A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 54
Traição




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Já tinha perdido a conta de quantas vezes andou de um lado para outro naquela sala. Estava nervoso, pois sabia que o mundo estava prestes a acabar e estava ali sem poder fazer nada. Era revoltante! Chegou ao final da sala dando meia volta.

– Seiya para de andar! - Hyoga mandou uma almofada nele. - está me deixando nervoso. Acalme-se!

– Como?! O santuário é atacado por uma deusa e nós aqui!!

– São ordens de Atena, Seiya. - disse Shiryu calmamente sentando no sofá.

– Saori perdeu o juízo. - parou no meio da sala. - e Shion foi pelo mesmo caminho! Todos os cavaleiros deveriam está no santuário!

A porta da sala abriu, era Shun e Ikki.

– E então?

– Sem noticias. - Shun balançou a cabeça negativamente.

– Atena deixou claro que nos quer aqui. - Ikki caminhou até a janela. - é evidente que ela fechou a comunicação do santuário.

– Eu não vou ficar aqui. - o sagitariano caminhava para a porta.

– Onde pensa que vai Seiya? - indagou Kiki acabando de chegar.

– Ao santuário.

– Não vai sair daqui, são ordens de Atena. - disse seco.

– Tem ideia da gravidade da situação? É um deus que quer destruir a Terra!

– Eu sei muito bem. - o jovem ariano fechou a porta. - é por isso que Atena foi clara. Ela quer manter uma linha de defesa caso algo saia errado.

Seiya bufou.

– Não está preocupado com ela? Com seu mestre? E vocês? - olhou para Hyoga e Shiryu.

– Estamos Seiya. - disse Hyoga. - mas aprendemos a confiar na força deles e no julgo de Atena.

– E aquelas pessoas que passaram pela barreira? Um estralar de dedos e todos morrem.

– Será que tenho que te nocautear para ficar em silêncio?

A porta foi aberta de uma vez e de forma brusca. Shina estava com a expressão fechada.

– Estou ouvindo suas lamentações do corredor!

– Você também! Deveria está no santuário não aqui!

– Seiya, - a voz de Kiki saiu mansa. - todos estamos sentindo o mesmo que você. Para um cavaleiro ficar fora do combate enquanto tem uma guerra é revoltante, mas tente entender o lado de Atena. Se lembra de Hades? E se tivessem morrido na Exclamação de Atena feita pelos dourados? Quem levaria a armadura de Atena a ela?

O cavaleiro de Pegaso ficou em silêncio.

– Shion entrará em contato quando for o momento Seiya. - disse a amazona. - por enquanto só nos resta esperar.

Ele olhou para os companheiros que compartilhavam a mesma ideia da italiana.

– Está bem. - sentou no sofá, ao lado de Shiryu. - vamos aguardar.

O.o.O.o.O

Ares estava tendo dificuldades em segurar o ataque de Einlin, mas hora alguma recuou. Estava perto de conseguir seu objetivo, não morreria ali. Elevou seu cosmo ainda mais.

– Outra Dimensão!

O ataque fez com as energias fossem sugadas, mas Einlin não se importou.

– Você é forte. - disse.

– Ainda não viu nada, mas meu objetivo não é mata-lo.

– E o que quer?

– Eu quero ver a Hell.

– Como? - indagou surpreso. Hell que acompanhava a luta também ficou surpresa.

– Tenho uma proposta a fazer a ela.

– Um cavaleiro de Atena? - a voz saiu com desdém.

Traga-o.– a voz feminina ecoou pelo salão.

– Mas Hell... - olhou para "cima".

É uma ordem.

– Sim senhora. - voltou a atenção para Ares. - venha.

O grego sorriu, finalmente seus planos estavam encaminhando. Einlin seguia na frente, mas sempre atento a qualquer movimento do geminiano. Atravessaram salões até chegar ao que seria o principal.

Ares arregalou os olhos ao ver no alto um pentagrama contendo as cinco armas divinas. A figura piscava em dourado e a quantidade de energia ali envolvida era absurda. Ficou imaginando aquele poder em suas mãos.

– Ande.

A voz de Einlin o trouxe para a realidade. Quando voltou a atenção, viu a figura de negro, cercada por seus guerreiros.

– É muita petulância. - Andrasta aproximou. - ajoelhe-se diante dela!

– Eu não me curvo perante ninguém. - disse frio.

– Mandei ajoelhar!

Andrasta deu uma cotovelada em Ares, fazendo-o ajoelhar. O revide viria na hora, mas o grego precisava continuar frio.

– Não há necessidade Andrasta. - disse Hell olhando o geminiano com interesse. - fico é surpresa com um cavaleiro de Atena vir até a mim.

– Não sou cavaleiro de Atena. Não me compare a aqueles capachos.

– Como ousa falar assim... - Andrasta elevou a mão.

– Andrasta. - a voz de Hell saiu fria.

Ele calou-se afastando. Ares riu internamente, aquele guerreiro era o tipo que queria impressionar. Um Seiya da vida...

– Se não é cavaleiro, como quer que o chame?

– Ares. - levantou, e a deusa não se importou.

– Muito bem Ares. O que quer?

– Fazer um acordo.

Os presentes ficaram surpresos.

– Que tipo de acordo? - indagou Aryeh desconfiando.

– Um que beneficiará a nós dois, senhorita. - ignorou o guerreiro. - Nós temos um objetivo em comum: que é a morte de Atena. Nada mais justo que nos ajudar.

Hell olhava fixamente para Ares.

– E por que eu confiaria em você? Posso muito bem agir sem precisar da sua ajuda.

– Digamos que é por isso. - apontou para Seren. - está certo que hoje estão fracos, não que eles tinham sido fortes algum dia, mas, - a fitou. - os capachos podem ser uma pedra no sapato. Além do mais, nada me deixaria mais satisfeito que todos mortos.

– Muito pouco a oferecer. - disse Seren. - posso mata-lo Hell?

– Quer ser o primeiro a conhecer o inferno dos gregos? - sorriu cinicamente. - Hades gostará de te conhecer. Ainda mais que o derrotaram...

– Ora...- cerrou o punho.

– Se eu aceitasse seus préstimos o que queria em troca?

