The last picture escrita por Nyo


Capítulo 6
When we meet again


Notas iniciais do capítulo

Então, eu estava feliz até pouco tempo atrás, estava com tudo corrigido, clicando no botão de postar. Mas aí, a internet caiu. E eu fiquei com vontade de cortar os pulsos. Tinham coisas importantes nas notas iniciais, muito importantes e eu não sei se vou conseguir me lembrar de tudo. Mas enfim, eu vou tentar.
Acho que o que eu precisava falar é na minha opinião esse capítulo está muito chato e que a minha escrita no início dele não me agradou. Também fiz uns questionamentos, mas isso fica pras notas finais.
P.S.: As notas finais não puderam ser alteradas (aparentemente o nyah me odeia), mas no próximo capítulo eu digo o que ia dizer nesse, não vai alterar muita coisa, sinceramente



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Ligou seu Ipod, a música começou a tocar imediatamente. Tinha certeza que havia ouvido mais músicas naquele fim de mês do em toda sua vida, estava usando aquilo como um ponto de escape para seus pensamentos e problemas, o que estava funcionando relativamente bem.

Enquanto sua mente vagava pela letra alegre e agitada - para muitos até desagradável -, trabalhava em uma de suas atividades favoritas, revelação. O cômodo que havia reservado em seu pequeno apartamento se mostrou muito útil, já o havia usado várias vezes, além de lhe trazer certo conforto.

No mesmo dia em que houve a reunião da empresa - e que recebeu a revista -, seu trabalho começou a dobrar, o que só piorou sua confusão emocional e psicológica, os últimos dias o tinham esgotado o suficiente para que caísse em sua cama e só acordasse dali cinquenta anos, então, para relaxar resolveu fotografar. Usou um dia livre inteiro para ir a uma zona mais afastada da cidade e fotografar a paisagem, algo que realmente gostava de fazer.

Suas mãos trabalhavam de forma ágil, fazendo as primeiras imagens concretas surgirem. Sempre gostou daquele tipo de foto, o efeito antigo o agradava bastante. Sorriu satisfeito ao ver a primeira fotografia. Era uma paisagem aberta, quatro pássaros voavam formando um diamante no céu límpido e o campo estava completamente calmo. Ver aquilo através da imagem quase o fez sentir como estivesse lá novamente.

Deixou sua mente se perder naquela lembrança, o balanço do vento, o ar leve, o tempo aberto. Eram todas coisas que gostava. Odiava lugares cheios de gente, barulhos e coisas irritantes. Lembrava-se de uma vez que havia ido a praia com a família e o local estava deserto, nunca havia se sentido tão livre. Tinha sua câmera como companheira no silêncio quase absoluto que só era quebrado pelas ondas e pelo vento. Era uma boa lembrança.

O tempo voou enquanto trabalhava, havia entrado na sala pouco depois do meio dia, e quando saiu estava no final da tarde. Seu dia havia sido bom, sentia-se tranquilo, como não se sentia há algum tempo, seus pensamentos finalmente estavam abrandando, depois de um mês.

"Um mês, eu achei que seria algo passageiro e tinha razão."

Não havia recebido uma resposta concreta sobre o motivo do modelo tê-lo deixado. Pensou muito sobre aquilo, e ainda perguntava-se vagamente sobre o assunto, mas acreditava que já o havia deixado passar. O único problema que ainda perdurava era o seu sono, dormir com o casaco do loiro quando tinha insônia havia virado um remédio, era somente ele pegar a peça de roupa e deitar-se, que como um poderoso sonífero, ela o fazia pegar no sono instantaneamente.

Parou em frente a janela de sua sala, apoiando-se no batente e observando a paisagem que se estendia. Uma cidade infinita, era o que via, um mar de prédios e casas. À baixo, somente pessoas e automóveis, todos vivendo suas vidas. Em um movimento quase inconsciente, pegou a câmera e posicionou-a em frente aos olhos batendo a foto. O resultado não o satisfez, nenhum realmente o satisfazia, e sabia por que. Abriu o vidro deixando o ar frio entrar, apoiou-se novamente dobrando o corpo para fora em uma nova tentativa. A segunda acabou melhor que a primeira, mas nem de longe o deixou satisfeito.

