Amor Real - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Desculpem-me pela demora para postar. Eu passei por uma extração de dentes inclusos e tive dor esses dias, então não tive cabeça para escrever. Mas agora eu consegui escrever e vim postar mais um capítulo para vocês. :D

Agradeço a todos os que comentaram e, especialmente, às leitoras daniv e patipavao, que recomendaram a fanfic. Obrigada, meninas!

Boa leitura!



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Na manhã seguinte, após Peeta ir para a padaria, pego frutas, pães e suco para levar para Haymitch. Quando eu já estou me encaminhando para a porta, ouço a campainha tocar. Coloco a comida em cima da mesa de centro e abro a porta, para logo ver à minha frente um rapaz que eu tenho a impressão de já ter visto em algum lugar.

– Senhora Mellark – quase caio para trás quando ele me chama assim, até lembrar que Panem inteira pensa que eu e Peeta somos casados –, chegou essa carta para a senhora na estação.

“Então é da estação que eu o conheço”, penso.

– Ah, muito obrigada.

Ele me entrega a carta e vai embora. Eu fecho a porta e olho para o envelope. Sinto uma coisa gelada no estômago ao ver que o envelope é fechado com um adesivo com a insígnia de Panem. Olho para o nome da remetente e vejo que a carta é da Presidente Paylor. O que será que ela quer comigo?

Minha mente trabalha rápido, mas nada aponta para alguma coisa boa. Com um frio desagradável na barriga, sento-me no sofá, tomo coragem e abro a carta. Pego em minhas mãos o papel impresso e começo a lê-lo:

Cara Senhorita Everdeen,

Eu, na qualidade de presidente de Panem, convoco-a para uma reunião na mansão presidencial, localizada na Capital. Há questões importantes referentes ao meu plano de governo das quais você precisa participar. Enviarei um aerodeslizador para o seu distrito no próximo dia 15. Ele chegará aí por volta das 8:00 AM. Será algo rápido. Em dois dias, você estará de volta ao seu distrito.

Quanto ao seu regime de reclusão no distrito 12, fique tranquila. Nós debatemos a respeito da sua situação e chegamos ao denominador comum de que você pode sair do seu distrito. Falarei a respeito disso com você pessoalmente, quando a senhorita estiver aqui.

Até breve.

Excelentíssima Presidente Paylor.

Ao terminar de ler a carta, começo a sentir uma grande inquietação. O que ela quer comigo, afinal? Irei à Capital daqui a dois dias, mas não faço a menor ideia do que irei fazer lá. Penso em ir à padaria para contar a novidade a Peeta, mas desisto em seguida. Posso esperar para contar isso a ele mais tarde. Não quero preocupá-lo à toa.

Por fim, tento não pensar mais nisso e vou até a casa de Haymitch para levar seu café da manhã. Assim que chego lá, sou surpreendida com a visão do mesmo rapaz que me entregou a carta na porta, tocando a campainha.

Em sua mão, há um envelope com a insígnia de Panem. “Haymitch também foi convocado!”, penso. O rapaz então percebe minha presença e olha para mim.

– Pode me dar a carta – digo, estendendo minha mão livre a ele. A outra está segurando a cesta com o café da manhã de Haymitch.

– Mas, Senhora Mellark... – começa o rapaz, mas eu o interrompo.

– Eu sei que você tem que entregar a carta ao destinatário, mas o destinatário em questão está doente. Eu entrego a ele, pode deixar. Eu já estava mesmo entrando.

Meio relutante, o rapaz assente com a cabeça e me entrega a carta.

– Eu vou entregar. Fique tranquilo – digo.

– Tudo bem. Tenha um bom dia, Senhora Mellark.

– Igualmente.

Assim que adentro na sala de Haymitch, vejo que não há sinal dele por lá. Rumo, então, para a cozinha, e logo o vejo dormindo com a cabeça em cima da mesa. Há uma garrafa de aguardente branca pela metade ao seu lado.

Coloco a cesta com o café da manhã em cima da mesa e o sacudo.

– Haymitch, acorda.

Ele não reage, mas eu não quero jogar água na cara dele. Ele já está muito judiado. Decido, então, apenas sacudi-lo mais forte. Depois de algumas tentativas, ele abre os olhos.

– Você aqui... – diz ele, com uma voz sonolenta.

– Sim. Vim trazer seu café da manhã, como sempre. Levante. Peeta fez pão de queijo do jeito que você gosta.

Ele levanta a cabeça, boceja e coça os olhos. Eu tiro a comida e o suco da cesta e o ajudo a se servir. Logo, ele está comendo.

– Haymitch, quando eu estava entrando, o rapaz da estação estava tocando na campainha para te entregar essa carta – estendo a carta a ele e ele pega.

– Capital? – indaga ele, analisando o envelope.

– Sim. Eu também recebi. A Presidente Paylor me convocou para uma reunião. Acho que ela está te convocando, também.

Ele nada diz. Apenas abre o envelope e começa a ler a carta. Seus lábios se movem silenciosamente enquanto ele vai lendo.

