Destino Fez Um Bom Trabalho escrita por vickyroyers


Capítulo 1
Desafio


Notas iniciais do capítulo

E aí, galera? Tudo beleza? Devo admitir que fiquei muito cativada a escrever esta fic para o desafio. Achei a ideia bem interessante. Não vou dizer que foi simples, pois estaria mentindo. Nunca usei uma "linha" para dar seguimento à fic e jamais, ouçam bem, jamais utilizei um beta. E, saibam disso, para alguém tão orgulhosa como eu, foi muito difícil ter que ouvir e ouvir e ouvir. Hahahahaha Mas digamos que eu cresci bastante com isso.Por isso queria agradecer profundamente a minha beta, Anne L, que me abriu os olhos. E a sua afilhada ninja, que eu não sei quem é, mas que curti muito o jeito de betar. Hahaha Podem ter certeza que meu crescimento futuro será dado graças a vocês. Obrigada, meninas! ^^Bem, sem mais babaquices, boa leitura!P.S.: Qualquer erro, perdão. Mudei algumas coisinha na edição final.



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Bem, por onde devo começar? Digamos que quase toda a população mundial espera que eu as presenteie no dia 25 de dezembro de cada ano. Sou alguém bem antigo, do tipo que viverá na memória do mundo por mais centenas e centenas de gerações. Mas, para falar a verdade, a maioria dessas pessoas prefere usar minha imagem como um meio de sucesso financeiro. Venho sendo tratado mais como um bem material, que traz lucro às grandes lojas e marcas, do que como um ser fictício usado nas historinhas infantis para agradar a criancinhas com alguns presentes anuais. Posso afirmar que a segunda opção me parece muito menos desagradável. Apesar de que ser considerado um velho gordo que faz questão de usar todo tipo de roupa vermelha e que vive no Polo Norte, rodeado de anões fantasiados de elfos, também não me parece muito digno de minhas verdadeiras obrigações. É, tanto faz.

Certo, certo. Vocês devem estar se perguntando sobre o que eu estou falando e, provavelmente, fazem uma ideia de quem eu sou. Então, se acharam que eu era o Papai Noel, de fato, podem me chamar assim. De todo modo, sinto por acabar com sua infância neste exato momento, mas me chamo apenas Claus. E, diferente do que alguns países acham, não sou digno do antecedente “Santa”, uma vez que não chego nem perto da santidade e, menos ainda, de ser chamado por um adjetivo feminino. Sou um cara, não um velho. Não tenho barba e cabelos grisalhos, não uso óculos e não sou agradável com todos. Nem gordo eu sou! Não entendo como as pessoas conseguem tirar conclusões sem ao menos conhecerem o objeto em questão.

Bem, sem mais delongas, vou direto ao ponto. Hoje é o quê? 14 de janeiro? É, então faz um pouco mais de três semanas. Nesse tempo, eu resolvi dar uma sumida. Mas, diferente de qualquer desaparecimento comum, pensei que faltar ao meu único dia de trabalho prático seria uma boa. Mas, claro, não sem um excelente motivo.

Portanto, no dia 23 de Dezembro, deixei meu “trenó” (que, na verdade, é um snowmobile velho) e minhas renas (são cachorros. Não sei de onde vocês inventam essas coisas, sinceramente) na “mansão” (em casa) no Polo Norte.Pelo menos algo disso é verdade, mas o meu Polo Norte não fica no mundo humano.

Enfim, eu saí e não avisei a ninguém. Nem mesmo à “Mamãe Noel” que, na verdade, se chama Ivone. Foi uma loucura. Todos ficaram preocupadíssimos. Mas, quer saber? Eu, particularmente, achei muito engraçado. Todas aquelas autoridades do mundo mágico achando que poderiam me caçar por aí como se eu fosse um alce indefeso. Nossa, que ingênuos. Tenho que me certificar de que, ano que vem, eles receberão um presente bem feio.

E mesmo que eu tenha dito que era uma folga, não foi exatamente isso que eu quis dizer. Alguns anos atrás, um menininho de uma pequena cidade japonesa chamada Konoha fez um pedido que eu não pude ignorar. Ivone fez questão de colocá-lo como prioridade máxima e o mostrou para mim assim que cheguei em casa. Claramente, aquilo fora muito incomum. No papel de informações, explicava a situação exata em que o pequeno Naruto, como assim dizia na ficha, encontrava-se, e se seus sentimentos eram puros e verdadeiros. Estava mais ou menos assim:

Nome: Naruto Uzumaki

Idade: Nove

Local: Konoha, Japão.

Situação: Andava por uma das ruas de sua cidade, às 22:36 do dia24 de dezembro. Nevava levemente. Com as mãos nos bolsos e chutando uma lata para aquecer-se do frio, disse em voz baixa: “Papai Noel, se o senhor existe, pode me explicar o que é felicidade? E, se possível, algum dia, pode mostrá-la a mim? Eu não conheci meus pais e não sei bem o porquê, mas todos parecem fazer questão de me odiar. Eu não consigo entender toda essa raiva e eu só queria acabar com tudo isso. Então, se existe mesmo essa coisa de 'espírito natalino', e o senhor também, por que simplesmente não me ajuda?

