Harry Potter - A História de Ellie escrita por Bia


Capítulo 48
Quinto Ano em Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Sim eu demorei de novo, mas tive alguns imprevistos...
Mas, hoje eu tinha que postar afinal é aniversário do nosso lindo Harry e da maravilhosa Jo!

Espero que gostem.

Itálicos Jo.



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Ellie rolava na cama, não conseguia dormir, porque tinha certeza que Jorge também não dormia. Ela decidiu desistir e se levantou de vez e se assustou ao ouvir Gina resmungar.

—Não! Não pode ser, papai, papai!

—Ei, está tudo bem - Ellie a acalmou com um beijo na testa e saiu do quarto. Se assustou ao dar de cara com o seu pai no corredor.

—Sabe que eu fiquei imaginando se você fugiria para o quarto do Jorge - Sirius disse, fazendo Ellie rir.

—Na verdade senhor Black, eu estava indo atrás de você.

—De mim? - Sirius perguntou surpreso.

—Não consigo dormir - Ellie admitiu - Eu sei que Jorge deve estar bem mal...

—Mas você não vai entrar no quarto dele para descobrir...

—Não, eu não vou - Ellie riu - Alguma vez o senhor já fugiu para a cama dos seus pais depois de um pesadelo?

—Bom, eu não tive os melhores pais - Ellie se arrependeu ao ver a feição de Sirius, que logo mudou para um sorriso - Mas eu fugia para a cama de Tiago, e ele sempre chutava!

Ellie caiu na gargalhada.

—Por que querida? Teve algum pesadelo?

—Não, é que... - Ellie sentiu seu rosto corar - As vezes eu fugia para o quarto da vovó, mas ela não era vocês sabe... Eu queria saber se eu poderia passar essa noite com o senhor? Não precisamos dormir, apenas conversar!

—Mas é claro meu amor - Sirius abraçou apertado sua filha e a levou para o seu quarto - Não ligue pela bagunça, organização nunca foi o meu forte...

—Nem o meu, pelo menos isso eu já sei que não puxei da mamãe...

—Definitivamente não, sua mãe era uma moça extremamente organizada.

—Me fala mais dela - Sirius viu os olhos de Ellie brilharem.

—Falar o que?

—Como se conheceram? 

—Está bem pestinha, sente se aí... - Sirius respirou fundo e encarou a filha que era copia fiel de Helen - Sua mãe era uma jovem muito curiosa, de alguma forma ela descobriu o mundo mágico - Ellie arregalou os olhos - Talvez eu tenha ajudado um pouco. 

"Eu a encontrei pela primeira vez em um Pub em Londres, lá estava ela, uma bela morena de olhos claros sozinha. Eu e Tiago na hora reparamos nela, afinal que nem você, ela chama a atenção por onde passa, minutos se passaram e eu já estava na mesa dela, eu fiz o meu truque, que sempre fazia com todas as garotas e tirei uma rosa branca do meu bolso, mas a sua mãe sabia que não era um simples truque, sabia que eu tinha feito algo a mais, ela era esperta tinha reparado nos movimentos da minha mão. Convence-la que não passava de um truque de mágica armadora foi uma das coisas mais difíceis que eu já fiz na vida, mas por fim ela aceitou, e acabamos conversando a noite inteira. Na época eu não sabia que ela tinha um namorado, mas também não me importei, ele não durou muito, logo eu e a sua mãe estávamos namorando. Nunca pensei que eu podeira ser tão feliz, mas como eu te disse sua mãe era esperta, e ela logo descobriu o meu segredo, pensei que isso fosse afasta-la, mas não, ela amava a magia."

"O problema era que ela queria se juntar para o mundo mágico, e estava na época do Voldemort, e eu não podia deixar isso acontecer. Logo ela ficou grávida de você, e eu tive que a protege-la mais ainda. Assim que você nasceu Ell, eu sabia que era o homem mais feliz do mundo, eu tinha tudo, Helen e você, Thiago a ordem da fenix, mas estava prestes a perder isso tudo. Sua mãe logo adoeceu... Acho que sabe o resto da história."

