A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 49
Perigo




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Kanon recebia os últimos cuidados de olhos fixos no irmão. Saga continuava dormindo e isso o preocupava. Saga poderia acordar como Saga ou... Balançou a cabeça de forma negativa. Isso não aconteceria.

– Ele vai acordar Kanon. - disse Suellen.

– O problema não é ele acordar Su e sim como. - sentou na cama.

– Não entendi.

– Esquece. - segurou a mão dela. - obrigado.

– Sente-se melhor?

– Meu pé esquerdo. Eu torci.

– Vou buscar algo para você tomar.

– Fica aqui. - segurou o braço dela. - não está doendo tanto assim e prefiro que fique pertinho de mim.

– Manhoso. - passou os braços pelo pescoço dele. - o que Atena fará agora?

– Quando todos tiverem sido cuidados uma reunião. - acariciou o rosto dela. - precisamos traçar um contra ataque.

– Vai lutar?? E seu pé?

– Ele vai melhorar. Não se preocupe com isso está bem? Preocupe-se em fazer um bom jantar para mim. - deu um sorriso lavado. - eu preciso de uma boa refeição.

– Esta demorando... - revirou os olhos.

– Eu também te amo. - sorriu.

O.o.O.o.O

Miro levou Marcela para seu quarto. Com todo o cuidado a deitou.

– Quer alguma coisa?

– Uma blusa, essa está toda suja. Pega na mala.

O escorpião pegou uma blusa de algodão branca. Com todo o cuidado retirou a blusa suja e manchada.

– Estou tirando sua roupa sem pensar besteira.

– Miro... - sorriu.

Sorriu também, voltando a atenção para o peito dela, mas não os seios e sim um pequeno orifício acima deles. Não estava sangrando, nem nada, mas estranhou o machucado.

– Pare de olhar para os meus peitos.

– Não estou olhando seus peitos. - acabou de vestir a blusa. - quer que eu fique aqui?

– Claro! E se a caveira louca voltar?

O grego riu.

– Está certo. É dever do escravo proteger a sua senhora. - tirou as ombreiras, o peitoral, as costas, a saia e a proteção das coxas.

Marcela arredou, para que ele acomodasse.

– Pode dormir sossegada, vou me manter vigilante.

– Obrigada.

Marcela sentiu as pálpebras pesarem.

O.o.O.o.O

Aldebaran trazia os olhos fixos no teto de gesso. Apesar dele ser decorado com várias figuras, não prestava atenção nelas. Sua mente estava na batalha de mais cedo. Não fez nada para ajudar Shion, sequer conseguiu defender-se.

Mabel terminava com as últimas faixas, notando o olhar perdido dele.

– O que foi?

– Nada...

– Como nada? Está com uma expressão abatida. Dói algo?

– Não Bel... - com dificuldade sentou. As pernas doíam, provavelmente estava impossibilitado de correr. - só estou pensando na minha situação. É muito humilhante para um cavaleiro, não ser capaz de proteger o santuário e sua deusa.

– Ricardo...

– Eu não posso fazer nada. - a fitou. - não passo de um homem comum... eu não consegui nem protege-la!

– Você é um excelente cavaleiro. - segurou o rosto dele entre suas mãos.

– Eu fui Bel... no passado... um cavaleiro sem cosmo, não vale nada. Mesmo com todos os problemas, os outros conseguem ao menos lutar e eu? Sou apenas um peso morto.

Bel ficou penalizada, o orgulho de um cavaleiro era seu cosmo e Deba estava privado disso. Não era justo com uma pessoa tão honrada como ele.

– Você vai reverter isso.

– Como? Se nem Atena conseguiu. Uma guerra batendo a porta e eu não posso fazer nada.

– Cadê aquele homem otimista por quem me apaixonei?

Deba deu um fino sorriso.

– As vezes você esquece que é o cavaleiro de Atena. No anime todo, o que mais ouço que são os cavaleiros da esperança e dos milagres.

– Eu era Bel... a realidade é bem diferente agora. - suspirou. - mas obrigado pelo incentivo. Ficaria pior se não estivesse aqui comigo.

– Eu sempre ficarei do seu lado. - o tomou nos braços. - sempre.

Bel ficou preocupada. Hell não tinha apenas atingindo-os fisicamente, mas também moralmente. Tinha certeza que os demais cavaleiros, cada um ao seu grau, sentiam a mesma impotência perante o inimigo.

O.o.O.o.O

Paula esparramou na cama macia. Seu corpo até relaxou ao contato do lençol de cetim.

– Está se sentindo melhor?

– Estou.... - sorriu. - você também precisa descansar. Recuperar os ferimentos.

– Depois. - Shion beijou-lhe a fronte. - na qualidade de grande mestre preciso traçar uma estratégia.

– Ela vai voltar? - indagou preocupada.

– Precisamos nos preparar se isso acontecer. - caminhou para a porta. - não saia daqui. - disse sério.

– Está bem...

Antes de sair do aposento, o ariano foi até o banheiro da sauna. Mirou-se no grande espelho. O rosto alvo estava manchado com um roxo abaixo do olho esquerdo. Braços estavam enfaixados e as pernas... teve que usar a telecinese para levar Paula para o terceiro andar.

– Mestre Hakurei... estamos em desvantagem... - soltou um suspiro desanimado. - o que eu devo fazer?

Não quis usar seu poder para descer, pois precisava poupar todas as energias.

No jogo de escadas que conduzia ao segundo andar, viu o vulto do cavaleiro da sétima casa.

Dohko havia levado Juliane para um dos quartos. A jovem não acordou no trajeto. Delicadamente o libriano a deitou, jogando um fino lençol nas pernas. Puxou uma cadeira, sentando ao lado. Só sairia de perto dela quando acordasse.

– Dohko.

O libriano olhou para trás, ficando triste ao ver o estado do amigo.

– Se o Manigold o visse assim, zuaria sua cara.

– Ele perdia o amigo, mas não perdia a piada. - Shion deixou o corpo cair sobre o sofá. - como ela está?

– Melhor. Só descansando. E a Paula?

– Dormindo.

– Não pensei que o santuário fosse atacado. - voltou a atenção para Jules. - tudo de uma vez, a vinda delas, a consagração do Aiolos, esse ataque...

– Você foi muito duro com ele Dohko.

– Eu sei... - suspirou. - vê a Jules assim, me deixou perturbado.

– Saiu do racionalismo para sentimentalismo. Deixou o que sentia por ela subir a cabeça... Aiolos é um jovem inexperiente.

– Fiquei doido mesmo. Não sei o que seria de mim se algo acontecesse a ela...

– Hian Hohko completamente apaixonado.

– Como se fosse só eu... - sorriu.

Dohko e Shion sentiram o cosmo de Atena chamando-os.

– Atena deve está muito abalada com isso. - o chinês levantou, um pouco sentido por ter que deixa-la sozinha.

– Precisamos reunir nossas forças e acabar com a ambição da Hell. Vamos convocar todos.

Minutos antes no andar de cima...

Atena terminava os últimos curativos em Rodrigo.

– Está apertado? - indagou dando um laço numa faixa.

– Não... tem as mãos de deusa. - sorriu de forma marota. - e você?

– Me sinto melhor. Eu preciso convocar uma reunião agora. Chame as meninas que estiverem em condições de acompanhar. Todos precisam ficar a parte.