– Três coisas. A primeira é ser o soberano do mundo grego, claro sob suas ordens.

– Segunda.

– Depois que o selo abrir e se não precisar mais eu gostaria de ter o báculo de Atena.

– É algo a se pensar posteriormente. Terceira?

– Trancafiar para sempre a consciência de Saga. Quero ser dono desse corpo, sem chance dele voltar.

Os guerreiros continuavam em silêncio. Aquele homem não era confiável. Se traiu a deusa o qual protegia o que diria de Hell.

– Ficará preso até eu deliberar. Creio que não vai se importar, se está disposto a ficar contra a Atena isso faz parte do processo. Talvez eu vá querer uma prova.

– Estou sob suas ordens.

– Einlin leve-o.

Ares colocou as mãos para frente em sinal de "rendição."

– Vamos.

Saíram por uma porta lateral.

– Andrasta e Alfarr coloquem os quatro para fora do castelo. Se acordarem nesse ínterim use a força. Seren e Kalisha vão cuidar desses ferimentos, Erda vai ajudar.

Foram cumprir as ordens. Quando todos saíram Aryeh aproximou.

– Ele não é confiável senhora.

– Sei que corro esse risco, mas ele não pode fazer nada sozinho.

– Vai dar o que ele pede?

– Um de cada vez. Primeiro vou dar a terceira coisa que ele quer: a anulação da outra consciência e ele fará de tudo para conseguir. - olhou para o pentagrama. - inclusive destruir o único ponto dourado que ainda lhe resta.

– Ponto dourado?

– Sim...

O fitou. Aryeh olhou fixamente para os olhos azuis, em sua mente foi jogada uma imagem. Ficou completamente surpreso.

– Mas... Hell... ele chegará ao extremo...

– Vá a Kálfar. - cortou-o. - Deixe as tropas de Nordor avisadas.

– Sim senhora.

Einlin seguia atrás de Ares dando-lhe as instruções pelo corredor estreito. As celas estavam desocupadas e o guerreiro colocou Ares na primeira.

– Quando Hell deliberar viemos te buscar.

– Tudo bem. - caminhou para o fundo da cela. - esperei por doze anos para ter a minha vingança posso esperar algumas horas.

– Eu não confio em você.

– Quem tem que confiar é a Hell. - rebateu.

Einlin não disse nada indo embora.

Alfarr pegou Mu e Miro colocando-os para fora, assim como Andrasta.

– Hell deveria nos deixar mata-los. - disse Andrasta.

– Ela quer mandar um recado para Atena. Já terminamos vamos.

Sumiram.

Mu sentia uma leve dor de cabeça. Estava zonzo e só com o tempo percebeu que estava caído ao relento. Olhou para os lados não reconhecendo o local logo de inicio.

– Onde...? - viu os amigos. - Pessoal! - ainda zonzo foi até Afrodite. - Dite. Dite.

– Mu... - os olhos fecharam por conta da claridade. - onde estamos....?

– Do lado de fora do castelo. - levantou indo até o espanhol. - Shura. Shura.

Ele abriu os olhos.

– Que lugar é esse Mu?

– Fomos colocados para fora. - foi até Miro. - Miro.

O grego também despertou. Sentia o corpo todo doer.

– Estou todo quebrado... - passou as mãos pelo cabelo. - o que estamos fazendo aqui?

– Hell nos expulsou. - disse o ariano fitando o portão.

– Mas nós precisamos..

– Não Shura. - disse Dite. - do jeito que estamos seriamos inúteis. Precisamos avisar Atena sobre essa entrada.

– Cadê o Ares? - Miro olhou para os lados.

– Está dentro do palácio. - disse o sueco.

– E fazemos o que? Será que o mataram?

– Ares morto... - Shura deu um sorriso sarcástico. - vaso ruim não quebra.

– Não fazemos nada. - Dite deu as costas. - vamos embora.

– Mas Dite... - murmurou Mu. - e se tiver acontecido algo? E se ele realmente...

– Espero sinceramente que esteja morto, pois se tiver feito outra coisa, Kanon ficará decepcionado.

– Que outra coisa? - indagou Shura.

Dite não respondeu, mas entenderam na hora. Se aquilo tivesse acontecido, os problemas aumentariam.

O.o.O.o.O

A madrugada seguia alto, os cavaleiros seguiam em vigília. As meninas tentavam dormir, mas estavam agitadas demais pelos acontecimentos.

Atena continuava sentada no trono, não falara uma única palavra a horas. Rodrigo tentou por inúmeras vezes ao menos faze-la alimentar, mas todas sem sucesso. Estava muito preocupado com o estado dela.

A deusa só saiu do estado de letargia quando começou a sentir alguns cosmos. Rapidamente os cavaleiros que estavam espalhados foram para o salão do trono.

O grupo de Mu apareceu...

– "Mu!" - Ester jogou-se em cima dele.

– Oi...

– "Está ferido!!"

– Não é nada.

Heluane foi até Dite.

– Mal sarou de um já arranjou outros. - disse balançando a cabeça.

– Foi de propósito. - sorriu. - é para passar mais tempo com você.

Marcela ficou assustada com o estado de Miro.

– O que houve? - tocou o rosto dele.

– Estou precisando de uma massagem urgentemente. - a beijou.

Julia aproximou de Shura com os olhos rasos. Ele estava sangrando e pela forma que segurava seu ombro direito deveria está sentindo muita dor.

– Shura...

Ele colocou sua testa a dela.

– Como é bom te ver bem.

Cris olhava para os lados, será que Ares não queria entrar? Kanon fazia-se a mesma pergunta.

– Cadê o Ares?

Os quatro ficaram em silêncio. Atena, ainda sentada, tentava não chorar. Tinha sido péssima ideia mandar seus cavaleiros para o campo de batalha. Agira de forma errada.

– O que aconteceu Afrodite?

Rodrigo suspirou aliviado, ela dissera algo.

– Conseguimos encontrar uma entrada para Hellheim.

– Sério? - indagou Aiolos.

– Ela era protegida por uma barreira, mas Ares a derrubou. O castelo dela é grande, mas não tem proteção aparente. Infelizmente não conseguimos achar o selo, fomos interceptados por seus guerreiros.

– Também fomos atacados. - disse Deba.

