O que houve com Noel? escrita por isaac


Capítulo 1
Capítulo Único




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Mamãe Noel acordou, na véspera do Natal, muito animada. Seu marido tinha lhe prometido que a participação dela nesse feriado seria crucial. Com seu robe vermelho, foi acordar o Sr. Noel.

Mas ele não estava no quarto. Ela procurou na mansão inteira, nada do Papai Noel. Foi correndo até o lounge e encontrou o trenó, com as nove renas. Mas nem Noel nem os presentes lá estavam. Perguntou para cada uma das renas se sabiam algo.

- Você sabe, Corredora? – a rena balançou a cabeça. – E você, Dançarina? – a outra rena negou. – Empinadora, sabe algo? Não? Raposa, sabe? Cometa? Cupido? Trovão? Relâmpago? Nenhum de vocês sabe?

Ela andou mais um pouco. Chegou até a rena mais simbólica. Rudolph, ou Rodolfo, a Rena do Nariz Vermelho.

- Rudolph, você sabe? – a rena afirmou. – Onde ele está? Hein? Os elfos sabem? Obrigada, Rudolph!

Mamãe Noel foi para o escritório. Irrompeu na porta e atravessou a sala. A porta com o código, que possibilitava a entrada para a oficina dos elfos.

- ABC Jingle Bells 3961 – ela disse.

A porta abriu.

- Magee! - a pequena elfa apareceu:

- Sim, sra. Noel?

- O que houve com Noel?

- Não sabemos, senhora. Mas autoridades policiais circundam a mansão e desejam conversar com você.

- Estou indo, Magee, obrigada.

Andou, cansada, até a porta da mansão.

- Sim?

- Senhora Noel! Recebemos dados do elfo Lanny e a partir disso sabemos que o Sr. Noel não está na casa! Podemos entrar para fazer a investigação?

- Rápido!

Uma enxurrada de policiais, detetives e outros adentraram na mansão. Mamãe Noel não permitiu que eles entrassem em um cômodo que não fosse o quarto do procurado por questões de privacidade.

A Sra. Noel procurou em cada canto da casa e da oficina dos elfos. Nada!

- Com licença, senhora Noel – disse um detetive britânico, cheio de sotaque. – Sir John Holmes, o sétimo descendente do grande Sherlock Holmes, ao seu dispor! Não precisa se preocupar! Estamos nas rédeas do caso. Pode relaxar e ir tomar seu desjejum.

Agradecida, Mamãe Noel comeu panquecas em formas de árvore de natal e biscoitos em formas de gorros de Natal. Até que John Holmes aparece na cozinha com certo senhor rechonchudo e barbudo.

- Noel! Onde estava? – perguntou, animada, Mamãe Noel.

- Eu... Nem sei. Espera, acho que sei... Não tenho certeza.

- Com licença, Sir Holmes. Irei fazer as perguntas para o meu marido.

John saiu, e o interrogatório da Sra. Noel começou.

- Em primeiro lugar, querido, por que desapareceu?

- Eu não queria, entende? Mas eu estava aprontando tudo, colocando os presentes no trenó, quando um saco me envolveu e de repente eu sumi.

“Confuso, eu abri aquele saco. Ou melhor, tentei. Mas já tinha certeza que não estava em minha mansão. Um pouco irônico eu estar em um saco com meu saco, mas eu estava.

“O cheiro de batatas daquele saco estava começando a me dar náuseas. Acabei adormecendo. Ou desmaiando, eu não sei. Depois de despertar, ainda estava lá. Mas vi luz, parece que não tinha mais ninguém segurando o saco.”

- Então daí você fugiu. Sim, entendi. Agora me conte, aonde estava nesse tempo em que esteve desaparecido?

- Eu saí do saco, veja bem, e puxei os presentes para fora. Escondido, fugi de onde eu estava. Uma espécie de castelo de mármore negro. Me escondia atrás de colunas e portas.

“Eu estava muito preocupado com o meu tamanho e meu enjoo. Afinal, eu sou bastante... grande, seria fácil ser achado, e qualquer um ouve uma pessoa vomitando. Por fim, consegui entrar na cozinha sorrateiramente e beber um copo d’água. O enjoo passou. Eu me esquivei cuidadosamente e saí da cozinha. Finalmente cheguei até a porta.”

- Ah, meu querido Norte, eu entendo... Ainda bem que você é durão – divagou Mamãe Noel.

- Com licença – disse John Holmes, entrando. – Eu estava encabulado de perguntar-lhes, mas o que houve com seu gorro, senhor Norte?