– Vai fazer agora?

– Em meia hora. Eu preciso de um banho.

– Posso ir junto? - sorriu com maldade.

– Não é hora para isso. - ficou vermelha.

– Só vou ensaboar suas costas. - levantou as mãos. - eu juro!

– Sei... - levantou. - vem.

O.o.O.o.O

Kalisha havia retornado conforme ordens de Hell. A deusa o aguardava em seu aposento.

– Mandou me chamar senhorita Hell? - fez uma leve reverencia, Aryeh deu um suspiro desanimado.

– Sem formalidade Kalisha. - o fitou sorrindo. - preciso de sua força.

– Em que posso ser útil?

– Quero que me acompanhe. Enquanto resolvo um assunto quero que se encarregue de manter a escoria ocupada.

Tanto Aryeh quanto Kalisha a fitaram sem entender.

– Vou buscar dois presentinhos.

Andrasta andava de um lado para o outro. O que Kalisha fazia ali se estava em missão com Alfarr?

– Parece uma barata desse jeito. - disse Erda aparecendo no corredor.

– Seu rabo.

– Olha o palavriado. - balançou a cabeça negativamente. - Não é algo que se diga a uma dama.

– Uma dama que dar o rabo.

– Inveja mata...

Andrasta a fitou com desdém.

– Só porque Einlin te come? - riu com sarcasmo. - grande coisa.

– Contenha a língua Andrasta. - Einlin surgiu com a expressão fria. - Hell não iria gostar que falasse assim da Erda.

O irlandês ficou em silêncio. Como detestava todos os outros guerreiros de sua senhora. O certo seria ser apenas ele. Hell o recrutou primeiro! Teria que gozar de mais direitos.

– O que Kalisha faz aqui? - indagou mudando de assunto. Com Einlin tinha que tomar cuidado, ele era superior a ele em poder.

– Não faço ideia. - o guerreiro da Preocupação parou ao lado de Erda. - de certo que está precisando de seus serviços. Não se julga tão intimo, vai lá perguntar a ela.

Não disse nada, dando meia volta. Trancou-se em seu quarto.

– Eu não confio nesse homem. - disse Erda, abrindo a porta de seu quarto.

– Nenhum de nós confiamos nele, mas a Hell confia....

– Ele não seria louco de fazer algo a ela ou seria? - fez sinal para que ele entrasse.

– Hell vai dar o que ele quer. - Einlin fechou a porta atrás de si. - Andrasta é uma pessoa fácil de manipular. Pessoas ambiciosas demais costumam tropeçar na própria sede de poder.

– Posso encarar como palavras de um grande clérigo? - sorriu.

– Esse clérigo morreu há muitos anos. - disse sério.

Milênios atrás

Território onde hoje se encontra a Finlândia

O jovem finlandês estava refugiado numa gruta, após a intensa batalha entre os exércitos de Wotan e Hell. Sendo um dos soldados da deusa infernal, Einlin, foi o único que sobreviveu a essa batalha. Seus ferimentos eram profundos, mas nada que seu poder especial não pudesse resolver. Einlin era um homem incomum, nascido com um dom. O dom da cura...

Meses atrás...

A túnica arrastava no chão, era velha, mas era o único pertence que tinha e não se importava com isso. Em sua mente, tudo que necessitava era apenas um cajado e sua túnica para proteger do frio e do vento. Os dedos estavam calejados pela longa caminhada, mas estava feliz. A vegetação verdejante despontava em seus olhos. Já podia ver a fumaça, vindo das casas da vila onde nasceu.

– Chegamos senhor Einlin. - disse seu jovem aprendiz. Um garoto de doze anos.

– Enfim em casa, Any. - disse brincando com os cabelos loiros do rapaz.

Einlin era o jovem clérigo da vila Tidys e dos arredores. Era órfão de pai e mãe e desde pequeno foi criado pelo comerciante da cidade. E desde novo mostrava-se especial, por conta do dom que possuía. Com a imposição de suas mãos ele era capaz de curar as pessoas. Einlin era admirado por todos pelo seu poder e caráter e um desses admiradores era o pequeno Any, um jovem órfão que resgatou de um acidente numa vila distante dali. Infelizmente não conseguiu salvar seus pais, mas o salvou.
Foi recebido com festa.

–Seja bem vindo Lin. - disse um velho senhor.

– Obrigado pai.

– Vô Lie. - o garoto pulou no colo dele.

– Cada dia mais pesado Any.

Os três passaram a tarde juntos, com Any contando sobre a ultima viagem pelas terras do oriente.

– Por que não vai brincar com os meninos da vila? - indagou Einlin ao garoto.

– Posso?

– Claro.

Não precisou repetir, o menino saiu em disparada.

– Ele é um bom garoto. - disse Lie.

– É sim. Pai, notei algo diferente na vila, os mais velhos estão mais quietos.

– Você estava no Oriente não ouviu os rumores?

– Quais?

– Asgardianos e os gigantes entraram em guerra novamente e ao que parece ela está espalhando por todas as regiões.

– Ouvi algo sobre isso, mas pensei que fosse apenas rumores... essa guerra não chegará aqui. Eles não tem interesse.

– Assim espero meu filho.

Os dias passaram sem maiores problemas. Einlin retirou-se por dois dias, para meditar nas montanhas, deixando Any aos cuidados do pai. Quando voltou, encontrou sua vila dizimada.

– Pai!! - atravessou as ruelas em chamas. - pai!

Sua casa estava em chamas. Mesmo sofrendo com o fogo entrou sem hesitar. Encontrou o pai debaixo de uma pilastra de madeira.

– Pai!! - tentou tirar a pilastra. - pai!!

Não respondeu pois já estava morto.

– Any!! Any!!! - gritou pelo garoto. - Any!!!

Olhou em todos os lugares, ele não estava em casa. Foi para rua, não havia ninguém vivo. O que tinha acontecido?

– Socor...ro.

Einlin escutou o gemido vindo da casa ao lado, ao entrar deparou-se com tres corpos ao chão, sendo um deles de Any.

– Any!! Any!!! - o pegou trazendo-o para fora. - Any!!

– Ein...lin...

– Você está bem? O que aconteceu?

– Eles... os asgardianos... - tossiu uma bola de sangue.

– Não diga nada. - Einlin impôs as mãos sobre a barriga dele, de onde saia uma grande quantidade de sangue.

– Ein... po-de me curar? Você pode...?

– Fique calmo. - o finlandês viu saindo das mãos a tradicional luz azulada, mas ela não parecia fazer efeito em Any. - aguente firme. - concentrou-se mais, mas nada acontecia. - " Por que? Por que não está funcionando?"

– Einlin... eu sinto frio...

– Não feche os olhos Any!! - gritou desesperado. - não feche os olhos Any!!

O jovem ainda tentou, mas o pequeno Any não resistiu.

– Any! Any!

– É inútil humano. - disse uma voz. - ele foi ferido por uma arma divina, seus truques não funcionam.

– Não... - olhou para as mãos.

– Não fique triste, se juntará a ele.

Tudo que Einlin sentiu foi o corte da arma de Meili...

