Sinal escrita por Universo das Garotas


Capítulo 5
5º capítulo




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5º Capítulo – Fred

Eu daria o meu reino pelos pensamentos dessa advogada. A cara que ela fez quando me viu sentado no meio da audiência não tinha preço. Se tivesse eu cobriria o valor só para ter um replay. Aha! Te peguei! Ela se recompôs e sutilmente escondeu um sorriso. Meu Deus a mulher era um espetáculo. Tinha uma estatura média, um rosto delicado e um corpo feito para o sexo. Ela exalava sexo. Não por que era demasiadamente sensual. Pelo contrário. Mas ela tinha umas curvas! Pouco seio, cintura fina mas o quadril era espetacular. Jesus, era encarnação das curvas de uma deusa. Parei de olhar se não perdia a concentração. Não resisto a mulheres de quadris largos e bumbum arrebitado!

– Boa tarde Senhores – interrompeu o juiz meus pensamentos – será possível obtermos um acordo dessa vez?

– Não seria, Exa., a empresa não possui recursos para arcar com as despesas de todos os processos – respondeu o Dr. Antônio, com aquele discurso mas ensaiado que tudo.

– Oh! Não me diga – rebateu a tal advogada - pensei que a situação financeira que estavam passando já havia sido superada, afinal, do último balanço lançado não houveram prejuízos como alegado na suas defesas Dr. Antônio. Ah! Essa mulher é atrevida! Como ela sabia dos meus últimos balanços que foram maquiados para conseguir o empréstimo junto ao Banco Federal?

Mas o olhar dela indicava que ela sabia mais que balanços. E ela olhava diretamente para mim, eu bem que não deixei barato. Olhei diretamente para ela. Além de linda ela tinha olhos marrons claros, que hipnotizavam.

– Não, a Dra. Está enganada – respondeu Antônio - confira as minhas anotações na defesa e irá compreender as dificuldades. Aqui do meu lado está justamente o Diretor Financeiro da mesma, o Sr. Frederico Costa, que pode atestar a veracidade dessas informações.

– Será um prazer ouvi-lo então. Exa., gostaria de pedir o depoimento do preposto. Só um minuto, se não entendi direito o Sr. Frederico é funcionário??

O juiz olhou para mim em resposta à pergunta feita pela advogada. Eu olhei para o Dr. Antônio e esse acenou para que eu falasse.

– Sim, Dra., tenho prazer de fazer parte do corpo de funcionários dessa querida empresa há anos.

– Interessante – respondeu ela mas percebi que tentava esconder um sorriso sem sucesso.

– Mais perguntas Dra? Indagou o juiz;

– Sim claro, tenho muitas – ela respondeu sorrindo dessa vez. Foi uma batalha. A mulher era terrível, daquelas que perguntam a mesma coisa duas vezes, fingindo não compreender, só para ver se eu mudava a resposta. Mas eu já estava acostumado a enfrentar fiscais da receita e policiais federais que eram bem piores. Admito que era ela esforçada, mas não arrancaria de mim nada que comprometesse a minha empresa. Nem ferrando!

Ao final, ela solicitou olhando diretamente para mim que acompanhasse a perícia nas dependências de um dos locais em que havia prestação de serviços da minha empresa, dali uma semana. A mulher queria acompanhar de perto análise pericial das máquinas empilhadeiras.

Como assim, além de advogada era engenheira ou técnica?? Só podia estar brincando. Mas ainda sim, ela transmitia tanta segurança das palavras que saia da sua boca (e que boca!), que eu quase achei possível que ela pudesse mudar o curso do resultado dessa perícia. Nenhum processo até agora teve êxito em provar que meus funcionários eram expostos a perigos além daqueles permitidos e protegidos por equipamentos de proteção.

