Teen Banshee escrita por Mr Cookie


Capítulo 4
Teen Idle


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas, gente! É sério, realmente peço desculpas pelo hiper-mega-ultra-super atraso (e pela primeira vez, eu não estou sendo realmente exagerado). Não vou atrasar meus capítulos mais, não tanto quanto esse... Eu prometo!
Enfim, depois de ''posto os pingos nos is'' e depois de eu ter pegado minha armadura de ferro para me proteger das facas, cadeiras, veneno de Kanima e da recuperação (Aeeeeew!!! o/), agora eu vou começar minhas dedicatórias. A primeira é a CupcakeDoHoran (ela é tão linda que tem até o nome de uma das minhas comidas preferidas no nick :'D) que fez aquela recomendação de arrancar lágrimas do coração (uau, agora eu ''hiperbolei'' mesmo! Hhusahuahs!). Não, é sério! Foi a primeira recomendação de uma fic minha, e foi tão maravilhosa, tão, tão, tão... tudo, que eu acho que nunca vou esquecer!! *OO* Muito obrigado, Cupcake!! Esse capítulo é dedicado principalmente a você! *--*
O capítulo também é dedicado ao Percydroid (que quer me tarar hauhsaush) e seus comentários divosos, à Blake (que queria me dar uma cadeirada, mas que escreveu um comentário tão lindo que a dor até passou huahsuash) e à StydiaStilinski, que me deu a ideia de colocar o Stiles na fic (não perca a esperança, girl!).
Enfim, muito, muito, muito obrigado pelo apoio que vocês me deram! E desculpa por ter desapontá-los! Sério, desculpa mesmo! :/
Aproveitem!



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Queria não ter sido tão narcisista

Queria não ter beijado o espelho de verdade quando estou só

Oh, Deus! Morrerei sozinha

A adolescência não fez sentido

Uma pequena perda da inocência

Os anos feios sendo uma tola

A juventude não é para ser bela?

— Teen Idle, Marina and The Diamonds

Uma luz forte fustigava os olhos de Lydia. Ela os abriu e piscou rapidamente para desofuscá-los. Só então viu um céu azul claro, repleto de nuvens extremamente brancas que mais se pareciam com os algodões-doces que seu pai lhe comprava quando iam nos parques anuais em Beacon Hills.

A Banshee se levantou aos poucos, com dificuldade. Tudo parecia ter se esvaído de seu corpo: a força, a agonia, o desespero, e até mesmo o medo. Nunca se sentia assim, exceto quando praticava sua função sobrenatural. Ou melhor, quando alguém iria morrer.

Lydia se sentou, e passou a mão no rosto, tentando se adaptar ao vazio interno. Mas, como sempre, não teve muito tempo para pensar em si mesma. Bastou olhar nas costas do braço, sob onde ela estava, ou até mesmo em seu próprio cabelo que agora estava uma verdadeira anarquia: em todo lado, para todo canto onde se olha havia areia. Areia e um magnífico mar platinado que se estendia até onde a visão poderia chegar.

Lydia tentou levantar o mais rápido que pôde, e se arrependeu quando avistou as rochas grandes e costeiras e as árvores e vegetações densas que indicavam uma grande floresta tropical ao sul. Ela estava no litoral.

Ela colocou as mãos na cabeça, tentando não se desesperar. Nunca ocorreu aquilo em outrora. Será que seus piores pressupostos estavam se concretizando e ela estava finalmente ficando maluca? Será que seus poderes supernaturais estavam piorando, ou melhorando (dependia do ponto de vista, é claro)? Ou será que ela finalmente morreu e o céu era um pedaço particular do Havaí só dela?

Lydia não soube responder às suas próprias perguntas, aliás, aos seus próprios temores, mas se havia uma coisa que ela afirmaria, indubitavelmente, era que não queria estar ali.

Mais que rapidamente, a garota alcançou a mão ainda suja de areia dentro da bolsa e sacou o celular. Seus dedos trêmulos clicaram a tela e logo discaram a senha desbloqueadora. Em vão. Não havia sinal.

— Claro, há muita razão em ter sinal no meio do nada. Muito inteligente, Lydia, sempre demonstrando sua capacidade de sacar o óbvio — a jovem disse a si mesma, indignada.

Ela enfiou o celular na bolsa e se encaminhou para o único lugar onde poderia ir, para a floresta tropical.

— A boa notícia, é que se eu estiver nos Jogos Vorazes, poderei pedir ajuda. A má notícia é que se isso acontecer provavelmente vão me matar — continuou resmungando.

