Quebrando as correntes do destino escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 54
Fuga


Notas iniciais do capítulo

POV Narrador



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Isabella se desconectou do mundo real. Seus lábios aceitaram tão facilmente os beijos de Edward como se nunca tivessem estado separados. Ela se via como que uma inútil alma, e todo seu corpo tomasse vida própria, não podendo responder ela por mais nada que eles fizessem.

Era sua boca que beijava a dele, eram suas mãos que encontraram sozinhas o caminho de seus ombros largos e seus braços fortes e eram seus dedos que apertavam os cabelos dele trazendo sua cabeça para mais perto ainda do que já estava.

Todo seu corpo clamava por ele, quanto tempo ela não se sentia desejada e não desejava como agora. A vida subia por suas pernas, barriga, pescoço e lábios na forma do corpo de Edward. Ele a beijava como se sua vida dependesse disso, suas mãos ágeis libertaram um de seus seios e ela gemeu alto quando Edward o abocanhou. Seu mamilo chegava a doer de tanto prazer que ela sentia.

Edward a levantou do chão e automaticamente suas pernas o enlaçaram. Ele a pressionou na parede, levantou sua saia, apoiou o rosto entre os seios dela e parou. Eles podiam sentir o ar suspenso naquele instante. O peito de Isabella subia alto com sua respiração ofegante e Edward permaneceu parado com o rosto entre seus seios. Ela abriu os olhos e mirou o teto. O imenso lustre que pendia parecia uma cascata de sombras negras e esfumaçadas.

Isabella apertou as mãos em punho com o cabelo de Edward entre os dedos e mordeu com força o lábio inferior para não chorar. Ele a soltou, fazendo que seus pés encontrassem o chão, mas manteve a cabeça apoiada no peito dela e as mãos em sua cintura.

─ Bella... – falou com dificuldade e enfim a olhou nos olhos. Os olhos de Edward estavam vermelhos como quem prendia um choro iminente e seus olhos brilharam como duas pedras ônix em meio a um mar de sangue.

Isabella mantinha os dentes mordendo o lábio inferior e balançou a cabeça, o rosto contorcido de dor.

─ Digas apenas uma palavra. Digas sim e eu a possuirei como só meu coração sabe que eu quero. Digas sim e não seremos irmãos, nem adúlteros, nem nada. Seremos apenas duas criaturas amantes, numa só carne, sem pensar no que se passou e nem no que virá. – a voz dele estava rouca e as palavras atingiram Isabella em seu mais profundo ser.

Isabella olhou para aqueles olhos e lembrou-se de Renesmee. Como pena por um destino tão cruel, quis Deus que Renesmee fosse saudável e a cara do pai. Como Edward pode tê-la nos braços e não saber de que se tratava de sua filha? Sangue do seu sangue? Isabella não poderia pedir mais do destino, não poderia arriscar, muitos castigos poderiam advir de um ato promiscuo como esse. Incesto. Foi a palavra que lhe veio à mente.

─ Digas... – Edward jamais a tocaria contra sua vontade. Repetira a mesma frase do dia em que se amaram pela primeira vez.

Isabella fechou os olhos e as lágrimas correram, ela se lembrava muito bem do que respondera a ele naquele dia, e sua situação não era diferente agora, ela mais uma vez precisava ser salva. Mas agora as circunstancias eram diferentes, havia duas vidas que dependiam dela. Ela precisaria ser forte e foi.

─ Não podemos! Não! – ela gritou e se soltando da mão de Edward, foi até a porta e saiu pela noite correndo desesperadamente sem olhar para trás, se parasse, voltaria.

Edward caiu prostrado de joelhos no chão. Não teria a mesma força que tivera anos atrás para ir atrás dela. Ela dissera não e isso significava o fim.

Enquanto a diligência se afastava, Isabella chorava e já não conseguia enxergar nela própria a Isabella de outrora, aquela que dissera que iria transpor qualquer limite por amor. Dentro de sua ingenuidade ela não sabia que havia limites intransponíveis.

Isabella avistou Alice e Jasper conversando próximos à escada da casa grande, assim que saiu da diligência. Essas quase duas horas que levara para chegar na chácara ajudaram para que ela pensasse e chorasse o suficiente para conseguir enfeitar um sorriso mesmo que fraco no rosto.

─ Sinhá Isabella. – Jasper a cumprimentou.

Jasper, assim como todos os escravos do Engenho, foram libertos assim que Edward assumiu. Alice também fora alforriada por Isabella, mas nunca quis sair de perto dela. Aliás, a maioria dos escravos alforriados acabaram ficando com seus ex-donos, trabalhando por jornada e recebendo um pagamento, às vezes em dinheiro, às vezes em uma porcentagem da colheita e assim por diante.

Porém, era com tristeza que Isabella percebia que para esses escravos, mesmo que o vestissem de ouro e joias, eles sempre, mesmo com vestimentas de homem livre com sapatos e tudo, eles acabavam agindo com seus ex-senhores como se ainda tivessem de ser submissos a eles.

─ Olá, Jasper. – ela forçou um sorriso e olhou para Alice que a olhava com preocupação. – Alice, meu marido e meu sogro já voltaram?

─ Ainda não sinhá.

Isabella suspirou aliviada, era bom que ainda não estivessem em casa, assim, Mike nem saberia que ela saíra.