.... Einlin ficou entre a vida e a morte, sendo encontrado por um contingente de Hell. Foi levado para as terras de Loren, onde se tornou soldado. Não revelou a ninguém que possuía o dom da cura, mas pelo fato de conseguir curar a si mesmo, ganhou ironicamente o apelido de clérigo. Não era partidário aos gigantes, mas se juntou ao exército para se vingar do deus que matou seu pai e Any. Por conta de ter sobrevivido a uma sangrenta batalha foi levado ao palácio de Hell.

Einlin trazia a cabeça no chão. Hell o fitava com curiosidade.

– Ouvi falar que tem o poder de curar-se é verdade?

– Sim. - disse seco.

– Erga o rosto.

Ele obedeceu, fitando a deusa diretamente, seu olhar desviou por segundos para a mulher ao lado. A mulher também o fitou.

– Qual é o seu nome clérigo?

– Einlin. - voltou a atenção para Hell.

– De onde é?

– Das terras ao oriente.

– Tem uma habilidade incomum Einlin. - Hell levantou-se do seu trono, caminhando na direção dele. - bem incomum para um humano.

– Em que posso ser útil senhora? - queria que aquela conversa terminasse logo.

– Além do dom que possui sei que luta muito bem. Não quer se juntar aos meus generais?

– Infelizmente nesse tipo de utilidade terei que dizer não.

– Como se atreve? - Andrasta tirou a espada bainha.

– Andrasta. - a voz de Hell saiu fria. - sei que se juntou ao meu exército por vingança. Mas apenas como um soldado não poderá vingar a morte de seu pai e da criança.

Einlin arregalou os olhos amarelos ao ouvir aquilo.

– Se quer vingança torne-se um dos meus generais.

Pensou por alguns minutos. Se pudesse ao menos ferir gravemente aquele deus já estaria satisfeito.

– Eu aceito.

– Boa resposta. - deu as costas. - Erda leve-o.

A mulher aproximou parando a pouco dele. Não conseguia tirar os olhos das íris vermelhas.

– Eu sou Einlin.

– Eu sei quem você é. - a voz saiu fria. - venha.

Kalisha sorria satisfeito.

– Será uma honra Hell.

– Esse guerreiro pode saber aonde sua senhora vai? - indagou Aryeh.

– Não se preocupe, Ary. – o jovem tocou nos ombros dele. - Hell está comigo, está segura.

– Pensei que fosse o contrário.

– Ei! - ralhou. - eu sou um guerreiro! Não sou garoto!

– Parecem crianças. - Hell sorriu. Gostava do jeito impulsivo de Kalisha, juventude. - vamos Kalisha. Estou indo para a Grécia. - fitou Aryeh. - mais precisamente para a área portuária da cidade.

O.o.O.o.O

Ester era uma das poucas que tinha se ferido menos nos embates. Ela e o ariano estavam sentados no jardim das rosas. A brasileira trazia o olhar para seu tablet. Horas antes ele era um equipamento inútil.

– Eu sinto muito. - disse o ariano. - queria fazer algo por você... - referia-se ao seu problema.

– "Tudo bem Mu." - o fitou sorrindo. - "o que importa é que essa nossa comunicação não foi afetada."

– Foi muito corajosa. - a abraçou. - ajudou Atena.

– "Mesmo sem ter cosmo, eu não poderia ficar parada... o que vai ser agora?"

– Eu não sei Ester... - suspirou soltando-a. - estávamos tão acostumados a paz que agora estamos meio perdidos. Eu pelo menos estou.

– "Atena e Shion saberão o que fazer."

– Assim eu espero. Vocês aqui... nós sem os nossos poderes... não temos ideia do poder de Hell e isso é preocupante.

– Vocês são mais fortes que ela.

– Nós éramos Ester. Os doze dourados não possuem a mesma força de antes e temo pelo que possa te acontecer. E se eu não conseguir te defender?

– "Não sofra por antecipação." - deu um selinho nele. - "tudo vai se resolver."

Dentro do templo, Marin recebia informações sobre a vila. Felizmente ninguém tinha se ferido. Com o auxilio de dois guardas, traçava o plano de evacuação, por enquanto era melhor os moradores ficarem fora da vila. Fernando num canto acompanhava tudo. Quando Marin despachou as últimas ordens aproximou-se dela.

– Os moradores sempre foram evacuados?

– Não. Essa será a primeira vez. Quando a guerra contra Hades acabou, uma das decisões de Atena foi construir um abrigo subterrâneo. Ela não queria que os moradores sofressem mais com guerras.

– Tem um abrigo aqui? - indagou surpreso.

– Sim Nando. Fica debaixo da vila e estou pensando seriamente em pedir para Atena que se junte a eles.

– Por que?

– Ficarei mais tranquila se estiver lá. Creio que os dourados ainda não tomaram esse atitude pois esqueceram do abrigo. Até a própria Atena esqueceu.

– Eu prefiro ficar aqui com você.

– Eu prefiro que siga para o abrigo. Fernando é uma guerra. Shion e Kanon... a Sheila... viu o estado dela? Não quero arriscar.

As únicas duas pessoas que ainda estavam em tratamento eram Sheila e Cristiane. A mineira continuava inconsciente e com febre e aquilo preocupava Heluane, não mais que o estado de Sheila. Ela havia acordado, mas devido aos fortes remédios, adormeceu. Aiolos continuava ao seu lado.

– Se quiser dar uma volta, eu fico aqui. - disse a fluminense.

– Prefiro ficar aqui. Como ela está?

– Bem. - tentou sorrir, mas não conseguiu. Sheila estava muito machucada e sem bons recursos temia pelo pior. Não havia contado a ninguém, mas suspeitava que ela estava com hemorragia interna. Mesmo com Kanon absorvendo o impacto, Sheila tinha um corpo normal. - ela vai se recuperar.

– Obrigado. - Aiolos sorriu. - por tudo.

– De nada.

Mask estava sentado numa cadeira. Não tinha arredado o pé. Helu sentou ao lado dele.

– O estado dela não é bom não é? - disse fitando-a.

– Não... - murmurou, mas sem olha-lo. - preciso ministrar alguns remédios. - levantou. - e essas meninas que não ficam quietas...

– Descansa. - segurou a mão dela. - você precisa descansar um pouco.

– Depois. - soltou-se.

Mask ficou sério. Ela não tinha tantos machucados, mas não havia parado um minuto. Era visível em seu semblante o cansaço.

Bel deixou Deba descansando um pouco. Os remédios ministrados por Helu haviam feito efeito e agora ele dormia. A brasileira passava pelo corredor quando viu Dite se dirigindo para a sala de jantar, achou esquisito a coloração avermelhada no braço dele. Sem pensar duas vezes foi até a "enfermaria" principal e pegou um par de luvas, mais faixas e esparadrapos.

O sueco sentou em uma das cadeiras examinando o sangramento, não queria preocupar ninguém, por isso refugiou-se naquele lugar.

– Tentando se esconder.

O cavaleiro olhou para trás assustado.

– Bel??

– Não precisa correr tampouco dizer que não precisa de cuidados. - foi logo puxando a cadeira. - vou cuidar de você.

– Não é nada. Eu devo ter encostado em algum lugar...

– Gustavv...

– Sério. E meu sangue também é venenoso.

– Afrodite. - Bel pôs as luvas. - mostre o braço.

– Mabel...

– Mostra. - disse séria.

Sem alternativa esticou o braço.

