When I Was Your Man escrita por AmanditaTC


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Esta fic surgiu da música When I Was Your Man, que eu acho a cara do Derek.

Estou basicamente ignorando o que temos de informação sobre a 3B e agindo como se Stiles não estivesse enlouquecendo.

Também faço referência ao tal Deputy Parrish, que dizem ainda vai aparecer nessa temporada. Quando surgiu o boato de que Beacon Hills ganharia um novo policial e que ele poderia ser par romântico com Stiles, é claro que eu pensei num Derek ciumento.

O resultado dessa loucura está aqui: Derek voltando a Beacon Hills e descobrindo que Stiles seguiu em frente.



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Estranho voltar a Beacon Hills depois de tanto tempo. Depois de tantos telefonemas ignorados, mensagens e e-mails não respondidos. Depois de tanta coisa deixada para trás com a falsa aparência de que nada importava.

Sei que foi minha escolha sair sem me despedir, como se o que tivemos esse tempo todo não significasse nada. Significava para você o mesmo que para mim. Sentia nossos corações pulsarem juntos, mesmo que o seu seja um pouco descompassado.

Queria voltar aqui hoje para olhar para você e me explicar, para tentar fazer você entender o quanto tudo me assustou. Mais do que o bando de alfas, mais do que todas as batalhas e perigos que enfrentamos. O som dos nossos corações sincronizados me apavorou.

A voz de minha mãe contando histórias para Laura, Cora e eu quando éramos crianças ainda ecoa em minhas memórias, mesmo quando estou dormindo, dizendo sobre a lenda de que todo lobo tem seu companheiro e que ele o reconhece quando seus corações se sintonizam.

E quando, depois daquele beijo quando entrei em seu quarto pela janela para saber como você e seu pai estavam depois do eclipse, meu coração sintonizou com o seu, um moleque impertinente, irônico, confuso, desajeitado... Que aos poucos eu descobri ser um homem de verdade, corajoso, inteligente, dedicado e fiel... Não soube o que fazer com isso.

Era muito simples, muito fácil, apenas ficar e ser feliz com você.

Mas depois de dez anos de merdas acontecendo em sua vida, você meio que desaprende como ser feliz. Você se acostuma a pensar como a lenda africana sobre o leão e a gazela, que diz que não importa se você é caça ou caçador, deve apenas levantar e correr. E eu fiz isso. Corri. Corri de você, corri do que você poderia me dar.

Passei um ano inteiro praticamente longe de você, sem, no entanto, conseguir tirar seu sorriso do meu pensamento, o som da sua voz assombrando meus sonhos e me fazendo acordar arrepiado, ansiando pelo seu cheiro, pelo seu toque... A pele em meu ombro, onde você apertou quando os alfas me obrigaram a matar Boyd, ainda parece sentir o calor dos seus dedos, como uma tatuagem ainda mais forte do que a triskele em minhas costas. Uma tatuagem que ninguém vê, mas que sinto dentro de mim, como se seus dedos tivessem tatuado minha alma com aquele gesto.

E hoje eu voltei. No dia da sua formatura. Assisti a colação de grau a uma distância segura, para que Scott e Isaac não sentissem meu cheiro. Não queria que eles me vissem antes de você, antes de lhe dar todas as explicações que merece.

Não tive a formatura que você teve, todos os ritos de passagem que os adolescentes anseiam me foram tomados pelo fogo. Mas ver você receber seu diploma, ver o sorriso no rosto de seu pai, ouvir a sua voz como orador, me fizeram sentir como se fosse uma conquista minha também.

E após os chapéus voando, as fotos tiradas com professores, colegas e o som de risos repletos de esperança, me atrevi a dar alguns passos para chegar até você. E teria lhe puxado para um abraço, murmurado o meu orgulho no seu ouvido e me deleitado com o rubor em seu rosto pálido, deixando suas sardas ainda mais nítidas.

Teria feito tudo isso se outra pessoa não estivesse fazendo essas coisas no meu lugar. Se esse rapaz que eu não sei quem é não estivesse agora segurando sua mão, na frente de seu pai e seus amigos, brincando com seu chapéu de formando e os olhos brilhando mais e mais ao observar seu sorriso.

Parrish. Ouço seu pai falar e ele responder que fora da delegacia tinham combinado que ele o chamaria de Mark. Seu pai ri e diz que só o chamou pelo sobrenome porque ele ainda o chamava de xerife em qualquer lugar, mesmo sendo seu namorado há quatro meses.

Namorado.

Quatro meses.

O mesmo tempo em que suas mensagens pararam de chegar no meu celular.

O mesmo tempo em que seus e-mails pararam de encher a minha caixa de entrada.

Saí da escola antes que alguém pudesse me ver. Mais que isso, antes que, caso alguém me visse, percebesse o quanto estava quebrado.
E agora eu estou aqui, sentado no escuro esperando que esse Mark Parrish venha lhe buscar para o baile. O baile que eu devia lhe levar. Chegar aqui com o camaro, cumprimentar seu pai e brincar com você, lhe trazendo um horrível buquê para o pulso que tenho certeza você usaria, sem medo do ridículo.

Eu iria rir e dizer que você está maravilhoso, com o cabelo mais comprido, o terno escuro, a camisa vermelha e os tênis. Ia dar boa noite para seu pai e depois ficar constrangido com algum comentário que ele iria fazer sobre sexo seguro. Porque, céus, você e seu pai tem o mesmo temperamento.

Ele chega num carro qualquer, enquanto me perco pensando em tudo o que eu poderia ter feito com você, em todos os momentos que dividiria com você. É o som da campainha que me desperta e eu percebo que ele já está de pé, na varanda.

Parece nervoso, mas você sai rapidamente de casa, sorrindo, feliz. O terno escuro, a camisa roxa, e não vermelha como pensei, e uma gravata de Star Wars porque, bem, esse é você.

Ele não lhe trouxe flores e tampouco abre a porta do carro para você entrar, coisas que eu teria feito ainda que de brincadeira, mas que ainda teriam toda a sinceridade do meu sentimento como motivador.

Você para antes de entrar e olha em minha direção. Sei que não pode me ver, estou bem encoberto pelos arbustos e árvores da casa vizinha. Mas minha vontade é dar um passo a frente e deixar que meus olhos brilhem azulados para que você saiba que estou aqui.
Mas não é justo ser egoísta justo quando esse meu egoísmo pode estragar a felicidade que você finalmente alcançou.

Então, em vez de seguir para você, dou as costas e caminho para longe. E não dou nem mesmo dois passos quando ouço seu coração se ajustar ao meu novamente e meu estômago doer com a perspectiva que meu companheiro agora está nas mãos de outro.

Ando mais dois passos, determinado a ir embora de Beacon Hills mais uma vez e definitivamente, mas uma voz me faz parar:

- Sourwolf.

É apenas um sussurro, uma constatação de que você sabe que estou aqui, que você percebeu meu coração bater junto ao seu. É o apelido mais idiota que alguém já me deu, e ao mesmo tempo ele sai de sua boca carregado com tanta intensidade que empurra um sorriso pequeno em meu rosto.

Quem sabe... Meu coração começa a me forçar a pensar, quem sabe se ele pode sentir essa conexão de nossos corações... Quem sabe ainda tenha esperança para nós. E espero que, até lá, esse Mark Parrish não lhe machuque, ou pretendo finalmente rasgar a garganta de alguém com meus dentes.


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Notas finais do capítulo

Esta não vai ter continuação... pelo menos por enquanto... Espero que tenham gostado de ler.