"A revista sairá logo, logo". Lembrou-se. Perguntava para si mesmo se deveria compra-la, afinal, era seu primeiro trabalho em uma revista famosa. E ele estava lá.

Tentando esquecer o assunto - como sempre fazia quando ele vinha em sua mente -, sentou-se no sofá com seus fones de ouvido.

Não tinha a menor ideia de quando, mas acabou adormecendo. Uma imensa escuridão preenchia sua mente, e quando algo que lhe parecia um sonho começou a se formar, sentiu um objeto vibrando em sua mão.

Abriu os olhos de forma preguiçosa, a luz cegando-o por um momento. Constatou que já havia anoitecido assim que ergueu-se. Encaminhou-se para a janela, que havia esquecido aberta, e fechou-a, sentindo uma golfada de ar frio, que o fez tremer. Ainda estava com sono, porém duvidava que se tentasse dormir novamente iria conseguir. Seguindo para seu escritório, lembrou-se que havia acordado por causa de algo tremendo, no caso, seu celular. Havia um alerta de mensagem na tela, porém levou um minuto para identificar de quem se tratava. Ficou um pouco surpreso por perceber o número de Toyama na tela. Não costumava passar o número de seu celular para as pessoas, então, como logo ele havia conseguido? Com uma certa curiosidade incomum, e desconfiança, abriu a mensagem.

" Hey, Kasamatsu, oi. Duvido que você vá reconhecer meu número, mas aqui é o Toyama.

Enfim, eu queria saber se posso fornecer seu número de celular. Uma rapaz de uma escolha (Acho que era do Academia Toou) queria conversar com um fotógrafo para um trabalho, e disse que você era o mais indicado.

O menino parece ser gente boa, e acho que não faria mal pra você socializar um pouco, sabe? Às vezes faz bem.

Até mais."

Kasamatsu ergueu uma sobrancelha, por que um aluno iria querer consulta-lo para um trabalho? E mais, de onde poderia conhece-lo? Não era famoso, não tinha nenhum blog, ou algo parecido. Sua intuição começou a apitar, dizendo que havia algo realmente estranho lá. Suspirou virando a cadeira e sentando-se. Não achava seguro, poderia ser qualquer um, mas... Academia Toou...

Seus olhos se fixaram no nome tão familiar. Era algo magnético. Lhe trazia muitas lembranças que não gostaria de recordar, era a pior de todas as coisas. Balançou a cabeça tentando livrar-se daquele incomodo e voltar a se concentrar.
"Você vai enviar mesmo se eu disser que não, né? Já que pegou meu número e me mandou mensagem sem eu permitir/saber."

Enviou a mensagem à contragosto. Perguntava-se por que Toyama sempre fazia aquilo. Era a melhor pessoa do mundo, na opinião dele, mas podia ser o ser mais irritante também. "Não..." recordou-se. "Tem alguém bem pior". Um sorriso adornou seus lábios sem que percebesse.

A resposta de Toyama custou a chegar, e assim que veio, não surpreendeu o fotógrafo.
"

Desculpa, tava falando com ele de novo.

Então, sobre isso, peguei seu número no sistema da empresa, isso não é crime. Sobre a sua pergunta. Sim, depois dessa consersa agora, não me resta dúvida, esse menino merece.

Fique esperando o contato (Ele disse que vai te ligar amanhã). E salve o meu número, ainda pretendo mandar muitas mensagens pra você."

Yukio só não quebrou seu celular pois ainda lhe restava alguma racionalidade. Quem Toyama pensava que era? Fornecendo seu número assim. Podia ver a cara do rapaz, aquilo o irritou, mas logo algo lhe veio a mente. Desde que começou a trabalhar na empresa, o editor sempre foi aquele que o ajudou, e era uma pessoa mais séria do que parecia. Não seria louco de fornecer o número de kasamatsu para um estranho, então, assim como ele acreditava que havia algo mais nas intenções do estudante, criou a ideia de que Toyama também tinha seu próprio plano. Não que aquilo o confortasse, afinal, um plano do editor com certeza iria envolve-lo.