– Inclusive aqui. - disse Mask. - levaram a Megas.

– A minha adversária foi a Erda. Ela ainda não tinha se mostrado a nós.

– Ela está no meio da lista. - disse Shaka.

– Que lista? - indagou Shura.

Shaka contou sobre a conversa com Aryeh.

– Os guerreiros dela são fortes Atena. - Dite a fitou. - vamos precisar de força para derrota-los.

– E Ares?

Novamente o silencio.

– O que houve com o meu irmão? - Kanon temia o pior.

– Não sabemos. - disse Miro. - ele entrou na frente e não mais saiu. Não sabemos o que aconteceu, mas... - silenciou, era melhor não falar. Nem ele queria acreditar nessa hipótese.

– Mas o que? - indagou a mineira.

– Kanon e Cris eu sinto muito. - Dite mediu as palavras para não magoa-los. - mas acho que Saga, alias Ares, se aliou a Hell.

A mineira ficou paralisada. Kanon e Atena perderam a cor. Ares junto a Hell?

– Não pode ser. - Atena levantou. - ele não poderia...

– Ares é capaz de tudo Atena. - disse Shion. - se isso for verdade temos um grande problema. Ele sabe tudo sobre o santuário.

– Ele não faria isso. - murmurou a brasileira. - ele não seria capaz de... - calou-se, não queria acreditar. - o Saga não... - saiu correndo.

– Cristiane! - gritou Juliana.

– Deixe. - Kamus respirou fundo. - se isso for verdade ela precisa digerir.

Atena começou a andar de um lado para o outro. Armas roubadas, ela sem cosmo, seus cavaleiros debilitados e Ares ao lado de Hell, era o fim. A Terra seria destruída. Ela será destruída.

– " Não... não pode acontecer..." - pensava atordoada. - "ela vai ser destruída."

– Saori. - Rodrigo tocou o braço dela.

– Me solta. - puxou o braço. - não toque em mim.

Kanon ficou em silêncio, Saga não faria isso. Era tudo obra de Ares!

– Nem que eu tenha que quebrar as duas pernas eu o faço voltar. - começou a andar em direção a porta.

– Kanon não pode sair assim. - Suellen tentava segura-lo.

– Me solta Su. Eu vou trazer o Saga de volta! Onde fica essa maldita entrada?! - olhou para Mu.

– Não vai a lugar algum Kanon. - a voz de Aiolos saiu imperativa. Shion ficou admirado e por conta disso, ficou em silencio.

– Claro que vou!

– Diante da situação seu lugar é aqui. Se for atrás de Ares vai ser morto e na altura do campeonato não podemos perder ninguém.

– Posso até morrer mas trago Saga de volta!

– Fique onde está Dragão Marinho. Está sob solo de Atena tem que obedecer as nossas ordens.

A fala de Aiolos deixou a todos impressionados. Ele parecia até Shion no exercício do cargo.

– Ninguém sai desse santuário sem a minha autorização.

Os olhares assustados foram para Shion, que apenas meneou a cabeça afirmadamente. Aiolos seria o novo mestre, já estava na hora dele assumir as rédeas.

– Atena, nós...

A única que parecia não escutar era Atena. A deusa estava completamente alheia, perdida em seus pensamentos pessimistas. Para ela tudo tinha acabado, não havia mais esperanças, Hell tinha tudo ao seu favor. Os habitantes da Terra, seus amados cavaleiros, as meninas, Fernando e Rodrigo seriam mortos e ela não poderia fazer nada para evitar.

Saiu correndo.

– Saori! - Rodrigo foi atrás.

Ela entrou em seu escritório trancando a porta. Assim que viu um vaso lançou contra a parede.

– Saori! - bateu desesperado na porta ao ouvir o som. - abra a porta.

A resposta foi algo mais chocando-se contra a parede. Os cavaleiros mais os brasileiros se juntaram ao baiano.

– Vou buscar um calmante. - disse Marin saindo, jamais tinha visto Atena nesse estado.

– Saori, abre.

– Deixe-a. - disse Shion. - o lado humano dela precisa extravasar. Aiolos, Dite e Mu, no meu escritório agora. Quero detalhes sobre a fortaleza.

O sentimento de todos ali era de angustia. Atena estava trancada, estavam feridos pela batalha e um deles tinha traído a confraria. A situação não era nada animadora.

O.o.O.o.O

Depois de deixar Ares na cela, Einlin foi cuidar dos ferimentos de Seren, Kalisha e Erda. A jovem ruiva olhava sorridente para o guerreiro.

– O que foi? - ele indagou.

– Nada de mais... é que não canso de admirar seu dom. - nunca dissera as claras, mas gostava de Einlin.

– Pelo menos serve para alguma coisa. - disse sem ficar animado. - eu não pude salvar... - lembrou-se do seu jovem discípulo.

– Mas está nos ajudando. - Kalisha treinava chutes com a perna para testa-la. - estou novo em folha.

Einlin sorriu.

– Estão todos bem, vamos para o salão principal. Não vejo a hora do selo abrir.

Hell examinava minuciosamente a Megas Depranon. Aquele poder faria o selo abrir em poucas horas.

Aryeh apareceu ao lado dela.

– O exercito só aguarda sua ordem, senhora.

– Ótimo. - elevou o cosmo chamando os demais guerreiros. - Seren, Erda e Kalisha estão bem?

– Sim senhora. - Seren respondeu pelos três.

– Quero que se preparem, quando a Megas for incorporada ao pentagrama a energia levará apenas alguns minutos para ser liberada.

A deusa fechou os olhos, ascendendo seu cosmo, o pentagrama brilhou intensamente. A Megas parecia reagir ao movimento pois começou a emanar um grande cosmo. Mentalmente Hell chamou seu tridente, uma vez que colocaria a arma de Chronos no lugar. Quando a substituição foi feita, o pentagrama emitiu um brilho que cegou a todos por alguns minutos. A luz diminuiu, mas o pentagrama começou a piscar.

– Falta muito pouco. - Hell sorriu. - muito pouco.

– Quanto tempo ainda para o selo abrir? - indagou Kalisha.