Ellie não conseguia segurar as lágrimas, nem o seu pai. Aquele momento era tudo para ela. Ela pulou em seu colo e os dois choraram juntos, e logo adormeceram.

#

Ellie acordou no outro dia com o cafuné do seu pai, e teve certeza que jamais se sentira tão feliz. Todos logo se arrumaram para ir visita o senhor Weasley. Jorge estava bem melhor, mas Ellie conseguiu ver um pouco de cansaço e preocupação em seu olhar. 

Pegaram o metro e logo estavam chegaram no St. mungus. Ellie segurou forte na mão de Jorge que lhe respondeu com um sorriso.

 

— Muito bem — disse Tonks, chamando-os para uma vitrine onde não havia nada, exceto um manequim feminino particularmente feio. Suas pestanas estavam soltando e ela vestia uma bata de náilon verde. — Todos preparados? 

Todos assentiram, agrupando-se em torno dela. Moody deu mais um empurrão nas costas de Harry para ele ficar mais à frente, e Tonks se encostou no vidro, olhando para o manequim horroroso, sua respiração embaçando o vidro: 

— E aí, beleza! — cumprimentou. — Estamos aqui para visitar Arthur Weasley. 

Harry achou um absurdo Tonks esperar que o manequim a ouvisse falando tão baixo através do vidro, com ônibus rodando às suas costas e a poeira de uma rua cheia de gente. Então lembrou que, de qualquer modo, manequins não ouviam. No momento seguinte sua boca se abriu de espanto quando o manequim fez um leve aceno com a cabeça e um sinal com o indicador, e Tonks segurou Gina e a Sra. Weasley pelos cotovelos, atravessou o vidro e desapareceu. 

Fred, Rony, Ellie e Jorge entraram em seguida, com Jorge segurando a mão de Ellie fortemente. Harry deu uma olhada na multidão que se acotovelava ao seu redor; aparentemente nenhum transeunte se dava o trabalho de olhar para vitrines feias como as do Purga & Sonda Ltda., nem  reparavam em seis pessoas que tinham acabado de se dissolver à sua frente. 

— Vamos — rosnou Moody, dando mais uma cutucada nas costas de Harry, e juntos atravessaram algo que lhes lembrou uma cortina de água fria, embora emergissem secos e aquecidos do outro lado. 

Não havia sinal do feio manequim ou do espaço que ocupara. Encontravam-se em uma recepção movimentada, em que havia filas de bruxos e bruxas sentados em instáveis cadeiras de madeira, alguns pareciam perfeitamente normais e folheavam exemplares antigos do Semanário das Bruxas, outros exibiam medonhas deformações como trombas de elefante ou mãos sobressalentes saindo do peito. A sala não era menos barulhenta do que a rua lá fora, porque vários pacientes faziam ruídos muito estranhos: uma bruxa de rosto suado no meio da primeira fila, que se abanava energicamente com um exemplar do Profeta Diário, não parava de soltar um silvo agudo e vapor pela boca, um bruxo com cara encardida a um canto badalava como um sino toda a vez que se mexia e, a cada badalada, sua cabeça vibrava horrivelmente e ele precisava levar a mão às orelhas para fazê-las parar. 

Bruxos e bruxas de vestes verde-claras iam e vinham pelas filas fazendo perguntas e anotações em pranchetas como a da Umbridge. Harry reparou que usavam um emblema bordado no peito: uma varinha e um osso cruzados. 

— Eles são médicos? — perguntou a Rony, com ar de espanto. 

— Médicos? Aqueles trouxas doidos que cortam o corpo das pessoas? Nam, são Curandeiros. 

— Aqui! — chamou a Sra. Weasley, tentando se sobrepor às renovadas badaladas do bruxo no canto, e eles a acompanharam até a fila que se formara diante de uma bruxa gordinha e loura, a uma mesa marcada Informações. 