Mais uma vez encarou a primeira mensagem. "Academia Toou, então". Pensou, recostando-se. Sua cabeça começou a doer, não sabia se por causa das lembranças, ou pelo transtorno do momento. Só lhe restava esperar para ver o que daria.

Virando a cadeira para o computador, abriu seu computador e entrou em seu e-mail, verificando seu roteiro do dia seguinte.

***

Estava no estúdio onde encontraria a próxima modelo. Para seu orgulho, havia sido o primeiro a chegar. Aproveitou para inspecionar o local, verificar cenários, figurinos - estes haviam sido arrumados no dia anterior -, melhores posições e possibilidades de iluminação. Conforme o tempo passava, as pessoas chegavam, cumprimentando-o com seus melhores sorrisos. Toda equipe já estava lá, pronta para começar a trabalhar. Só faltava a modelo.

A porta foi aberta de forma escandalosa por uma moça alta, com longos cabelos negros, seios avantajados, assim como os quadris. Seu rosto estava lotado de maquiagem, suas roupas eram demasiadamente justas. "Puta". Foi a primeira coisa que passou pela mente do fotógrafo.

A jovem nem se quer deu-se o trabalho de cumprimenta-lo - ou melhor, cumprimentar qualquer um de ambas as equipes -, dirigiu-se diretamente para o camarim, chamando sua maquiadora e estilista. Ao ver aquela cena, Yukio só pode suspirar, era por isso que odiava aquele mundo.

A sessão se arrastou de forma tortuosa, aquela era só mais uma modelo que não ligava para nada do que acontecia ali. Enquanto batia uma das últimas, sentiu uma presença ao seu lado.

– Toyama, o que você quer? - perguntou sem ao menos tirar os olhos da câmera.

O flash disparou, tirando a foto. Observou a imagem na tela da câmera, seu desagrado estampado em sua face. Balançou a cabeça negativamente, suspirando.

– Tente virar para o outro lado, por favor - pediu mantendo a calma.

A modelo obedeceu-o. Assim que achou a pose satisfatória colocou os olhos na lente novamente, focalizando a jovem.

– Então, Sr. Kasamatsu, já falou com o rapaz? - Toyama perguntou.

Assim que mais um foto foi batida, o fotografo respondeu sem nem mesmo olhar o outro.

– Quem? - Perguntou parcialmente distraído.

Ouviu o editor suspirar ao seu lado, mas sem prestar total atenção nele, posicionou-se para continuar seu trabalho. Mudou levemente o ângulo, ajustou a luz da câmera e fez alguns sinais para o resto da equipe.

– Não se faça de bobo, o da Academia Toou.

Seu dedo estava na metade do caminho para pressionar o botão de disparo quando congelou. Aquele rapaz. Contendo-se para não suspirar, disparou a máquina fotográfica.

– Ah. Não, ele ainda não entrou em contato.

– Que droga, tsc.

Estava verificando a imagem, mas ao ouvir a sentença do outro, levantou o rosto, ergueu uma sobrancelha e fitou-o.

– Por que você parece decepcionado?

Recebeu um levantar de ombros como resposta.

Como já havia batido as fotos que precisava com aquela modelo, fez um sinal de despensa, voltando sua atenção exclusivamente para o editor.

– Toyama, o que você planejou?

– Nada. Eu juro.

Kasamatsu olhou-o com desconfiança, podia ver que ele escondia algo, na verdade, qualquer um poderia, somente o sorriso estampado ali já o entregava.

– Abra a boca - falou sem fazer questão ser educado, ou delicado.

Os dois se dirigiam para uma sala reservada, longe de todas as pessoas. Algo que Yukio apreciava no editor era a aversão dele por multidões, uma das cosias que possuíam em comum.

– Mas é sério- - no momento em que Toyama iria concluir sua fala, o celular do fotografo começou a tocar.

Não reconheceu o número, mas o outro, que havia esticado o corpo para ficar ao seu lado -, pareceu reconhecer, um brilho de compreensão passando por seu rosto.

– Você tem que atender. Eu prometo que não vou deixar ninguém entrar.

Havia um tom claro de malicia na voz dele, Kasamatsu percebeu, porém, antes que pudesse retrucar, o outro retirou-se, batendo a porta. Sem ver muita escolha, atendeu o telefone.