O sol queimava sua pele, a umidade havia pregado a roupa em suas costas com o suor, e toda a crença na ''adolescência Normalíssima com n maiúsculo'' havia derretido naquele inferno. Se Lydia não queria mais aquela vida, agora ela estava farta! Farta! Extremamente farta! Não aguentava mais ter aquilo para ela, não queria e não merecia! Não desejava aquele castigo nem para sua pior inimiga (a não ser para o Jackson). Quando chegasse em casa, pegaria suas malas, o Prada, sua mãe e o estoque de calmante que escondia debaixo do travesseiro e iria para bem longe.

Mas para onde? Porque em qualquer lugar que ela fosse, aquela maldição a perseguiria. Não tinha mudado de Beacon Hills só por causa da sobrenaturalidade? E por acaso adiantou? Não, não mesmo. Ela estava perdida no meio do nada no nada!

Só então Lydia percebeu que só haveria uma solução para seu problema: morrer.

Ela não conseguiu mais andar, por mais que tivesse andado pouco. Suas pernas tremeram e ela caiu sobre seu próprio corpo. O único apoio que teve foi o de uma das grandes pedras, que estava ao seu lado. A pedra, dura como sua realidade...

Lydia chorou. As lágrimas brotaram de seus olhos como cachoeiras e os soluços vieram aos montes. Ela não teve nem forças para que, ao menos, apoiasse as mãos em sua face para contê-los.

Só ficou lá, chorando. Chorando por toda a sua infelicidade, por todo o seu medo, por toda a sua vontade de morrer.

Ela encostou sua face na rocha quente, que, pelo menos, a encobrira com uma pequena sombra. Talvez se Lydia só chorasse, talvez tudo voltaria ao normal.

Ela não soube dizer se ficou ali por dois minutos, ou talvez trinta, ou quem sabe uma hora, mas quando finalmente suas lágrimas cessaram, ela os pode ouvir: galhos quebrando e árvores se mexendo.

Lydia se comprimiu contra a pedra, assustada. O barulho vinha na direção contrária, e, talvez, a pedra fosse o bastante para escondê-la. Ou talvez a Katniss sairia dali e lhe daria uma flechada. Ou talvez fosse o Perna Longa. Lydia torceu para ser a última opção. Ela já lera em algum lugar sobre receitas para carne de coelho...

— Eu ainda não consigo entender como eu vou sobreviver lá! — alguém exclamou, provavelmente uma garota. — Eu vou de quê?

— Logo verá, Lucem. Não se preocupe.

— COMO ASSIM ''NÃO SE PREOCUPE?!'' — a menina gritava agora, berrava. Lydia suprimiu o riso. Parecia um ratinho sendo esgoelado. — Eu vivi aqui por toda a minha vida!! Cresci aqui, tive todos os meus princípios aqui! Nunca vi o mundo lá fora, não estou preparada para ele, não sobreviverei lá! Eu estou com medo!

— Cale-se, Lucem!! Cale-se!! — agora quem gritava era a outra pessoa. Era uma voz extremamente assustadora. Grossa e riscada, como a de um demônio enfraquecido. — Sabe as regras Danann, se profanar-nos novamente com seus sentimentalismos, seremos castigados!

Houve silêncio. Lydia não se atreveu nem a respirar.

— Perdão, Petram.

— Não é a mim que deve pedir perdão.

E então a menina falou algo com a voz totalmente imperativa. Era latim. Lydia já lera em algum lugar sobre o latim. Aos poucos algumas palavras ganharam forma em sua mente: ''Danu'',''erro'', ''cometi'', ''contra vós'', ''sabe o que sinto'', ''só vós pode saber''.

Só então Lydia percebeu que a garota estava pedindo perdão para alguém, para algo. Para Danu. Mas o que era Danu? Por que a moça estava pedindo perdão por saber o que estava sentindo? Por que ela estava falando que só a tal de Danu sabia o que ela sentia? Por que tinha alguma coisa andando por entre as pernas de Lydia?

Espera... alguma coisa andando por entre as pernas de Lydia?!

A Banshee reprimiu uma exclamação. Havia um caranguejo laranja passeando nela. Ela se apressou a expulsá-lo com um tapa. O bichinho voou longe o bastante para atingir o mar com um ''ploft'' indiscreto.

— O que foi isso?! — a voz masculina exclamou.

Lydia quase engasgou com a própria saliva. Ela ouviu atenta os passos sobre a areia se aproximando da pedra.

Ela correria? O que aconteceria se ela o fizesse? E se fossem algum tipo de monstro como o Darach, ou pior, como o Papaléguas?! Iriam pegá-la se corresse. Iriam pegá-la se ficasse.

Seu coração agora martelava seu peito como se várias facas estivessem saindo dele. Lydia podia ouvir o sangue latejando, mesclado com os passos da coisa que estavam cada vez mais próximos dela.