Na parede atrás dela, havia uma quantidade de avisos e cartazes do tipo: UM CALDEIRÃO LIMPO IMPEDE QUE AS POÇÕES VIREM VENENO e NÃO SE DEVEM USAR ANTÍDOTOS A NÃO SER APROVADOS POR UM CURANDEIRO QUALIFICADO. 

Havia ainda um grande retrato de uma bruxa com longos cachos prateados com uma placa: 

 
 

Dilys Derwent 

Curandeira do St. Mungus 

1722-1741 

Diretora da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts 

1741-1768 

 
 

Dilys examinava o grupo dos Weasley como se os contasse; quando seu olhar encontrou o de Harry, a bruxa lhe deu uma piscadela, deslocou-se para o quadro ao lado e desapareceu. 

Entrementes, na fila à frente, um jovem bruxo executava um estranho improviso de jiga e tentava, entre ganidos de dor, explicar sua situação à bruxa da recepção. 

— São esses... ui... sapatos que meu irmão me deu... ai... estão comendo os meus... UI... pés... olhe só para eles, devem ter algum tipo de... ARRRRE... azaração neles e não consigo ARRRRRRE... tirá-los. — Ele pulava de um pé para o outro como se dançasse sobre carvões em brasa. 

— Os sapatos não o impedem de ler, ou impedem? — disse a bruxa loura, apontando irritada para um quadro à esquerda de sua mesa. — Você precisa ir a Danos Causados por Feitiços, no quarto andar. Exatamente como está listado no quadro dos andares. Próximo! 

Ellie caiu na gargalhada e foi repreendida por Lupin.

Quando o bruxo saiu dançando e mancando de lado, os Weasley avançaram alguns passos e Harry leu o quadro: 

 
 

ACIDENTES COM ARTEFATOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Térreo 

Explosão de caldeirão, retroversão de feitiço, acidentes com vassouras etc. 

FERIMENTOS CAUSADOS POR BICHOS. . . . . . . . . . . . 1º. Andar 

Mordidas, picadas, queimaduras, espinhas encravadas etc. 

VÍRUS MÁGICOS.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2º. Andar 

Doenças contagiosas, tais como varíola dragonina, doenças evanescentes, escrofúngulos etc. 

ENVENENAMENTO POR PLANTAS E POÇÕES . . . . . . . .3º. Andar 

Urticárias, regurgitação, acessos contínuos de riso etc. 
DANOS CAUSADOS POR FEITIÇOS . . . . . . . . . . . . . . . . . 4°. Andar 

Azarações e feitiços irreversíveis, feitiços malfeitos etc. 

SALÃO DE CHÁ DOS VISITANTES/ LOJA DO HOSPITAL. 5º. Andar 

 
 

SE NÃO TIVER CERTEZA AONDE SE DIRIGIR, NÃO CONSEGUIR FALAR NORMALMENTE OU NÃO SE LEMBRAR DE QUEM É, A NOSSA BRUXA RECEPCIONISTA TERÁ PRAZER EM ORIENTÁ-LO. 

 
 

Um bruxo muito velho e curvado com uma trompa para surdos arrastara-se até o primeiro lugar da fila. 

— Estou aqui para visitar Broderico Bode — disse num sussurro asmático. 

— Enfermaria quarenta e nove, mas receio que esteja perdendo o seu tempo — respondeu ela, dispensando-o. — Está completamente confuso, entende, ainda acha que é uma chaleira. Próximo. 

Um bruxo atarantado segurava pelo tornozelo a filhinha, que se agitava em volta de sua cabeça usando imensas asas de penas que saíam das costas da roupa. 

— Quarto andar — disse a bruxa com a voz entediada sem perguntar nada, e o homem desapareceu pelas portas duplas ao lado da mesa, segurando a filha como se fosse um balão de formato extravagante. 

— Próximo! 

