A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 11
Sentimentos descobertos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/462279/chapter/11

Logo após a reunião, Saori deixou o corpo relaxar no sofá. Sentia dores, o que lhe causaria atrasos em muitos assuntos.

Com muito custo levantou, indo para a cozinha, acabou por encontrar Rodrigo no corredor.

– Bom dia Atena.

– Bom dia Rodrigo. - esboçou um sorriso, mas o baiano percebeu que havia algo errado.

– Ainda não melhorou da sua indisposição? Shion nos contou que levantou não sentido muito bem.

– Não é nada grave... - lembrou-se do trabalho que teria que entregar hoje. - pode me fazer um favor?

– Quantos quiser.

– Sabe aquele trabalho que fez para mim ontem? Pode envia-lo?

– Claro.

– Só vou pedir um almoço na cozinha e vamos para o escritório.

– Tudo bem.

De longe, o mineiro viu o amigo e Atena conversando, isso significava que a reunião tinha acabado e Marin... pôs a procura-la, se o máximo que conseguiria com ela era ajuda-la nos serviços do santuário, não desperdiçaria a chance. Acabou por encontra-la na biblioteca.

– Oi Marin.

– Olá.

– Estava passando e achei que poderia ajuda-la com alguma coisa.... " que desculpa mais esfarrapada..."

– Pois achei a sua chegada providencial e como tenho a sua confiança, acho que pode me ajudar.

– Pode pedir o que quiser.

O.o.O.o.O

As meninas estavam espalhadas pela sala de Sagitário. Aiolos na cozinha preparava a comida e hora alguma deixou Sheila ajuda-lo, por mais que ela insistisse. Conversavam ou melhor sacaneavam com Jules pelo ocorrido na casa de Libra.

– Essa casa nunca vai perder a fama. - brincou Helu.

– Querem parar? - pediu Jules. - já está ficando chato.

– Vamos te zoar até a morte. - disse Marcela.

Jules estava prestes a dizer algo quando... viram algo preto voando...

– O que é aquilo??! - Marcela levantou imediatamente.

Mabel de forma tranquila levantou, caminhando para onde o ponto preto tinha pousado.

– É uma barata. - disse simplesmente.

– O QUE?? - já gritaram Marcela, Helu e Cris, dando um salto.

– Pode deixar que eu mato.

Mabel foi para dar uma chinelada no bicho, mas ela simplesmente voou...

Os cavaleiros acabavam de chegar a casa de Sagitário, perto da área privativa começaram a ouvir gritos histéricos.

– O que está acontecendo? - indagou Dohko preocupado.

– Aiolos atacando as meninas. - disse Kanon.

– Não seja idiota. - Aioria deu um pedala nele. - meu irmão não faria isso.

Shaka abriu a porta e seu primeiro gesto foi arquear a sobrancelha. Os outros entraram ficando sem entender. No meio da sala, Aiolos pedia cuidado com suas coisas. Juliana, Mabel, Isabel, Sheila e Ester sentadas tranquilamente. Em cima do sofá metade das meninas: Julia, Heluane, Marcela, Gabrielle e Cristiane. Em cima das cadeiras da sala de jantar, Jules, Suellen e Paula.

– O que diabo está acontecendo? - indagou o escorpião.

– MIRO!!!!! - Marcela desceu do sofá pulando no pescoço do Escorpião. - MATA!!!!!

– Matar quem? - indagou Shura sem entender e ficando temeroso pela expressão do rosto de Julia.

– ELA! - berrou Helu. - Giovanni faz alguma coisa!!!

O canceriano ergueu as sobrancelhas. Helu o chamando pelo nome?

– Você está doente?

Para piorar um pouco mais o bichinho resolveu voar mais uma vez...

– AH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

E foi um salve-se quem puder. Helu jogou as diferenças no ralo ao pular no pescoço do canceriano. Paula foi no primeiro que viu, agarrando Aldebaran. Gabe quase jogou Aioria no chão, Julia não se acanhou ao se jogar sobre Shaka e Cris nem pensou se era Saga ou Kanon foi no primeiro que viu, que era o geminiano mais novo.

– Alguém pode me dizer o que está acontecendo? - indagou Kamus.

– Esse escândalo todo é por causa de uma barata. - disse Juliana na absoluta calma.

– Uma misera barata? - Shura não acreditava.

– Misera o caralho! - gritou Helu. - é gigante!

– Mulher é o bicho mais covarde que conheço. - Dohko foi até a barata e numa fração de segundo, deu uma chinelada nela. - pronto.

– Não vai tirar o corpo daqui? - indagou Cris nem ousando olha-la.

– Que corpo Cris. - Kanon riu. - é só uma barata.

– Só desço quando tirar ela daqui. - disse resoluta.

Saga caminhou lentamente até o "corpo" e pegando um jornal retirou. Foi até o banheiro e jogou no lixo.

– Pronto.

– Certeza? - indagou Suellen.

– Absoluta.

Jules desceu. Em seguida Julia e Suellen.

– Ela está morta Gabe. - Aioria queria gargalhar.

– Ok...

Ele a desceu.

Marcela ainda estava receosa.

– Já está morta e enterrada Máh. - Miro a desceu.

– Assim espero.

Cris olhava para o chão.

– O que está procurando? - indagou Kanon, querendo solta-la logo por causa dos olhares nada amigáveis do irmão.

– Vendo se não tem mais.

– Foi só uma. - disse Saga. - pode descer. - disse sério.

Desceu não muito convicta. Helu continuava grudada no pescoço do italiano.

– Quer dizer que o pingo de gente tem medo de barata.

– Tenho... - não escutou o apelido. - pingo o que? Vá se ferrar!

– Ok. - sem cerimônias ele a soltou no sofá de uma vez.

– Não precisa ser assim! Seu grosso!

Quando tudo parecia resolvido... só escutam um zum....

– Ahhhhhhhhhhhhhh! - gritaram.

Marcela voou no pescoço de Miro, Heluane levantou rapidamente do sofá abraçando Giovanni, Paula pulou em Aldebaran, Gabe voltou para o pescoço de Aioria, Julia jogou-se em Shura., Suellen pulou no pescoço do dono da casa. Jules subiu na cadeira e não sairia de lá por nada. Desta vez Cris pulou no pescoço certo.