– Depois de o levarmos para Asgard, cerca de quatro horas. O mundo será meu. - segurou com força seu tridente. Os olhos brilhavam de felicidade. - vou subjulgar todos. Traga o cavaleiro.

Assustaram com a ordem.

– Mas a senhora...

– Está na hora dele provar a lealdade.

No subsolo, Ares estava sentado no canto da cela. O olhar estava perdido em um ponto qualquer. Estava pensativo, pois Saga não se manifestara desde a hora que encontrou a mineira na fonte e aquilo era anormal. Aquele idiota sempre estava presente, torrando sua paciência... Será que tinha percebido que era inútil continuar resistindo?

– "Mesmo que não tenha desistido, será por pouco tempo. Saga deixará de existir."

Foi tirado de seus devaneios por Aryeh. Ele o escoltou até o salão principal. Sua visão foi para o pentagrama. Ele estava mais poderoso do antes.

– Mandou me chamar?

– Pretendo de dar as três coisas que pediu, mas antes quero uma prova.

– A cabeça de Atena?

– Não. - sorriu. - algo mais simples. Quero que traga o cavaleiro de Áries.

– Como? - foi a pergunta de todos os presentes.

– Aquele lemuriano será muito útil a mim. Traga-o e terá o que quer.

– Se é apenas isso que quer...

– Em prova, que estou disposta a aceita-lo...

Hell estralou os dedos. A armadura de Gêmeos ficou negra com detalhes em dourado. Seu cosmo aumentou consideravelmente.

– Esse poder só manifesta contra meus inimigos. - observou.

– Voltarei em breve. - fez uma leve mesura.

Foi a conta de Saga dar as costas, Andrasta cercou a deusa.

– Por que quer o cavaleiro?

– Não posso contar com o ferreiro "oficial", ele será capaz de fazer um serviço para mim.

– Ele é um descendente muito distante dos primeiros lemurianos senhora. - disse Alfarr. - creio que não sabe mais a arte de consertar armaduras divinas.

– Eu sei disso. Mas não foi só por isso que o quero aqui. - andou em direção a escada. - queria muito ver a expressão de Atena ao ver seus cavaleiros brigarem entre si.

O.o.O.o.O

No escritório Shion recebia todas as informações sobre a fortaleza de Hell. Diante dos fatos, já pensava seriamente em convocar os cavaleiros de bronze.

Os cavaleiros com suas respectivas namoradas estavam esparramados pelo templo. Fernando estava com Marin. Julia com todo cuidado aplicava uma compressa morna no ombro direito de Shura. O cavaleiro recebia o cuidado em silêncio.

– Ainda dói?

– Um pouco. - olhava para o braço esquerdo. - eu fui capaz de lançar a Excalibur, mas foi bem fraco.

– É falta de costume. Daqui a pouco ela sairá tão forte quanto a do direito.

– Assim espero.

– Eu tenho certeza. - deu um selinho no local lesionado.

– O que eu faço com você? - brincava com as madeixas vermelhas. - se te levo para o abrigo ele é atacado, se fica aqui...

– E se me amarrar a você? - sorriu. - seria o local mais seguro.

– Aí que não luto direito. É sério Julia... está ficando muito perigoso e estou com medo que algo te aconteça.

– Não se preocupe. - deu um selinho nele. - no final tudo vai dar certo.

Rodrigo continuava na porta do escritório. Estava menos tenso, pois já não ouvia mais os barulhos dos objetos indo a parede....

... Atena estava sentada no sofá, com o rosto baixo, apoiado no colo. Seu escritório estava parcialmente destruído por conta do descontrole do seu lado mortal. Saori simplesmente estava desesperada, ainda mais sem Niké ao seu lado. Jamais tinha imaginado passar por uma situação como essa. Estava tão alheia a tudo que nem se importou com uma materialização a sua frente.

– Chegou ao fundo do poço. - a voz saiu penalizada, mas brincalhona.

– O que está fazendo aqui? - indagou seca, sem olhar a pessoa.

– Vim intermediar um encontro, já que seu santuário está revirado e a barreira está muito esquisita. Diga Atena, resolveu ser como os humanos e ter um dia de fúria?

– Diga logo o que quer Afrodite. - a fitou com os olhos duros. - daqui a poucos os meus cavaleiros...

– Fiz uma barreira. Não podem nos escutar. - sentou em outro sofá. - Não sabia que tinha tanto apreço pelos humanos.

– O Olimpo pouco se importa não é?

– Claro. - deu nos ombros. - para nós os humanos... o que a Hell fizer não nos interfere em nada.

– Vá embora Afrodite.

– Já disse que vim intermediar um encontro. Não te interessa ouvir as palavras de Ananké?

A expressão do rosto de Atena mudou na hora.

– Ela veio até aqui?

– Está do seu lado. Acalme seu cosmo.

Atena respirou fundo e aos poucos foi acalmando seu espírito. Não demorou muito para que ela visse Ananké ao seu lado.

– Ananké... - sorriu.

– Já fiz minha parte. - disse Afrodite. - e quero recompensa por isso. Cavaleiros de Virgem, Libra e Áries. - deu um sorriso malicioso. - como será ter três homens exóticos na cama?

– Obrigada Afrodite pode ir.

A deusa mandou um beijo para Atena e sumiu. Ananké sentou ao lado de Atena. A deusa primordial da Inevitabilidade aparentava uma senhora de cinquenta anos. Os cabelos negros estavam presos por um coque trabalhado, os olhos vermelhos brilhavam intensamente.

– Seu cosmo está desequilibrado e mais fraco. Precisa deixar seu lado imortal mais aflorado. - segurou nas mãos dela. - espero que minhas noticias te animem um pouco.

– E quais são?

– Consegui uma solução para o que me pediu, sobre os mortais que passaram pela barreira. Desculpe a demora em entrar em contato, mas levou alguns dias até encontrar as respostas.

– Obrigada. - sorriu. - mas isso agora se tornou a menor das minhas preocupações.

– Eu sei. - a fitou fixamente. - é a deusa da sabedoria, não acredito que não tenha encontrado uma solução. Logo uma pessoa tão estrategista como você.

– Infelizmente... e não posso contar com a ajuda dos outros. - levantou. - nem posso exigir muito dos meus cavaleiros, eles já fizeram muito por mim.