A Sra. Weasley se aproximou da mesa. 

— Olá, meu marido, Arthur Weasley, deveria ter sido transferido para outra enfermaria hoje pela manhã, pode nos dizer...? 

— Arthur Weasley? — repetiu a bruxa, correndo o dedo por uma longa lista à sua frente. — Foi, primeiro andar, segunda porta à direita, Enfermaria Dai Llewellyn. 

— Obrigada. Vamos, gente. 

Eles a seguiram pelas portas duplas e pelo corredor longo e estreito enfeitado com mais retratos de bruxos famosos, iluminados por bolhas de cristal cheias de velas que flutuavam junto ao teto e lembravam gigantescas bolhas de sabão. Mais bruxas e bruxos de vestes verde-claras entravam e saíam pelas portas por onde passavam; um gás amarelo e malcheiroso invadiu o corredor quando emparelharam com uma das portas, e de vez em quando eles ouviam gritos distantes. Subiram um lance de escadas e chegaram ao corredor de Ferimentos Causados por Bichos, onde a segunda porta à direita estava sinalizada com o letreiro: Enfermaria Dai Llewellyn para Acidentes “Perigosos”: Mordidas Graves. Logo abaixo, havia um cartão em uma moldura de latão no qual alguém escrevera: Curandeiro Responsável: Hipócrates Smethwyck. Curandeiro Estagiário: Augusto Pye. 

— Vamos aguardar aqui fora, Molly — disse Tonks puxando Ellie de Jorge que relutou em solta-la — Arthur não vai gostar de receber tantas visitas ao mesmo tempo... primeiro entra a família. 

Olho-Tonto resmungou sua aprovação à ideia e se postou à porta com as costas apoiadas na parede do corredor, o olho mágico girando em todas as direções. Harry se afastou também, mas a Sra. Weasley esticou o braço e puxou-o pela porta, dizendo: 

— Não seja tolo, Harry, Arthur quer lhe agradecer. 

A enfermaria era pequena e um tanto escura, porque a única janela era estreita e ficava no alto da parede oposta à porta. A maior parte da iluminação vinha de mais bolhas de cristal agrupadas no meio do teto. As paredes eram forradas de painéis de carvalho, e havia na parede um retrato de um bruxo de cara maligna em cuja placa se lia Urquhart Rackharrow, 1612-1697, Inventor do Feitiço para Expelir Tripas. 

Só havia três pacientes. O Sr. Weasley ocupava a cama ao fundo da enfermaria ao lado da janelinha. Harry ficou satisfeito e aliviado ao ver que ele estava recostado em vários travesseiros lendo o Profeta Diário, à luz do solitário raio de sol que incidia sobre sua cama. Arthur ergueu os olhos quando o grupo se encaminhou para ele e, vendo quem eram, abriu um grande sorriso. 

— Olá! — falou, pondo o Profeta de lado. — Gui acabou de sair, Molly, precisou voltar ao trabalho, mas diz que passa para vê-la mais tarde. 

— Como é que você está, Arthur? — perguntou a Sra. Weasley, curvando-se para lhe dar um beijo na bochecha, e examinando com ansiedade o seu rosto. — Você ainda está bem abatido. 

— Estou me sentindo perfeitamente bem — respondeu o marido animado, esticando o braço ileso para abraçar Gina. — Se pudessem retirar as bandagens, eu estaria pronto para ir para casa. 

— Por que é que não podem retirá-las, papai? — perguntou Fred. 

— Bom, começo a sangrar como louco todas as vezes que tentam — explicou o Sr. Weasley animado, apanhando a varinha sobre o armário ao lado da cama e acenando para conjurar seis cadeiras do lado de sua cama, e acomodar todos. — Parece que havia um veneno incomum nas presas daquela cobra que mantém as feridas abertas. Mas eles têm certeza de que encontrarão um antídoto, dizem que já tiveram casos piores do que o meu, nesse meio tempo só preciso beber uma Poção para Repor o Sangue de hora em hora. Já aquele sujeito ali — disse baixando a voz e indicando com a cabeça a cama do lado oposto, na qual um homem de aspecto verdoso e doentio olhava fixamente para o teto. — Foi mordido por um lobisomem, coitado. Não tem cura. 