– Você não jogou no lixo??? - fitou Saga.

– É outra. - disse tranquilamente.

– Não sei de onde elas vêm. - disse Aiolos.

– Não interessa! - berrou Helu. - MATA!!

Juliana, Isabel, Sheila, Mabel e Ester gargalhavam.

– Parem de rir caralho! - gritou Marcela. - mata Miro.

– Barata é inofensivo.

– Só desço daqui quando matar. - disse Jules.

Kamus olhou por toda sala a procura da bendita barata. Quando a achou, a matou e assim como Saga jogou o "corpo" no lixo.

– Pode fazer uma varredura nessa sala. - disse Marcela. - não desço enquanto não olharem tudo.

– Idem. - disse Julia.

– Vou buscar o dedetizador. - disse Aiolos.

– Não me põe no chão!! - Suellen grudou ainda mais no pescoço dele.

Kamus soltou um suspiro desanimado indo até a dispensa de Sagitário. Pegou o spray e de volta, jogou o vapor na sala inteira.

– Vai gastar o vidro todo? - disse Aiolos preocupado.

– Prefere elas gritando? - o fitou.

– Pode gastar... - disse por fim.

Não tinha barata que resistisse tamanha dedetização, a sorte que o produto era sem cheiro, pois Kamus gastou o vidro todo.

– Podem descer. - disse.

Elas olharam entre si.

– Já não tem mais nenhuma Gabe. - disse Aioria. - posso te descer?

– Pode...

Suellen olhava para o chão.

– Suellen.

– Sim? - fitou o grego.

– Preciso terminar o almoço...

– Ah claro. - desceu. - desculpa...

– Tudo bem.

Jules desceu da cadeira. Julia olhava para o chão, com medo que pudesse surgir outra barata. Shura a olhava um pouco incomodado, não que fosse pesada ou algo do tipo, mas sim pela proximidade.

– Não há mais nada. - disse frio.

– Será...? - o fitou.

– Certeza. - a encarou para depois desviar.

Muito sem jeito, Julia soltou o pescoço dele.

– Desculpe...

– Tudo bem.

Paula estava até achando bom o colo do taurino, mas o olhar de Mabel para ela não era nada bom...

– Desculpa Ricardo. - disse sem graça. - é o hábito.

– Não se preocupe. - disse descontraído. - minha mãe também tinha medo de baratas.

Marcela ainda continuava grudada no escorpião.

– Se continuar desse jeito, vou te levar para outro lugar. - disse baixinho no ouvido dela.

– Só pensa em besteira. Pode me descer.

Cris olhava para todos os lados, certificando-se que não havia mais nenhuma ali.

– Kamus gastou o frasco todo, não tem mais baratas.

– Aquilo não morre. É uma praga.

Saga franziu o cenho e Cris interpretou que ele não estava gostando nada em segura-la.

– Pode me descer.

Ele a soltou. A única que continuava grudada num dourado era Helu.

– Você me desafia e diz não ter medo de mim e tem de uma barata? - Mask a fitou. - precisa rever seus conceitos.

– Eu não tenho culpa... - murmurou. - eu odeio..

O italiano sorriu, não de forma cínica ou sarcástica, mas simplesmente sorriu.

– Você é contraditória... - a levou até o sofá. - vou arrumar algumas baratas da próxima vez.

– Não faz isso... - os olhos quase encheram de água ao se imaginar no subsolo de Câncer com baratas.

– Estou brincando. - sorriu. A colocou no sofá de forma gentil. - mas não seria má ideia. - disse apenas para provocar, mas pela primeira vez não pensou em sacanea-la desse jeito. - pode por os pés no chão.

Depois do incidente com os bichos nojentos, os ânimos acalmaram-se.

Mu sentou-se perto de Ester, estava surpreso por ela ter ficado tão calma enquanto as meninas gritavam. Chamou a atenção dela e fez o gesto de boa tarde. Ela ficou radiante.

Não esqueceu...

– Sou um bom aluno. Você é bem corajosa, não gritou nem nada.

Fazer escândalo por causa de uma barata?

– Poucas mulheres são assim. Ah Ester... - abaixou o rosto um pouco envergonhado.

Sim?

– Depois do almoço poderia me ensinar mais sinais da sua linguagem? Achei muito interessante.

Claro.

Deba também estava impressionado com a coragem de Mabel.

– Medo de uma coisinha como aquela?

– Fiquei realmente surpreso. Minha mãe faltava desmaiar.

– A minha também. Pode vir qualquer inseto, tenho medo não.

Os dois riram.

Juliana estava calada e Shaka do seu lado também não dizia nada.

– Você é corajosa. - quebrou o silêncio, mas sem olha-la. - ou pelo menos equilibrada.

– Nunca tive medo. Mato sem problema.

Kamus sentou propositalmente ao lado de Isa.

– Tem medo não? – era tão raro uma mulher que não tinha medo de barata.

– Não. Tenho nojo, mas medo não. Se não tiver ninguém para matar, eu mato sem problema.

O assunto sobre baratas continuava, enquanto isso, casas acima...

Rodrigo terminava de mandar o trabalho de Saori. A garota sentada no sofá, permanecia de olhos fechados.

– Já mandei Atena.

– Obrigada. - abriu os olhos, erguendo o braço que continha um relógio. - vou mandar servir o almoço. - virou o rosto para olha-lo. - almoça comigo?

– Será um prazer.

Antes de seguirem para o alojamento das servas, Marin e Fernando almoçaram juntos.

– Não sabia que tinha essa pompa toda. - disse Fernando.

– O santuário tem certas regras e a indicação do futuro grande mestre é uma delas.

– Será uma festa de grande porte.

– Atena já iniciou alguns preparativos, mas vai intensificar a partir de amanha, já que a festa será em três dias. Não é bem uma festa, mas uma cerimonia.

– As meninas vão gostar. - disse.

– Pois é... - Marin ficou calada, não sabia se contava ou não que eles iriam embora amanha. Preferiu não falar nada.

– Os cavaleiros de Bronze virão?