Análise final: Compatível

“Compatível” significava que seus sentimentos eram profundamente puros e verdadeiros. Tudo o que acontecia dentro do coração da pessoa analisada era “computado”. Desde suas vontades mais horríveis e repugnantes, até seu desejo mais dócil e bondoso. E, naquele pequeno, havia muito dos dois. Dos montes de coisas que aconteciam dentro de seu coração, ao mesmo tempo que sentia raiva, ele sentia medo daquele ódio que todos mantinham sobre ele. Tinha um profundo amor por ramen, o que era muito estranho. E, por fim, um sentimento muito nobre e incomum para uma criança de nove anos. Tinha aquela garotinha chamada Sakura, e o medidor simplesmente não conseguia suprir a intensidade daquele sentimento em questão. Então, supus que era algo bem maior do que qualquer coisa ou alguém poderia imaginar.

Depois daquele dia, eu continuei mantendo minhas obrigações como “bom velhinho”, mesmo tendo como foco o pequeno Naruto. Não fui desigual com ninguém, apenas mantive equilibrada a balança de merecimento. Diferente do que todos pensam, eu não favoreço somente pessoas de uma única religião ou qualquer uma dessas baboseiras humanas que vocês chamam de “crença”. Posso dizer que sou como um daqueles Deuses que vocês tanto falam. E, mesmo que eu tenha dito que só tenho um dia de trabalho prático, vocês não imaginam o quão complicado é o serviço do “Papai Noel” e do “Santa”. Aliás, o serviço do Claus.

Ter que analisar todo ser vivo neste planeta é, de fato, um saco. Sim, sim. TODO ser vivo, sem exceções. Humanos, gatos, cachorros… Todos, mesmo. Se uma planta estiver prestes a secar, minha obrigação é levar água até ela. E isso, mesmo que seja contra o meu código de conduta, é muito chato. Cara, sabe quantos seres com vida existem por aqui? Pois é.

Enfim, deixem-me terminar de explicar de uma vez! Sou um cara meio estressado e tenho um jeito meio ignorante, mas admito que sou muito tagarela e, às vezes, acabo fugindo do assunto. Tá vendo? Fugi de novo. Ah, ENFIM! Novamente, eu não citei esse detalhe antes, mas meu trabalho é levar felicidade a todos. Independentemente dos meios. Ou seja, mesmo que gradativamente, devagar, aos poucos. Até porque seria meio impossível entregar de uma vez só. Não é como se desse para deixar um pacote com a felicidade em frente à sua porta. Não, não é bem assim. Então, todos os meus “presentes” — estão mais para gratificações por merecimento— são dados de acordo com o que a pessoa vem fazendo ao longo da vida. E, mesmo que a maioria seja entregue em dezembro, eu posso entregar-lhes estas “bençãos” ao longo do ano. E com Naruto não foi diferente.

Como havia dito antes, continuei minhas obrigações para com todos os seres vivos deste planeta. Mas mantive um foco maior em Naruto, pois entendia que ele merecia muito. Digamos que, para o bem dele, eu não fiz muita coisa. Aí vocês começam a se perguntar o porquê de eu ter deixado o garoto na rua da amargura durante grande parte de sua vida se eu disse que meu foco era ele. Então eu te respondo: porque ele precisava aprender a viver. Se eu fosse dar as graças desse menino de uma vez só, ou em montes por ano, ele não teria aprendido o que hoje sabe. E, além do mais, ele pediu para que eu o ensinasse o que era a felicidade. Durante esse tempo, eu o mostrei. Mesmo que tenha demorado. E, com um pouco mais, eu o coloquei em frente ao que ele, de fato, desejava. E, no final das contas, ele “perdeu” sua felicidade para um tal de Sasuke Uchiha. O moleque era um nojentinho, mas era gente boa.

Então, depois de dez anos observando a vida de Naruto, finalmente chegou o momento em que eu deveria fazê-lo ser feliz, de uma só vez. Ele já era um adulto, havia adquirido grandes amigos e tinha um amor. Um amor “incorrespondido”. Bom, vocês devem imaginar que essa pessoa é aquela tal de Sakura. Eu também vim analisando a vida dela desde aquela época. Afinal, ela fazia parte da vida de Naruto.

Sakura Haruno era uma garotinha estranha. Possuía cabelos rosas, olhos verdes e uma testa deveras grande. Também era muito esperta e inteligente. Qualidades admiráveis em uma mulher. Ela e Naruto se conheceram no colégio, aos sete anos. E o tal Sasuke também. E daí começou um dos problemas do pequenino: ele a amava. Ela idolatrava Sasuke. Sasuke não tinha muitos sentimentos. Foi muito difícil para o loirinho, no começo. Pois de tudo ele tentava para fazê-la gostar dele, mas nada tirava sua atenção do “theme”. Era o apelido de Naruto para seu “inimigo” número um.