— Lobisomem? — sussurrou a Sra. Weasley, fazendo uma cara assustada. — Não tem perigo ele ficar em uma enfermaria coletiva? Não devia estar num quarto particular? 

— Faltam duas semanas para a lua cheia — lembrou-lhe o Sr. Weasley, calmo. — Estiveram conversando com ele hoje de manhã, os Curandeiros, sabem, tentando convencê-lo de que poderá levar uma vida quase normal. Eu disse a ele, não mencionei nomes, é claro, mas disse que conhecia pessoalmente um lobisomem, um sujeito muito bom, que acha fácil administrar esse problema. 

— E que foi que ele respondeu? — perguntou Jorge. 

— Que me daria mais uma mordida se eu não calasse a boca — disse o Sr. Weasley tristemente. — E aquela mulher lá adiante — ele indicou a outra cama ocupada ao lado da porta — não quis contar aos Curandeiros o que foi que a mordeu, o que faz a gente pensar que devia estar mexendo com alguma coisa ilegal. Mas, fosse o que fosse, arrancou-lhe um pedaço da perna, o cheiro é muito ruim quando removem os curativos. 

— Então, o senhor vai nos contar o que aconteceu, papai? — perguntou Fred, aproximando a cadeira da cama. 

— Bom, vocês já sabem, não? — disse o Sr. Weasley, dando um sorriso expressivo para Harry. — É muito simples, eu tive um dia muito longo, cochilei, fui apanhado e mordido. 

— Saiu no Profeta que você foi atacado? — perguntou Fred apontando para o jornal que o pai pusera de lado. 

— Não, é claro que não — respondeu o Sr. Weasley com um sorriso amargurado — o Ministério não iria querer que todos soubessem que uma enorme cobra me... 

— Arthur! — alertou-o a Sra. Weasley. 

—... me... ah... mordeu — completou ele apressadamente, embora Harry não tivesse muita certeza de que era aquilo que ele pretendia dizer. 

— Então onde é que você estava quando isso aconteceu, papai? — perguntou Jorge. 

— Isso é só da minha conta — respondeu o pai, embora dando um sorrisinho. E apanhando o jornal, sacudiu-o para abrir as páginas e disse: — Eu estava lendo sobre a prisão de Willy Widdershins quando vocês chegaram. Sabem que descobriram que era ele quem estava por trás daqueles banheiros que regurgitaram no verão? Uma das azarações saiu pela culatra, o vaso sanitário explodiu e ele foi encontrado, inconsciente, nos destroços que o cobriram dos pés à cabeça em... 

— Quando você diz que estava “em serviço” — interrompeu-o Fred em voz baixa — que é que você estava fazendo? 

— Você ouviu o que seu pai disse — sussurrou a Sra. Weasley. — Não vamos discutir isto aqui! Continue a história do Willy Widdershins, Arthur. 

— Bom, não me pergunte como, mas o fato é que ele se livrou da acusação do banheiro — comentou o Sr. Weasley, carrancudo. — Só posso supor que correu ouro... 

— Você estava guardando ela, não era? — perguntou Jorge em voz baixa. — A arma? A coisa que Você-Sabe-Quem está procurando? 

— Jorge, cale a boca! — repreendeu-o a Sra. Weasley. 

— Em todo o caso — disse o Sr. Weasley alteando a voz — agora Willy foi apanhado vendendo a trouxas maçanetas que mordem, e acho que desta vez ele não vai conseguir se livrar tão fácil porque, segundo o jornal, dois trouxas perderam os dedos e agora estão no St. Mungus para recuperar os ossos e apagar a memória. Imagine só, trouxas no St. Mungus! Em que enfermaria será que estão? 