– É isso mesmo – diz ele, já parecendo mais desperto. – Reunião. O que será que ela quer?

– Não sei. Teremos que ir para ver.

– Você vai? – pergunta ele.

– E eu tenho alguma outra opção? – dou de ombros.

Ele nada diz. Continua comendo seu café da manhã. Conheço Haymitch o suficiente para saber que quando ele fica assim calado, é porque quer ficar sozinho. Eu então me despeço dele e saio de sua casa.

Eu tinha planos de ir visitar Hazelle agora, pois sei que, pela hora, Gale já pegou o trem, mas no momento a minha maior vontade é ir à padaria para ver Peeta. Se eu e Haymitch fomos convocados, ele muito provavelmente também foi, pois ele, além de ser um vitorioso, esteve em combate durante a rebelião.

A Capital é um lugar que traz más lembranças a ele. Não posso evitar ficar insegura. Logo agora, que ele está tão bem, ele terá que voltar àquele lugar?

Quando dou por mim, já estou fora da Aldeia dos Vitoriosos. Fui andando e nem percebi. Rumo, então, para a cidade, onde fica a padaria de Peeta.

Assim que chego à padaria, pergunto por Peeta a Rachel e ela diz que ele está no escritório desde que chegou uma carta para ele. Sinto meu coração gelar ao ouvir isso. Será que ele foi acometido do mesmo temor que eu?

Eu me encaminho para o escritório e bato na porta. Ouço Peeta gritar um “tá aberta!”, giro a maçaneta e entro. É uma sala pequena, mas aconchegante.

Peeta está sentado em frente a uma pequena escrivaninha, falando com alguém no telefone. Ele sorri para mim ao me ver.

– Tá certo. Tudo bem, então. Obrigado, Dr. Aurelius. Tchau – diz ele, e em seguida coloca o telefone no gancho. – Meu amor! Que bom ver você por aqui! – ele se levanta da cadeira e vem até mim, dando-me um suave beijo nos lábios.

– Você estava falando com o Dr. Aurelius? – pergunto, enquanto Peeta puxa uma cadeira para mim e eu me sento. Ele me imita em seguida.

– Sim. Eu ia em casa conversar com você. Recebi uma carta da Presidente Paylor me convocando para uma reunião na Capital.

– Eu e Haymitch também recebemos. Foi por isso que eu vim te ver. Precisava saber se você também tinha recebido.

– Sim, eu recebi mesmo. Telefonei para o Dr. Aurelius para saber se há algum problema em eu ir pra lá agora, que estou tão bem. Lá, você sabe, me faz lembrar de tudo pelo que eu passei...

Ele parece constrangido.

– Eu fiquei preocupada justamente com isso – admito. – O que o Dr. Aurelius disse?

– Ele disse que acha que não haverá problema, pois eu já estou com um controle muito bom da situação. Mas ele disse que vai estar lá, caso eu sinta algo e haja a necessidade de aumentar a dose do meu remédio. Eu já estou quase em processo de desmame, mas nunca se sabe...

– Você está inseguro, não é? – pergunto, entrelaçando minha mão à dele.

– Não posso negar que estou, mas o Dr. Aurelius me deixou um pouco mais tranquilo.

– Você sabe que nós estamos juntos nessa, não sabe? – digo, sorrindo.

– Sim, eu sei – ele sorri e em seguida me dá um beijinho nos lábios. – Mas então, não quero ficar pensando nisso. Preciso me manter calmo. Que tal a gente ir à cozinha e botar pra dentro uma torta de queijo de cabra e maçã, hein?

– Você me contou na primeira arena que fazia essa torta na padaria dos seus pais. Real ou não real? – dou um sorrisinho para ele.

– Real. Eu também disse que era cara demais pra minha família comer, mas agora eu tenho dinheiro o suficiente para me dar a esse luxo. Vamos lá? – ele sorri.

– Vamos. Estou ansiosa para conhecer o gosto. Deve ser uma delícia.

***

– Katniss, minha querida! Que bom rever você! – diz Hazelle, enquanto me abraça efusivamente.

– É ótimo rever você, também – digo, ao mesmo tempo em que eu e ela rompemos nosso abraço. – Eu não vim aqui antes porque, bem... – hesito.

– Tudo bem. Eu entendo – diz ela. Ela sabe o motivo de eu não ter vindo antes, mas percebeu meu embaraço e agiu com discrição. – Venha, entre.

Adentro na sala, que é bem parecida com a minha. A decoração é diferente, mas a planta é a mesma. Hazelle me indica o sofá e eu me sento. Ela se senta ao meu lado.

– Então, como está a vida de vocês? – pergunto.

– Está boa. Eu e os meninos não estávamos felizes no 2. Fico feliz de ter voltado.

– Falando nos meninos, onde estão eles?

Antes que ela possa me responder, eles aparecem na sala. Provavelmente ouviram uma voz diferente e deduziram que havia visita.

– Olha eles aí – diz Hazelle, sorrindo.