Tudo bem, agora vocês devem estar se perguntando por que eu simplesmente não a fiz amá-lo de volta. Foi dito antes que não posso simplesmente deixar um pacote com a felicidade em frente à sua porta, assim como também não posso mudar os sentimentos de ninguém. Isso faz parte das limitações dos meus poderes. Não dá para, num estalar de dedos, fazer alguém amar outra pessoa. É “antiético”, como vocês dizem. Existe aquele negócio de “livre-arbítrio”, sabe? Não dá para violar essas coisas. E outra, eu não posso fazê-la amar Naruto porque, simplesmente, ela já o ama. Só que ela é tão idiota quanto ele, logo não se dá conta disso. Então, a única coisa que eu podia fazer pelos dois, nesse caso, era tentar orientá-los através de “sinais do além”, esperando que eles entendessem. Seria mais fácil aparecer para eles e lhes dizer o que devia ser feito, mas assim parece mais legal. Uma vez que eles são uns idiotas completos e agem muito engraçado quando coisas estranhas acontecem. Sério, é hilariante. E, fora isso, há algo apenas entre mim e Naruto que me impede de aparecer para ele. Posso ir até a Terra a hora que eu quiser, quando eu bem entender e me mostrar para qualquer pessoa, inclusive Sakura. Ainda não fiz isso por motivos que vocês já conhecem. Mas não com ele. É algo que ainda está fora de meus conhecimentos. Só sei que não consigo.

Certo. Agora, explicando melhor a atualidade, vocês vão entender a relação entre meu sumiço e a vida desse garoto. Como explicado antes, no dia 23, eu desapareci. Na verdade, eu fui à Terra. O prazo para entregar a felicidade de Naruto estava quase acabando e eu precisava finalizar logo isso. Até porque estava ficando muito cansativo ver aquele imbecil levar foras e foras de uma única garota e ter a capacidade de encantar várias outras. É, de fato, um idiota.

Vou explicar direitinho como aconteceu. Foi algo assim:

— Ah, é isso aí — disse terminando de calçar meus sapatos.Chegou o tempo de receber sua felicidade, Naruto. — Levantei-me e peguei as coisas de que precisaria naquele tempo em que estaria na Terra. — Se você não abraçar sua felicidade agora, eu farei questão de quebrar as regras e tirá-la de você.

Após pensar daquela forma maléfica, ri internamente pensando que agia feito um idiota quando se tratava daquele garoto. Certifiquei-me de que Ivone não me veria sair e, quando finalmente houve a oportunidade, saí pela porta dos fundos da casa e, cobrindo-me com o casaco para que a neve não atacasse meu rosto, teletransportei-me para onde seria meu lar durante alguns dias: a Terra.

A viagem não foi muito longa. Poucos segundos depois de fugir sorrateiramente, a sala de estar de uma casa no centro de Konoha já me aquecia.

— Nossa, achei que fosse conseguir fugir daquele maldito frio por um tempo — disse enquanto levava minhas coisas para o quarto onde ficaria. Precisaria me estabelecer logo, pois estava faminto e não havia nada para comer naquela espelunca. Um fato chato de vir ao mundo humano era que, estando nele, eu teria de agir como um. Ou seja, teria fome, sede… Vontades, em geral. Mas, ainda assim, meus poderes ficavam ativos. Porém não mantinham sua potência total, já que parte deles era direcionada para minha “metamorfose”.

Saí para comer algo e depois voltei para ficar em casa durante o resto do dia. Permiti-me um dia de descanso, de fato. Teletransportar-me para o mundo humano sempre era muito cansativo e eu gostaria de desfazer aquele cansaço. Tomei um banho quente numa banheira velha que havia por ali e relaxei até que meu sono humano aparecesse. E assim o fiz.

No outro dia, procurei fazer umas compras para parecer mais com alguém normal. Arranjei umas roupas legais, comprei alguns enfeites de Natal para enfeitar a fachada de casa, deixando a impressão de que eu não era um estrangeiro hater do feriado e, por fim, algumas besteiras para comer.

Após terminar de arrumar tudo por ali, procurei descansar um pouco. Logo teria que ir atrás de Naruto.

E não se passou menos de uma hora até que o sensor indicasse que ele estava saindo de casa. Tive que acelerar as coisas para descobrir aonde ele iria e como eu faria para chegar até lá. As coisas seriam meio estranhas, já que eu nunca havia andado por essa cidade.

Vesti meu casaco, pus minhas botas e tudo que não me fizesse parecer o Papai Noel. Aliás, isso não seria muito complicado. Eu já não me parecia mesmo com aquele velho bobão. Após pensar em como aquele “coiso” me representava, saí de casa e fui até a calçada chamar um táxi. E, assim que um carro se aproximou, acenei para que ele parasse. Quando entrei no veículo, procurei em meu sensor o local em que Naruto estaria. O taxista ficou me observando, no aguardo de uma ordem, e isso me deixou meio desconcertado. Eu precisaria de um tempo até que aquela velharia achasse o lugar.

— Er... Leve-me até um tal de... Iki Rakú Ramen. — disse a ele. Eu havia praticado um pouco a pronúncia japonesa e não parecia tão complicada. Ele ficou me olhando com uma cara esquisita, mas eu não entendi muito bem o porquê.