– Se não encontra ajuda nos seus, procure ajuda externa.

– De quem? - indagou sem esperanças.

– Hell pertence ao panteão das terras do norte. Com certeza deve ter alguém que não lucrará com a vitoria dela.

Atena ficou em silêncio. A linha de raciocínio de Ananké tinha lógica.

– Ela deve ter algum inimigo. - disse a deusa. - mortal ou um deus.

A jovem Mitsui começou a andar pelo escritório. Todos os deuses têm inimigos em maior ou menor grau e não seria diferente com ela. Mas quem? O nome veio num estralo. Olhou imediatamente para Ananké que sorriu.

– Você só precisava deixar seu lado imortal falar.

– Obrigada. - Atena ajoelhou aos pés dela, beijando-lhe as mãos. - sua presença sempre me conforta.

– Eu não fiz nada. Meu único objetivo era trazer a solução sobre os mortais.

– E agradeço muito por isso. Sei que agora eles podem ir e tudo estará seguro. Mas obrigada por clarear minha mente.

– E o que fará?

– Preciso da ajuda de uma velha amiga.

O.o.O.o.O

Na fortaleza, Hell acompanhava a evolução do pentagrama. Faltava pouco para a energia ser aberta e o selo ser levado até Asgard. A partir daí em poucas horas a Arris seria aberta.

– Sua querida Terra está com as horas contadas, Atena...

O.o.O.o.O

Shion e Aiolos estavam a portas fechadas em seu escritório. Depois de ouvir os cavaleiros recolheram-se para meditar. Nessas situações graves o melhor lugar era Star Hill, mas a montanha não existia mais.

Kanon estava sentado em uma das varandas. Tentava ficar calmo, mas o sumiço de Ares o preocupava muito. Ele realmente tinha se aliado a Hell? Ares já o dominava a tal ponto de comandar por completo suas ações?

– Saga vai voltar. - disse Suellen, cariciando o rosto dele. - tenho certeza.

– Eu queria muito acreditar nisso. - murmurou.

– O Saga vai voltar Kanon. - disse Cristiane aproximando. - ele vai voltar. - sorriu. - e com o velho discurso: eu não mereço... - a mineira imitava-o.

Kanon riu.

– Só você para me fazer rir.

– E eu? - Su protestou.

– Você entendeu. - deu um selinho nela.

Rodrigo ainda continuava na porta. Há minutos não ouvia nada e aquilo era muito estranho.

– Foda-se as ordens!

Afastou o corpo e girou-o, metendo um chute na porta. Ficou impressionado pelo estado do escritório. Parecia que um tornado tinha passado por ele, mas o que era pior... Atena tinha sumido.

– Put @#$%&!

Rodrigo saiu correndo indo em direção ao escritório de Shion. Nem bateu na porta.

– Shion!

– O que foi? - indagou Aiolos vendo o estado dele.

– Atena sumiu.

Em segundos o escritório da deusa estava cheio. Shion não cansava de perguntar ao baiano se ele não tinha a visto sair.

– Pela milésima vez! Eu não saí de perto dessa porta!

– Levaram a Atena. - disse Miro. - e foi aqueles desgraçados.

– Mas sentiríamos o cosmo. - disse Aioria.

– O filho de uma rapariga do Andrasta queimou o alojamento. - disse Mask. - se ele entrou daquela vez é bem capaz de ter entrado de novo. Eles vieram aqui roubar as armas!

Marin andava pelo cômodo, arregalou os olhos ao ver um papel com a letra de Saori.

– Mestre. - levou até Shion.

– Façam silencio. - pegou o papel. - Shion e meus cavaleiros. Tive que sair urgentemente, tentarei ser rápida por isso peço, ordeno, que não deixem o templo. Nem cavaleiros, nem as meninas, Fernando e Rodrigo. São minhas ordens. Não deixem o templo! Atena.

– Atena saiu? - indagou Jules sem entender.

– Levaram-na! - exclamou Deba. - foi a Hell.

– Precisamos ir atrás dela imediatamente. - disse Kanon.

– Faremos dois grupos. - Aiolos tomou as rédeas. - e...

– Silencio!

A voz de Shion saiu grave. Todos os olhares dirigiram para ele.

– Marin.

A japonesa nem se mexeu.

– Vá ao abrigo e repasse o plano de emergência com os moradores. Quero que fique com eles e não saia sob hipótese alguma. É uma ordem. Fernando vai com você.

O mineiro ficou surpreso.

– Mas mestre... - murmurou a amazona.

– É uma ordem. - a voz saiu autoritária.

– Sim senhor.

– Aldebaran. - olhou para o taurino. - leve as meninas e o Rodrigo para a Arena Dourada. Só saia de lá quando eu mandar. Inclusive vocês. - olhou para as meninas. - qualquer desobediência será duramente punida. Não importa se cavaleiro ou um de vocês.

No cômodo o silencio era sepulcral, ainda mais com ordens tão duras.

– Formarei grupos, - retomou a palavra. - Kamus, Afrodite, Giovanni, Dohko, Kanon, Mu e Miro a missão de vocês é parar os sete guerreiros de Hell a qualquer custo. A qualquer custo. - repetiu lentamente. - Shaka, você ficará encarregado de achar e destruir o selo, Aiolos será encontrar Atena e Shura, Aioria e eu vamos abrir caminho para vocês dois. Cada um tem sua missão e não quero desvios. Shaka e Aiolos não importa o que aconteça a nós, vão continuar nas suas missões, estamos entendidos?

– Sim. - disseram os dois ao mesmo tempo.

– Não importa o que aconteça, vamos até o final.

As meninas olhavam assustadas. O plano de Shion poderia tirar a vida de seus golds.

– Marin e Aldebaran, prestem atenção nisso. - fitou os dois. - podemos ter dois resultados distintos. Primeiro cenário: destruição do selo e sem sobreviventes em ambos os lados. - todos olharam assustados para Shion. - traga Seiya e os outros para o santuário. Aldebaran você ficará encarregado de arrumar e treinar novos aspirantes. Marin comandará o santuário.

Arregalaram os olhos ao ouvir aquilo. A japonesa ficou pálida. Shion estava falando sério?