– Alô? - Perguntou assim que colocou o aparelho próximo ao ouvido.

– Quem fala? - Uma voz grossa perguntou do outro lado.

– Aqui é Yukio Kasamatsu - respondeu sem muita vontade. - Com quem eu falo?

– Que? Eu não acredito que deu certo. Viu, eu disse - a voz ficou mais longe, como se o rapaz do outro lado da linha estivesse falando com outra pessoa.

– É, você está falando comigo. Agora, quem é?

Kasamatsu ouviu um baque pelo celular, seguido por uma reclamação.

– Daiki Aomine. Eu queria falar com o senhor porque preciso de informações para um trabalho.

Sentou-se em em uma poltrona próxima. Por reflexo, cruzou as pernas e deixou se corpo cair pra trás. Não havia acreditado naquilo, quem poderia? Porém pensou um pouco e resolveu entrar no jogo do outro.

– Do que precisa? Não estou há muito tempo nesse ramo, não tenho certeza se poderei ajudar.

Ouviu mais reclamações, ele parecia estar discutindo com outra pessoa. Não conseguia ouvir direito sobre o que falavam, mas pegou algumas coisas como "loira", "eu não sei" e "idiota".

– B-Bem, será que poderia ter uma chance de te encontrar pessoalmente? Acho que seria melhor, tenho uns materiais que gostaria de mostrar, e algumas perguntas sobre ele.

"E mais essa agora. Quem esse aí pensa que está enganando?" Ponderou um pouco, por mais que já soubesse o que fazer. Não havia acreditado naquela história, portanto não iria mesmo encontrar o outro cara-a-cara, quem sabe o que poderia estar de todo aquele papo furado.

– Não posso, estou com a gente cheia. Não vejo por que não podemos resolver tudo através dessa conversa. Faça as perguntas que precisar.

Dessa vez os grunhidos vieram de perto do celular, juntamente com uma voz conhecida. Ouviu claramente alguém falando "Aomine, você tem que convence-lo". Não conseguiu identificar no mesmo momento, mas aquela voz lhe despertou algo.

– Tem mais alguém aí com você? - Perguntou.

Ouviu Aomine xingar com bastante vontade. Aquilo era mais que uma afirmação. Estava começando a ficar impaciente com sua resposta que não chegava, ouvia somente uma conversa paralela, da qual não entendia nada do que estava sendo dito, até que veio um grito, um xingamento e um nome que ele conhecia e muito bem. "Porra" ouviu "Se você não parar de me encher o saco e ajudar eu vou te espancar, Kise".

Kise? Ele havia ouvido bem? Será que poderia ser Ryouta Kise? De repente a voz que havia ouvido tomou parte em um rosto. Tinha certeza que era a voz do modelo, mas por que ele estaria lá?

– Kise? Você disse Kise? Ryouta Kise? Ele está aí? - Sentia-se quase no piloto automático, não tinha ideia do que havia saído de sua boca.

Captou um rosnado, seguido por "merda" de seu interlocutor. Um suspiro de resignação se seguiu, junto com o barulho de um tapa.

– Está. E quer falar com você.

– Não existe nenhum trabalho, não é mesmo? - Ele cortou o rapaz.

– Não. Era uma desculpa que ele arranjou para que eu pudesse falar com você.

O coração de Kasamatsu falhou uma batida. Kise queria falar com ele. Ouviu uma pequena discussão, em seguida uma voz trêmula, e por fim, a voz que havia sentido flata por aquele mês.

– Alô? Senhor Kasamatsu?

Sentiu-se irritado, feliz, inexplicavelmente tranquilo, e acima de tudo um instinto assino para com aquele loiro.

– Então você está vivo, Kise.

Quase podia ver o modelo encolher-se.

– A culpa não foi minha, eu juro. Mas não é pra isso que eu liguei.

– Não foi você que me ligou.

Não tinha ideia do motivo de estar falando daquele jeito, estava confuso sobre como deveria agir, então as coisas somente saiam.

– É. Foi o Aomine, mas porque eu pedi. Enfim, eu quero vê-lo, Kasamatsu.

Seu coração parou. Quem aquele menino pensava que era? Achava que podia simplesmente aparecer na sua frente que tudo ficaria bem? Eles não eram nem amigos. Queria falar tudo aquilo, dizer que não tinha necessidade de ver o modelo.