— O senhor quer dizer o Ichiraku Ramen, não é? — ele perguntou, ainda me olhando, com um sorriso esquisito.

— B-bem, é... É isso. Leve-me até lá — disse dando de ombros. Mas, na verdade, eu havia ficado meio envergonhado. — Eu sei que você está pensando que eu sou um estrangeiro idiota que acha que sabe japonês. Eu posso ver. Quem você pensa que é pra pensar isso de mim? Eu sou o Papai Noel, seu nojento. — pensei. Precisaria me lembrar de dar um presente chato para aquele homem. O fato de eu, às vezes, chamar-me de Papai Noel não muda o fato de eu ser apenas o Claus.

Pouco tempo depois de sair de casa, eu já descia do táxi após pagá-lo com desgosto. E, quando ele finalmente foi embora, entrei no lugar. Um pequeno restaurante que, pelo visto, era especializado em ramen, um tipo de macarrão de que os japoneses gostam.

Por dentro, era maior do que aparentava, e bem agradável. Procurei sentar-me em uma mesa não muito chamativa, a fim de procurar por Naruto. Não deveria ser muito difícil achá-lo. Onde houvesse um cabeça oca com cabelos reluzentemente amarelados e chamando atenção seria o lugar em que ele estaria. De vez em quando, entendo o porquê de ele estar sempre levando um pé na bunda.

Como pensei, não demorou muito até que eu o visse. Ele estava sentado no balcão onde o chefe servia diretamente. Enquanto o observava de longe, percebi que ele estava diferente. Parecia pensativo e relutante. Uma coisa estranha vinda dele, já que pensar não era seu forte. Ri com essa observação, mas logo me recompus para entender o que se passava na cabeça dele. E, claro, não poderia ser outra coisa a não ser sua amada Sakura. E ramen, óbvio. Pois um sorriso inevitável apareceu em seu rosto quando uma tigela extragrande foi depositada em sua frente.

— Ah, agora sim! ITADAKIMASU! — Aquele garoto era mais imbecil pessoalmente. Ele realmente precisava gritar assim no meio do restaurante?

Fiquei ali esperando que ele acabasse e, algumas vezes, uma bela garçonete vinha perguntar se eu pediria algo para beber ou comer. De fato, era um pecado negar qualquer coisa àquela moça e, além do mais, lembrei-me de que estava faminto. Então resolvi pedir.

— O que a senhorita me indica? — Perguntei, olhando-a dos pés à cabeça. Realmente, uma linda jovem.

— O que mais sai é o ramen de porco assado — Respondeu-me indiferente. Ela parecia ter um temperamento forte.

— Certo. Então traga-me um desses, doçura — finalizei pegando sua mão e depositando um beijo nela. A garota ficou corada, mas afastou-se rapidamente. Fico admirado como ainda tenho o charme de antigamente. Ah, esqueci de contar uma coisa: já fui humano uma vez. Mas eu conto sobre isso em uma outra oportunidade. — Sente-se. — Apontei para a cadeira vazia.

— Se não percebeu, estou trabalhando — disse evitando contato visual. Uma graça.

— Vamos, só por um instante. — Sorri convidativo.

Ela olhou para os lados e novamente para mim. Então sentou-se.

— O que você quer de mim? — sussurrou.

— Então, qual seu nome, querida?

— M-meu nome? — perguntou-me assustada.

— Sim, sim. — Sorri. — Vai me dizer que não tem um?

Eu ri e ela ficou corada novamente. Aquela mocinha estava fazendo eu perder o foco, mas valeria a pena por alguns instantes.

— N-não! — respondeu rapidamente, ficando emburrada. — Chamo-me Ayame. Ayame Ichiraku. Por quê? Vai querer desconto? Não fazemos isso por aqui — rigidamente respondeu.

— Oh, então você é a dona daqui? Parece tão jovem — Ignorei seu comentário. — Você se parece tanto com

— N–não. Meu pai é o dono daqui. Eu apenas trabalho para ele — respondeu ainda ríspida.

— Entendo. — Observei-a mais um instante, fazendo a garota me olhar inquisitiva. — Bem, sem querer ser rude, eu estou com um pouco de fome. Então, se voc-

— Oh, céus! Veja o que você me fez fazer! Eu esqueci de entregar seu pedido —levantou-se rapidamente. — Se for para reclamar de demora, da próxima vez não fique me prendendo.

— Tudo bem, tudo bem — Tentei acalmá-la. — Não tenha pressa.

Saiu resmungando algumas coisas em japonês e voltou para dentro da cozinha. Ayame era uma moça muito agradável e, certamente, eu voltaria aqui para lhe ver qualquer dia. Não costumo reparar muito em nomes, talvez seja por isso que eu não tenha me lembrado dela. Mas, diante disso, também não entendo como não me lembrei de seu jeito e de algumas de suas feições. Ela se parecia tanto com…

— Obrigada, velho! — De repente, ouvi a voz irritante de Naruto ressoar pelo restaurante. — Pelo visto você fechará para o Natal, então tenha boas festas! — Após dizer isso, levantou-se satisfeito.