Há alguns dias, o ariano havia notado o comprometimento da amazona com os assuntos do santuário. Estava até pensando em revogar o treinamento dela em ser a futura amazona de Peixes e faze-la auxiliar de Aiolos ao lado de Dohko. Diante de uma situação extrema, como aquela, ela seria a melhor pessoa para reconstruir o santuário, já que Aldebaran por seus conhecimentos seria o tutor de todos os novos aspirantes.

– Espero que honre o posto de primeira matriarca do santuário. - sorriu.

Ela nem respondeu, tamanho choque.

– Segundo cenário: nem o selo, nem Hell foi destruída, mas nós sim. Convoque Seiya e os demais. Sem Atena, Poseidon conseguirá destruir a nossa barreira. Aldebaran leve os moradores e as meninas para fora de Atenas e rezem. Estamos entendidos?

Balançaram a cabeça confirmando ainda anestesiados com as novas ordens, mas mal tiveram tempo de digerir as informações. Começaram a sentir uma poderosa cosmo energia e pior, conhecida.

Correram para o salão do trono.

– Olá capachos de Atena.

Ficaram pasmos ao ver a pessoa. Kanon ficou pálido e Cristiane paralisada.

Era Ares, mas seu cosmo estava muito maior e sua armadura negra.

– Saga...? - murmurou a brasileira sem entender.

O.o.O.o.O

Fazia anos que não pisava naquelas terras e curiosamente elas continuavam as mesmas.

– Atena.

A grega virou-se. Sorrindo ao ver a governante daquele ponto remoto da Terra.

– Hilda.

Trocaram um afetuoso abraço.

– Fiquei surpresa quando disse que viria para cá. Veio sozinha?

– Sim e, por favor, não conte a ninguém que estou aqui.

– Como quiser. - estranhou. - em que posso ajudar?

– Conseguindo um encontro com Odin.

O.o.O.o.O

Os guerreiros de Hell estavam numa sala adjacente, aguardando novas ordens. O clima era de suspense pois a qualquer momento o selo seria aberto.

– Esperamos por tantos milênios esse selo abrir, que agora não tenho a menor noção do que pode acontecer. - disse Seren.

– Será a liberação de muita energia. - disse Einlin. - em Kálfar todos estão aguardando a destruição do selo.

– Apenas será a coroação de tudo que passamos. - observou Kalisha. - fomos mortos por Odin, será a nossa revanche.

No salão do selo, Hell entoava cânticos, faltava muito pouco para a energia do selo ser liberada.

– ...shya yurimn.

Ao final da última palavra o pentagrama parou de brilhar. Hell com um grande sorriso afastou-se para não ser envolvida. No chão da fortaleza, começou a ser desenhado cinco símbolos formando uma pentagrama. As armas, suspensas, começaram a girar em alta velocidade. Uma grande esfera de luz propagou-se pelo salão. Os guerreiros sentiram, indo rapidamente para o salão.

– Não se aproximem ou podem morrer. - disse Hell.

– O selo está abrindo?

– Apenas a energia está sendo liberada. Em poucas horas podemos levar o selo para Asgard e aí ele poderá ser aberto.

As armas pararam de girar, parando em cima de cada símbolo no chão. Quando a última arma pousou sobre o símbolo, um brilho dourado intensificou formando uma coluna de luz que subiu até os céus. Ao atingir uma considerável altura, começaram a ouvir um barulho que vibrava em sintonia, toda vez que a torre, liberava uma onda de energia.

Hell não parava de sorrir, aquela energia seria dela.

O.o.O.o.O

No salão do templo, todos estavam em choque ao verem Ares.

– Essa armadura negra significa que se aliou a Hell. - disse Kamus profundamente decepcionado.

– Ela tem condições de realizar o meu desejo.

– Saga, seu grande idiota! - Kanon partiu para cima dele.

– Kanon! - gritou Shion.

O marina fechou o punho concentrando sua energia nele, Ares não esboçou nenhuma reação e por isso acabou levando o soco, contudo ele sequer se mexeu.

– Toda sua raiva se resume nisso? - Ares o fitou.

– Desgraçado! Eu vou matar você!

– Não podia antes, muito menos agora.

Ares simplesmente expandiu seu cosmo, jogando Kanon perto dos demais cavaleiros.

– Kanon! - Shura o acudiu.

– Kanon. - Su ajoelhou ao lado dele.

– Por que eu não estou surpreso. - disse Shion com a expressão séria.

– Por que conhece a minha verdadeira natureza, grande mestre. - a voz foi com ironia.

– Saga. - a voz da mineira ecoou. - Saga.

– O que eu lhe disse sobre ele garota. - a fitou com desprezo. - ele está trancafiado aqui, - apontou para a cabeça. - e se a Hell cumprir o que prometeu me livrarei dele.

– Do que está falando? - indagou Afrodite.

– Hell irá lacrar a consciência de Saga para sempre. Serei dono absoluto desse corpo.

– Não... - os olhos marejaram.

– Saga não existe mais Cristiane.

– Se é, não medirei esforço para te mandar para o inferno. - disse Shaka.

– Quer experimentar?

Ares liberou seu cosmo.

– Explosão Galáctica!

– Muralha de Cristal - gritaram os dois arianos.

Se a Explosão já tinha um grande poder destrutivo nas mãos de Saga, seu poder era ainda maior com Ares fortalecido. A energia negra/dourada bateu com violência contra a muralha, espatifando-a instantaneamente. A onda destruidora mataria os brasileiros, mas Shaka interveio.

– Kahn!

A barreira de cosmo protegeu a todos. Ares suspendeu o ataque.

– Continua excepcional Shaka.

– O que veio fazer aqui desgraçado. - Miro cerrou o punho. - veio atrás de Atena.

– Não e por falar nela...

– A levamos para um lugar seguro. - disse Aiolos antes que alguém dissesse o contrário.

– Fizeram bem. - sorriu cinicamente. - meu objetivo não é Atena e sim levar esse esquisito. - apontou para Mu. - Hell necessita dele.

Olharam para o ariano.

– Sinta-se agraciado, seus dotes como lemuriano chegaram aos ouvidos de Hell.

Shion ficou receoso, o que Hell estava tramando?

– Por que o Mu?

