Okay? Okay. escrita por AgathadeLima


Capítulo 35
Emily.


Notas iniciais do capítulo

Mais um dia na vida de todos nós, e mais um capítulo na vida de Okay? Okay.
Oi!
Agora tenho lido Cidades de Papel e estou bastante inspirada com a sabedoria do Tio Verde, portanto, coisas boas vão acontecer (talzé não de uma forma tãããão boa assim. De forma que o termo "coisas boas" é relativo, já que também significa "coisas ruins" e...)
Certo, me ignorem hoje. Maldita sabedoria tio-verdal.



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Pov. Emily

Eu não sei que horas são. Ou que dia é hoje, quanto tempo se passou, se está no meio da tarde, da noite ou no comecinho da manhã. E isso, apesar de tudo que eu poderia reclamar, é o que realmente me incomoda. Só sei que sempre, em algum momento, que tenho alguma noção, é rotineiro, o bicho-papão do meu pouco sono atual chega. Roberto agora, além de bêbado, feio e violento, para não dizer explosivo, também é psicopata e completamente pirado.

–Emy, cheguei! -Falou ele, animadamente, entrando no quartinho sujo e escuro.

Virei a cara.

–Sra. Grace, pra você -Lembrei-o.

Ele fingiu, ou tentou fingir o fingimento de uma careta de tristeza completamente falsa. Me pareceu alucinada, como se ele tivesse se chapado com alguma coisa.

–Ora Emily, por que tanta agressividade? -Perguntou ele.

Ignorei-o, um erro. Não vi a mão dele, mas senti bem rápido a queimação na minha bochecha que acusava não o primeiro tapa, e possivelmente não o último, que ele me dava. Mas eu já havia recebido tantas, e tantas coisas piores que nem doeu realmente. Não como nos primeiros dias.

–Não vou tolerar sua infantilidade nem sua desobediência agora, Emily. -Ameaçou, agora furioso. Esqueci de dizer que ele também estava um tanto bipolar? -Mais um passo em falso e, amando você ou não, vou matá-la. Afinal, que vingança melhor do que a morte lenta e dolorosa?

Ele pegou meu queixo com a mão e me forçou a olhá-lo. Agora, tinha um olhar sonhador, esperançoso e de quem faz planos do futuro. Talvez você se lembre de um comentário meu sobre a bipolaridade dele agora á pouco.

–Nunca imaginei que a ideia de também trazer o bebê fosse me dar tantos resultados. -Confidenciou. - Ele pode crescer e eu posso ensiná-lo muitas coisas, Emy, coisas grandes. Ele pode ter sucesso na vida e conquistar sem fazer esforço! O sequestro foi um impulso vingativo, realmente, mas a adrenalina, a ação... até o planejamento de um crime parece ter sido feito para me atrair. E o melhor: Consigo ganhar dinheiro sem muito trabalho. Ah, se a vida fosse assim com todos...

Eu estava começando a me cansar.

–Ontem entrei no tráfico de drogas. Difícil, mas nada que eu não consiga. Seja como for, posso mostrar isso a Thomas, ensiná-lo, fazê-lo ir adiante e ter uma grande vida, com tudo o que ele desejar. Quanto a você Emily... Você não me tem mais nenhuma utilidade. Portanto, acredite quando digo que minhas ameaças não são mais simples blefes. Você tem uma escolha, Emy. Você pode me seguir nessa nova vida, nessa vida de um futuro mais feliz, ou pode ficar na pobreza, como sempre pareceu ser seu destino. Com duas filhas ingratas e um genro que invade sua casa e a usa ao seu bel-prazer.

Minha resposta?

Que bom que perguntou.

Cuspi na cara dele.

Pov. Hazel

Gus ligou a TV no jornal, coisa meio frequente desde o sequestro.

Um Sebastian abatido entrou pela porta da casa dos Grace, cambaleante e cansado. Ele não falou. Sem esperar por oferecimento, se sentou no sofá. O homem do jornal começou a falar coisas comuns de jornal. Isabel chegou trazendo o meu café e com a própria xícara de café, e setou ao meu lado no sofá restante. Gus sentou no mesmo sofá que Sebastian.

Seria uma manhã normal, se não faltasse uma mulher linda e um bebê cativante.

–Cadê a Emily, por que ela sumiu e como eu posso ajudar a resolver? -Perguntou Sebastian.

Suspirei e tomei outro gole de café.

–Foi sequestrada. -Respondeu Isabel, por todos nós.

Sebastian nos encarou, e começou a rir.

–Sequestrada? -Questionou, entre risadas. -Conta outra.

–Sim, Sebastian, sequestrada. Pelo Roberto. Não brinque com isso. Sequestrou meu filho também. -Me revoltei, acabando meio deprimida no final da frase.

Gus parecia estar concentradíssimo no jornal.

–Hazel. -Chamou ele. Ignorei.

–E a mim. -Completou. -Mas consegui fugir ontem. Não foi fácil.

Finalmente Sebastian acreditou.

–O que? Por que não me avisaram? Eu poderia... -Tentou.

–Não, Sebastian, não poderia ter feito nada. Nós moramos aqui e não conseguimos, imagina você. Não se martirize como se tivesse culpa ou algo do tipo, porque, e isso eu aprendi com essa experiência, é uma grande falta de tempo. -Interrompi.

Sebastian se calou, e pareceu murchar.

–Hazel. -Chamou Gus de novo. Ignorei de novo.

–Sua ajuda seria bem vinda. -Respondeu Isabel.

–E o que vamos fazer pra trazer Emily de volta? -Ele fez uma pausa. -E Thomas?

–Engraçado você perguntar, já que faz meia hora que chamo a atenção de vocês, mas especificadamente a Hazel, mas todos ficaram momentaneamente surdos. -Respondeu Gus. -Olhem a TV.

Todos prestamos atenção. Senti meu coração apertar. Aquela não era minha mãe, deitada em um mar de sangue, sendo carregada numa maca para uma ambulância, o que mostrava a TV? A reportagem dizia que ela estava viva, sim, mas precisava de cuidados, muitos. A câmera deu um close no rosto dela, e ela parecia horrível.

–Emily. -Sussurrou Sebastian.


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Notas finais do capítulo

^^