— Pode deixar, Naruto. Essa é por conta da casa como seu presente de Natal. — O velho homem sorriu para ele.

— Ok! Até a próxima!

Logo após isso, Naruto deixou o local. Eu tinha que ir atrás dele, mas estava faminto e Ayame voltava com uma tigela de ramen.

Tsc, não posso deixá-lo ir. Meu sensor não vai encontrá-lo novamente agora. — Levantei-me rapidamente e, quando estava prestes a sair, ouvi uma voz vindo em minha direção.

— Ei, sua comida! Você não pode ir embora sem pagar! — Ayame gritou, olhando-me enfurecida.

— Desculpe-me, eu tenho que ir agora — Respondi. — Aqui. Eu pagarei pelo pedido. — Peguei sua mão e coloquei lá uma quantia exata enquanto a olhava nos olhos. O troco não era tão grande, então não me preocupei. Após isso, cheguei ao pé de seu ouvido e sussurrei:

— Eu voltarei. Não se esqueça de mim, por favor. — Recuei e olhei-a nos olhos. Ela estava estática. Voltei para a saída e, novamente, antes de sair, parei. — A propósito, meu nome é Claus.

Deixei o local. Depois que acertasse a vida de Naruto, eu finalmente daria um jeito na minha, também. Já era hora. Talvez eu passasse mais alguns dias ali antes de voltar para casa. Aparentemente, não seria tão fácil conquistar o coração daquela moça. Exatamente como ela.

Quando saí, ainda foi possível vê-lo andando pela calçada. Parecia exatamente como na situação em que o “encontrei” pela primeira vez. Eram dez e meia da noite do dia 24 de dezembro, ele chutava uma lata e, com as mãos nos bolsos, procurava se esquentar contra a neve que batia em seu corpo levemente. Estava pensativo. Exatamente como naquele dia. Mas poucas coisas o perturbavam nesse momento. Aquele ódio desnecessário que todos sentiam por ele havia desaparecido, e ele fez grandes amigos. Havia entendido o que era a felicidade. Porém ainda não havia a encontrado, de fato. Aquela coisinha que o incomodava desde pequeno era seu amor supostamente incorrespondido. Sakura não deixava os pensamentos dele, eu pude ver durante toda sua trajetória. E, estranhamente, era como se eu pudesse sentir exatamente o que ele sentia. Suas raivas, suas alegrias… Tudo. E isso me assustava cada vez mais.

Após segui-lo por algum tempo, meu sensor conseguiu identificar que a rua em que ele havia acabado de entrar era a mesma da residência de Sakura. Eu podia fazer uma ideia do que ele faria ali, mas preferi apenas observar. Afinal, ele não podia me ver mesmo.

Então, após parar em frente a uma casa de altos e baixos, Naruto sentou-se na beira de uma vaso de planta que ficava do lado contrário à casa da menina. Limitei-me a observar de uma certa distância e disfarçadamente, já que, mesmo que ele não sentisse minha presença, outras pessoas poderiam me ver. Inclusive Sakura. Não correria o risco de um interrogatório daquela menina maluca sobre o porquê de Naruto não me enxergar.

Passamos um tempo ali. Já eram 23:30 e ele continuava lá, naquele frio ridículo. E eu também, pelo visto. Somente após uma luz acender dentro do andar de cima da casa de Sakura que Naruto demonstrou algum movimento. Ele andou até o meio da rua e esperou. Eu não sabia o que aconteceria. Prever o futuro não estava na lista dos meus poderes humanos.

Então, de repente, a janela se abriu e uma bela jovem de cabelos rosados apareceu. Era Sakura. Fazia um tempo que eu não parava para olhá-la de perto, então não havia reparado em como ela havia mudado e estava linda. Seus fios rosa, curtos e mal cortados deram lugar a um longo cabelo e uma franja suave que cobria aquela sua testa de amolar facão. Sempre achei aquilo hilário.Seus olhos continuavam com o mesmo brilho e, provavelmente, sua personalidade forte e decidida não havia mudado. Fazia sentido Naruto ser tão apaixonado por ela.

— Ei — cumprimentou-o puxando uma mexa de cabelo para trás da orelha e sorrindo. Ela o olhava de uma forma diferente. E ele retribuía com o mesmo olhar.

Que olhar foi esse? — pensei, incrédulo. — O que foi que eu perdi?

— Ei — respondeu. — V-você ainda quer vir? — perguntou Naruto, aproximando-se um pouco.

— B-bem, se você estiver disposto a me trazer de volta — respondeu dando de ombros.

— Mas que... — disse a mim mesmo. Eu estava, definitivamente, boiando, como vocês dizem.

— Claro que estou! — Sorriu. — Venha, eu lhe ajudarei a descer. — aproximou-se mais ainda, ficando na direção da menina. Sakura pôs as pernas para fora da janela rapidamente e Naruto estendeu os braços para cima, esperando que ela se jogasse em sua direção. Não era uma queda tão longa, tampouco perigosa.