– Atena ainda não decidiu, só quem está confirmado de ante mão é o Julian Solo.

– Poseidon virá???

– Sim.

O mineiro franziu o cenho... Rodrigo não vai gostar de saber.

Chegaram ao alojamento das servas e tudo que se viu foram mulheres indo de um lado para o outro, atarefadas.

– Como quer que eu a ajude?

– É um trabalho chato...

– Faço sem problema.

– Não sabe o quanto fico grata.

De volta a Sagitário...

Aiolos serviu o almoço, que era pratos típicos da culinária grega. Assim como em Touro, estavam esparramados pela sala e sala de jantar.

– Aproveitando o momento, amanhã o almoço é na minha casa. - disse Dohko.

– Estou vendo que vamos comer bem. - disse Sheila. - valeu Tigrão Diliça. - soltou sem perceber.

As meninas arregalaram os olhos e os dourados a fitaram na hora. Sheila percebeu o vacilo...

– Do que me chamou? - indagou o libriano.

– Nada. - disse rapidamente.

– Eu escutei muito bem. - disse Mask. - Tigrão Diliça?

Sheila queria sumir, ainda mais quando notou o olhar sério de Aiolos.

– "Eu e a minha boca grande..."

– Por que Tigrão Diliça? - indagou o próprio. - agora eu quero saber!

As meninas ficaram caladas, poderiam até explicar o apelido, mas não frente dos outros dourados... bom pelo menos algumas delas, porque Heluane...

– Uma amiga nossa o chama assim. - disse a fluminense. - tigrão por causa da sua tatuagem nas costas e 'diliça', porque você é bonito. - ia falar gostoso, mas preferiu omitir.

O libriano deu um grande sorriso. Então ele era bonito? Sempre teve certo complexo por ser o mais baixo de todos.

– Pode me chamar assim sempre que quiser. - disse.

Sheila ficou calada, notando o olhar sério que Aiolos dirigia a ela. Julia veio em seu socorro.

– A comida está uma delicia Aiolos.

– Obrigado. - sorriu.

O restante do almoço transcorreu sem maiores incidentes, claro que a expressão do sagitariano para Sheila não mudou hora alguma, deixando-a temerosa.

Serviram a sobremesa e logo após Sheila ofereceu-se para recolher as vasilhas. Aiolos disse nem sim, nem não.

Gabe estava conversando com Juliana e Suellen quando Aioria fez sinal para ela. A brasileira pediu licença indo até ele.

– Vai fazer alguma coisa agora? - indagou.

– Não.

– Miro emprestou o vídeo game dele, quer jogar?

– Só se for agora.

Os dois despediram de Aiolos e saíram. O sagitariano não gostou nada daquilo.

Isa e Kamus conversavam sobre vinhos, vendo que tinham mais esse ponto em comum.

– Mudando de assunto. Aqui no santuário tem um templo de Apolo? Coroa do Sol?

– Foi invenção de Kurumada. Dentro do complexo de templos do santuário, só tem de Hefesto. Para as pessoas comuns, não passa de ruínas, mas Atena o preservou.

– Um amigo meu o visitou ano passado. A visita dele estava incluso no nosso pacote, mas com a barreira...

– Gostaria de visita-lo?

– Sim.

– Te levo lá, venha.

Os dois saíram a francesa, despedindo apenas do dono da casa.

– A próxima que vai passar a noite fora vai ser a Isa. - disse Marcela. - saindo de fininho com o Kamus.

– Ela tem mais que aproveitar. - disse Julia.

Mu fez sinal para Ester, que entendeu na hora. O ariano foi até a cozinha despedir-se de Aiolos e foi embora acompanhado por ela.

Marcela e Heluane conversavam, e vez outra, Helu notava os olhares do Escorpião.

– Ele está te secando.

– Eu sei.

– Não vai falar com ele?

– Eu não. Se ele quiser que venha até aqui.

– Pois é exatamente isso que ele está fazendo. E se me empurrar, te mato.

O escorpião aproximou.

– Oi meninas.

– Oi. - apenas Helu respondeu.

– Será que podemos conversar Marcela? - disse sério.

– Sim.

– Vamos lá para fora.

Os dois saíram sobre os olhares atentos dos outros.

– Eu já vou. - disse Saga ao irmão.

– Vou com você.

Os gêmeos despediram-se de Aiolos, saindo. Cris e Suellen trocaram olhares.

– Quinze minutos. - disse Cris.

– De que?

– Darmos de desentendidas e aparecer em Gêmeos.

– Não está falando sério?

– Estou. Temos nada a perder Su.

– É tem razão.

Num canto da sala...

– Vamos andar por aí Ju? - indagou Heluane.

– Tudo bem. – Juliana estava a fim mesmo de andar.

As duas levantaram sobre os olhares atentos de Mask e de Shaka. Despediram-se de Aiolos tomando o rumo da entrada de Sagitário. Iriam ao tal lago que Marcela tinha mencionado. Shaka só deu um tempo para ir embora para sua casa. Mask foi logo em seguida.

Aldebaran aproximou de Mabel que conversava com Julia.

– Está a fim de dar uma volta? - indagou o taurino.

– Claro que ela está. - disse Julia. - vai Mabel. - praticamente a empurrou.

– Julia!

A paulista apenas piscou de forma sapeca.

Os dois tomaram rumo da saída de Sagitário.

– Já vou subir. - disse Shura a Dohko.

O espanhol foi até a cozinha despedir-se de Aiolos e quando passou pela sala deu uma olhada rápida para Julia, que abaixou o olhar.

– Eu vou com você Shura. - o libriano levantou. - tchau Aiolos! - gritou dali mesmo.

Na sala só restaram Julia, Sheila, Paula e Jules.

– Bom senhorita papo anjo, vamos subir. - disse Paula. - não queremos segurar vela.

– Isso mesmo. - completou Jules.

– Vão me deixar aqui? - Sheila arregalou os olhos.

– O anjo é seu. - disse Julia. - vamos?

As três saíram deixando-a sozinha. No salão privativo Jules preferiu tomar outro rumo.

