howard não estivesse com a armadura por baixo da roupa, o que acabou salvando nossas peles e destruindo por completo a mansão.

Como resultado, Norman mudou de escola e nunca mais tivemos notícias suas desde seu retorno como o Duende Macabro. Desde então, toda vez que escuto o nome “Norman" ou Osborn” eu tenho vontade de matar alguém.

– Achei que era isso o que você queria... Que ela explodisse. – Normie retira seu capacete, revelando o seu sorriso sádico de maníaco. Um sorriso que uma vez considerei amigo.

– Só se você estivesse dentro. – Novamente avanço para cima do lunático, quase lhe acertando o queixo com os punhos cerrados se ele não tivesse desviado a tempo de revidar com um cruzado de direita no meu abdômen.

Caio no chão, tentando recuperar o ar enquanto tento me por em pé o mais rápido possível. Normie anda devagar em minha direção, curtindo a cena de me ver caída no chão e abalada.

Mais que depressa eu disparo várias vezes o meu lançador, grudando seus pés no concreto com minha teia pegajosa e resistente. Enquanto ele tenta se livrar do material, eu me levanto e corro, dando um mortal de frente a fim de acerta seu peito com ambos os pés, jogando-o para trás numa distância respeitável de quase cinco quatro metros. Aproximo-me de seu corpo caído de costas no chão, por pouco não o joguei para fora do prédio.

Pena.

Ele está consciente, mirando-me com seus olhos de víbora enquanto me esboça um sorriso ensanguentado.

– Por que está sorrindo? Quer perder alguns dos seus dentes? – Questiono-lhe, irada, erguendo seu tronco pela gola metálica de sua armadura. – Por que você voltou, Norman?

– Porque eu amo quando você fica brava, seus olhos brilham – ele me responde, e, quando percebo, estou com uma bomba presa em meu uniforme. – Vou adorar vê-la brilhar por completo.

– Desgraçado! – Eu tento arrancar o objeto explosivo de mim, mas de alguma maneira Norman conseguiu fazê-lo ficar grudado à minha pele. Cada puxão que dou resulta numa dor horrenda de sentir a minha pele ser rasgada.

Tenho apenas vinte segundos.

Como eu odeio a família Osborn...

Sem alternativa, eu me colo ao seu corpo, envolvendo-o com ambos os braços e pernas. Minha atitude faz Norman sorrir.

– Você sabe que minha armadura vai me proteger, não sabe?

– É o que veremos – eu, retiro minha máscara para encará-lo diretamente nos olhos. – Vamos brilhar juntos, “amigo”.

Os últimos “bips” da bomba fazem Norman fechar os olhos, mas eu permaneço com os meus bem abertos. Se for para morrer, quero me certificar de que o maldito venha comigo.

Bip. Bip. Bip. Bip.

Bip.

De repente, ambos somos envolvidos por uma escuridão tão densa que não consigo nem mesmo ver a face de Norman, que distava apenas alguns centímetros da minha. Sinto braços me envolverem pelas costas, puxando-me para longe do corpo de Norman enquanto a luz volta.

Fico cega devido à mudança bruta de claridade, mas, por sorte, consigo recuperar meus sentidos a tempo de frear meu punho de acertar seu alvo: a cara do meu namorado.

– Abaixa a patinha, Mayday – Luke sorri, pegando minha mão com delicadeza e a envolvendo na sua. – Não quero ficar parecendo que passei sombra no olho.

Eu sorrio de volta com o seu comentário irônico, abraçando-o fortemente.

– Você sempre está aqui pra me salvar, né? – Pergunto-lhe com um sorriso débil nos lábios.

– Sete dias da semana, vinte e quatro horas por dia – Luke me garante. – Principalmente quando esse tapado do Osborn aparece pra encher o saco. – Ele olha com desprezo para Normie, que está inconsciente no chão.

– Você sabe que eu não sentia por ele o que sinto por você, não sabe?

– Er, será que as pombinhas do amor poderiam me dar uma ajuda? – Uma Erika consciente pede, tentando se levantar do chão enquanto afaga a cabeça. Luke e eu corremos para o seu encontro, auxiliando-a a se colocar em pé enquanto tiramos a rede de perto. – Acho que vou ficar com um galo.

– Acho que agora você deveria mudar seu nome pra “Garota- Unicórnio” – Luke brinca, mas, após ver que Erika não esboça nem mesmo um mínimo sorriso, logo muda de assunto. – Acho que deveríamos ir atrás dos outros.

– Onde eles estão?

– Esmeralda e Ghost estão ajudando os feridos – nós começamos a nos mover novamente. – Hulking, Sargento, Psi-Lord e Armor foram atrás dos outros junto com os Vingadores.

– Outros? – Questiono.

– Normie não tava trabalhando sozinho, o Sexteto Sinistro fez questão de fazer uma participação especial nessa bagunça. – Erika me informa de toda a situação uma vez que eu saí correndo atrás de Normie e deixei o resto para trás.

– Ótimo, tô agressiva mesmo, vou adorar deixar uma marca em alguém. – Cerro os punhos, lançando-me para o enorme ringue que é Nova York.


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Notas finais do capítulo

E aí meus lindos? Começamos com o pé direito? Espero que tenha gostado! Não deixem de comentar e não se esqueçam de conferir também "eXperiment" ;)beijocas ♥