- Ho, ho, ho! Ho, mocinho, não o uso mais há um tempo! Senão me acharão só um gordinho do Natal! Ho, ho, ho!

- Obrigado pela informação, Noel.

- Querido, continuemos?

- Claro, minha amada.

- Com quem você estava?

- Ah, vai demorar contar... Vamos voltar um pouco, para onde eu estava...

“Eu estava no contrário do Mundo Mágico, que envolve as casas de todos nós, seres da fantasia. Eu estava no Mundo Trágico. O Senhor dos Pesadelos o criou quando nós nos fortalecemos pra enfrentá-lo. Ele gosta de rimas, ho, ho! Rimou o nome do nosso mundo pacífico com a carnificina do mundo dele!

“Com o tempo, ele foi descobrindo as terríveis criaturas que habitavam as sombras da Terra. Elas passaram a habitar o Mundo Trágico. O Senhor dos Pesadelos, vulgo Cauchemar (N/Norte: Pronuncia-se Cox-mar), foi juntando mais e mais seres das trevas. Agora, ele achou que conseguia derrotar-nos, seres da fantasia!

“Eu sou o principal elemento do nosso mundo, junto do Coelho da Páscoa, da Fada dos Dentes e do Senhor dos Sonhos, Rêves (N/Norte: Pronuncia-se Rev). Cauchemar me capturou. Quando eu estava na porta, ouvi sua voz tenebrosa:

“- Norte! Como vai, ‘colega’?

“- Cauchemar! Não tenho prazer em revê-lo.

“- E em ver seus três coleguinhas, Coelho, Fada e Rêves?

“Olhei para trás e os vi, presos. Rêves estava em uma jaula feita apenas dos sonhos ruins e pesadelos, deixando-o fraco. O Coelho e a Fada estavam em jaulas de medo, a pior coisa dos mundos Mágico e Trágico.”

- Meu querido! Como você aguentou? Por que eu deixei você arrumar tudo ontem...? Eu deveria imaginar que algo iria acontecer, você, na parte aberta da mansão... Algo sempre sai daquele teto solar!

- Bom, querida...

“Eu me sentia prestes a desistir, porque estava assustado com o que poderia acontecer. Ah, o efeito do medo... Faz Hércules desistir de seus trabalhos!

“Mas resisti e respondi Cauchemar à altura:

“- Livre meus amigos, Cauchemar! Eu ordeno.

“- Ha! Você não manda no meu reino, Noel! Criaturas, prendam-no!

“Várias formas indistintas, negras, que aparentavam ser feitas de poeira preta saíram de cada lugarzinho escuro que havia. Atrás de vasos, em sombras dos móveis e outros. Vieram atrás de mim, com armas de poeira negra se formando em suas mãos.

“Seguraram meus braços e pedaços de minha sobrecasaca. Tentei me esquivar das formas ‘nanicas’, mas eu não conseguia. Elas eram incrivelmente fortes!

“Me puseram em uma jaula de medo, e comecei a ver como desistir era uma via muito mais rápida e fácil. Mas de repente vi que havia uma falha na jaula, na parte de trás, embaixo: um buraco! Comecei a abri-lo com as mãos, e ele ficou bem grande. O bastante para que eu passasse!

“Passei e surpreendi Cauchemar, derrubando-o de seu trono. O único jeito de colocar calma no Mundo Trágico é se um dos Senhores Mágicos sentarem no trono do grande Senhor Trágico.

“Me sentei no trono de mármore negro, e se tornou mármore branco. As criaturas e as jaulas se dissiparam, tudo ficando em ordem!”

- Isso é lindo – comentou Mamãe Noel, enxugando uma lágrima. – Você é um herói, querido. Tenho orgulho de você, muito orgulho.

- Obrigado, querida. Isso é muito para mim! Você sabe como amo família e a valorizo muito!

“Porém, devo contar-lhe algo. Aqui, pareceu que sumi por algumas horas, um dia, talvez. Mas lá, fiquei até dia 14 de janeiro de 2014. Fiquei arrumando tudo, transformando o Mundo Trágico no ‘Mundy: Colônia do Mundo Mágico’.

“A Fada, o Coelho e Rêves me ajudaram, e me agradeceram, com um sorriso no rosto. Aquilo foi muito bom para mim, porque ver o Mundo Trágico sumir é o melhor que já vi.

“Com a ajuda dos outros, pus ordem naquilo. Rêves disse que ficará lá, tomando conta do lugar, botando ordem e varrendo fora as criaturas das sombras. Ele é a pessoa mais adequada para isso, você sabe, querida.