– A Helu viu isso?

– Não...

– Se passar mal, como vai cuidar de nós? - o fitou divertida, enquanto pegava alguns remédios. - Atena precisa da sua elite.

– Já foi a época que fomos elite... - disse triste.

A brasileira limpava o corte. Aldebaran dissera a mesma coisa. Não imaginava que eles estivessem tão fragilizados. Sempre vistos como homens firmes e agora...

– Para mim continuam a elite. - aplicou um liquido na ferida. - serão sempre os cavaleiros de ouro de Atena.

– Está nos vendo com olhar de fã. Precisa nos ver com olhar racional Bel.

Ela o fitou.

– Não somos tão novos mais e a maioria de nós está com sequela. É uma luta desigual. E no meio dela vocês. - tocou no rosto dela. - eu espero sinceramente que Atena encontre uma maneira de tira-las daqui.

– Mas a barreira...

– Atena encontrará uma forma.

Shura levou Julia para um dos quartos vagos para trocar alguns curativos. O cavaleiro fazia o serviço em silêncio.

– "Deve está pensando na barreira..." - pensou a paulista.

E o espanhol pensava mesmo. Na barreira e no seu braço. Desde que voltou a vida treinou para que seu braço esquerdo conseguisse executar a "Excalibur", mas não chegou ao resultado que queria.

Julia pegou no braço direito do namorado erguendo-o levemente, Shura não disse nada. Ela ergueu até certa altura quando percebeu o rosto contraído.

– Desculpe. - Shura só conseguia erguer até a altura do ombro.

– Tudo bem... entende agora a minha preocupação?

– El Cid perdeu o braço e mesmo assim...

– Eu não sou ele. - disse frio.

– Desculpe... - abaixou o rosto.

– Sei que está tentando me animar. - tocou o queixo dela. - mas eu sei da realidade.

– Não pode ser tão pessimista assim Esdras.

– Todas as variáveis estão contra nós.

– Não confia na força do seu cosmo?

– Não... - abaixou o rosto, voltando a atenção para o que estava fazendo.

Julia ficou em silencio, a falta de confiança em si mesmo seria um grande problema.

Gabe e Aioria estavam na porta do templo, o leão estava agarrado a ela.

– Estou apertando muito?

– Não... estou me sentindo bem. Estou preocupada mesmo é com a Sheila.

– O estado dela é delicado.

– E o seu irmão?

– Está ao lado dela. - a fitou. - ele levou um grande baque. Não quero nem pensar se algo a mais acontecer.

– Não vai acontecer nada. Tenho certeza que vão derrotar a Hell.

– É... - murmurou desanimado.

– O que foi?

– Não é nada Gabe.

– Como não? - o fitou.

– Essa inimiga... eu não a vi, mas o estrago que ela fez... viu o estado do Dite?

– Ei... - tocou o rosto dele. - pessimismo vindo de você? Logo do meu leão dourado?

– É uma guerra Gabe... - acariciou o rosto dela. - não tem noção do que pode acontecer.

– Não vai acontecer nada. - o abraçou. - vão vencer como sempre fizeram.

– Assim espero.

– Vamos ver se o Kanon melhorou? - indagou querendo distraí-lo.

– Deve está fazendo é safadeza com a Su. - sorriu.

– Saga está lá.

– Saga está dormindo. - deu um sorriso maldoso.

– Seu bobo.

Gabe nem se importou com a bobagem, preferia seu amor assim, sorrindo.

No escritório de Atena...

A cabeça latejava. Tentou abrir os olhos, mas não conseguiu. Na sua mente, apenas a cena da brasileira caindo e o desespero em tentar salva-la. Teve que usar o cosmo para conseguir envolve-la e não deixa-la bater violentamente contra solo. A consequência disso uma possível fratura nas costelas.

Os olhos verdes miraram o teto. Conhecia aquele lugar. O geminiano ergueu o corpo num rompante, arrancando todos os curativos dos braços e do peito.

– Saga! - exclamou Kanon sorridente.

O cavaleiro o fitou, um fino sorriso formou-se em seu rosto.

– Ares... - murmurou assustado.

O geminiano deu um salto da cama, saindo. Na porta trombou com Aioria e Gabe.

– Saga?

– Não deixa ele sair Aioria! - gritou Kanon.

O leonino não entendeu nada e por isso não o segurou. Ares abriu todas as portas, até chegar a biblioteca.

– Saga? - indagou Heluane.

Não respondeu, indo para onde a mineira estava deitada. Parou ao lado dela. Aiolos e Mask ficaram ressabiados.

– Como ela está?

– Só ferimentos leves. Apenas dorme.

Ares tocou o rosto dela.

– Tire as mãos dela! - gritou Kanon, chegando na companhia de Aioria.

– Vai me obrigar? - Ares sorriu de forma maléfica. Heluane ficou assustada.

– Não vou deixar você tocar nela Ares.

Mask e Aiolos tomaram posição na hora. Não hesitariam em ataca-lo caso fosse preciso.

– Seu poder não passa de um reles cavaleiro de prata, ainda mais ferido desse jeito. Mal consegue ficar de pé.

Cris mexeu, chamando atenção de todos no quarto. Ela despertou, sentando.

– Cristiane...

Ela olhou para o lado.

– Saga! - o abraçou, deixando o geminiano surpreso. - graças a Deus está bem.

– Não é o Saga.

– Não importa. - o abraçou mais forte.

Ares ficou surpreso, mesmo sabendo que ele era o outro, continuava a abraça-lo?

– Não escutou garota estúpida? - afastou-se. - sou o Ares.

– Eu sei.. estou aliviada... você está bem.

O cavaleiro a fitou receoso. Se ela sabia perfeitamente quem era, tinha que ter medo dele. Por que ela não tinha?

– Sua idiota. - afastou ainda mais. - vai se arrepender disso.

– Ares não deixaremos você ir atrás de Atena. - disse Aiolos.

– Atrás de Atena? - gargalhou. - Eu não preciso fazer nada. Hell vai mata-la e vou assistir de camarote!

Andou em direção a janela.

– Espere! - gritou Mask.

– Não se intrometam!

Apenas com um leve erguer de cosmo jogou Kanon, Aioria, Aiolos e Mask na parede.

– Ares.

Cris o chamou, o cavaleiro olhou para trás.

– Aonde vai?

– Não te interessa, mas não se preocupe, sua hora de morrer ainda vai chegar. Saga ainda está aqui. - apontou para a cabeça. - e vou te matar na frente dele com requintes de crueldade.

Saltou da janela.

– Ares!

– Isso é mal. - disse Aioria. - se não bastasse a Hell, Ares se manifestou.

– Precisamos avisar a Atena. - disse o italiano.

– Pessoal. - Marin chegou na porta. - Atena está chamando todos, inclusive as meninas que estão bem.

Todos olharam entre si. A reunião seria pesada.

Apesar dos destroços, a sala do trono era o melhor lugar para reunir. Dirigiram-se para lá, todos os dourados. Aiolos e Dohko ficaram um pouco relutante em irem, mas Helu prometeu ao sagitariano que tomaria conta de Sheila.

Rodrigo conduziu a deusa até uma cadeira.

– Obrigada pela presença de todos. – disse em tom baixo, visivelmente cansada. – e o Saga? Ainda não acordou?