O juiz finalmente encerrou a audiência, confirmando a presença da doutora na perícia e eu me sentia ao mesmo tempo aliviado e triste. Apesar de tanta pressão gostei de ficar olhando nos olhos daquela mulher. Todos levantamos e ao sair da sala eu segurei a porta para ela passar por mim, ela reparou no meu gesto e me olhou desconfiada. Não resisti e disse baixo, quase perto do seu ouvido:

– No dia da perícia, vá com algo mais confortável que esse lindo sapatinho que está usando. O local é um pouco íngreme e oferece alguns perigos para pessoas frágeis, assim como uma mulher. (meus olhos passaram do alto de suas pernas até os pés onde ela calçava sapatos de salto)

– Obrigada pela sugestão, Sr. Frederico, mas eles me dão muita sorte por onde ando. Tanto que no dia que arranhei seu carro era com estes aqui que pisei no acelerador. Viu?? Consegui aquela manobra do alto dos meus “louboutins”- e saiu sorrindo de orelha a orelha, sem nem olhar para trás.

Como assim, ela usava aquilo para dirigir?? Isso deveria ser crime, pois como alguém consegue dirigir com aquilo?? E se eu ouvir direito eram louboutins?? Como uma mulher que anda de carro velho pode comprar sapatos franceses?? Já comprei esse sapatos para algumas mulheres minhas e eles eram luxuosos e caríssimos.

Nessa hora Sr. Antônio encostou no meu braço, timidamente, me tirando de meus pensamentos, falando:- a mulher é o cão chupando manga, num é?? Avisei ao Senhor que ela bombardearia de perguntas.... Nem o juízes tem paciência com ela. Alguns preferem corta-la, mas esse Dr. Manoel só pode ter uma queda por ela, porque ele apenas sorri para as perguntas cretinas que ela faz! Somente nessa hora eu olhei para ele, como assim uma queda por ela?? O cara tinha idade para ser quase avô da tal advogada.

– Não estou para brincadeiras Antônio. Chame o motorista, peça ele para levar você de volta para empresa. Desmarque com Ângela, minha secretaria, todos os compromisso de tarde. Vou dar uma passeio pela Cidade.

Ele pareceu não entender, porque levou alguns segundos para dizer: O Sr. Vai andar pela Cidade? A pé? Quer que mande trazer seu carro? Ou eu poderia voltar a pé...

– Faça o que te pedi - sai dali sem olhar para trás. Tinha tanta coisa na minha cabeça que não conseguia formular em palavras. Precisava andar e o Parque Municipal ficava há poucos quarteirões do prédio da Justiça. Eu precisava na verdade era esfriar as minhas ideias. Algo queimava em mim....

Saindo do prédio virei a direita, segui pela Avenida principal até o rumo do Parque. Depois de poucos passos já avistei a copa das árvores ipês que marcavam a paisagem do lugar. Nem me lembro da última vez que estive aqui. Acho que ainda era criança. Uma imagem da minha mãe me xingando por ter arrebentado a minha última sandália havaiana me veio a mente. Meu Deus, apanhei feio naquele dia por causa de uma havaiana?? Hoje não suporto nem olhar para elas, não uso qualquer espécie de chinelo. Tenho aversão a chinelos ou sandálias que expõem o pé. Em casa, só ando descalço. Fora, só sapato ou tênis quando corro ao ar livre.

Fiquei horas andando pelo parque, observando casais que se agarravam deitados na grama, crianças correndo atrás de pipas e seus pais desesperados tentando alcança-los. Lembrei de quando era criança, não tinha qualquer brinquedo somente os papagaios que eu fazia com sacolas de plástico, daquelas de supermercado. Essas eu achava no lixo, e junto com gravetos e linha, fazia aquilo que era a minha maior diversão: soltar pipas!!

Sentei num banquinho de pedra, encostei a minha cabeça no encosto e revivi alguns momentos (poucos) felizes da minha infância. Perdi a hora, porque quando acordei já era noite! Estava faminto, mas jamais comeria algo daquele Parque. Odiava comida barata. Liguei para o motorista, que atendeu no primeiro toque:

– Sr. Frederico? - Carlos, venha me buscar no Parque Municipal. Mande avisar Julian que estou faminto e vou chegar a qualquer momento.

– Sim Sr,. Já estou na portaria. Fui para casa, com a cabeça cheia mas pelo menos uma boa refeição estava me esperando. Julian era meu chef pessoal, um espanhol que adquiri em uma das minhas viagens àquele país. Salivei só de pensar no que estava me esperando...


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