Not so different, After all escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 71
Skinny Love


Notas iniciais do capítulo

GENTE PELO AMOR DE DEUS LEIAM AQUI ANTES DE LEREM O CAP:

1 - Peguem lencinhos, fiquem bem tristes antes do capítulo para sentir uma emoção básica.
2 - para quem fica mais sentimental com música, escute música enquanto lê esse capítulo.
3 - Pense na vida, imagine o momento.
4 - tudo que for acontecer aqui, juro, tem que acontecer.
Gente, eu juro, esse capítulo fez meu coração se despedaçar, cair no chão, quebrar, me fez chorar várias vezes enquanto eu relia e revisava, então, eu realmente fiz esse capítulo com todo o meu sentimento! Por favor, leiam com atenção, com amor, com calma, no silêncio ou escutando música, sem ngn, só vc e seus pensamentos... Beijos gelados da dona divosa que realmente ama vcs, até os comentários!



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Pov. Elsa

Às vezes, apenas estar em silêncio ao lado de alguém pode significar muito mais do que todas as palavras que você poderia dizer.

Ah, não, aqui estamos, não posso acreditar na ironia do tempo. Ontem você sorria.

Acho que ambos perdermos nossas partes e acho que ambos estamos sofrendo por isso.

Agora todo nosso amor está desperdiçado? Então quem diabos era eu?

Grande entretenimento, mas agora não passa do sentimento de termos perdido nossos caminhos pelas noites adentro.

Eu estou caindo e estou fraca demais para voar, agora meu coração está bem fechado e eu nunca pensei que você seria a razão disso. Eu estou marcada pelas cicatrizes que perdoei, passei tempo demais correndo da bagunça que tivemos feito nesses dias.

Vamos lá coração, aguente firme, os dias podem ser melhores e o peso pode ficar menor, sabemos disso.

Estou sentada no sofá de uma das casas que Hiccup nos ofereceu antes de sairmos naquele dia. Jack está sentado na outra ponta, o sangue em sua testa já havia secado, mas não havia deixado rastro algum em seu rosto.

Será que isso também aconteceria comigo se as palavras ditas aqui me cortassem?

–Se for me deixar, por favor faça isso rápido. - digo.

–Eu jamais lhe deixarei. - ele não está me olhando, sinto meus pelos arrepiando-se com sua voz.

–Pois eu acho que você deveria. - meu nariz está levemente empinado e lágrimas ameaçam brotar de meus olhos, mas seguro-as. Eu voltei a ser a Rainha, ou jamais deixei de ser? - Você me machucou demais, Jack. Eu acreditei em você.

Nós ainda não estamos nos olhando. Tenho medo de o olhar e acabar me perdendo, me afundando, morrendo novamente dentro de seus olhos azuis.

–Eu não acho que eu tenha desculpas capazes de fazer você se sentir melhor agora. - ele respira fundo, balançando a cabeça e segurando o cajado com força. - Eu posso culpar o Pitch pelo beijo na Astrid, posso até mesmo acusar Sophia de ter começado - percebo que ele me olha de soslaio, mas viro meu rosto para não encontrá-lo. - O que também é verdade. - ele acrescenta rapidamente. - Mas não tenho ninguém exceto eu para culpar pelo beijo em Rapunzel.

Minhas mãos estão formando a mesma concha que faço toda vez que fico nervosa, ou pensativa demais. Ou com medo demais.

–Então você me traiu, por livre e espontânea vontade. - estou falando no meu tom de voz que eu usava no castelo, e Jack parece perceber isso.

Neve minha começava a cair bem devagar em cima de mim, e aquele frio interior veio junto.

Oh, não, sinto minhas paredes subirem mais e mais alto.

–Não é isso, Elsa. - ele diz devagar e vira seu corpo inteiro no sofá, para me olhar por completo, mas continuo não o olhando. Meu corpo está enrijecido. - Eu a beijei, sim, mas... Eu a beijei imaginando que era você ali.

–Isso é loucura.

–Eu sei que é. - ele continuava o mesmo Jack de sempre, mas seu olhar possuía outro tom essa manhã, um tom de tristeza. - Eu estou arrependido, você sabe que estou.