Kanon abaixou o rosto. Se não bastasse a nova inimiga ainda tinha Ares.

– Temos um problema Atena. – disse Mask. – Ares manifestou.

– O que???!!! – exclamaram quem não sabia.

– Quando meu irmão acordou já estava como Ares. – disse o marina. – de certo ele aproveitou a inconsciência do Saga.

– Ele não aproveitou. – disse a mineira chamando a atenção para si. – ele já estava como Ares em Star Hill. – Cris contou tudo que aconteceu.

O semblante de Shion endureceu, aquilo seria um enorme problema. Não bastasse um inimigo de fora ainda teria que enfrentar um de dentro. Atena soltou um suspiro pesado.

– Não vão chamar o Seiya e os outros? – indagou Juliana.

Os olhares foram para a deusa.

– Não.

– Não??!! – exclamou Marcela. – mas...

Os dourados ficaram calados, pois já imaginavam as intenções de Atena.

– Não Marcela. Eles ficaram de fora, nem ao menos saberão o que está acontecendo. Eu preciso ter uma força fora daqui e que permaneça intacta até o ultimo momento. Envolve-los agora é jogar com todas as nossas peças e não podemos cometer esse erro. Shion mande um comunicado para Shina. Para ela, pode dizer toda a verdade, mas seja duro nas ordens, ela deve permanecer em Tokyo até segunda ordem. – disse autoritária.

– Sim senhorita.

– Precisamos ter mais informações sobre a Hell.

– Ela mencionou que o selo não pode ser aberto em qualquer lugar. – disse Dite. – apenas em lugares místicos. No caso Asgard.

– Sabe de algo de mitologia nórdica? – indagou Shaka.

– Quase nada. A única coisa que sei é que Odin é como Zeus para nós. Meus pais eram protestantes, não acreditavam nessas coisas.

– Hell só pode estar em Asgard. – disse Mu.

– Provavelmente. – Shion sentou-se, as pernas doíam um pouco.

– Ao que parece, - Atena tomou a palavra. – Hell ainda não tem a quinta arma. O que nos faz ganhar algum tempo.

– Nos arquivos do santuário tem alguma coisa sobre ela? Ou dos nórdicos? – indagou Kamus.

– Muito pouco. Os asgardianos nunca foram de embates contra nós. – disse Atena. – entrarei em contato com a Hilda, talvez ela possa nos ajudar.

O.o.O.o

Enquanto ocorria a reunião, Heluane olhava preocupada para Sheila. A febre não cessava.

– “Tinha que te levar para a enfermaria... mas com o santuário do jeito que está qualquer lugar é sucessível a perigos. Ainda mais com Ares a solta...”

Os pensamentos foram interrompidos pela porta.

– Cris?

– A Sheila está bem? – aproximou.

– Na medida do possível. Licença. – tocou na testa dela, estava quente. – você está com febre.

– É calor. – sorriu. – pode me emprestar algumas coisas?

– Que coisas? – estranhou.

– Para machucados.

– Para que Cris? – estranhou mais ainda.

– Eu preciso, por favor.

Helu a fitou seriamente para depois ficar alarmada.

– Não está pensando em ir atrás dele ou está???!!!!!! – só não berrou por causa de Sheila.

– É o Saga...

– Perdeu o juízo!!!???? – praticamente a balançou. – o cara quer te matar!!! Já tentou duas vezes!!!!!

– Por favor, Helu. Eu sei onde estou me metendo.

– A febre está afetando seus miolos! Sua louca!!!!

– Não está. Por favor... – implorou. – eu preciso trazer o Saga de volta.

A fluminense soltou um longo suspiro. Foi até suas coisas e preparou um kit para ela.

– Se eu não ajudar, você vai assim mesmo. – entregou uma sacola. – eu não me responsabilizo se chegar aqui toda quebrada! Já cuidei uma vez, não vou fazer de novo! – queria dar uns tapas nela.

– Obrigada. – sorriu.

– Vai antes que eu me arrependa, porque sei que vou arrepender...

– Não conta para ninguém.

– Você sabe onde ele está?

– Acho que sim. O único lugar que ninguém iria procura-lo é no alojamento queimado.

– E se não estiver lá ou até mesmo no santuário?

– Volto para trás.

O.o.O.o.O

Jules sentia o corpo todo mole, como se tivesse tomado algo para deixa-la grogue. Com dificuldade levantou, sentando na cama. Dohko não estava lá, alias não ouvia voz de ninguém. A passos lentos desceu, já no corredor escutou a voz de Atena.

Dohko prestava atenção quando notou Jules na porta.

– Não deveria ter levantado. – ele a apoiou.

– Estou bem. – sorriu.

– Está bem mesmo Jules? – Atena aproximou.

– Estou, só com um pouco de febre mas não é nada.

O libriano providenciou uma cadeira para ela. Atena acompanhava a movimentação. Era visível a preocupação do seu santo para com ela e aquilo a deixava extremamente inquieta. Enquanto a guerra fosse entre eles, poderiam correr todos os riscos, mas agora tinha as meninas, agora tinha Rodrigo. Talvez na próxima vez não teriam tanta sorte.

– Marin me alertou de algo, - a voz dela se fez presente. – apesar do santuário está “vazio”, temos os moradores de Rodorio, e eles não podem sofrer por uma guerra que não é deles. Shion, - olhou para o ariano. – quero que leve os moradores para os abrigos. Leve todos os guardas remanescentes para fazer a segurança.

– Sim.

– Eu posso ajudar. – Deba levantou a mão, queria ser útil de alguma forma.

– Eu também. – disse Aioria.

– Miro e Shura quero que levem as meninas para lá. Todos. – disse enfático.

Fernando, Rodrigo e as meninas olharam entre si.

– Nós não vamos ficar aqui? – indagou Isa.

– Não. Ficarão junto com os moradores. Será mais seguro.

Os brasileiros não queriam, já os dourados mais Marin adoraram a ideia.

– Providencie que seja o quanto antes. – olhou para Miro e Shura.

– Sim.

– Aiolos e Kamus... – realmente lamentou Saga não estar ali, ele seria de grande ajuda. – na biblioteca temos livros sobre o selo de Kaya. Descubram tudo que puder sobre ele, talvez achamos algo que posso para-lo.

Ester olhou para Mu, por mais perigoso que fosse a guerra, não queria sair do lado dele. E aquilo era o pensamento de todos ali.

O.o.O.o.O

Poseidon olhava o mar Egeu da varanda de sua mansão. A expressão estava séria, pois há horas tentava alguma comunicação com Atena e não estava tendo sucesso.

O rosto endureceu ainda mais, quando começou a sentir uma forte cosmo energia. O céu escureceu de repente.

– É uma honra conhece-lo, imperador dos mares.

O deus tomou a defensiva. Uma espécie de fumaça negra surgiu próximo a ele e foi condensando.

– Quem é você? - indagou ao se deparar com uma mulher.

– Sou a deusa Hell.

Sorento que estava no andar debaixo, quando sentiu o cosmo hostil, dirigiu-se rapidamente para o aposento de seu senhor.

– Senhor Poseidon! - abriu a porta num rompante.

– Fique onde está Sorento. - ordenou.

Hell sorriu.

– Eu trouxe alguém para brincar com ele enquanto conversamos. Kalisha.

