Deméter foi sugada para dentro de folhas que surgiram do nada.

E a rosa,caiu no chão.

Despedaçada.

Autora ~ Narradora

Atena caminhou por entre a grama verde. O sol reluzia suavemente no céu azul. Por quilômetros não se via nada,apenas grama,alta,brilhante e de uma cor viva. A brisa revelava o clima de primavera. Ao longe,um carvalho balançava seus galhos,as folhas dançavam,abaixo dele,estava ele.

Atena aumentou o passo,o coração pulsava em suas orelhas,o cérebro pensava em muita coisa ao mesmo tempo,se contradizendo. Ao se aproximar,notou que ele vestia um terno inteiramente branco,os cabelos bem penteados,e o mesmo sorriso brincalhão nos lábios. Mas seu olhar,apresentava uma tristeza inexplicável.

Por fim,ela chegou.

O silêncio tomou o lugar das palavras,caladas com um forte abraço de ambos lados.

Atena pousou sua cabeça no peitoral do deus dos mares.

Sua voz saiu quase num sussurro.

—Senti saudades.

Ela fechou os olhos.

Poseidon suavemente tocou seu rosto;erguendo-o.

O toque de suas mãos,continuava o mesmo. Como uma tempestade,suave,e indeterminada.

Já a voz dele,parecia chorosa.

—Estou bem.

Atena se afastou um pouco.

—Volte para a ilha..para os olimpianos,para o mar,Volta para mim.

Ele sorriu de canto. Entristecido,como se não tivesse muita escolha. Ele olhou para trás. Uma luz dourada se formava,aos poucos,e poderosa.

Ele repetiu uma ultima vez.

—Estou...bem.

E desapareceu.

Um vento um pouco mais forte que o anterior bradou. Atena abaixou a cabeça. Ciente que estava sozinha.

E gritou.

—POSEIDON!

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—Bem,meu nome é Apolo,mas já fazem dois dias que você não demonstra consciência,então...Aceito o elogio.

Aquela voz a trouxe para a razão. Seus pensamentos,que pareciam “desligados” foram clareando,devagar.

Os olhos foram abrindo aos poucos,se adaptando a luz. Finalmente,sua mente acendeu como uma lâmpada:Rápida e ágil.

Num movimento irracional sentou-se,a cabeça pendeu,dolorida.

—Se eu fosse você procuraria não fazer isso.

Ela o olhou,confusa. Ao seu lado,ele vestia uma camisa azul e calças jeans.estava de pé,ao seu lado. Com algumas ataduras.

Ela olhou ao redor,era o quarto dele e Ártemis. Estava deitada sobre uma cama de solteiro,provavelmente improvisada de Hefesto. Os lençóis brancos pinicavam sua pele,o travesseiro,fofo,elevava sua cabeça. Cobertas claras percorriam seu corpo.

Ao lado da pequena cama,uma mesa. Com alguns remédios,chás e plantas.

—Tudo bem? —Apolo parecia preocupado.

Ela demorou um pouco para responder.

—Acho que sim.

—Bem,não é de se surpreender. Como se sente?

—Como se tivesse levado tiros na cabeça.

—Foi quase isso,e seu braço?

Ela percebeu a dormência logo que acordou. Mas pensou que era algo normal. Então correu o olhar,e havia um ferimento profundo,o sangue escorria,parando sobre as ataduras abaixo.

Apolo pegou algumas faixas,enrolando-as no braço da deusa.

—Como isso..

—Logo após você cair inconsciente fomos atacados por ciclopes demoníacos. Foi quase um milagre eu e Hermes termos conseguido te trazer para cá. A luta foi árdua sem você.

—Mas Zeus,Hades,Ares,Ártemis?

—Zeus e Hades não tinha muita agilidade,ambos perderam o irmão em menos de sete horas,uma filha desacordada a menos de quinze minutos devem ter contribuído para isso. Ares lutou muito,jogando toda a ira da inconsciência de Héstia sobre eles. E Ártemis assumiu várias formas,disparou várias flechas. Ficou forte por muito tempo,depois,desatou a chorar no banheiro. Atena,ninguém está suportando. Estamos com dois guerreiros a menos. E os ataques são diretos,agora mesmo,temos demônios do tártaro na área dos fundos. Ares mal se recompôs.

—Isso é por Poseidon,não é?

Apolo fitou o chão. A voz saindo num fiapo.

—As notícias correm rápido.

A lógica e o senso de alerta a atingiram como uma flecha.

—Eles sentenciam que,com a perda de um dos três grandes,ficaríamos desequilibrados..

—O que de fato,é o que está acontecendo.

Ela ignorou.

—E Ares e Ártemis,sendo os únicos frios o suficiente para enfrentar-los,uma hora cansariam..E quando me viram cair..

O cérebro andava a toda velocidade. Estratégias iam e vinham.

Seus sentimentos,estavam profundamente perfurados.

Mas a razão,lhe dava um abrigo:Precisava defender a sua família.

Ela pulou da cama. Um pouco tonta,se fixou no chão. Fechou os olhos,encontrou as palmas das mãos frente ao peito.

—Traga-me minha lança.

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Deméter abriu os olhos. A areia cobrindo seus pés. Olhou para trás,o mar tremeluzindo em ondas fortes. A sua frente,portões de ferro se estendiam. Aos primeiros passos da deusa,se abriram num estrondo.

Ela passou a caminhar,pulando da grama para a calçada de pedra. Que depois de alguns metros,se dividia em duas. Com uma grande fonte no meio.

Árvores circulavam a propriedade,pássaros cantavam alegremente de seus ninhos.

Enfim,ela observou o castelo de Gaia.

Ela poderia ser uma deusa maligna,do mal,cruel e sem coração,mas tinha um senso de elegância inegável.

Os tijolos eram de um marrom tão vivo que parecia dourado.As escadas,aproximadamente seis degraus,eram brancas. Tendo ao lado de sua base,vasos com samambaias.Logo acima,uma faixa formava a área. As portas brancas,enormes,possuíam inscritos adoráveis em grego antigo. Pilares em mármore erguiam o segundo,terceiro,quarto andar. As janelas,de um marrom forte,escuro como pinheiro,possuíam cortinas que tremeluziam como vento.

Ela se aproximou da porta,batendo-a suavemente. Ela se abriu sozinha.

E no alto de uma alta escada. Gaia sorria.

—Eu sabia que você viria.