Sheila franziu o cenho. Lentamente ela recolheu o restante dos pratos e deu uma ajeitada na sala, colocando as cadeiras no lugar. Já tinha algum tempo que Aiolos foi para a cozinha. Enchendo o peito de coragem rumou para lá.

– Trouxe o restante das vasilhas. - disse parando na porta.

– Pode deixar aí. - disse sem olha-la.

A paulista levou os pratos até a pia.

– Quer ajuda?

– Não precisa. - disse seco.

– Tem certeza?

– Sim.

– Por que está me tratando assim? Eu fiz alguma coisa?

– Não fez nada. - disse. A verdade é que queria cortar alguma coisa que viesse a acontecer entre os dois. O fato de ela ter dito aquele apelido para Dohko era o menos importante e sim o fato de ser o novo Grande Mestre e como tal teria que dar o exemplo. Somado a isso, sua mente a partir de agora só deveria ser ocupada com os assuntos do santuário.

Sheila abaixou o olhar, olhando para a faixa que envolvia o braço dele.

– Por que seu braço está enfaixado? Notei desde a primeira vez. - disse, querendo escutar a versão dele.

– Por causa da explosão do muro. - a fitou, seu rosto estava sem expressão alguma. - a explosão dos doze cosmos provocou essa queimadura.

– Posso ver?

O grego fechou a torneira, enxugando as mãos num pano. Esticou o braço começando a desenrolar a faixa, a medida que fazia isso, Sheila arregalava os olhos. Quando tirou a faixa por completo a brasileira pode ver a enorme cicatriz que ia dos pulsos até o ombro.

– Dói?

– Depois de tantos anos não.

– Posso tocar?

– Sim.

Sheila tocou de leve, com medo de provocar dor.

– Sinto muito Aiolos.

– Era o meu dever. - voltou a enfaixar. - obrigado com as vasilhas, eu termino agora.

A brasileira não disse nada, saindo, mas resolveu ficar sentada, na frente da porta privativa que separava do salão. Talvez Aiolos resolvesse conversar com ela.

Leão...

Aioria usou a velocidade da luz, para chegar em casa. Rapidamente plugou o console na TV e escolheu um jogo.

– Pode ser de luta?

– Vou dar uma surra em você. - disse Gabe sorrindo.

Começaram a jogar Tekken 3. A luta começou equilibrada, Aioria era bom, mas Gabe também não ficava atrás. A primeira a brasileira ganhou.

– Ganhei! - gritou.

– Foi sorte de principiante.

– Não é sorte, sou boa mesmo.

– Revanche.

A tarde para os dois seria longa....

Aquário...

Kamus e Isa desceram o restante das casas, depois de passar por Áries pegaram a direita tomaram rumo como se fossem para Rodorio, contudo, pouco antes de entrarem na floresta viraram a esquerda. Havia um pequeno bosque e ao contrario de outras partes do santuário ali era bem fresco. Um caminho de pedras serpenteava entre as árvores. Enquanto caminhavam o assunto vinhos voltou a pauta.

– Meus pais eram apreciadores. – disse Kamus.

– Qual o seu sobrenome? - há muito tempo queria perguntar.

– Saunière. Mas Miro gosta de dizer só Sauni.

Isa o fitou na hora, lembrando-se que o escorpião mencionara o nome dela com esse nome.

– "Isa Sauni... Isa Saunière..." - deu um sorriso bobo. - "escorpião besta..."

– Estamos chegando. - disse o francês notando o sorriso dela, mas não disse nada.

Cerca de cinco minutos depois, Isa pode ver numa parte mais alta e cercado por árvores de pequeno porte um templo.

– Que bonito.

– Realmente.

– Ele é usado?

– Não. Desde o tempo de Sage, ele foi desativado. Atena o preserva, pois tem boas relações com Hefesto.

– Ainda estamos dentro da barreira?

– Sim.

Isa olhou para trás vendo bem no alto o templo de Atena, a estátua, algumas casas de Rodorio e a casa de Peixes e Aquário. Andaram mais um pouco, chegando a base do templo. Ele era semelhante ao de Atena, porém menor. Os dois entraram e Isa ficou surpresa, pois ele parecia intacto. O piso estava coberto por um mármore branco e as paredes estavam todas cobertas por pinturas. No final do salão uma estátua enorme de Hefesto. Os dois deram a volta, indo para uma parte mais interna do templo. Um salão repleto de entalhes encontrava-se atrás da estátua. No centro do cômodo um altar.

– Era aqui que as oferendas a Hefesto eram colocadas.

– Fico imaginando esse lugar no seu templo de glória. Deveria ser fantástico.

– Concordo.

A brasileira fitou o francês, um raio de sol que passava por um dos vãos da parede atingiam os cabelos dele, deixando-os ainda mais vermelhos. Kamus trajava uma calça preta e uma blusa branca. Usava óculos e aquilo o deixava ainda mais com ar intelectual. O cavaleiro notou o olhar dela.

– Algum problema?

– Não... só estava pensando.

– Em que? - aproximou.

– Que isso tudo pode ser uma grande loucura.

– Como assim?

– Eu ao seu lado no santuário de Atena. Devo está tendo um surto psicótico.

– Coletivo já que suas amigas estão aqui.

– É... - sorriu.

– Não está louca Isabel. - sorriu de volta.

Áries

obs: a conversa dos dois se passa por telepatia.

Desciam as escadas conversando. Era incrível como os dois tinham tantas coisas em comum. Ester perguntou sobre Jamiel e Mu dava os mínimos detalhes e a conversa prosseguiu até chegarem a Áries.

– Fique a vontade Ester.

– Obrigada. - sentou no sofá.

– Agora quero que me ensine como se pergunta o nome. - sentou ao lado dela.

Ester sorriu, Mu era tão maravilhoso.

– O que foi?

– Você é tão gentil e não me enxerga com indiferença.

– Por que eu deveria? Você é inteligente, bonita, não vejo nada de anormal.

– Nem minha surdez o incomoda?

– Não. Não nos comunicamos através do seu tablet, ou pela mente? Não vejo incomodo algum.

– Pena que nem todos pensam assim... - disse entristecida.

– Seus pais?