Sorento e Poseidon apenas tiveram tempo de sentir um poderoso cosmo ao lado de Hell. O marina não teve tempo de revidar. A força foi tão forte, que seu corpo atravessou a parede do corredor caindo em outro cômodo.

– Sorento! - gritou o deus.

– Não se preocupe, Kalisha não vai mata-lo.

O.o.O.o.O

O lugar ainda continuava desolado por causa do incêndio de dias atrás, mas Cris sabia que Saga, ou melhor, Ares estava ali. Acabou por encontra-lo no último cômodo, sentado próximo a uma parede. Trajava apenas os braços e pernas da armadura. O dorso estava nu, com alguns cortes sangrando, inclusive os das costas.

– A pancada deve ter sido muito forte. - disse ao vê-la. - veio para morrer.

– Vim ver se estava bem.

– Melhor impossível. - o olhar era carregado de cinismo.

Cris não se intimidou aproximando do cavaleiro, ele analisava cada movimento dela, até ela se ajoelhar diante dele.

– O que quer?

– Você tirou seus curativos. Assim não vai se recuperar.

– Bobagem. - virou a cara.

Cris colocou a sacola que trazia nas mãos ao lado, retirando algumas faixas e as coisas necessárias para cuidar de ferimentos. Fitou o braço do cavaleiro que sangrava.

– Vou colocar curativos.

– Não precisa.

– Precisa sim! - disse enfezada. - dá logo esse braço.

Sem se importar ela puxou o braço do geminiano que a fitou surpreso.

– É uma idiota mesmo... - murmurou virando a cara, mas sem retira-lo.

A mineira não respondeu continuando os procedimentos em silêncio. Ares fitou o rosto dela, para depois fitar os cortes nos braços e nos peitos feitos em Gêmeos e os provocados pela queda. Olhou para o pescoço, apesar do tom de pele ainda podiam-se ver as marcas deixadas por ele. Ela deveria está morta por causa disso. Sentiu um pouco de remorso.

– Você é estranha, como pode gostar do Saga...

– Para ser sincera primeiro eu gostei de você...

Ele a encarou imediatamente.

– Você foi retratado primeiro, cometeu inúmeros crimes bárbaros, mas eu gostava de você. - o fitou. - só depois em Hades é que conheci o Saga "verdadeiro", um homem tão gentil...

– Um idiota você quer dizer. Como pode gostar daquele estúpido?!

– Do mesmo jeito que gosto de você. São uma única pessoa.

Ares ficou em silêncio, as palavras ditas por Saga em Star Hill ecoavam por sua mente.

– É uma idiota. - segurou no pescoço dela, mas sem por força, Cris não desviou o olhar. - idiota... - a soltou.

– Devo ser mesmo. - sorriu e aquele sorriso o incomodou. – as suas costas.

– Não precisa.

– Saga! Alias, Ares...

Surpreendendo-a ele virou. Os machucados naquela região eram feios.

– O guerreiro de Hell fez isso?

– Como se eu fosse perder para ele. – disse sarcástico. – isso é da maldita queda.

– Você caiu? – indagou sem entender, ele tinha não largado sua mão?

– Foi o impacto de ter te segurado. – disse impaciente.

– Você me salvou? – agora não estava entendo nada. Ele não queria mata-la? Ares também era bipolar?

– Maldição, fique calada!

Silenciou. Tinha que enfrentar Ares, mas tinha que tomar cuidado. Se quisesse trazer Saga de volta teria que agir com cautela. Voltou a fazer o serviço em silêncio. Primeiro limpou os ferimentos que ainda teimavam em sangrar, antes de transpassar uma faixa pelas costas e tórax. Ares estava em silêncio, apenas prestando atenção nos movimentos dela.

– Acabei.

– Não espere que eu agradeça. – disse ríspido.

– Sei que não vai. – começou a juntar os objetos, sentiu um pouco de cansaço.

Os olhos verdes e frios a fitavam intensamente, a ponto de deixa-la constrangida.

– “Você gosta dela.– a voz de Saga ecoou na mente. - não seja estúpido! Tudo o que eu quero é mata-la na sua frente. Será? Quer uma prova? Posso mata-la agora”.

– Você vai se aliar a Hell?

A pergunta dela o pegou de surpresa.

– Vou. Ela vai destruir tudo, não perderei a oportunidade de ver Atena morta.

– Não se importa com seus amigos? – o fitou.

– Amigos? – gargalhou. – aqueles idiotas? Só me importo comigo. – segurou o queixo dela. – eu não sou o banana do Saga. Felizmente a única coisa que temos em comum é a aparência, alias temos mais uma coisa. – o sorriso se tornou vil. – você. Saga quer que você viva. Eu quero que morra.

– Não vai descansar até conseguir não é?

– Não. – aproximou do rosto dela, a ponto de sentir a respiração ofegante dela, aquilo era medo. – posso me contentar se algum guerreiro de Hell te matar, me fará um favor, mas se não der, faço com as minhas próprias mãos.

Cris sabia que trazer Saga de volta seria muito difícil ainda mais se Ares aliasse a Hell. Seria praticamente impossível.

– Seu destino está selado... – notou o rosto dela quente, alias todo o corpo estava quente. – seus amigos não sabem nem cuidar de você. – disse irônico. – está febril. – a soltou.

– Não é nada... – sentiu um forte cansaço.

Ares estreitou o olhos, colocando as mãos na testa dela, estava muito quente.

– Qual é o seu problema?

– Nenhum. – tentou levantar, mas não conseguiu. – deve ser efeito dos remédios. – segurou no ombro dele para apoiar-se, Ares a segurou. – Obrigada.

Estava próxima demais e aquilo o incomodou. O incomodou muito, mas não se conteve.

O cavaleiro aproximou tomando-lhe os lábios de forma possessiva. Cris sabia que quem estava no comando era Ares, mas aquele beijo era bem diferente do dado em Gêmeos. Não chegava a ser terno como o de Saga, mas era carinhoso.

– A-res... - murmurou.

Ele a empurrou com força.

– Sai daqui! Sai!

Surpresa pelo gesto, pegou suas coisas saindo.

– Droga... – murmurou contrariado. – maldição!

O.o.O.o.O

Sorento sentiu na boca o gosto de sangue.

– Então você é um dos marinas que sobreviveu a luta contra Atena?

O marina ergueu o olhar deparando com um jovem de no máximo vinte anos. Era alto, provavelmente passando do 1,90. Os cabelos desciam longos num tom azul escuro. Os olhos eram negros. Sua armadura na cor negra lembrava a surplice de Aiacos de Garuda.

– Quem é você? - Sorento levantou, estranhando não sentir o cosmo dele. No aposento de Poseidon parecia tão grandioso.

– Sou Kalisha, guerreiro Ragnarok da Fome. E você?

– Sorento de Sirene.

– Espero que a nossa luta, valha a pena. - tomou posição.

Sorento o analisou friamente, apesar da pouca idade, ele parecia ser forte. Nem teve tempo de ponderar quais seria suas atitudes, sentiu uma grande quantidade de energia na altura do estomago. O impacto foi tão forte, que novamente atravessou a parede, caindo dessa vez no jardim da mansão.

– Como ele fez isso? - murmurou, pois mais um golpe assim, quebraria todos os ossos.

– Fala disso?