Sakura pulou e Naruto agarrou-a em seus braços. Um deles a pegou pelas costas e o outro a segurou pelas dobras dos joelhos. Eles ficaram naquela posição por alguns segundos, olhando-se com as caras mais vermelhas que eu já havia visto. E eu só conseguia pensar em uma coisa.

— Meu Deus… Que clichê. — Cobri os olhos em sinal de negação.

Depois que pararam com aquela baboseira, finalmente puseram-se a andar. Tentei colocar meu sensor para funcionar para descobrir aonde eles iriam, mas aquela porcaria já não funcionava muito bem. Então, tive que me contentar em segui-los sem que Sakura me notasse.

O caminho foi um pouco longo, mas nada insuportável. Tirando o fato de que eu ainda estava com fome e morrendo de frio, tudo ocorria muito bem e eu não desmaiei em momento algum. Afinal, ainda estava sem comer há um bom tempo e não pensei que fosse passar tanto tempo na neve. Estávamos em cima de um monte enorme. Bati algumas vezes no sensor e, graças a alguém,aquela porcaria conseguiu dizer que aquele local era um tal de “Monte Hokage”. Parecia um monumento importante. Só ainda não entendia muito bem o porquê de eles terem ido para lá.

— Então… O que aconteceu entre vocês? — Naruto perguntou enquanto andavam lado a lado.

— Eu não sei dizer… Você sabe como tudo aconteceu — Sakura respondeu, sem olhá-lo. — Ele finalmente me aceitou como namorada e, talvez, essa tenha sido minha maior conquista, mas… — parou, fazendo-o parar também. — Depois desses últimos meses, não me parece mais tão significante assim.

— Entendo — disse. Na verdade, ele não entendia, pois achava que o amor de Sakura por Sasuke era tão grande quanto o seu por ela. Que era um amor inquebrável. Como eu já disse, ele é um idiota que não percebe as coisas nem quando estão em sua frente. Pelo que eu vi, Sakura entendeu meus sinais e, graças ao Deus dela, ela levou em consideração tudo o que aconteceu em sua vida. — Acho que você devia relevar. Você conhece o Sasuke tão bem quanto eu e sabe que ele é assim mesmo.

— Certo, você tem razão. — Senti a mesma dor que Naruto sentiu ao ouvir isso. Que droga de ligação. — Mas, se ele me amasse de verdade, você não acha que era ele quem deveria estar aqui comigo neste exato momento?

Pude ver Naruto levantar o olhar e, assustado, voltar a andar, fazendo com que Sakura o seguisse.

— Seu burro — praguejei.

— Talvez você só esteja confusa. — Naruto andou mais um pouco para se sentar na beira do monumento. Olhou no relógio e viu que era quase meia-noite. Estava na hora de fazer um pedido. — Veja, é quase meia-noite. Por que não faz um pedido?

— B-bem... — Pude ver que ela estranhou o que ele lhe disse num momento como aquele, mas ignorou. Sentou-se ao seu lado e pôs-se a observar o céu. Então, de repente, viu que uma estrela se movia. — Naruto, uma estrela cadente! Faça um pedido, rápido — disse fechando os olhos. Naruto, mesmo assustado, a acompanhou. Estranhamente, o relógio marcou meia-noite naquele exato momento.

— Gente, eu não tenho nada a ver com isso. O que está acontecendo? — perguntei surpreso. Eu, de fato, nem tinha poderes para causar tantas coincidências de uma vez só. Quem estava por trás daquilo?

— Então... — Naruto olhou para seu relógio novamente e nele apontava que era 00:01. — Acho que nosso pedido será reforçado — disse olhando-a nos olhos.

— O-o que você desejou? — Sakura perguntou, aproximando-se um pouco mais do corpo dele para que pudessem compartilhar seu calor um com o outro.

— C-contar? — Olhou-a assustado. — Se eu contar a você, não funcionará.

— Vamos, conte-me. Eu conto o meu também. Então, se não funcionar, nenhum de nós sairá em desvantagem — disse com tom brincalhão. Ela o estava seduzindo.

Ah, danadinha... — Ri sozinho. Estava começando a pensar que, mesmo que eu não tivesse feito nada durante todos esses anos, uma hora isso aconteceria. Talvez fosse o destino deles.

Destino... — Parei por um momento. — Destino, seu desgraçado, você me paga! — então, lembrei-me de um dos meus irmãos, Destino, que adorava se meter em meus serviços. Não era a primeira vez que ele fazia isto e eu o denunciaria, mais uma vez, para o pai Tempo e a mãe Vida.

— M-mas, Sakura... O que me garante que você contará o seu também? — Boa percepção. Mas continuava um idiota.

— Você não confia em mim? — Sakura perguntou fingindo estar ofendida. Ela, de fato, era muito esperta. Garotas assim eram louváveis, a meu ver.

— N-não, Sakura. Eu nã-

— Tudo bem — interrompeu-o, fazendo-o ficar mais corado ainda. — Contemos ao mesmo tempo, então — disse sorrindo. — Acha que está justo?

— B-bem, eu...

— Certo, no três. — Sakura sorriu decidida.