– Não! Meus pais me dão todo incentivo e se não fosse por eles, talvez não teria uma boa educação. Acontece que...- abaixou o rosto.

– Que...? - gentilmente Mu a fez encara-lo.

– Sou adotiva. Meus pais biológicos ao saberem que eu tinha deficiência não me quiseram, então fui colocada para adoção... se nem meus pais me quiseram, o que dirá das outras pessoas...

– Aldebaran diz que pais é quem cria. Seus pais são os que estão te esperando na sua cidade. Eles te amam do jeito que é.

Ela sorriu.

– Obrigada.

– Vai me ensinar ou não? - sorriu de forma descontraída.

– Claro.

Escorpião

Miro seguiu na frente, indo em direção a entrada de Sagitário, Marcela o seguia. Desceram até Escorpião calados, seguindo para a área privativa.

– O que quer conversar? - Marcela cruzou os braços.

– Vamos entrar.

Os dois rumaram para o interior da casa.

– Como você me vê? - indagou continuando de costas para ela.

– Não entendi.

– Como você vê o cavaleiro de Escorpião? Sua impressão dele na série.

– O gold mais estiloso, foda, bonito. - disse simplesmente.

– E o que mais?

– Você tem grandes poderes.

Miro deu um meio sorriso.

– E se eu perdesse os meus poderes? - a fitou. - e fosse um homem normal?

– Não seria Miro de Escorpião e sim Miro. - disse simplesmente.

– E teria alguma coisa comigo?

– Acho que sim... eu não estou entendendo.

– Qual a diferença de ficar comigo ou com o Kanon?

– Nenhuma, eu gosto dos dois. - disse, mas bem na verdade, Miro tinha mais pegada, além de mexer muito mais com ela mas claro que não falaria para ele.

– Entendo... "Shura tem toda razão."

– Onde quer chegar com as perguntas?

– Só constatar que você não se importa quem beija, apenas que seja dono de uma amadura de ouro.

– O que? - franziu o cenho.

Gêmeos

Assim que chegou em casa Saga foi para o quarto. Kanon deitou no sofá ligando a TV.

O geminiano mais velho estava inquieto, abrindo e fechando as gavetas. Tentou ler um livro mas não conseguiu, achou uma folha de papel, passando a rabisca-la. Kanon vez ou outra olhava para o corredor. Saga estava muito calado então resolveu ver o que ele estava fazendo. Enquanto isso Cris e Suellen desciam pelas doze casas rumo a Gêmeos.

Kanon chegou a porta do quarto, vendo o irmão sentado no chão de costas.

– O que está fazendo Saga?

– Nada.

– Não é hoje sua sessão com Atena?

– Sim.

– E não vai lá?

– Não está na hora. - disse sem se virar.

Kanon deu nos ombros voltando para o sofá. Cerca de cinco minutos depois Saga foi até a sala, parou em frente ao rack procurando por algo. O dragão marinho fingiu está entretido com a TV, mas o fitava de rabo de olho.

– Queria saber como a Cristiane conseguiu nos distinguir. - disse para ver a reação dele.

– Minha expressão de culpado é bem visível. - disse. - todo mundo sabe quem é o culpado.

– Será mesmo?

– E seria o que Kanon? - o fitou.

– Não sei... talvez o fato que você seja o cavaleiro favorito dela... - mediu bem as palavras.

– Ela está enganada em relação a mim. É como Shura disse. Ela está encantada pelo cavaleiro de Gêmeos e não pelo Saga cheio de problemas. - voltou a atenção para o móvel.

– Mas você se interessou por ela. - disse com cuidado, com Saga todo cuidado era pouco.

– Não. - disse seco.

– Então se eu ficar com ela vai se importar? - estava arriscando a apanhar.

– Nem pense nisso. - o fitou.

– Por que?

– Não vai causar problemas para Atena.

– Mas eu já fiquei com a Marcela, que mal tem em ficar com ela.

– Não ouse encostar nela. - disse frio.

Kanon calou-se, se o instigasse era bem capaz do outro lado dele dar as caras e era tudo que não queria.

– Está certo. Ficarei na minha.

– Estou indo ao templo. Comporte-se.

– Pode deixar.

Quando Saga abriu a porta deu de cara com Cris e Suellen. As duas assustaram-se.

– O que fazem aqui? - indagou.

Suellen escondeu atrás de Cris.

– Estávamos indo passear e ficamos com sede, como passávamos por aqui... - foi a primeira desculpa que a mineira encontrou.

O geminiano arqueou a sobrancelha.

– Descer essas escadas nesse sol mata qualquer um. - disse Suellen completando a desculpa.

– Entrem.

Ele deu passagem. Completamente sem jeito elas entraram. Kanon trazia um sorrisinho nos lábios.

– Eu vou pegar. - levantou do sofá. - me ajude com a bandeja Suellen.

Ele pegou na mão dela e a arrastou para a cozinha deixando a pernambucana sem entender. Cris e Saga ficaram na sala. A brasileira olhou a decoração achando a casa linda.

– Sua casa é linda.

– Obrigado.

– Por que a sala de TV é diferente?

– Kanon que decorou.

– Ah...

– Já estava de saída, fique a vontade.

– Obrigada.

Ele a fitou antes de sair. Minutos depois Kanon e Suellen voltaram.

– Cadê o meu irmão?

– Saiu.

– "Tento ajudar, mas assim fica difícil." Ele deve ter ido para a biblioteca.

– Ele não sai muito de lá...

– Que cabeça a dele! - Kanon levou à mão a cabeça. - esqueceu de levar esse livro. - pegou o primeiro que viu no rack. - Atena tinha pedido... Cris poderia levar para ele?

– Eu??

– Está ocupada?

– Não...

– Me faz esse favor?

– Faço... - olhou para Suellen que deu nos ombros. - até mais.

– Até. - Kanon sorriu.

Assim que a mineira saiu...

– Você não vale nada. - disse Suellen.

– Saga não se mexe! Ele se fecha no mundinho dele e esquece de viver.

– Não contou a ele sobre ela contou?

– Não. Vou deixa-lo descobrir por conta própria. Mudando de assunto, você não sabe fazer nada de gostoso?

– Sei...