Até que tudo parou. Os passos pararam. O barulho do sangue parou. O cheiro salgado do mar parou. Uma mão surgiu de súbito sobre a pedra, sem o dedo mindinho, morena e lisa, repleta de anéis, e Lydia fechou os olhos. Chegou sua hora. Finalmente, chegou!

Mas então, nada aconteceu. O segundo de medo passou e quando Lydia abriu os olhos não estava mais na praia. Agora ela sentia o solo úmido sobre seu corpo, o frio percorrendo cada canto dele. Agora ela observava a névoa pesarosa e os pinheiros finos e negros, iluminadas pela luz ameaçadora da lua cheia que pairava imponente no céu.

Se antes ela não soubera onde estivera, agora ela sabia perfeitamente: na Floresta da Névoa, que circundava todo o Mist Valley.

Os olhos de Lydia perscrutaram, assustados, todo o local. Eles procuraram pela pedra que estivera atrás da jovem, mas só acharam um pinheiro, frio e assustador.

E mais uma vez, ela se levantou, como sempre fazia, e aos poucos se pôs a caminhar, as pernas trêmulas e o cansaço de avolumando em cada músculo.

Lydia caminhou um pouco, por entre as árvores e a névoa opulenta e parou, se apoiando num dos pinheiros para descansar um pouco. Ela mexeu na bolsa e mais uma vez pegou o celular, pedindo a Deus com todas as suas forças para ter sinal. E tinha! Graças a Deus ou a qualquer outro que estivesse lá em cima!

Ela digitou a senha desbloqueadora (''jacksonelydia'' [Ninguém nunca deveria saber disso!]) e logo discou o número. Mas então parou de clicar. Lydia estava ligando para Scott.

Só depois disso, depois de uma semana naquela cidade, depois de pensar em como sua vida estava arruinada, que ela percebeu que deixara os amigos. Seus amigos, seus protetores, aqueles que deram tudo para protegê-la. E só agora, depois de tanto tempo, ela lembrou deles.

Lydia virou os olhos e comprimiu os lábios. ''Acabou, Lydia'', falou para si mesma, ''Não há mais um bando para você, não há mais proteção''.

Ela continuou caminhando até avistar duas árvores com as raízes entrelaçadas. Elas eram mais grossas que qualquer outro pinheiro dali, e o encontro das duas fornecia um espaço proeminente o bastante para ser um assento.

Lydia quase desabou sobre as raízes. O efeito dos gritos em seu corpo costumavam passar rapidamente, mas aquele a deixou extremamente esgotada e cansada.

Talvez fosse um sinal de que todas as suas forças estavam indo embora, talvez fosse um sinal de que o seu corpo não estava mais aguentando aquele peso.

Sua mãe provavelmente lhe falaria que era falta de um passeio no shopping, ou simplesmente jogaria a culpa nos calmantes que Lydia tomava de vez em quando para dormir. A senhora Martin nunca fez nada para ajudá-la. A grande Hellen Martin! Tão grande para a sociedade, mas tão pequena na vida de Lydia! O que aconteceria se ela tentasse ligar à mãe? Hellen surtaria! Oras, a mulher já quase não a colocara em um hospício depois que ela começara a gritar?!

Mas por que, de repente, ela lembrou da mãe? Por que, de repente, estava pensando no quanto doía ser ignorada? Por que, de repente, Lydia Martin estava dissernindo todos os seus problemas?

Lydia estava tentando pensar em uma resposta para todas as suas perguntas quando o barulho de barro sendo pisado a acordou. Ela se endireitou e tentou ficar de pé, mas a tontura a corrompeu. Seu corpo se apoiou na árvore e tentou se mover, mas a fraqueza era maior.

Ela ouviu barulhos do chão lamacento sendo esmagado. Havia alguém sob a sombra de uma árvore há menos de cinco metros dela.

Lydia forçou a vista para tentar distinguir pelo menos algum traço, mas de nada adiantou. Mais dois passos. Ela se encolheu mais ainda. Seus olhos verdes cintilantes procuraram por todos os lados por alguma ajuda, e antes que ela pudesse ao menos gritar por socorro, eles detectaram um círculo escarlate no chão, um brilho emanando dele por causa dos feixes tão radiantes da lua.

E tudo que aconteceu foi tão rápido que Lydia não pôde nem piscar: foi-se ouvido um barulho triturante, o meio da circunferência vermelha quebrou-se, terra e barro voou por todos os lados e entre tanta escuridão, tanta sujeira, um corpo de lá se levantou.


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Notas finais do capítulo

Então, o que vocês acharam? Fraquinho, né? :/ Pois é, infelizmente eu tenho que admitir que esse foi mais fraco que os outros porque, quando eu escrevi, eu tava meio pra baixo e... Sintetizando: vocês não vão querer saber dos meus problemas emocionais. Não se esqueçam de comentar! ;)