Quebrando as correntes do destino escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 65
Surpresa


Notas iniciais do capítulo

POV Edward



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Edward

Isabella está, linda e graciosa, tocando uma sinfonia de Bach ao piano. O velho e cheio de histórias piano de minha querida e saudosa madrinha. Paro e me recosto, com as mãos no bolso, na antessala, e a observo. Meu cabelo está molhado do banho e provavelmente Jasper e Alice já se recolheram a seus aposentos.

Ela finalmente se atenta de minha presença e sorri dando os últimos acordes. Caminho até ela.

─ Bravo! – digo e ela cora.

Como pode uma mulher, mãe de duas meninas, com toda experiência de vida que tem, corar como uma menina inocente? Aos 23 anos de idade... 23 anos, só então me dou conta de que Isabella tem hoje, a idade que eu tinha quando me vi louca e absurdamente apaixonado por ela.

─ Há quanto tempo estás aí?

─ Tempo suficiente para apaixonar-me por você novamente. – falo e lhe dou um beijo casto na boca.

─ E a surpresa? – pergunta assim que desgrudamos os lábios.

Não contenho e dou uma gargalhada.

─ Se Renesmee e Milla tiverem metade da ansiedade da mãe, estou tremendamente encrencado.

Isabella faz uma careta e sorri.

─ Venha. – estico a mão para ela. – É chegada a hora.

Ela pega minha mão e se levanta olhando-me nos olhos. Conduzo-a para fora da chácara e paro quando chegamos ao final da escada. Tiro um tapa olhos do bolso e Isabella ergue uma sobrancelha.

─ Pra que isto?

─ Quero que feche os olhos e não pense em mais nada, nem passado, nem presente, nem futuro. – Passo o tapa olho por sua cabeça e faço um laço com as pontas da fita na parte de trás. – Relaxe e respire tranquilamente, sinta o frescor da brisa da noite e ouça o farfalhar dos animais noturnos e das folhas que iremos pisar no chão.

─ Isso é poesia? – ela fala e eu sorrio.

─ Não. Mas poderia ser. Se eu soubesse fazer algum tipo de arte. – falo e ela bufa.

Ignoro suas perguntas e murmurações e a conduzo por entre o campo.

─ Sei onde estamos indo. –ela fala como se tivesse feito a descoberta do século.

─ Acredito que saiba e sinto-me lisonjeado que conheça o caminho até de olhos vendados. Mas o que verás lá, isso, minha cara, jamais poderá adivinhar. – sussurro em seu ouvido. Ela se arrepia.

Pego Isabella no colo quando chegamos à porta do casebre que deixei apenas encostada. Com o ombro, empurro a porta e quando chego ao centro do quarto, coloco Isabella de pé no chão.

Desfaço o laço colocando a mão atrás de sua cabeça, quero que eu seja a primeira coisa que veja ao abrir os olhos. E sou. Mesmo depois que retiro o tapa olhos, Isabella permanece de olhos fechados e inspira profundamente. O quarto está arrumado com incensos aromáticos e lamparinas colocadas estrategicamente. Isabella morde o lábio inferior e então abre os olhos, brilhantemente achocolatados para mim.

─ Aprecie. – falo e ergo os braços.

Quando Isabella olha ao redor, sua respiração chega a falhar.

─ Edward! Meu Deus! – ela põe as mãos na boca e caminha lentamente pelo quarto.

Espalhei pelas paredes, pinturas das mais diversas, coloridas e outras, em sua maioria, apenas sombreadas. Juntei os desenhos que fizera nesses últimos dias aos que eu tinha feito antes. Todos de Isabella ou de momentos nossos, momentos íntimos e inesquecíveis. Algumas são apenas paisagens de lugares que por si só contam sua história. A nossa história.

─ Não são perfeitos, mas foram todos feitos do fundo de minha alma.

─ Não são perfeitos? – pergunta com indignação. – São mais que perfeitos! – ela toca um desenho que é uma mulher grávida e nua. A face está apenas contornada com um cabelo longo caído ao lado, mas ela se reconhece na figura e lágrimas começam a rolar em seu rosto. – Edward isto é... é arte! É poesia e música! É literatura!

Isabella chega mais perto e olha cada desenho atentamente. Em alguns, há versos e trechos de livros, em outros, são palavras minhas, sentimentos e desejos, que tentei colocar no papel. E agora é minha vez de corar, quando ela olha o desenho de uma cachoeira com uma mulher bem pequena, como se estivesse à distância, ao fundo. Ela me olha e ergue as sobrancelhas. Abaixo a cabeça sorrindo. Ali ela reconhece o dia em que eu a vi na cachoeira.

Um outro desenho, ela retira do preguinho e olha de perto. É um desenho feito com carvão, onde o que era para ser branco, está negro.

─ Chuva de açúcar... – ouço ela sussurrar, olhando para o papel.

Respiro com dificuldade, só eu sei o que me custou desenhar tudo aquilo, em cada detalhe, através de minhas lembranças e sentimentos.

Ela põe o desenho de volta na parede e para de frente para a tela de tecido, a maior de todas ali, é um jogo de cores vivas, quase abstrato. Ela olha mais de perto e então, quando entende, olha para o tronco no meio do cômodo.

─ É assim que eu vejo. – minha voz sai falhada e rouca.

─ Isto é para mim? – pergunta emocionada, apontando para a rosa vermelha que está presa no alto do tronco entre as correntes penduradas.

Não consigo falar, apenas balanço a cabeça assentindo. Ela estica o braço, pega a rosa e inala de olhos fechados. Quando os abre, seu olhar é intenso. Isabella olha para a mesa no canto, repleta de vários tipos de iguarias e sorri de lado.

─ Essa comida poderia nos sustentar por dias.

─ Não pretendo sair daqui tão cedo. – atravesso o cômodo e a tomo nos braços.


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