– Não faço ideia. - Ares deu nos ombros. - você pode ser o mais velho, mas deve ser o mais fraco. Não interessa o motivo. Você virá por bem, ou vou ter que matar alguns para te convencer? Que tal começar pela surdinha.

Mu passou na frente de Ester.

– Vai ter que nos matar para leva-lo. - disse Mask.

– Não seja por isso.

O geminiano ergueu o braço direito, apontando o indicador. Cinco raios de energia foram em direção a Shion, Giovanni, Miro, Aioria e Shura. Foram ao chão.

As meninas entraram em pânico. Fernando passou a frente de Marin, temia que Ares fizesse algo a ela.

– Vai vir comigo, ou terei que ser mais duro? - fitou Mu.

– Eu vou com você. - temia que Ares matasse alguém.

– "Não." - Ester segurou o braço do ariano.

– "Será melhor Ester."

– Não vamos entrega-lo tão facilmente. - Kamus elevou seu cosmo. - Pó de Diamante!

– Rosas Piranhas!

Ares apenas sorriu.

– Outra Dimensão!

Dite e Kamus foram atingidos.

– Até agora estou sendo bonzinho se não quer que eu os mate venha Mu. - a voz endureceu.

– Eu vou.

– Nem um passo Mu. - disse Deba. - vai ter que nos matar. - fitou o geminiano, os punhos estavam cerrados e abrilhantados por uma luz dourada. Todos nos recinto começaram a sentir o cosmo de Aldebaran que estava bem fraco, mas presente.

– Tem certeza mesmo Touro? Só porque seu cosmo está voltando acha que pode contra mim? Se quiser tentar...

Ares dobrou sua energia, se queriam morrer, faria a vontade deles. Despejaria tanto poder, que não sobraria templo. Pouco se importava se os brasileiros estivessem no meio, pouco se importava se ela estava no meio.

– Explosão Galáctica!

O templo tremeu, Shaka começou a liberar sua energia, pois se não o fizesse todos morreriam.

– Kahn! - gritou dessa vez abrindo os olhos.

O impacto foi muito maior que o primeiro. Cada dourado protegeu sua menina, Afrodite protegeu Cristiane e Juliana e Marin aos dois brasileiros.

Ares não parou de despejar seu novo poder, obrigando Shaka a aumentar o seu, contudo o virginiano tinha um limite. Não poderia elevar seu cosmo ao máximo sob a pena de sentir dores pelo corpo e era isso que começava a acontecer em suas pernas. E o peito, sentia uma forte dor no peito.

– Shaka... - murmurou Juliana sentindo que o amado não estava bem. - ele não vai aguentar...

– "Mas que droga Saga." - pensou a mineira.

Ela saiu de perto de Dite. Protegendo o rosto por conta da ventania parou ao lado de Shaka.

– Afaste-se Cris.

Ela o fitou. Era incrível não ver nada, apenas sentir a forte ventania que era capaz de arrasta-la.

– Para Ares. - pediu, mal conseguindo abrir os olhos por causa do vento. - para, por favor.

– Por que eu deveria? Se eu mata-lo a única resistência de Atena vai cair.

– Apenas pare, por favor.

Ares parou. Shaka foi de joelhos ao chão, as pernas doíam muito.

– Shaka. - Juliana o acudiu. - está bem?

– Sim...

Aiolos fitava o geminiano chocado, ele havia parado por causa do pedido dela?

– Já contou com a sorte Mu. - disse, mas olhando para a mineira. - não vou atender um próximo pedido.

– Está bem...

– Não mesmo! - Dohko partiu para cima de Ares. - Cólera de Dragão!

– Que saco...

Ares foi mais rápido que o libriano e lhe deu dois socos e um chute, levando-o ao chão. Aproveitou para derrubar o único que ainda estava de pé que era Aiolos. Depois de leva-lo ao chão, apareceu de repente na frente de Mu.

– Vamos.

– "Não." - pensou Ester agarrando o braço do namorado.

– Diga para ela sair se não eu a mato.

– "Ester, por favor."

– "Não pode ir com ele, eles vão mata-lo."

– Sai daqui menina chata.

Usando seu poder mental, Ares jogou Ester longe. Ela caiu perto de Miro, Dite e Marcela.

– Seu crápula. - cerrou o punho. - Rev...

Ares segurou anulando o ataque.

– Quer saber? - deu um chute nele. - vou mata-la.

Ele caminhava até onde Ester estava. Marcela abraçou o escorpião, estava com medo de virar um alvo.

– Não toque nela Ares! - gritou Kanon.

– Não me atrapalhem! - expandiu seu cosmo, derrubando os que estavam de pé.

– Droga... "que poder é esse que ele ganhou... - Aiolos olhava para Ares que fazia questão de andar lentamente até a carioca. - "ele vai mata-la... e não há nada que o faça parar..." - arregalou os olhos. - "ah não ser..."

Cristiane olhava penalizada para o homem de armadura negra. Não poderia deixar Ares fazer algum mal a Ester. Saga não era assim. Passou correndo por de trás de algumas pedras, chegando a Ester.

– Deixa-a em paz. - parou na frente dela.

Ares a fitou forma fria, no salão, aproveitavam o momento de distração de Ares, para planejarem um contra ataque.

– Já disse que vou com você. - Mu levantou. - não precisa machuca-las.

O geminiano ignorou o comentário, o olhar frio estava pousado na mineira.

– Eu disse que passaria por cima de você. - ergueu o punho.

– Só assim vai conseguir tocar nela. - disse.

– Que seja. - Ares deu um tapa na mineira jogando-a de lado.

No exato momento Ares foi atingido no ombro e no braço. Eram três orifícios. Miro estava com a unha vermelha.

– Eu já cansei desses truques. - expandiu seu cosmo, derrubando-os. Foi até Mu e o acertou mais forte deixando-o inconsciente. - deveria ter feito isso antes.

Abriu uma fenda dimensional, arrastando o ariano para lá. Antes de passar, virou-se para a brasileira, vendo-a no chão sentiu um pouco de remorso.

– "Droga... Hell precisa tirar isso de mim..."

Atravessou o portal.

O.o.O.o.O

Hilda levou Atena para seu escritório. A deusa contava os últimos acontecimentos para ela.