– Onde? - Foi o que saiu de sua boca.

Houve uma pausa, nenhum dos dois ousou abrir a boca enquanto Kise pensava na resposta.

– Quarta-feira, no final da tarde. Pode ser?

Começou a revirar seus compromissos. Além de trabalho, não tinha absolutamente nada.

– Pode. Mas onde? Eu não vou sair te procurando por tudo.

– Hm, o café? O café do Mursakibara.

A possibilidade de ver o amigo de Kise não lhe agradava, porém era o único lugar que ambos conheciam em comum - pelo que sabia.

– Ok. Eu tenho um trabalho à tarde, mas consigo acabar rapidamente - fez uma pequena pausa. - Não ouse se atrasar.

Ouviu uma risada, podia ver o sorriso no rosto do loiro. Uma estranha vontade de pegar sua câmera o atingiu.

– Não vou. E você também. Ah, não fale pra ninguém, por favor.

Sua mente começou a trabalhar com aquele pedido, o que poderia ter demais os dois se encontrarem?

– Ok, mas por quê? - Perguntou soando um pouco mais cauteloso do que gostaria.

– Só não fale, eu explico Quarta-feira. Agora eu tenho que ir, Aomine está pedindo o telefone dele. Até mais, Kasamatsu.

A linha foi cortada antes que pudesse responder. Demorou um pouco para recuperar suas capacidades de movimento e raciocínio voltassem, e quando vieram, foram acompanhadas de uma enxurrada de perguntas. O que Kise queria? Por que ele não podia falar para ninguém sobre aquilo? Por que o modelo havia sumido? O que estava acontecendo?

A realidade que não conseguiria esquecer aquilo até que visse o loiro o atingiu, fazendo com que ficasse irritado consigo mesmo. Mais uma vez sua mente ficaria conturbada. Mas... Ele veria Kise, não? O rapaz chato e idiota que havia conseguido fazer muito mais com ele em dois encontros do que muitas pessoas em toda sua vida. Sua mente estava rodando, a confusão crescendo, não tinha mais ideia de nada.

– "Kasamatsu" - bufou. - Onde foi parar o "senhor"? Aquele moleque não tem respeito com os mais velhos mesmo - reclamou para si mesmo em uma tentativa de tranquilizar-se.

Levantou com um suspiro e seguiu para a saída, no momento em que abriu a porta deparou-se com Toyama, que sorria como quem sabe de tudo, mas vai deixar as vitimas tentarem encontrar o próprio caminho para uma simples resposta.

– Você sabia, né? - Perguntou.

– Como eu poderia? - Recebeu em resposta. - Os rapazes deram duro para esconder.

Tentando ignorar o editor, bufou e dirigiu-se para a sala principal.

***

Já não existiam mais resquícios de que Kasamatsu havia esquecido Kise em algum momento. Sua mente passou o dia todo girando em torno do loiro, até mesmo distraindo-o das intermináveis seções que passavam. Iria encontrar o modelo em dois dias, e por mais que não achasse apropriado - ou comum - estava nervoso. Perguntou-se se o outro havia visto a revista, e, se sim, o que havia achado.

"Todo um maldito mês jogado fora". Refletia "Passei um tempo enorme gantando meus neurônios com esse maldito pra nada. Mas então, por que diabos eu estou feliz? O que ele fez comigo? Maldição."

Ainda podia ver a riso nos lábios de Toyama, mesmo que este já tivesse ido embora há algumas horas, era claro que o editor sabia de tudo aquilo e não havia lhe contado. Não duvidaria que ele tivesse ainda mais do que aquilo a ver com a história toda.

De volta a sede da editora, Yukio se permitiu descansar. A única coisa que queria naquele momento era voltar pra casa e não ser incomodado nunca mais. Poderia até passar em um fast-food - por mais que não fosse fã -, para não ter que cozinhar. Organizou os últimos documentos que haviam chegado, estava completando o segundo mês de trabalho na editora, então matinha o maior cuidado que podia. Por ser "novo", seu emprego estava em risco, caso cometesse algum deslize grave, poderia ser demitido ou substituído em um piscar de olhos.