– Faz parte das desculpas fazer algo gostoso para mim.

– Isso é chantagem.

– Entenda como quiser. - depositou as mãos no ombro dela. - para cozinha agora. - sorriu.

Suellen abriu a boca para revidar, mas diante daquele sorriso, acabou aceitando.

Virgem

Heluane e Juliana resolveram ir até o lago que Marcela tinha indicado. Passaram pelas doze casas conversando. A quarta casa já estava a vista quando a fluminense parou de andar.

– O que foi Helu?

– Nada...

– Como nada? Está branca como papel. Igual ontem!

– Promete que não vai contar para ninguém?

– Sim.

Helu contou tudo que tinha acontecido no subsolo de Câncer no dia anterior.

– E você não vai falar com Atena?

– Não. Ele é capaz de tudo, não duvido nada que pode me matar e me jogar em qualquer canto. Mas ele não perde por esperar, vai ter volta!

– Não fica brincando com ele...

– Vou dar uma lição nele, você vai ver.

Com o sentimento de vingança aflorado, Helu conseguiu entrar na casa de Câncer.

As duas seguiam conversando sem ao menos perceber que alguém as fitava. Foi tão de repente, que acabaram gritando quando o italiano apareceu na frente delas.

– Put @#$%! - gritou Helu. - vá assustar a sua avó! - gritou.

O canceriano trazia um sorriso sádico nos lábios.

– Deveria ter te assustado com uma barata...

– Vá tomar @$!

– Sua boca é muito suja. Por isso está encalhada. Homens gostam de mulheres delicadas e educadas, como a Juliana. - olhou para a paulista.

Ju ficou surpresa com as palavras dele.

– Vá se ferrar! E eu não estou encalhada!

– Acho que já se esqueceu do passeio que fez ontem...

– A Helu não quis ofende-lo Giovanni. - Ju intercedeu, pois não queria conhecer o subsolo da casa de Câncer.

O italiano franziu o cenho, para em seguida sorrir.

– Salva por sua amiga educada.

– Eu não preciso que ninguém me salve!

– Concordo, - deu as costas indo para a porta. - quem se interessaria em salvar um pingo de gente. - entrou batendo a porta.

– É hoje que eu sento a mão nele. - foi atrás.

– Helu espere.

Tarde demais. Sem qualquer constrangimento Helu entrou na área privativa de Câncer. A paulista ficou sem saber. Voltava para Sagitário ou aproveitaria a caminhada?

Resolveu aproveitar e conhecer o tal lago. Andando por entre as colunas, acabou por perder o rumo certo que levava a entrada da casa, passando a andar num local pouco iluminado.

– Acho que me perdi. - disse.

Juliana deu um passo, mas parou ao sentir um frio na espinha, os pêlos dos braços dos braços arrepiaram e uma estranha sensação rondava o ambiente. A iluminação não ajudava muito e para piorar viu vultos. Desde pequena via espíritos e parece que a casa de Câncer era bem propicia para ver. A sensação que não estava sozinha só aumentava e pela primeira vez ficou com medo. Começou a suar frio, as mãos tremiam e o coração batia depressa. Deslumbrou em meio a sombras um homem, em seguida outro e mais outro, mulheres e crianças. Suas expressões eram de sofrimento, como se não tivessem paz, mesmo estando mortos. De repente sentiu uma presença atrás de si e virou-se pronta para se defender. Seu pulso foi segurado.

– Ah... – o grito saiu suprimido.

Os olhos marejados de Juliana arregalaram devido ao susto, pois pensara que era um dos vultos. Shaka a fitava surpreso pela reação dela, a ponto de se arrepender por não ter anunciado sua presença. Ficaram alguns segundos em silêncio. Ele surpreso e ela de susto. Juliana sentiu as pernas bambearem e ajoelhou no chão, respirando ofegante, Shaka ainda segurava o pulso dela.

– Shaka... - arfava pois o coração estava acelerado.

– Me perdoe... eu não queria te assustar... - sentiu-se por mal por isso.

Ela não conseguia falar.

– Estava indo até Gêmeos, quando notei uma aura diferente no ar... consegue se levantar?

Quem disse que Juliana conseguia falar, o susto foi tão grande que até sua voz sumiu.

– Francamente... - deu um sorriso. - não tem medo de barata e tem de espíritos... já que para Shaka não havia distinção.

Não respondeu. Shaka agachou diante dela.

– Ainda está com medo?

Ela o fitou. Os olhos ainda marejados derramaram uma lágrima. O virginiano ficou surpreendido e ficou ainda mais quando ela o abraçou, pois ainda estava com medo e mesmo Shaka a ignorando sabia que com ele estaria protegida.

– Juliana...?

A resposta dela foi segurar mais forte o sari. O cavaleiro então a pegou no colo e sem dizer nada a levou para Virgem.

Câncer

Não quis nem saber se era educado ou não, Helu foi logo abrindo a porta que dava acesso a área privativa. Shaka que acabava de entrar no salão a viu entrando.

A brasileira já estava preparada para dizer poucas e boas para o italiano, mas calou-se ao ver a decoração da quarta casa.

O teto era na cor nude e toda a extensão da sala de estar era coberta por um tapete marrom bem claro. Havia dois sofás de três lugares e duas cadeiras formando um quadrado e a cor dos estofados era negra. Quatro pufes faziam a mesa de centro e eles também eram negros. As almofadas dos sofás eram roxas, negras e douradas. Em toda extensão da parede um papel de parede com fundo roxo e desenhos brancos. Um grande lustre de cristal descia no meio da sala. Um grande vaso de plantas ficava num canto. Duas cortinas marrom escuros iam do teto ao chão.

– "Até parece casa de vampiro..." - pensou.

Caminhou até a sala de jantar ficando igualmente surpresa. Uma mesa de tampo espelhado ficava no centro com seis cadeiras e elas também tinham o estofado na cor negra. Um tapete negro e felpudo ficava embaixo, cobrindo parte do piso cinza claro. As paredes eram cobertas por um papel de parede num cinza médio. Em uma das paredes um quadro representando a Monalisa. O teto era um capitulo a parte. Era branco, mas tinha duas faixas largas transversais. Eram pintadas e parecia que o pintor misturou tinta com água e passou o pincel espalhando-a. Por ser vermelho vivo, até parecia sangue. Um lustre de cristal completava a decoração.