Kalisha apareceu diante dele. Como das outras vezes, Sorento sentiu seu braço sendo puxado. O guerreiro de Hell deu lhe um soco no estomago, em seguida uma ajoelhada e segurando o braço girou o corpo do marina lançando-o para cima. Sorento subiu até certa altura caindo em queda livre.

O deus dos mares observava atentamente a mulher de longos cabelos prateados, cujo corpo metade era de uma linda mulher e do outro um cadáver. Sentiu o embate entre seu marina e o outro guerreiro, mas Sorento tinha que ser capaz de se salvar.

– Não vai me convidar para sentar?

– Não veio para uma conversa amistosa. - disse seco. - de qual panteão pertence?

– Ao nórdico.

– Você roubou as armas divinas. - afirmou. - com que propósito?

– Atena e você não são aliados? Pensei que ela já estivesse te contado.

– Estamos sem comunicação.

– Ah... a barreira, ela anda meio estável. - voltou o corpo para a grade da varanda. - não imaginava que a Grécia fosse tão quente.

– Qual o seu propósito Hell?

– Vou abrir o selo de Kaya.

Poseidon empalideceu.

– Ficou louca? Não pode abrir o selo!

– Claro que posso. - voltou a atenção para ele. - nesse exato momento, as últimas partes do meu tridente estão sendo recuperadas. Tenho as cinco armas divinas.

– Todos os livros foram destruídos em comum acordo com os primordiais. Sem ele não há como abrir.

– Nem todos foram destruídos. - a brisa do mar Egeu fez o cabelo tremular. - Bor resolveu guardar a cópia dele aos pés de Yggdrasil e eu o roubei.

– Hades e eu somos filhos de titãs. Odin descende da quarta geração de deuses, Atena seria a "neta" de titãs, mas seu báculo concentra a força de uma titã. Você é descendente da raça dos gigantes. Mesmo com essas cinco armas não conseguiria abrir o selo. O poder dele é muito maior.

– E acha que eu não sei disso? Quem conseguir manipular o poder do selo terá uma força exorbitante. Mas para tal, preciso de uma grande força. - começou a andar pela varanda. - antes de vir para cá, passei no santuário. A energia de Atena contribuiu bastante.

– E agora quer a minha.

– Pensei em conversar e até fazer um acordo. Eu sei da rixa que tem com seus irmãos. Poderíamos nos ajudar mutuamente.

– Que acordo?

– Se me ajudar, o mundo submarino continua sendo seu. A Terra é bastante grande, não tenho objeção quanto a dividir. Sei que na verdade queria controlar a Terra também, queria transforma-la num grande mar, mas uma jovenzinha frustrou seus planos. - sorriu. - ela não existirá daqui algumas horas, então creio que será bom para você. De quebra tem eliminados Hades e Zeus.

– Realmente é uma oferta muito boa. - sorriu. - eles têm me causado problemas desde a Era mitológica e tê-los eliminados soa muito bem. Mas que garantias eu tenho que não irá me trair?

– Eu não tenho interesse no mundo submarino. O que me diz?

– Posso pensar?

– Não muito. Eu sou uma pessoa muito ocupada e tenho um serviço extra antes de voltar para minhas terras.

– A proposta é tentadora Hell, mas...

Poseidon elevou seu cosmo, lançando uma grande quantidade de energia contra a deusa que apenas sorriu.

– Imaginei que sua resposta seria negativa.

O cosmo negro explodiu, tomando conta de todo o local.

– O que... - Poseidon viu-se envolvido.

– Não se esqueça que tenho uma copia do livro de Kaya e um dos ensinamentos é como absorver energia alheia. - o olho azul brilhou intensamente. - é uma pena que tenha rejeitado meu acordo Poseidon.

A energia de Hell envolveu completamente o corpo de Adrian, o deus ainda tentou resistir, mas sentia suas forças esvaindo.

Enquanto isso, Sorento olhava o sangue do rosto escorrer manchando o chão branco. Não tinha sequer encostado em Kalisha.

– Podemos continuar a brincar? - o guerreiro deu um sorriso.

Poseidon foi de joelhos ao chão. Tentava reagir, mas sentia-se cada vez mais fraco.

– Tudo poderia ser diferente Poseidon.

– Ainda não me derrotou...

– Me corta o coração vê-lo assim... - Hell passou a mão pelo rosto. A metade cadáver desapareceu. - realmente eu gostaria que as coisas fossem diferente. - aproximou agachando próxima a ele. - mas você não quis.

– Me rebaixar a outro deus? Jamais.

– Só para Atena não é?

O grego estreitou o olhar.

– Prometo que deixarei seu precioso oceano intacto. - passou a mão pelo rosto dele.

Poseidon fitou os olhos claros de Hell, ela estava muito próximo o que garantiria um revide, mas estava sem forças. Seu grande cosmo esvaia, como se estivesse ligado a ele fios condutores.

– Por que foi me subestimar Poseidon... - olhava o rosto dele. - nós deuses nórdicos temos muito poder.

O deus sentiu os lábios vermelhos sobre os seus. As "amarras" que o prendiam brilharam em dourado para em seguida desaparecer. Adrian foi perdendo os sentidos até ir ao chão.

– Lábios macios. - sorriu.

Quase na mesma hora que o deus foi ao chão, Sorento também foi. Abaixo dele começou a se formar uma poça de sangue. Kalisha balançava a cabeça de forma negativa.

– O matou? - indagou Hell aparecendo ao lado dele.

– Não. - disse entediado. - mas ele é muito fraco. Nem usei quarenta por cento do meu poder. - torceu a cara.

– Criança. - a deusa brincou os cabelos dele, ela tinha uma grande feição por ele. - terá mais diversão. Agora vamos, temos que passar num lugar antes.

– Lugar?

– Sim, iremos visitar um local semelhante ao nosso.

O.o.O.o.O

– Como será a evacuação Atena? - indagou Marin.

– De forma mais calma possível. Quero que providencie mantimentos e deixe estocado. Eles devem permanecer o maior tempo possível.

– Vai nos mandar para um abrigo? - Gabe não acreditava. - Você tem um abrigo?

– Construí logo após a guerra contra Hades. Rodorio sofria demais com qualquer intervenção no santuário. E vocês vão para lá, todos. - disse enfática.

Heluane atrás da porta ouvia, precisava saber o teor da reunião.

– Por que está escondida?

A fluminense quase deu um grito.

– Caralho Cris... vá assustar a avó.

– Desculpe.

– Já voltou? Não achou?

– Achei... - abaixou o rosto.

– Ele fez alguma coisa? - tocou no ombro dela, ficando preocupado com a temperatura.

– Não. Ao contrário... mas o que faz aqui?

– Queria escutar o teor da reunião, mas não posso deixar a Sheila sozinha. Escuta o resto depois me conta. Parece que Atena vai nos mandar para algum lugar.

– Que lugar...?

– Não sei, escuta o resto. Já vou indo e assim que acabar me procure, temos que baixar essa febre.

– Tudo bem. - nem contaria da tosse de sangue quando subiu. Ela entrou no salão indo para um canto.

– Em quanto tempo consegue isso Shion? - Atena traçava outros planos.

– Duas horas no máximo. Com a ajuda dos dois será mais rápido. - Shion olhou para Aldebaran e Aioria.