─ Ótimo. Com suas licenças...

─ Sinhá? – Jasper chamou. – Isabella parou no segundo degrau e olhou para ele. – Estava esperando a sinhá chegar para pedir... – ele olhou para Alice que acenou o encorajando. – Eu queria pedir a mão de Alice em casamento.

Dessa vez o sorriso de Isabella não fora forçado, ela abrira um imenso sorriso de felicidade.

─ Já não era sem tempo! – ela desceu e foi abraçar Alice. – Tu aceitaste Alice? – perguntou em tom de brincadeira. Alice confirmou com a cabeça. – Meus queridos, são livres! Em todos os sentidos. Saibam que tem minha benção e ajudarei no que for preciso. Essa notícia trouxe-me enorme alegria!

─ Sinhá, temos ainda muito que conversar... – Alice estava encabulada ao falar – E resolver...

─ Digas logo de uma vez o que queres menina! – falou achando graça.

─ Queria saber se Jasper pode dormir no casebre comigo.

Isabella ergueu uma sobrancelha e olhou de Alice para Jasper que parecia ansioso. Alice estava morando no casebre que fora de Edward desde que voltaram do Sul e resolveram fincar estadia na chácara.

─ Alice – Isabella segurou as duas mãos dela – Mais uma vez lhe digo, és livre para fazer o que bem entender de sua vida. Saiba apenas que todas as decisões que tomares terás de leva-la consigo para sempre.

─ Eu compreendo, sinhá.

─ Pois bem. Tenham uma boa... conversa então.

Jasper agradeceu e os dois se despediram de Isabella que voltou a subir as escadas, pensativa. Lembrou-se do tronco que ficava no meio do casebre e sacudiu a cabeça por imaginar o quão inocente era Alice quanto a finalidade dele. Talvez Jasper soubesse... ou nem ele. Mas ela sabia, só entrara naquele casebre uma única vez, logo assim que voltara e a emoção que sentira com as lembranças que aquele lugar tinha foram tão fortes que ela pensou que não suportaria.

Passou pela sala de jantar e olhou a mesa arrumada, intocada. Se Mike e seu pai chegassem com fome, teriam de se virar na cozinha. Isabella não tinha o menor apetite. Parou à porta de seu quarto de dormir mas viu uma fresta iluminada vindo do quarto das meninas. Foi até lá e quando abriu a porta, encontrou Rachel embalando Milla que já dormia e Renesmee muito entretida e animada brincando com sua mais recente boneca.

─ Sinhá... – Rachel abriu a boca para se explicar.

─ Está tudo bem. – Isabella deu um beijo na testa de Milla e depois se abaixou para falar com Renesmee. – Minha filha já está na hora de dormir, amanhã terminas de brincar com a boneca...

─ Jane. – a menina falou fingindo levar algo à boca da boneca.

Isabella piscou aturdida.

─ Como?

─ Jane, mamãe. O nome dela é Jane. Ela tá tomando sopa todinha...

─ De onde tiraste esse nome, Renesmee? – Isabella indagou a menina, mas foi Rachel que respondera.

─ Ela queria um nome sinhá, daí eu fui falando um monte e quando eu disse esse ela gostou. Se tiver problema...

─ Não, tudo bem. É um lindo nome. – ela acariciou a cabeça da filha.

Jane. Jane Eyre. Por isso o susto sobre o nome da boneca. Isabella passou a mão na testa, estava se sentindo exausta. Não podia mais se sentir assim tão atingida por estas coisas que lhe lembravam dos doces, intensos e prazerosos momentos que passara com Edward.

Decidiu que dormiria ali, no quarto com as meninas. Havia uma cama de casal, além dos dois berços. Ajeitou Milla no canto da cama, perto da parede e levou Renesmee junto com a boneca e se deitou com ela para fazê-la dormir. Rachel trouxe uma xícara de leite quente que Renesmee tomou com gosto e não muito depois, adormeceu agarrada com Jane, sua boneca da sorte. Um presente de seu pai.

Naquela noite, Isabella fingiu estar dormindo quando Mike entrou no quarto das meninas, provavelmente a procurando. De longe, pode sentir o cheiro do álcool e temeu que ele fosse tão frio a ponto de querer acordá-la para tirá-la de lá. Ele ficou alguns minutos ali, parado, observando as três e depois saiu.

****

─ Não era melhor tu voltar pra ver como tá Edward? Sinhá Isabella não me engana, a conversa não foi nada boa...

─ Conheço Edward, Alice. Já tive presente em vários momentos de tristeza dele, pode acreditá. Ele vai preferi ficar sozinho.

Alice suspirou.

─ Coitado deles... – ela parou e olhou para Jasper que fazia contornos com a ponta do dedo em seu ombro. – Jasper, já disse que vou querer esperar...

─ Eu sei, eu sei, minha frô. – ele plantou um beijo em sua bochecha. – Vamos ficar assim... – ele a abraçou mais forte. – juntinhos, só juntinhos, podendo se abraçá e se beijá quando der vontade! Esperei todo esse tempo, posso esperar agora mais esse bocado de mês.

Alice sorriu e na escuridão do casebre, beijou Jasper com ternura e amor. Conversaram bastante, fizeram as contas do que precisariam para o casamento, riram do passado e sonharam com o futuro.

Jasper se foi faltando pouco para o dia raiar.


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