Vida ridícula, que pessoa medíocre eu sou.

    Que adianta viver se eu não sou útil?

    Mais vale eu perder a cabela que ficar com ela no lugar.

    As vezes a verdade dói. É como um tapa na cara. Ver todos os seus sonhos,  trabalhados árduamente virarem poeira; ver aquele seu castelinho de areia novinho contruído a pouco para nada, para voltar a ser areia.

    Meu mar de lágrimas não vai me fazer voltar no tempo.

    Nada vai mudar, nada.

    Apenas responsabilidades viram, todas uma atras das outras, formando uma grande avalanche.

    Bem vindo ao mundo adulto!

    Olhei o movimento da água. Meu reflexo estava estático, longe; me fitava pacientemente.

    Viver sem problemas, bonito e ser criança para sempre. Que lindo...seria mágico. Uma pena alcançár-mos esse sonho só através da morte.

    Penetrei mais fundo, dessa vez quase pude sentir a alma d'aquele poço; era uma alma vazia e escura, como a minha. Dizem que duas coisas iguais - ou diferentes, dependendo da ocasião - se atraem.

    Levei meu corpo mais para dentro do abismo, ele parecia me chamar.Meu peso corpóreo ficou mais denso, o sono parecia me dominar. Fechei os olhos e então senti estar voando, voando igual à um pássaro em céu aberto. Pude sentir o meu corpo mais leve, meus cabelos ao vento, esvoassando.

    O momento de felicidade foi rápido, durou acho, apenas alguns segundos. Depois caí de cabeça na água gelada e comecei a me afogar - nunca tinha aprendido a nadar. Enquanto afundava, vislumbrei a luz do sol sobre a água agitada e ao longe, alguém olhando. Parecia estar desesperado, corria e sumia, logo após voltava novamente.

    O desespero era mútuo, a dor... só minha.

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Gostei. Já faz tempo que eu escrevi, mas não surgia oportunidades de digitá-la aqui. Espero que tenham gostado.'-'

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