Meia hora mais tarde, estava em um fast-food, pedindo um hambúrguer e um milkshake. Havia ouvido falar que a comida daquele lugar era uma das melhores, e considerou que estava no momento de tirar a prova. As filas estavam enormes, o que não cooperou com sua paciência. Eram muitas pessoas conversando, atendentes gritando, reclamações. Por um momento amaldiçoou-se por ter seguido sua própria ideia, não importando o quão boas fossem as recomendações que havia recebido.

Assim que conseguiu o que queria, tratou de sair o mais rápido que podia do local. Estava sendo empurrado por algumas pessoas em direção a porta. Em meio a cotoveladas, alguns pés e em seu caminho e várias reclamações, perdeu o equilíbrio e preparou-se para o impacto contra a porta de vidro. Fechou seus olhos com força apertando a sacola que carregava, já sentindo o choque, porém, para sua surpresa, uma mão agarrou-lhe o ombro, fazendo com que se equilibrasse no último momento. Assim que abriu os olhos, deu-se diretamente com a porta, a centímetros de seus rosto.

Soltou um alto suspiro, seu corpo relaxando instantaneamente. Virou-se para trás no intuíto de agradecer seu salvador, porém não viu ninguém. Varreu o local com os olhos, entretanto nenhuma das pessoas estava sequer virada em sua direção.

– Com licença, acho que você está me procurando.

Assim que virou-se na direção da voz, percebeu um garoto de cabelos azuis claros parado a sua frente. Não conseguia descrever o sobressalto que teve naquele momento, perguntou-se de onde aquele menino havia surgido, ou mesmo se já estava ali antes.

Levou um tempo para se recompor, e assim que o fez, olhou devidamente seu salvador. O rapaz parecia ser mais novo que ele, sua estatura era baixa, seus cabelos em um tom claro de azul, assim como os olhos. E algo que surpreendeu o fotografo, o outro não parecia ter a menor "presença", tinha certeza que se não houvesse ouvido a voz dele, nunca o teria percebido.

– Ah, sim - respondeu. - Você ajudou agora, não foi?

O mais baixo assentiu. Kasamatsu percebeu que ele segurava um milkshake, provavelmente havia comprado naquele momento e enquanto dirigia-se a saída, viu-o caindo.

– Muito obrigado... hm... como eu devo chama-lo? - Perguntou.

Um pequeno sorriso se estampo nos lábios do rapaz.

– Testsuya Kuroko, prazer. E você?

Analisou-o dos pés a cabeça, pensando se deveria responder. No final, suspirou derrotado, não vendo problemas e dizer seu nome.

– Yukio Kasamatsu.

Um sorriso misterioso e levemente divertido tomou conta dos lábios do rapaz de cabelos azuis.

– Sr. Kasamatsu, hm. É um prazer enorme finalmente conhece-lo.

O fotografo levou um momento para assimilar aquelas palavras. "É um prazer enorme finalmente conhece-lo". Aquilo queria dizer que o rapaz já havia ouvido falar dele? Primeiro, um estudante - que havia descoberto estar envolvido com Kise - e agora um menino que encontrou casualmente em um fast-food? Cogitou a possibilidade do modelo ter algo a ver com aquele menino também, mas descartou a ideia, qual seria o nível de coincidência ele achar um dos amigos do loiro em um lugar como aquele? "Qual poderia ser o nível de coincidências que vida pode reservar só pra mim?"

Sua mente distraiu-se por um momento com reflexões, e assim que voltou sua atenção novamente para o rapaz, ele não estava mais lá. Uma vez mais a surpresa estampou-se em sua face. Não era possível ele ter simplesmente sumido daquele jeito, o que havia acontecido? Alguma habilidade especial?

Assim que seu atordoamento passou, resolveu voltar para casa. Acreditava que poderia comer tranquilo, e esquecer aquele episódio bizarro.

***

Sem um motivo especifico, nos dias que se seguiram, passou em frente ao mesmo fast-food perguntando-se se veria aquele rapaz novamente, porém não teve sorte.

Sua mente havia se entretido tanto com aquele episódio, e com seu trabalho, que quase havia esquecido de Kise. Quase.