E ele olhou a toda volta, como se esperasse ver um letreiro. 

— Você não disse que Você-Sabe-Quem tem uma cobra, Harry? — perguntou Fred, com os olhos no pai para observar sua reação. — Uma cobra enorme? Você a viu na noite em que ele voltou, não foi? 

— Já chega — disse a Sra. Weasley, aborrecida. — Olho-Tonto, Ellie e Tonks estão no corredor, Arthur, querem entrar para vê-lo. E vocês podem esperar lá fora — acrescentou ela para os filhos e Harry. — Podem vir se despedir depois. Vão andando. 

Os garotos saíram em fila para o corredor. Olho-Tonto e Tonks, e Ellie  entraram e fecharam a porta da enfermaria ao passar. Jorge ficou encarando a porta onde Ellie havia passado. Fred ergueu as sobrancelhas.  

— Ótimo — disse calmamente, vasculhando os bolsos — que assim seja. Não nos contem nada. 

— Está procurando isso? — indagou Jorge, mostrando um emaranhado de fios cor de carne. 

— Você leu meus pensamentos — disse Fred, sorrindo. — Vamos ver se o St. Mungus põe Feitiços de Imperturbabilidade nas portas das enfermarias? 

—A Ellie está lá dentro Jorge, ela irá nos contar tudo depois – Gina disse. 

—Não, a Ellie é uma boa garota – Fred disse – Mas eles não vão deixar ela ouvir. 

Ao dizer isso a porta se abriu novamente quase acertando Jorge na cara. Ellie saiu com uma cara emburrada e Jorge sorriu para ela. 

—Eles me expulsaram bem na hora que o assunto ficou interessante – Ela cruzou os braços 

—Eu disse – Fred piscou para Gina. 

Ele e Jorge desembaraçaram os fios, separaram seis Orelhas Extensíveis e as distribuíram entre todos. Harry hesitou em apanhar a sua. 

— Vamos, Harry, apanhe uma! Você salvou a vida de papai. Se alguém tem o direito de escutar atrás da porta é você. 

Sorrindo contrafeito, Harry apanhou uma ponta do fio e inseriu-a no ouvido, como haviam feito os gêmeos. 

— O.k., agora! — sussurrou Fred. 

Os fios cor de carne se agitaram como longos fiapos de vermes e deslizaram por baixo da porta. A princípio, Harry não ouviu nada, em seguida se assustou quando escutou Tonks sussurrando claramente como se estivesse ao seu lado. 

—... eles vasculharam a área toda, mas não conseguiram encontrar a cobra em lugar algum. Parece ter desaparecido depois de atacar você, Arthur... mas Você-Sabe-Quem não poderia ter esperado que uma cobra entrasse, poderia? 

— Calculo que a tenha mandado para vigiar — rosnou Moody — porque até agora ele não teve sorte, não é? Imagino que esteja tentando formar um quadro mais claro do que precisa enfrentar, e, se Arthur não estivesse lá, a fera teria tido muito mais tempo para espionar. Então, Potter diz que viu tudo acontecer? 

— É — respondeu a Sra. Weasley. Parecia bastante inquieta. — Sabe, Dumbledore chegou a me dar a impressão de que estava aguardando que Harry visse uma coisa dessas. 

— Ah, bom — disse Moody — tem alguma coisa estranha no menino Potter, todos sabemos. 

— Dumbledore se mostrou preocupado com Harry quando falei com ele hoje de manhã — cochichou a Sra. Weasley. 

— Claro que está preocupado — engrolou Moody. — O garoto está vendo coisas de dentro da cobra de Você-Sabe-Quem. Obviamente, Potter não compreende o que isso significa, mas se Você-Sabe-Quem estiver possuindo ele... 

Harry arrancou a Orelha Extensível do ouvido, o coração martelando disparado e o calor afluindo ao seu rosto. Ele olhou para os outros. Todos o encaravam, os fios ainda pendurados nas orelhas, os rostos repentinamente amedrontados. 