– Ótimo. Aiolos e Kamus olhem os mínimos detalhes. Toda informação é importante. Tentarei entrar em contato com Poseidon talvez ele possa nos ajudar. Kanon conto com você.

– Sim senhorita.

Jules forçava os olhos para ficarem abertos, mas a cada segundo sentia o corpo mole. Fora a sensação ruim que sentia no estomago, como se fosse vomitar.

– Tudo bem Ju? - indagou Dohko achando-a pálida.

– Sim. Não é nada. - sorriu.

Outra que não se sentia bem era Marcela, seu corpo estava estranho, não estava se sentindo bem. Pediria algo para Miro, mas sua voz foi cortada, quando viu alguém se aproximar pela porta de frente. Aquilo era problema.

O cosmo agressivo espalhou-se pelo local, colocando os golds em alerta. Rapidamente Shaka e Shura cercaram Atena.

– Como imaginei todos reunidos. - sorriu.

– O que faz aqui Ares? - Shion tomou a dianteira. Kanon que o desculpasse mas se Ares se colocasse no caminho não hesitaria em mata-lo.

– Eu? - indagou despreocupado. - só vim escutar a conversa. - sentou numa pedra. - não vou fazer nada.

Atena o fitou fixamente.

– Não vim mata-la, deixo isso para Hell. - olhou ao redor. - ela fez uma boa estreia.

– Não vamos permitir que domine Saga novamente. - disse Miro.

Ares gargalhou.

– Não vão permitir? Se realmente pudessem fazer alguma coisa. - disse irônico. O olhar frio passou por todos.

Suellen engoliu a seco quando Ares a fitou. Uma coisa era ele no desenho outra ao vivo. Ares deu um sorrisinho.

Jules sentia a tensão na sala, mas não conseguia sequer escutar, sua cabeça girava e girava...

– Quais são seus planos Atena?

– Nem que seja no braço, vou trazer Saga de volta. - Kanon o fitou.

O geminiano apenas sorriu abaixando o rosto. Ergueu o olhar deparando com o da mineira, o olhar estreitou.

Rapidamente Mask passou na frente dela.

– Vamos Atena fale. Eu não tenho o dia inteiro.

Atena continuou em silêncio. O que Ares fazia ali? Não tinha motivos para permanecer no santuário. Se fosse como Cristiane havia dito ele se uniria a Hell, mas por que estava ali? Era perigoso confiar, mas era a única maneira de acessar a mente de Saga.

– O que sabe sobre o selo?

A pergunta pegou a todos de surpresa.

– Atena? - Shion gaguejou.

Ares riu.

– Está tão desesperada que está me pedindo ajuda? - a fitou sorrindo. Por segundos ficou calado, com a expressão pensativa. - Ela ainda não abriu o selo. - disse.

Agora ficaram surpresos com a resposta. Cris sentiu as pernas bambas, procurando algo para encostar.

– Como sabe que não? - indagou Deba.

– É lógica touro. Tem algum tempo que ela foi embora. Se fosse simplesmente abrir, o mundo já estaria sofrendo as consequências.

– Talvez ela precise de algum tempo para abri-lo. - Shaka disse para si.

– Ou ainda não encontrou seu tridente. - disse Kamus.

– São possibilidades. - disse Ares. - de toda forma, ainda tem algumas horas de vida. Não vai fazer diferença, mas... Hades vai achar interessante, vocês voltarem para lá. Seu sacrifício não valeu de nada Atena.

– Já chega Ares. - a voz de Dohko saiu fria.

– Admitam que sou o único que consegue lutar de igual para igual com algum guerreiro dela. Vão precisar de mim.

O ódio subia em Aioria, se não fosse por Kanon tinha matado aquele sujeito.

– Como se pudéssemos confiar. - disse Mask.

– Em nome dos velhos tempos Giovanni. - sorriu. - já esqueceu?

O canceriano fechou o punho.

Jules levou as mãos ao rosto, estava no limite.

– Dohko... - tocou na armadura. - Hian...

– O que foi Jules? - ajoelhou diante dela. - o que...

A brasileira estava pálida, mas os olhos estavam escuros, quase não se via a íris.

– Jules!

O chamado dele trouxe a atenção de todos.

– O que foi Juliane? - Atena foi para toca-la, mas sentiu uma descarga elétrica.

– Saori. - rapidamente Rodrigo a amparou.

– O que foi Jules? - Dohko conseguiu toca-la.

– Estou... me sentindo.... muito mal...

Deixando todos pasmos, um liquido negro começou a sair da boca dela.

– Ju o que foi? - Julia aproximou, segurando a mão da amiga. - está gelada.

– Eu... não....

Ela não terminou a fala, perdendo a consciência.

– Vamos leva-la Dohko. - disse Atena.

Dohko, Shion, Aiolos, Atena, Rodrigo, Julia, Ester, Gabe e Aioria acompanharam-na.

– Será que comeu algo estragado? - Ares sorriu. - brincadeira.

– O que será que houve com ela? - indagou Bel.

– Seja o que for, me pegou. - disse Marcela, também não estava se sentindo bem. - acho que vou desmaiar.

– O que foi Máh? - Miro ficou preocupado.

– Tô bem não... - sentiu o estomago revirar. - caralho... meu estomago...

– Sobe com ela Miro. - disse Mu.

– Vem. - a pegou no colo. Mabel, Deba, Dite e Paula seguiram com eles.

– Não falei que era a comida.

– Cala a boca Ares. - disse Mask. - vou ver se a Helu tem algum remédio.

Cris respirava ofegante, estava custando a respirar, fora a grande dor de cabeça que sentia. Parecia que ela iria estourar.

– O que foi Cris? - indagou Fernando que estava perto.

– Eu não consigo respirar.

– Senta aqui. - Marin puxou uma cadeira para ela.

Ares olhava fixamente para ela. Só poderia ser a febre.

– Não é melhor a Helu olha-la? - indagou Mu.

– Tem razão. Vem Cris. - Marin a ajudou a levantar. - consegue andar?

– Sim...

Deu um passo, mas tudo ficou escuro. Só não foi ao chão porque Ares a segurou.

– Não falei que era para olhar a febre. - disse seco.

– Vamos leva-la.

Shaka, Kanon, Su, Kamus e Isa seguiram com eles. Os demais ficaram.

– O que pode está acontecendo? - Shura ficou com medo de acontecer o mesmo a Julia.

– Pode ter sido os ferimentos da batalha. Vamos aguardar. - disse Marin.


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Notas finais do capítulo

*Meili na mitologia nórdica é um deus, filho do deus Odin e irmão do deus Thor.

Só algumas considerações que serão usadas exclusivamente para fic. Não tem embasamento nas histórias da mitologia, então se forem pesquisar e não achar lembre-se que as comparações foram feitas apenas para o contexto da fic.
Na mitologia grega tem os titãs e os olimpianos Zeus, Hades e Poseidon que são seus filhos.
Eu associei os Gigantes ( mitologia nórdica) aos titãs.
Zeus, e etc são filhos de Cronos e Reia, Odin é filho de Borr e Bestla (gigante/titã) o que torna Odin e Zeus no mesmo patamar de poder.
Hell é filha de Loki e Angurboda (gigantes/titãs) o que a coloca em pé de igualdade com Zeus e cia.



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