“Eu sei que, por um tempo, tudo ficou resolvido, mas ainda estou desconfiado. Cauchemar não foi derrotado. Ele continua vagando, agora mais fraco. Mas sinto que está planejando algo. Ele está fazendo algo que não prevemos...

“As criaturas das sombras também farão uma rebelião. Provavelmente se reunirão ao seu ‘mestre’, e por isso é necessário que estejamos preparados.”

- Você tem razão... – comentou, desanimada, Mamãe Noel.

- Mas, minha querida, ainda temos tempo de sorrir! As coisas ruins não acontecerão tão cedo. E é véspera de Natal, temos presentes à entregar!

- Hahahaha! – gargalhou Mamãe Noel.

Sr. Norte saiu a passos largos da cozinha. Declarou para todos os policiais e detetives do lugar:

- Muito obrigado, senhores! Mas estou aqui! Logo, o trabalho foi feito! Agora, podem ir para suas casas, ver seus filhos e esposas! Feliz Natal a todos vocês!

Os detetives gritaram “Feliz Natal!” e saíram da casa. Mamãe Noel foi falar com os Elfos:

- Elfos! Elfos! Noel voltou!

Magee, ali perto, ouviu, e começou a gritar ordens:

- Preparar missão Natal! Rápido, rápido! Bolinha, um leite quente. Obrigada. Corram, elfos, corram! Supram o atraso, embrulhem os presentes, vamos, vamos, vamos!

Uma correria desordenada de elfos começou no Escritório. Mamãe Noel saiu dali e foi falar com Noel, que estava penteando a barba, quase pronto para is entregar os presentes.

- Foi uma baita preocupação isso tudo, não, querido? Para mim, o seu sumiço, e para você, todo o problema do Mundo Trágico.

- É... Mas tudo acabou bem. Eu estou aqui, e o Mundo Trágico, agora Mundy, está iluminado... E tem uma casa de verão para irmos!

- Hahaha, você é um doce, querido...

- Mas é hora da operação Natal! Vamos, querida! Para o trenó.

O casal se dirigiu ao Trenó de Natal, onde as renas, felizes, aguardavam.

- Olá, minhas renas! É hora do Natal!

Eles subiram no trenó, e Rudolph piscou a luz do nariz cinco vezes e ele soltou uma poeirinha brilhante, a aurora, que fazia o trenó voar.

- Feliz Natal! – gritou Norte, e o trenó passou pelo teto, indo voar pela noite.

As luzes coloridas e brilhantes da aurora começaram a se espalhar, fazendo um caminho pelo céu. Mas, depois de alguns minutos, tudo sumiu. Mas ainda estava lá. Rudolph tinha ‘piscado o nariz’ mais algumas vezes, e a aurora se camuflou, ficando da cor da noite.

O lindo e grande trenó vermelho partiu noite afora. Os elfos tinham conseguido recuperar-se do atraso, e tudo estava preparado. Norte pousou em cada casa de criança do mundo, e tudo se resolveu. Havia um presente debaixo de cada árvore de Natal, e, no dia seguinte, haveria um sorriso no rosto de cada criança.

No fim da noite, Norte voltou para a sua mansão no Polo Norte. Cansado, foi para seu quarto, tirou a sobrecasaca e pôs pijamas vermelhos de renas. Mamãe Noel se dirigiu até o quarto do marido para desejar-lhe uma boa noite:

- Boa noite, querido. Hoje foi um dia cansativo. Durma e relaxe, sim?

- Claro, minha querida, o farei. Uma boa noite para você também.

- Muito obrigada, Noel. Até amanhã – ela beijou-o.

A senhora Noel andou até seu quarto e se deitou, pensando: “Foi um dia complicado. Mas bom. Muito, muito bom”.

Na manhã do dia seguinte, na casa de John Holmes, ele foi acordado por gritinhos de felicidade da sua filha de cinco anos.

- Pai! Mãe! Venham ver, venham! Yeyyy...

Ele andou até a sala de estar, na direção dos gritos alegres. Sua esposa abraçava sua filha, que pululava e ria, perto da Árvore de Natal.

- O que foi, meu docinho? – perguntou o detetive.

- Papai! Papai! – ela correu até ele. – O Papai Noel trouxe minha boneca nova, exatamente a que pedi!

Holmes deu um sorriso abobalhado. Ah, o bom velhinho... Ele nunca se esquece de suas missões, pensou.

- Ele trouxe, Rose? Deixe-me ver.

Rose correu até a árvore de Natal e voltou trazendo uma linda bonequinha.

- O nome dela é Petúnia, papai, porque ela tem cheiro de flor!

John sorriu. Ele tinha muito a agradecer.


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