 

 # 

Ellie estava sentada na sala de estar junto com a sua gata em seu colo, estava pensando em Harry, ele parecia muito perturbado. Ellie se assustou quando ouviu um barulho vindo da entrada, mas se acalmou quando viu que era apenas Jorge, ele sorriu para ela, e se aproximou. Ellie deu um lugar para ele ao seu lado que se sentou e começo a mexer em seu cabelo.. 

—Como vai? - Ele perguntou. 

—Como eu vou? – Ellie riu para ele - Eu estou bem, e você? 

—Melhor – Ele riu fraco o que fez o coração de Ellie apertar – Obrigada por tudo Ell, de verdade... 

—Sempre que precisar Jorginho – Ellie sorriu para ele. 

A gata de Ellie pulou do seu colo no exato momento em que Jorge se aproximou ficando por cima de Ellie. Jorge apoiou o seu peso entorno de Ellie enquanto ficava em cima dela por completo, Ellie estremeceu com a ação repentina. Jorge tinha um sorriso divertido no rosto que fez Ellie morder os seus lábios. 

—Hem – Hem – Jorge voou para longe de Ellie, que se levantou assustada – Aproveitando que os dois estão aqui – Sirius se aproximou sentando no meio dos dois – que tal nós conversarmos? 

—Conversar? - O coração de Ellie estava disparado - Conversar sobre o que? 

—Conversar sobre vocês dois ora bolas – Sirius riu diante o nervosismo de sua filha. 

—Não tem nada para conversa sobre nós dois – Ellie se levantou e colocou as mãos na cintura, Jorge estava mudo. 

—Vocês começaram a namorar, não começaram? - Sirius ergueu uma sobrancelha, e apertou com força o joelho de Jorge – queria apenas estabelecer algumas regras... 

—Pai! - Ellie sentiu o rosto corar, e Sirius caiu na gargalhada. Jorge ainda estava petrificado em seu lugar – o Lupin já chegou? 

—Sim por que? - Sirius perguntou. 

—Eu vou chama-lo para fazer o senhor lembrar dos seus tempos em Hogwarts – Ellie saiu da sala e deu de cara com Tonks que riu divertidamente para ela – Por favor, salva o meu namorado, antes que o meu pai o mate! 

—É pra já doçura - Tonks saiu sorridente para dentro da sala, e entorno de cinco minutos Jorge saiu ofegante. 

—Eu pensei que o seu pai fosse me matar Ell – Jorge se sentou ao seu lado na escada, e Ellie começou a rir – Demorou um bom tempo para Tonks convencer Sirius para me libertar... 

—Liberar Jorge, liberar – Ellie sorriu para o ruivo que se aproximou dela colocando as mãos um pouco a baixo de sua cintura. 

—Eu estava com saudades dessas roupas – Ellie riu corada, enquanto Jorge depositava beijos em sua bochecha a fazendo rir. Ellie havia ganhado mais algumas roupas de Tonks, estava usando uma saia de lã vermelha junto com um moletom preto que havia ganhado de sua avó. 

—Parece que não tem medo da morte água de salsicha – Ellie ouviu seu pai dizer. Jorge se levantou num segundo, e Ellie caiu na gargalhada. Sirius fez que ia atrás de Jorge o que o fez sair correndo para o andar de cima. Ellie e Sirius riram ainda mais. 

Ellie pulou para cima de Sirius o abraçando pelo pescoço, ele a apertou bem forte, e depois lhe fez cocegas. 

—Eu te amo pai. 

—Eu também te amo filha. 

 


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Notas finais do capítulo

Fiz bastante partes da Ellie e do Sirius, só para fazer vocês sofrerem mais! HAHA
mentira pessoa, ainda choro pelo o que aconteceu, mas foi e é necessário...

Enfim, espero que tenham gostando (:

Beijinhos até o próximo.



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