— S-sakura... — Ele a olhou assustado. Então, fechou os olhos e engoliu a própria saliva. Agora ele estava disposto a contar. Afinal, já eram adultos e adultos não ficavam agindo feito crianças, escondendo seus sentimentos por conta de um simples embaraço. — Quem faz a contagem? — Naruto perguntou sorrindo.

Sakura sorriu e procurou sentar de frente para ele. Naruto a seguiu e fez o mesmo movimento.

— O que eles vão aprontar? — perguntei a mim mesmo enquanto me ajeitava dentro daquele monte de mato cheio de neve. Não era o local mais confortável, mas era o mais próximo possível.

— Tudo bem. Lá vai — disse ela. — Um...

— Dois... — Naruto, para surpresa de Sakura, continuou a contagem. E, no final, contaram juntos e disseram ao mesmo tempo.

— Você.

Olharam-se assustados. Tanto Naruto quanto Sakura não sabiam do sentimento de ambos. Era como se, durante todos aqueles anos, tivessem sido enganados por alguma brincadeira sem graça. Ela passou o tempo inteiro achando que seu amor estava em Sasuke, quando na verdade estava em Naruto. E ele, achando que seu coração serviria apenas como uma proteção para Sakura. Que ele seria seu guardião e nada mais que isso, para sempre.

O quão enganados estavam... Afinal de contas, Destino fez um bom trabalho me atrapalhando. Talvez o relacionamento daqueles dois não tivesse dado tão certo pelos meus planos.

— S-sakura, eu... — Ele a olhava confuso. Não sabia o que fazer. Não imaginava que isso aconteceria. Ele esperava que Sakura dissesse que esperava reciprocidade vinda de Sasuke e que, com a resposta dele, uma chuva de murros o atacasse.

— Bem, então... Acho que no final das contas o pedido foi mesmo reforçado — Sakura disse rindo, arrancando uma risada de Naruto também.

— É. A-acho que sim — ele disse desviando o olhar.

— O que mais me admira em você, Naruto, é como você consegue ser burro. — Riu fazendo-o olhá-la novamente. Dessa vez, ele estava assustado. Uma hora ela dizia que o queria, agora o estava xingando. — Mas, ainda assim, isso não me faz te amar menos — Sakura disse, aproximando-se de seu rosto. Depositou sua mão direita no rosto do garoto com a intenção de prendê-lo. Seus olhos encontraram-se e mantiveram-se vidrados um no outro por um instante, até que Naruto desviasse para a boca de Sakura, fazendo-a sorrir com a ação. — Você... me ama?

Ele a olhou de volta mais assustado do que nunca. Ande, Naruto! Não seja burro! Diga o que sente! Diga que sim! Sim!

— Sim! — Naruto acabou dizendo um pouco alto demais, o que fez Sakura se assustar um pouco. Mas ele depositou as mãos na cintura da menina e a aproximou mais ainda de seu corpo. — Eu te amei antes, te amo agora e vou te amar pra sempre!

Após dizer isso, os dois sorriram mais felizes do que nunca e fecharam os olhos, aproximando suas bocas num beijo suave e cheio de sentimentos. Pude ver Sakura entrelaçar os braços na nuca de Naruto e agarrar seu cabelo com uma das mãos. Já ele a abraçou mais forte, como se quisesse fundi-los num só. E não só seus corpos, mas também suas almas. O beijo tornou-se mais urgente e o calor de seus corpos parecia bem maior. Suas línguas dançavam como se tivessem feito aquilo durante toda a vida. E, na verdade, ainda teriam todo o tempo do mundo para tentar. Eram muito jovens, suas vidas estavam apenas começando.

Soltaram-se depois de algum tempo para que retomassem o oxigênio gasto naquela troca intensa de saliva. Confesso que, mesmo estando feliz pelo meu garoto, estava meio enojado com aquela babadeira toda. Jovens se engolindo à flor da idade... Ai, ai. Saudades.

— Me desculpe por ter feito o que fiz durante todo esse tempo... — Sakura disse encostando sua testa na dele, depositando alguns beijos em seu rosto.

— Tudo bem. — Ele sorriu. — Isso nunca mudou o que eu sinto.

— Droga, Naruto — deu um soquinho em seu ombro.

— Ai! — Ele fingiu dor e eles riram. — O que foi?

— Você é um idiota!

— Por quê? — Naruto perguntou, estranhando.

— Dizendo isso você me faz sentir mais culpada por não ter entendido antes — Sakura emburrou.

— Sakura — chamou, fazendo-a olhar para ele. — Você me ama? De verdade?

— Sim! Com todas as minhas forças.

— Então não se desculpe pelo seu tempo. Você apenas demorou para entender o que se passava aqui dentro — apontou para o coração da menina.

Sakura olhou o gesto de Naruto e segurou sua mão, colocando-a sobre seu peito e manteve o olhar sobre suas mãos unidas.

— Se você puder sentir... — olhou-o nos olhos. — Quero que saiba que foi o único capaz de causar isso.