–Não Jack, não sei, e esse é o problema. Como vou saber se você não vai mais beijar outra sem ser eu? Como vou saber se sou boa o suficiente? - arrumo coragem e viro apenas meu rosto em sua direção, encaro-o nos olhos e balanço a cabeça. - Como vou saber se você ainda me amará depois de uma eternidade, se eu nem sei se você me ama nesse exato momento?

Seu olhar quebra-se junto com minhas palavras e sinto em minhas veias o silêncio que se forma, cada segundo dele parece me sufocar, será que é assim que se morre de tristeza?

Ainda sinto seus dedos tatuados em minha pele, dos tempos em que eu o tinha.

–Elsa, eu te amo. - ele diz depois do que parece uma eternidade me encarando. - eu sempre te amarei, não importa o que aconteça.

–Eu queria poder dizer o mesmo. - falo sentindo um nó na garganta, tentando não tropeçar em minhas palavras. Sou como a neve, bonita, mas fria.

Eu deixei de ser assim por dois anos e, em apenas alguns segundos, voltei a ser. Vinte e um anos de dor, por quê? Por que comigo? Anos chorando, anos com medo. Anos de cicatrizes incuráveis.

Por que tudo está acontecendo novamente?

–Não diga isso. - ele balança a cabeça e se aproxima de mim no sofá, fazendo-me pôr instintivamente as mãos em forma de defesa, para que ele não se aproxime. Ele para e me olha com os olhos começando a marejar rapidamente, percebo seu coração despedaçando-se aos poucos, igual ao meu.

Eu odeio a mim mesma por estar mantendo afastado quem eu mais queria por perto.

Mas há dor demais, remorso demais, medo demais.

–Eu deixei você me mudar - falo olhando-o nos olhos. Minhas mãos ainda estavam em posição de defesa. - Porque sempre que eu estava com você, de algum jeito, eu esquecia até de respirar.

–Você me faz sentir a mesma coisa, eu sei que não sou de demonstrar mas...

–E agora veja o que você fez comigo, tudo o que posso perguntar é por quê você nos fez parecer um só? Eu devia ter adivinhado que você estava errado.

–Elsa...

–E eu deixei você me levar, me ter, como ninguém jamais teve. Eu deixei você ver por trás das minhas paredes, Jack. Eu deixei você me amar.

–Não se arrependa disso, por favor.

–Me machuca tanto ver que estamos longe do que éramos. - abaixo devagar minhas mãos, mas elas ainda estão ali, para caso eu precise usá-las para afastá-lo, meus olhos perfuram sua alma, assim como os dele perfuram a minha - Eu te esperei por tanto tempo, e você estava lá, beijando outra. Você me fez pensar que você era tão, tão verdadeiro, mas parece que a verdade pode mentir também.

–Me perdoa, Elsa, céus, me perdoa. - vejo que ele está lutando uma guerra própria para não chorar.

Jamais o havia visto assim, nem mesmo enquanto eu morria, já que eu não estava realmente ali para vê-lo por dentro.

Ver mais que seus olhos, ver sua alma. É isso que faz as pessoas chorarem, o sentimento introduzido no olhar. Não as palavras, não os tapas, e sim os olhos no momento em que as palavras são proferidas.

As palavras podem machucar, mas o olhar mata.

E eu chorei no momento em que uma de suas lágrimas escapou, seus olhos estavam cravados em mim e pude sentir cada parte dele desmoronar. Tive vontade de segurar seu rosto com minhas duas mãos, trazê-lo para perto de mim e abraçá-lo. Eu precisava dele. Eu ainda preciso.

Mas não posso fazer isso comigo mesma.

–Eu não posso te perdoar agora, eu sinto que você me tem como uma boneca pendurada em algumas de suas cordas, e sinto que estou dançando conforme você quer. - balanço a cabeça. - Você é aquele que eu não posso perder, e aquele que não posso ganhar...

–Elsa, eu sou seu, você é minha, nós nos pertencemos.