– Rory! Vick! Posy! Que bom rever vocês! – exclamo, ao mesmo tempo em que me levanto para abraçar cada um deles. – Como vocês cresceram!

– Katniss, faz só alguns meses que você não vê a gente! – diz Rory, rindo.

– Ah, eu acho sim que eu cresci – diz Vick.

– Eu também. Mamãe diz que eu já sou uma mocinha – diz Posy.

Hazelle sorri para mim e me convida para lanchar com eles. Um delicioso bolo de chocolate que ela mesma fez. Fico realmente feliz de vê-los numa condição financeira melhor.

Depois, quando as crianças ficam na sala para assistir a um programa de televisão que elas adoram, eu fico a sós na cozinha com Hazelle e finalmente pergunto o que eu queria perguntar desde o início:

– Como vocês vão se sustentar agora, Hazelle?

– Gale está ganhando um bom salário agora, e vai mandar uma parte para nós. Mas claro, isso não será o suficiente. Lá no 2 eu trabalhei fazendo pequenos ajustes em roupas. Eu aprendi esse ofício no 13. Lá isso deu certo, mas não sei se dará aqui... – ela suspira.

– Você se incomoda de cuidar da casa de Haymitch novamente? – pergunto.

– Oh, claro que não! Eu estou mesmo precisando de um emprego. Não vou recusar nada. Só preciso esperar a escola ficar pronta. Quando as crianças voltarem a estudar, eu poderei arrumar a casa de Haymitch no período da manhã, como eu fazia antigamente. Não posso deixá-las sozinhas em casa.

– Tudo bem. Por mim, está ótimo.

Eu e Hazelle passamos mais algum tempo conversando e depois eu volto para casa.

***

– Haymitch, nós temos que ir. A Presidente Paylor nos convocou – diz Peeta, impaciente.

Hoje é o dia de irmos à Capital e nós estamos no quarto de Haymitch, tentando convencê-lo a ir, mas ele não quer nem sair da cama. Falta apenas meia-hora para o aerodeslizador chegar.

– Eu já disse que não vou. Parem de insistir – diz Haymitch, com a voz sonolenta.

– Haymitch, isso é importante – digo. – Foi por esse regime mais justo que nós lutamos, lembra?

– Eu não vou, e isso está fora de questão – teima Haymitch.

– Haymitch, você vai levantar, e agora! – esbraveja Peeta, puxando o cobertor de cima de Haymitch. – Nós estamos atrasados. Você vai tomar um banho enquanto eu e Katniss separamos algumas roupas para você.

– Mas... – começa Haymitch.

– AGORA! – grita Peeta.

Haymitch, a contragosto e com a cara emburrada, se levanta da cama e ruma para o banheiro. Eu nunca vi Peeta agir desse jeito, mas estou orgulhosa de seu pulso firme.

Enquanto Haymitch toma banho, eu e Peeta arrumamos uma mala para ele. Depois que ele fica pronto, ele come alguma coisa enquanto esperamos o aerodeslizador aparecer no céu da Aldeia dos Vitoriosos. Em pouco tempo ele aparece e nós entramos nele.

A viagem transcorre tranquilamente. Haymitch dorme profundamente durante todo o percurso. Eu e Peeta estamos ansiosos demais para dormir. Passamos o tempo ora conversando sobre amenidades, ora namorando, sem tocar no assunto da Capital em nenhum momento.

Depois de aproximadamente três horas, chegamos ao nosso destino. Eu e Peeta acordamos Haymitch, pegamos nossas pequenas bagagens e descemos. Logo avistamos a enorme e imponente mansão presidencial. Sinto minhas pernas tremerem ao me lembrar da última vez em que estive aqui. Lágrimas quentes me sobem aos olhos e eu sinto um aperto na garganta.

Peeta percebe que estou abalada e passa carinhosamente seu braço livre (o outro segura sua pequena mala) pelos meus ombros.

– Tá tudo bem, meu amor – ele sussurra gentilmente no meu ouvido. – Eu tou aqui, com você.

Isso é absurdo. Eu que deveria estar consolando Peeta, e não o contrário.

– Eu te amo – sussurro de volta no ouvido dele. É a única coisa que me parece forte o bastante para demonstrar toda a gratidão que tenho por ele, pelo amor e pelo cuidado que ele dedica a mim.

– Eu também – diz ele.

– Os pombinhos vão ficar aí se abraçando ou vão entrar? – reclama Haymitch. – Eu pensei que tivéssemos vindo pra cá pra participar de uma reunião.

Eu e Peeta rimos.

– Tudo bem, seu ranzinza – diz Peeta. – Vamos entrar.

Peeta toca numa espécie de interfone e logo a grade de entrada é aberta. Sinto um certo nervosismo pelo que está por vir, mas Peeta entrelaça gentilmente sua mão na minha, fazendo-me lembrar de que temos um ao outro.


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Notas finais do capítulo

É isso, pessoal. Comentem para dizer o que estão achando. COMENTEM! Quero ninguém sem comentar! Vamos lá, minha gente!

Beijos, e até a próxima.