– "Até que ele tem bom gosto."

– Com que ordem entrou aqui?

A voz dele a assustou.

– Nenhuma. - cruzou os braços sobre o peito.

– E o que a pingo de gente quer de mim? Já vou logo avisando que não estou a fim de transar.

Helu ficou vermelha de raiva. Poderia até ir parar no subsolo, mas sentaria a mão nele.

– Primeiro pingo de gente é seu butão! Segundo jamais transaria com você!

– Não sabe o que está perdendo... - o cavaleiro abriu parte da camisa revelando parte dos seus músculos

Helu usou todo seu auto controle para não olhar.

– Você é muito convencido, Miro é muito melhor.

– Ah é... - a passos decididos aproximou da brasileira parando a poucos centímetros. - transou com ele?

– E se tivesse? - o fitou de forma desafiadora.

O canceriano a olhou de forma perigosa, até relevou a presença de Shaka que sentia no salão de Câncer.

– Problema seu. - disse, passando por ela indo se deitar no sofá. - agora saia, quero descansar.

Alojamento

Marin e Fernando ao terminarem o almoço seguiram para o alojamento das servas que ficava no caminho da Arena dourada passando pela lateral do templo. A amazona explicava o que deveria ser feito e qual o teor da comemoração. Quando chegaram ao alojamento o mineiro viu uma intensa movimentação de servas.

– Estão a pleno vapor. - comentou.

– A comemoração será em poucos dias. - não quis precisar a data para ele. - tudo tem que está pronto.

– E poderemos participar? - indagou.

Marin ficou calada. Não podia contar que eles iriam embora no dia seguinte.

– Claro. - mentiu.

– E o que quer que eu faça?

– Cada morador de Rodorio vai receber um convite, assim como os cavaleiros, Poseidon e a senhorita Hilda

– Ela também?

– Sim. Eu preciso organizar os convites para entrega-los e é nisso que queria sua ajuda. Você parece bem centrado e se fosse feito por uma pessoa distraída os convites poderiam ser trocados.

– Tudo bem Marin.

A amazona arranjou um espaço para ele e entregou-lhe os convites e que eram muitos.

– Tenho que olhar algumas coisas, assim que eu acabar volto para te ajudar.

– Sem problemas.

Marin arrumou uma sala para Fernando onde ele pudesse realizar o trabalho, deu uma rápida explicação e pediu licença.

Os convites estavam em envelopes em três cores: branco, dourado e azul. Como estava organizando resolveu conferir o conteúdo. Primeiro abriu o branco.

– Vejamos....

Retirou do envelope um cartão de 15cmx10cm em papel encorpado, notadamente percebível que o papel era caro. No topo o desenho do báculo de Atena em dourado e alto relevo.

A deusa Palas Atena, convida vossa senhoria e família para a cerimônia oficial de nomeação do cavaleiro Aiolos de Sagitário a cátedra de Grande Mestre do Santuário que acontecerá no pátio principal do Pathernon na décima sexta hora em dois dias.

Atenciosamente

Atena

– Então o Aiolos vai ser mesmo o grande mestre... - murmurou guardando o cartão no envelope branco. Pegou o dourado para ver se o conteúdo era o mesmo.

A deusa Palas Atena, convida Shaka de Virgem para a cerimônia oficial de nomeação do cavaleiro Aiolos de Sagitário a cátedra de Grande Mestre do Santuário que acontecerá aos pés da estátua na décima quinta hora em dois dias.

Atenciosamente

Atena

– Não era as seis da tarde? - estranhou. - será que terá algo antes só para os cavaleiros? - pegou o azul para conferir.

A deusa Palas Atena, convida o imponente Poseidon e seus Generais Marina Sorento de Sirene e Kanon de Dragão Marinho para a cerimônia oficial de nomeação do cavaleiro Aiolos de Sagitário a cátedra de Grande Mestre do Santuário que acontecerá aos pés da estátua na décima quinta hora em dois dias.

Atenciosamente

Atena

– É Rodrigo... Julian Solo vai dar as caras.... - notou que tinha dois convites azuis. - se um é do Poseidon, qual será o outro? - a curiosidade foi tanta que não aguentou.

A deusa Palas Atena, convida a senhorita Hilda de Polaris representante de Odin na Terra e sua irmã Freya para a cerimônia oficial de nomeação do cavaleiro Aiolos de Sagitário a cátedra de Grande Mestre do Santuário que acontecerá aos pés da estátua na décima quinta hora em dois dias.

Atenciosamente

Atena

– Da Hilda... - ficou surpreso. - as coisas vão ficar interessantes...

Templo

O almoço foi servido no próprio escritório da deusa. Enquanto comiam, os dois contavam sobre suas vidas. Atena estava bem interessada na história do baiano.

– Já ouvi falar muito da Bahia. - disse Saori. - tenho uma empresa em São Paulo e o presidente costuma passar as férias lá. Da última vez que o encontrei me contou maravilhas.

– Pois está mais do que convidada a ir. Salvador tem vários hotéis cinco estrelas.

– Mas não posso me hospedar na sua casa?

– Minha casa não tem estrutura para hospedar uma deusa...

– Rodrigo... - sorriu. - eu não ligo para isso.

– Mesmo assim. Eu não me sentiria a vontade por não te fornecer todo o conforto que merece. Mas posso ser seu guia.

– Mas eu não seria bem acolhida?

– Seria tratada como uma rainha. - sorriu.

Saori sorriu de volta, mas aos poucos o sorriso foi morrendo. Mesmo que quisesse, jamais poderia se hospedar na casa dele. Quando ele atravessasse a barreira na manhã seguinte ela não passaria apenas de Saori Mitsui.

– O que foi?

– Nada... me conte sobre as maravilhas da cidade. - disse querendo mudar de assunto.

Rodrigo sorriu.

