.a forma mais pura do amor. escrita por Dora Russel


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Recomendo que a leitura dessa fanfic seja feita com a música "Faraway Vol. 2 Apocalyptica".



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.a forma mais pura do amor.

Z. sentia-se entorpecido demais para responder às perguntas insistentes de seus Irmãos. "Como está Bella?", "A Dra. Jane disse mais alguma coisa?", "Z., meu Irmão, como você está?" – nada do que ele ouvia era processado, pois sua atenção estava completa e inteiramente voltada para as portas trancadas de seu quarto. Podia sentir as vibrações de suashellanultrapassarem as frestas da madeira, juntamente com as vibrações muito fracas que emanavam do ser dentro de Bella.

Quando todas as vozes desapareceram de sua cabeça, Zsadist lembrou-se do medo frequente de Bella nas últimas semanas. Medo de que o amor dele por ela fosse tão intenso ao ponto de que, se fosse preciso escolher entre suashellane sua Nalla, acabasse sacrificando o pequeno ser que Bella carregava dentro de si. Esse medo em específico juntava-se com todos os outros temores que afligiam a Mansão da Irmandade e o coração bondoso de suashellan: os problemas com Phury, a guerra contra osredutores, o medo de Bella em não conseguir ser forte o suficiente para levar a gravidez até o fim – eram problemas demais para uma mulher grávida suportar, e Zsadist sentia-se culpado por não ter aliviado a carga de suashellan.

Pensando sobre tudo isso, Zsadist sabia que Bella tinha razão quanto ao seu principal medo: se ele fosse informado pela Dra. Jane que a criança acabaria matando Bella durante o parto, interromperia aquela loucura no mesmo instante, salvando suashellando Fade, sem se importar com o sofrimento que seria ocasionado. Bella era a razão do seu viver, não poderia continuar a viver sem sentir suas cálidas mãos em seu rosto, seus lábios por todo seu corpo, seu coração pulsando graças ao sangue tomado de sua jugular. Esse era um pensamento que o matava de dentro para fora.

A questão era que também amava demais sua cria, o bebê que chutava como um jogador de futebol dentro da barriga de Bella cada vez que ele chegava perto. Zsadist adorava o fato de que cada vez que cantava para suashellandormir, o bebê se acalmava e parecia compreender cada palavra que saia de sua boca no Antigo Idioma. Mas seus sentimentos tornavam-se contraditórios quando a vida de suashellanentrava em perigo. Como um macho vinculado, não poderia suportar a ideia de perder a pessoa que trazia luz à sua vida.

E, pela Virgem Escriba, a dor em seu peito era demais. Não gostaria de perder nem sua fêmea nem sua cria, mas sabia que escolheria suashellancaso isso lhe fosse imposto. Essa seria mais uma dor soterrada em seu peito marcado pelo passado – mais uma tatuagem marcando sua pele.

Zsadist sentia-se tão fraco e perdido que não ouviu o primeiro grito. Ou o segundo. Suas pernas tremiam como se seu corpo exigisse alívio do estresse que passava; sua cabeça pulsava em uma dor lancinante, e foi preciso a ajuda de alguns dos seus Irmãos para que ele entendesse porque todos gritavam entusiasmados.

As palavras não formavam uma frase concreta na mente nublada de Z., e demorou alguns minutos para que entendesse o que se passava. Nalla tinha nascido. Bella estava esgotada, mas viva. Nalla tinha saúde e berrava tão alto quanto um prisioneiro algemado. Bella chorava e chamava seu nome. Mas por que suas pernas não acatavam o comando de seu cérebro para andar? E por que tudo começava a ficar escuro...?

Zsadist acordou alguns minutos depois. Estava deitado ao lado de suashellan, que embalava um pequeno ser em seus braços. A cena não poderia ter sido mais perfeita: Nalla tinha os olhos fechados e a boca ligeiramente aberta, dormindo um sono tão tranquilo que Z. teve medo de respirar muito alto e acordá-la. Bella admirava sua cria com olhos caridosos, emanando tanto amor que Z. se perguntava como seria possível uma pessoa amar tanto outra assim. Foi então que aconteceu.

Nalla abriu lentamente os olhos. Eram tão amarelos quanto os seus, mas lá no fundo havia algo de Bella que ele não sabia definir o que era. Suas íris brilhavam intensamente que Z. podia se ver dentro daquelas duas lagoas amareladas. Os cantos dos lábios de Nalla encurvaram-se e ela sorriu, sorriu e chorou, erguendo os bracinhos em direção a Zsadist. De início ele não entendeu, até que Bella murmurou:

– Pegue sua Nalla, meuhellren. É sua Nalla, sua cria.

Quando sentiu a pele macia de Nalla, tudo dentro de Z. mudou. Por um instante, ele encontrou a felicidade máxima e entendeu como Bella poderia ter tanto amor dentro do seu coração. A pergunta mais certa a ser feita era: como não amar alguém que representava o amor mais puro que havia entre ele e Bella? Como não amar sua Nalla, sua cria, sua protegida? Era a pergunta que jamais teria resposta, pois não era possível não amar Nalla.


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Notas finais do capítulo

Agradecimentos: Frô, obrigada por ler antes e cuidar dos meus erros []
Fla e Janete, foi graças aos surtos dos últimos dias que eu tomei coragem e escrevi esse plot, que vem me atormentando desde quando terminei de ler o terceiro livro. Obrigada, meninas!

Hey, você aí que leu, não se esqueça de me dizer o que achou, tá? Não precisa ser nenhuma Bíblia, não (mas se for, eu juro solenemente que não vou reclamar). Mas mesmo que você não comente, obrigada por ter lido. Uma história só acontece quando alguém, além do autor, a lê.