–Por que? - falo mais alto, começando a ficar com um pouco de raiva. - por termos poderes iguais? Por sermos frios, mesma cor do cabelo, mesma cor dos olhos? Isso não significa nada! Nós não somos iguais Jack, e nós não nos pertencemos, olhe para nós agora, estamos desistindo.

–Você está desistindo! - ele fala tão alto quanto eu, e meus poderes parecem querer se descontrolar novamente. - Eu te amo para caramba, mas e você, Elsa? Me ama? Você fala de mim, mas não me disse naquele momento no castelo que Jamie estava lá, teve medo do quê?

–Você não está insinuando...

–Não, não estou - ele levanta-se - Estou afirmando! Eu vi vocês se beijando na floresta, antes de Pitch fazer sei lá o que e entrar em mim, mesmo eu não me lembrando como foi isso... Mas eu lembro de cada parte do beijo de vocês!

–Ele me beijou! Mas que droga, Jack, você não vê que fez a mesma coisa comigo? - levanto-me também. Estamos em pé um de frente para o outro. Longe demais e ao mesmo tempo perto demais.

–Eu sei o que eu fiz, e eu me arrependo... Mas e você? Se arrepende? Ou está só usando essa discussão para acabar comigo o que já queria ter acabado faz tempo?

Silêncio.

Mais silêncio.

Um silêncio ensurdecor que parece querer tirar minha alma à força.

Abaixo minha cabeça, abraçando meus próprios braços e virando para o outro lado.

–Vá embora, Jack. - neve está caindo lentamente. Percebo que ele continua aqui. - Vá embora. - repito.

–Eu não vou a lugar nenhum.

–Eu...

–Eu sei que jamais serei como Jamie - ele abaixa a voz que se transforma em uma triste e carregada de dor. - Me desculpe, tudo o que posso fazer é mantê-la fria.

Viro-me devagar, ele olhava para baixo, balançando levemente a cabeça algumas vezes. Algo dentro de mim doeu, acho que o resto do que sobrou do meu coração.

–Não diga isso - falo, talvez baixo demais, mas ele me olha. - o frio nunca me incomodou.

–Mas incomoda a mim saber que não sou tão bom para você, que você merece coisa muito melhor do que alguém que trai, mesmo que do jeito que aconteceu, mas trai. Trair você é tipo ganhar algo muito valioso e jogar no lixo.

–Você me jogou no lixo?

–Claro que não! Eu...

–Jack, eu não vejo futuro em você ainda estar aqui, eu já disse para ir embora. - ando para longe dele, atravessando a sala mas parando quase no final dela.

–Elsa, está tudo bem, te darei um tempo para que você pense e...

–Eu não preciso pensar. Eu preciso que você me deixe, de verdade.

–Tipo ir embora e voltar depois para conversarmos? - vejo pelo seu tom de voz que ele está à beira de cair em algo profundo dentro de si. Eu já senti isso, e não desejo à ninguém. Porém não posso evitar, não posso fazer isso comigo.

Se parar de sofrer significa ter de dar adeus, então farei o possível.

–Não, Jack, tipo você ir embora e não voltar mais.

–Elsa, não faça isso assim, você está se precipitando, por favor. - ele está quase gritando, implorando. E o resto que sobrou de meu coração simplesmente afunda totalmente.

Meu olhar encontra o dele e ele está chorando, mas meu olho está apenas marejado.

Sinto gosto de veneno somente em pensar no que vou dizer.

Tudo dói, céus, pare com isso. Eu não aguento mais.

–Elsa... - ele repete, devagar - Eu te amo.

Tenho vontade de gritar, mas ao invés disso, eu o encaro, bem fundo nos olhos, sentindo cada parte de nós dois se separando. Dói, uma dor que eu pensei que jamais sentiria.

E minha alma rasga-se ao meio junto com as lágrimas dele e minhas próximas palavras:

–Mas eu não te amo mais.

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Notas finais do capítulo

Sim, eu sei, to chorando, tremendo, não gostei de ter escrito esse cap, magoou? magoou. Mas foi preciso... ai ai ai (hoje é niver da minha mãe, mandem parabéns pra ela UAHUAHAUAHAUAHAUH) ai gente, meu coração ta doendo...... Beijos gelados gente.....