– Não imaginei que a Hell fosse tão forte. – disse a nórdica.

– Por isso preciso de sua ajuda. Como representante de Odin deve possuir uma comunicação direta com ele. Ou até mesmo ir a Asgard.

Hilda levantou de onde estava.

– Eu ainda estou viva e por conta disso Asgard me é inacessível. Eu não posso passar por Brisfot.

– Mas há uma maneira de chegar a esse local?

– Sim. Esse palácio tem um ambiente sagrado. Ele faz ligação direta a Brisfot, mas como disse, como ainda estou viva sou proibida de usa-lo.

– E seu atravessasse?

– Não imagino as consequências. É arriscado Atena.

– Mas é a única forma de chegar a Odin. Acredito que ele possa me ajudar a derrotar Hell. Por favor Hilda é a minha única esperança.

– Está bem. Venha comigo.

A representante de Odin levou Atena ao ponto mais alto do castelo, quando passaram por um corredor aberto, sentiram um tremor de terra.

– Aqui tem terremoto?

– Não...

As duas voltaram a atenção para a torre de luz que enxergaram a centenas de quilômetros. Pela distancia viram-na como uma linha amarelada, mas por sentirem o cosmo, perceberam que não era efeito provocado pelos homens.

– Aquela direção é da localização do castelo de Hell... – murmurou Hilda. – ela conseguiu liberar a energia do selo.

As duas trocaram olhares apressando. Se a energia estava liberada seria questão de tempo Hell abrir o selo. O cômodo não era grande, não havia janelas e o único detalhe do lugar era o símbolo de Odin esculpido no chão.

– Leve isso. – Hilda entregou novamente o colar usado pelos cavaleiros. – Odin irá reconhecer que chegou lá através de mim. Agora repita comigo: Heimdall deixe-me passar.

– Heimdall deixe-me passar.

Atena repetiu. Nos primeiros segundos nada aconteceu, depois uma espécie de tornado envolveu a deusa. Ela olhou para cima, vendo nuvens e raios. Boa sorte, foram as únicas palavras de Hilda que ouviu antes de ser sugada.

Atena piscou os olhos várias vezes, antes de perceber onde estava. Era um local em formato de hexágono, iluminado por uma luz prateada. Ela olhou para cima, vendo o céu estrelado.

– Seja bem vinda.

A voz grossa chamou-lhe a atenção. De pé num pedestal, viu um homem alto, ruivo, trajando uma armadura semelhante as dos guerreiros deuses.

– Você deve ser Heimdall, o guardião de Brisfot.

– Sim.

– Eu sou...

– Eu sei quem você é, - saiu do pedestal caminhando ate a grega. – Pallas Atenea, deusa grega da sabedoria e guerra, filha de Zeus.

Fez uma leve reverencia, deixando-a surpresa.

– Venha, Odin a aguarda.

– Como...?

– Eu vejo e ouço tudo o que se passa na Terra. Venha.

O.o.O.o.O

Ester olhava desesperada para o local que Saga havia aberto. Ela levantou correndo indo até lá.

– "Mu! Mu!" - retirava as pedras.

– Ester. - Marcela a segurou pelos ombros para que ela a encarasse.

– "O Mu... o Mu..." - apenas pensava, pois o tablet tinha se perdido na confusão. - "o Mu..." - os olhos encheram de água.

– Nós vamos acha-lo. - a abraçou. - nós vamos acha-lo.

– Droga! - Miro deu um soco no chão. - é sempre assim! Chegam aqui e fazem o que querem! Droga! - deu outro soco.

– Não podemos ficar aqui, - Dohko tomou a frente. - Não temos ideia do que Hell quer com o Mu, ainda mais com esse sumiço de Atena.

– O que faremos mestre? - indagou Aioria.

Shion ficou em silêncio por alguns segundos, a variável Ares era muito importante para a equação.

– Aiolos venha comigo. Os demais aguardem.

– Mas... - murmurou Dohko.

– Não é hora para agir por impulso Hian. - disse. - venha Aiolos!

Não tendo escolha concordaram.

– Mas que droga! - Deba deu um soco numa pilastra, sem cosmo sua mão seria estraçalhada, mas ficaram surpresos ao verem o buraco.

– Sua força está voltando... - murmurou Bel encantada ao ver o estrago na pilastra. - você é forte.

– Isso nos anima Deba. - Shura segurou no ombro dele. - com seu cosmo poderemos ter uma chance.

– Obrigado. - sorriu.

Kanon não ouvia nada. Estava sentado num canto.

– Kanon... - Su agachou diante dele.

– Não tem mais jeito Suellen. O Saga... se foi.

– Não foi ainda Kanon. - disse Cris. - eu sei que ele ainda está lá.

– Desculpe Kanon e Cristiane, mas Saga não existe mais. - Giovanni sentou. - Ares o dominou por completo.

– Como pode afirmar isso? - indagou a mineira.

– Saga jamais levantaria a mão contra você.

Ela ficou em silêncio.

– Kanon sabe que diante disso... - murmurou Shaka.

– Eu sei. - respondeu resignado. - sei que será preciso.

– Preciso o que? - perguntou Sheila.

– Se Ares continuar como nosso inimigo ele terá que ser morto. - disse Shura.

As meninas olharam entre si.

– Não há outro jeito? - o olhar de Paula foi para a mineira.

– Infelizmente não. - Dohko ainda queria ter esperanças, mas...

Ficaram em silêncio. As coisas pareciam que nunca iriam melhorar, pois era fatos ruins atrás de fatos ruins. O italiano abaixou a cabeça, ainda sentia-se cansado por causa da batalha contra Andrasta, mas o peito estava doendo.

– Está tudo bem? - Helu ajoelhou diante dele.

– Está... - acariciou o rosto. - é apenas a idade.

Shaka também se sentou, tinha se esforçado muito, mas o que era pior era a dor no peito. Sentia-o pesado a cada minuto. Juliana percebeu o desconforto.

– Algum problema?

– Não. - sorriu. - só me esforcei muito. Vai passar.

– Tem certeza?

– Sim.


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Notas finais do capítulo

Asgard: é o reino dos deuses.

Heimdal: guardião do Brisfot, a ponte arco íris. Sua visão e audição são muito aguçadas.



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