Touro

Deba e Mabel passaram por Capricórnio, Aquário e Peixes e no final das escadarias viraram a esquerda, rumo a passagem que dava no vilarejo. Com o caminho um pouco íngreme por vários momentos o taurino a segurou pela mão. Minutos depois chegaram a Rodorio.

– Uau... essa cidade parece de contos de fada.

– Atena preservou a fachada das casas, mas por dentro são bem modernas. Gostaria de tomar um sorvete?

– Claro.

Os dois andaram pela rua principal, parando num sorveteria.

– Esqueci que não tenho dinheiro... - murmurou Mabel.

– Deixe por minha conta. Pode pedir o que quiser e o quanto quiser.

– Não fale assim, pois posso levar a sério.

– Mas é para levar.

Escolheram os sabores e se sentaram numa mesinha que ficava do lado de fora do estabelecimento. Mabel via o ir e vir das pessoas. As senhoras quase sempre estavam com vestidos brancos até os joelhos, já as mais jovens usavam roupas modernas.

– Esse lugar é tão bonito e tranquilo. Moraria aqui sem problema.

– Sério mesmo? - gostou de ouvir, pois as palavras de Esdras martelavam na sua mente.

– Claro. Seria um sonho trabalhar e morar aqui.

– É formada em Pedagogia não é?

– Sim.

– Atena mantém uma escolinha aqui, para os filhos dos moradores, poderia trabalhar lá.

– Seria ótimo.

Os dois sorriram.

Libra

Jules parou no templo de Libra, um pouco indecisa. Precisava arrumar uma desculpa e ela veio rapidamente. Seguiu pelo corredor, indo para a área privativa de Libra, bateu na porta duas vezes.

– Juliane? - o libriano ficou surpreso.

– Vim ver se está bem. Por causa de ontem.

– Estou ótimo. Entra.

Ele lhe deu passagem.

– Fiquei preocupada. - disse.

– Eu já me acostumei. - indicou-lhe o sofá. - tento levar uma vida normal.

– Sei o quanto enxaqueca acaba com o dia de uma pessoa. Você disse que foram castigados... como?

A expressão do libriano ficou séria.

– Desculpe Dohko, não queria...

– Tudo bem. - deu um meio sorriso. - foram seis meses muito difíceis. - só de lembrar sentia as dores.

Capricórnio

Julia e Paula estavam nos últimos degraus da escada que levava a nona a décima casa. Vinham conversando assuntos banais e foi assim durante o salão de Capricórnio. Quando saíram tiveram uma grande surpresa: Shura despachava algumas ordens para uma serva.

– É melhor tentar consertar... - disse Paula baixinho. - já que o Mask fez a merda, tente salvar alguma coisa.

– Mas eu não tenho nada a dizer. - Julia a fitou desesperada.

– Invente alguma coisa. Vou indo.

Paula apertou o passo, deixando a paulista sem ação. A serva despedia-se de Shura tomando rumo contrário a da paraense.

Shura a viu e diante do olhar dele a paulista ficou vermelha.

– Oi. - disse para quebrar o gelo.

Ele não respondeu apenas aproximou se dela, parando a poucos centímetros.

– Shura...

– Você o beijou ontem? - indagou na lata.

– Como? - piscou várias vezes sem entender a pergunta.

– Giovanni e você. Ele me disse, mas quero ouvir de você. - sabia que o canceriano não valia nada, mas queria ouvir da boca dela e confirmar que suas suposições estavam corretas.

– Eu... - Julia não conseguia encara-lo. Queria dizer que beijara Mask por acidente e que na verdade queria beijo só dele, mas e a coragem? - é verdade. - disse por fim.

O rosto de Shura continuou sério e aquilo a preocupou.

– Realmente ele não estava mentindo... - murmurou contrariado. - e o meu boneco? Por que o tem?

– Eu ganhei... - o que de fato era verdade, mas não imaginou a dimensão que aquela frase tomaria para Shura.

– Imaginei...

– Shura eu... na verdade eu... - queria confessar o que sentia, mas...

– Não precisa explicar nada. - disse seco. - já entendi tudo.

– Eu não sei o que o Mask falou, mas eu...

– Não tem que dar explicações a mim Julia. É a sua vida.

– Mas...

– Eu preciso ir.

Saiu sem deixa-la dizer nada. Julia o fitava entrar em Capricórnio. Era claro que ele estava com raiva dela, mas ela não tinha culpa! Pensou em ir atrás dele, mas talvez só piorasse as coisas. Voltaria para o quarto para pensar em algo e depois o procuraria.

Áries

Assim que pisou no templo Paula foi para a cozinha. Definitivamente sol e escada não combinavam. Sentou a mesa, colocando a jarra de água gelada sobre ela. Depois de saciado a sede foi para seu quarto. Não havia ninguém. Pensou em ensaiar alguns passos de dança, mas suas músicas tinham ficado no celular e Atena o confiscara.

Soltou um suspiro desanimado, pensando em algo para fazer. Foi até aos outros quartos não encontrando nenhuma das meninas.

– Vou andar por aí.

Desceu as escadas tomando rumo da cozinha, acabou encontrando uma serva no corredor.

– Você é uma das meninas do mundo lá fora não é? - indagou a senhora.

– Sim.

– Será que pode entregar isso ao senhor Shion? Estou um pouco atarefada.

– Claro. - pegou o envelope. - entregarei em mãos.

– Obrigada.

A serva saiu apressada e Paula foi atrás do grande mestre. Olhou no escritório dele e em outras dependências do templo, contudo sem sucesso.

Voltou por um dos corredores vendo Atena e Saga entrarem na biblioteca. Pensando que o ariano pudesse estar no escritório da deusa foi até ele.

– Rodrigo? - viu o baiano sentado na mesa da deusa. - o que está fazendo?

– Fazendo alguns projetos para a Saori. Ela me pediu.

– E como não nega nada para ela... - deu um sorriso.

– Tenho que ser.

– Viu o Shion?

– Vi Atena comentar que ele estava no quarto dele.

– Hum... está bem. Bom trabalho!

– Obrigado.

Segurando o envelope a brasileira foi para o aposento do grande mestre.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O povo está caminhando para sair do 0 x 0. No próximo os primeiros beijos...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Lenda dos Santos de Atena" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.