O sorriso de Naruto apenas aumentou ao ouvir aquelas palavras e notar que os batimentos de Sakura estavam bem acelerados. Pude sentir sua felicidade crescer significantemente dentro de mim, então sorri como ele. Aquele garotinho, que um dia viveu magoado, havia, finalmente, encontrado sua felicidade.

— Feliz, irmão? — Ouvi uma voz ao meu lado e tomei um susto. Olhei para o causador de tal desgraça e o blasfemei ao reconhecê-lo.

— O que faz aqui, Destino? — perguntei ajeitando-me. — Você não cansa de se meter no meu trabalho?

— Sei que você não teria feito tão bem quanto eu — Destino me respondeu enquanto sentava em posição de índio.

— Como pode saber se nunca me deixa tentar? — respondi-o seguindo seu movimento. — Você é muito odiável.

— Sei que você não vive sem mim. — Riu.

— Pra falar a verdade, eu vivo, sim — eu disse. — E saiba que mãe Vida e pai Tempo saberão disso.

— Eles já estão cientes dos acontecimentos.

— O quê?! — Estava incrédulo. Traído por meus próprios pais. Se bem que eu já deveria esperar isso, afinal Destino era seu filho predileto. — Como eles puderam permitir tamanha inconveniência?

— Você não podia fazer muito pelo garoto — ele me respondeu. — Aliás, nunca pôde. Não é verdade?

Aquilo me pegou de surpresa. Nunca imaginei que essa informação estivesse ao alcance de Destino.

— De certa forma. Eu não sei o que há entre mim e ele, mas eu não posso aparecer para ele e consigo sentir tudo o que ele sente.— disse.

— Isso tem uma explicação. — Olhei-o surpreso.

— Bem, então explique-me — pedi.

Olhou-me hesitante e suspirou antes de responder.

— Naruto é seu filho.

Após ouvir aquilo, tudo à minha volta parou. O ambiente ali se tornou borrado e foi escurecendo até que, de repente, tanto eu quanto Destino, estávamos frente a frente com eles. Olhei-os incrédulo, forçando-me a segurar berros e lágrimas, numa tentativa de não faltar com o respeito para com aqueles que me deram tantas segundas chances. Tempo e Vida olhavam-me ternos e, mesmo que meu amor e consideração fossem gigantes e eternos, minha vontade era de acabar com toda aquela porcaria de trato. Como eles foram capazes de me esconder que eu tinha um filho? Um bendito filho!

— Claus. — disseram em coro.

— Pai... Mãe...

Depois daquela revelação, fui preso dentro da magia de meus pais para que, naquele momento, fosse discutido que drogas havia acontecido para que eu tivesse um filho e não lembrasse dele. Bebidas? Eu duvidei. Com certeza havia algo naquela história e eu precisava descobrir o mais rápido possível.

Certo, para resumir a história, atualmente, eu sei de tudo o que aconteceu e, com certeza, foi algo muito chocante para mim. Mas já estou aprendendo a conviver com isso. Foram precisas duas semanas discutindo meu parentesco com Naruto. E, por mais que esse assunto não pareça o tipo que levaria todo esse tempo para ser resolvido, havia várias “cláusulas” e blá, blá, blás que, no mundo mágico, poderiam levar até mesmo séculos. Já o resto dos dias que me sobraram, procurei ficar de olho no garoto. Pai Tempo e Mãe Vida fizeram-me prometer que eu não tentaria contar a Naruto, de forma alguma, que o “Papai Noel” era seu pai. E eu, de fato, não pretendia. Jamais levaria tal fardo a ele. Não seria o melhor dos pais se eu concretizasse seu futuro: ser o novo “bom velhinho”. Sim, esse seria sua herança. Mas não queria aquilo para ele. Naruto ainda tinha a chance de ser uma pessoa normal e eu não tiraria aquilo dele.

Ah, e, sobre o resto dos dias que me sobraram antes de retornar, eu os desperdicei com Ayame. Como eu pensei, aquela garota era exatamente como ela. Mas, no final das contas, uma semana não foi o suficiente para que eu a trouxesse comigo. Sem falar que Ivone me mataria se voltasse com “bagagem” extra. Afinal, além de ter “esquecido” do Natal alheio, ainda traria uma boca a mais para alimentar? Rum, essa velha é uma piada.


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Notas finais do capítulo

Bom, como vocês devem ter percebido, há muitas lacunas nessa fic. Porque, bem, se eu fosse explicar tudo agora, talvez não coubesse nas oito mil palavras exigidas. Então, quem sabe, se vocês rezarem muito, eu escreva uma continuação, explicando porque o Claus não sabia que o Naruto era filho dele, que é a mulher misteriosa que Ayame o faz recordar... Enfim, essas coisas aí que vocês ficaram se perguntando. Então, relaxem que não são erros. São duvidas propositais. Ok?Hahahaha Espero que tenham gostado. Eu, particularmente, achei bem legal e essa fic virou meu xodó. Ninguém pode falar mal dela que eu fico logo p da vida. Hahahahaha De todo modo, deixem a opinião de vocês. Se foi bom, digam. Se não, digam também. Desde que sejam críticas construtivas, eu as acatarei com toda a gratidão.