Na quarta-feita em que haviam marcado o encontro, Kasamatsu acordou sobressaltado. Não lembrava do que havia sonhado, mas sabia tê-lo feito, pois seu despertador estava mudo, sua mente confusa e seu coração a mil por hora.

Olhou para o relógio que marcava cinco e meia da manhã. Sem cerimônia, virou-se para o outro lado e tentou voltar a dormir, contudo, era mais fácil falar do que fazer. Por mais que fechasse os olhos, contasse carneirinho e se revirasse na cama, o sono não vinha. Depois do que lhe pareceu uma eternidade, desistiu de tentar adormecer. Virou-se de barriga para cima, apoiou o braço sobre os olhos e suspirou. Ainda estava cansado, mesmo dormindo não conseguia relaxar o tanto quanto gostaria. Desde que saíra de casa, seus sonhos estavam agitados, sua insônia estava horrível e ele se recusava a tomar qualquer tipo de remédio para dormir.

Deixou sua mente vagar, indo para qualquer ponto de sua memória ou pensamento que estivesse disposta. Claro que não ficou nem um pouco surpreso quando pegou-se pensando no que aconteceria naquele dia. Veria Kise, certo. Mas porque o loiro queria se encontrar com ele? Por que não ligou pra ele diretamente? Quanto mais pensava e tentava achar uma resposta, mais perdido ficava. Assemelhava-se àqueles sonhos onde as pessoas corre em direção a algo e quanto mais se aproximam-se, mais longe seu objetivo fica.

Quando sentiu-se cansado de pensar em qualquer coisa - e julgou o horário apropriado -, levantou-se, optando por tomar uma ducha e preparar seu café da manhã.

Seu dia seria relativamente tranquilo, teria duas seções com modelos pela manhã e a tarde uma reunião. Se tudo corresse como planejado, ainda poderia ter tempo livre antes de seu "encontro" com kise.

E como sempre, quando planejava algo, nunca dava nada certo. Suas duas sessões atrasaram, e a reunião começou mais tarde, como também terminou mais tarde. Não teria tempo de passar em casa para, pelo menos, arrumar algo decente para vestir. Já estava atrasado quando foi liberado, então correu o mais rápido que pode até a cafeteria.

No momento em que dobrou a última rua, viu uma figura parada ao longe. Os cabelos loiros balançando um pouco por causa do vendo, e pela sua posição, Kasamatsu suspeitou que estivesse falando no telefone. Diminuiu seu passo para uma caminhada tranquila, quanto mais se aproximava, mais rápido seu coração batia. Seus sentidos se tornaram mais aguçados e seus olhos captavam todos os movimentos feitos pelo rapaz loiro.

Quando estava a uma distância razoável, começou a perceber algumas coisas. As roupas do modelo - que eram nada extravagantes - somente um casaco social cinza com uma gravata sobre uma caisa social, e uma calça social, um cachecol - que lembrou-lhe o que estava consigo -, sapatos pretos e uma mochila. Calculou que provavelmente ele estava na escola, ou estudando na casa de algum amigo.

Assim que o loiro desligou o celular, virou-se em sua direção, abrindo um sorriso enorme e fechando rapidamente a distância que os separava. Assim que ficaram frente a frente, Yukio não resistiu em observar todos os traços do modelo, que limitou-se a abrir ainda mais sorriso, fazendo com que seu rosto corasse levemente e uma enorme vontade de tirar uma foto surgisse.

Nenhum dos dois parecia saber o que dizer, então ficaram momentaneamente olhando um para o outro, até que Kise quebrou o silêncio.

– Vamos lá, Senhor Kasamatsu?


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Notas finais do capítulo

E é isso. Chegamos em um ponto de "mudança". É como se fosse o final do início (Esse foi o primeiro aviso).
Agora, eu queria saber, vocês acham que eu devo devo me ater mais aos "detalhes". Tenho a impressão que meus capítulos ficam um pouco vagos, então, queria saber o que vocês acham. Claro, os capítulos ficariam maiores, mas eu poderia focar mais em algumas partes específicas. Deem a opinião de vocês, isso é muito importante pra mim.
Bem, agora deu de papo sério. Eu sou muito filha da mãe, né? Deixei parar bem no ponto "h"



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