Not so different, After all escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 67
Bless My Soul


Notas iniciais do capítulo

Demorou 7 dias mas cá estou!!!!!!!!!!!!! GENTE VCS QUEREM ME MATAR DO HEART É???? EU AMO VCS PARA C****** SÉRIO, SEM CONDIÇÕES, MAIS 3 LINDAS RECOMENDAÇÕES? SÉRIO? AMO MT VCS! ME ABRACEM! 26 recomendaçoes é isso mesmo pessoal?? mds mds mds mds será que chego nos 30????? Eu quando vi sai gritando pq foram ao mesmo tempo, caramba, só pode ter sido combinado!! sem mais.... Beijos gelados!!!! VCS FIZERAM MEU DIA, MEU MÊS, MEU ANO, MINHA VIDA!



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~•~

Pov Flynn

Enquanto isso~

Estou tão perto dela que eu poderia beijá-la, mas algo está me impedindo.

Vários flashbacks passavam por meus olhos, nada era compreensível.

Minha alma ardia, sem saber porque eu estava ali, parado, olhando-a como se ela fosse fugir e eu fosse ficar aqui, sozinho, sem a ter.

O que havia acontecido comigo?

Algo que eu enterrei dentro de mim no momento em que sai correndo por aquela porta naquela casinha no meio da mata, simplesmente veio à tona.

Algum sentimento.

Algum sentimento por ela. Um sentimento de que a conheço.

Mas não pode ser.

"Você lembra dela, claro que lembra, como poderia esquecer alguém que pertenceu à sua infância?"

–Minha... Infância? - murmuro, pensando, de onde vinha essa voz? Era minha própria voz, mas porque nunca havia dito tais coisas?

–Flynn, o que está acontecendo? - ela me encara, confusa.

–Minha infância. - encaro-a, franzindo o cenho. - você, você lembra-se da sua infância?

–Do que está falando?! - ela solta-se de mim e dá alguns passos para trás. - você está me assustando!

Mais imagens, tantas imagens, algumas mais prolongadas que outras.

"-Você é alto, você sempre foi assim tão alto? - uma menininha loira de uns 4 anos ria, ficando na ponta dos pés."

–Não pode ser... - rio querendo chorar, porque não podia ser... Uma forte dor na minha cabeça, instala-se. E eu grito, caindo de joelhos.

"-Deixe-a em paz! - um garoto de cabelos castanhos de aproximadamente 7 anos gritava para uma sombra que pairava na janela."

–Flynn?! - ela fala alto, mas eu não a escuto mais como deveria. Sempre que pisco um imagem passa por mim.

"-Eu tenho um presente para lhe dar. - ele falava.

–Sério? - estava escuro, de noite, e os pais da menina ainda não haviam chegado no quarto dela, ele tinha apenas alguns minutos.

–Sim. - tirou uma espécie de pincel de dentro do bolso, tão alaranjado que ele podia jurar que brilhava no escuro, em seu cabo havia um J e um R esculpidos - eu achei perto da cozinha, deve ser pra fazer aquelas coisas nos bolos, mas, eu sei como gosta de pintar e...

–Eu amei. - falava com sua voz atrapalhada de criança pequena.

–Rapunzel - fitou-a - quando tiver medo, apenas pegue esse pincel e pinte qualquer coisa, ele é mágico. - sorriu, sabendo que estava brincando, mas para uma criança de quatro anos ele falava a completa verdade.

–Sério? - ela perguntou arregalando os olhos e ele olhou para trás, para a janela.

–Sim. Enquanto você tiver esse pincel, terá para sempre uma lembraça minha. - ele diz apontando para as letras, ele encarou seus cabelos dourados, jamais entendeu por quê ela nasceu loira, e ele a adorava. - O medo jamais lhe alcançará, Rapunzel, e você jamais me esquecerá.

–Promete não me esquecer também, José?

–Prometo."

E então, finalmente, caio.

Sentindo meu corpo de encontro ao chão enquanto as imagens na minha cabeça ficavam ainda mais nítidas.

~•~

Pov. Rapunzel

Porque todos estavam assim?

O que havia naquela neblina?

E o mais importante, porque eu não sentia o mesmo que eles?

Flynn estava ali, caído de joelhos.

E então, de repente ele cai totalmente, fazendo-me jogar-me nele e tentar segurá-lo.

–Flynn?! Flynn por favor acorde! Flynn! Ajudem-me! - gritei, mas ainda havia tumulto o bastante para que não me ouvissem. Puxei-o pelos braços e o arrastei para sair daquela multidão de pessoas que não sabiam o que estavam fazendo.

Ele era pesado, céus, muito.

Meu cabelo atrapalhava-me por onde eu pisava, mesmo estando amarrado pelas tranças daquele dia com Jack, que parecia ter sido anos atrás.

Puxei-o até chegar perto da casa de Hiccup, e o deixei apoiado nas escadas até que eu achasse alguém com força o suficiente para me ajudar, tanto fisicamente quanto emocionalmente.

~•~

Pov. Merida

Sempre eu aprendi a enfrentar as coisas, mas como enfrentar algo que não se pode ver?

Você sabe onde está seu amor?

Você acha que pode encontrá-lo?

Vá em frente e grite.

Corro, para longe, por dentro da floresta, eu não quero ficar e ver pessoas culpando outras.

"Você está fugindo por saber que jamais será como as outras garotas"

Mesmo a neblina dissipando-se, ela ainda me atinge.

Sento-me perto de uma raiz aérea, levando minha cabeça para trás encontrando a árvore, e deixo-me chorar, como não me deixava a muito tempo.

Onde está minha bravura agora?

Deve ter ficado em algum lugar entre meus lábios e os dele.

Choro alto, sem me preocupar, preciso disso.

Preciso pôr para fora essas coisas que instalaram-se no meu peito. As palavras dele perfuram minha alma, claro que perfuram. Porque são verdade.

Eu sei que sou durona, sei que não sou como as outras garotas, e sei que meu coração está fechado.

E também sei que as pessoas não se importam com isso.

Elas pisam, e eu não quero ser pisada, por isso, eu piso.

Me dê um pequeno tempo, para que eu queime tudo isso.

Me dê amor.

Eu estou pedindo, dessa vez eu engulo meu orgulho e peço, eu peço amor. Eu quero amar, e eu quero ser amada.

Não há mais neblina, então, o que diabos estou pensando?

Não, não, não, não posso. É perda de tempo pensar assim.

E enquanto meu céu cai nessa floresta, eu escuto algo.

Alguma coisa me diz para eu não ir atrás do que quer que isso seja, mas minha curiosidade sempre foi maior.

Soluços são ouvidos na parte mais alta da floresta.

Ando, desvencilhando-me de algumas raízes.

–Idiota, isso que eu sou! - alguém falava, sentado atrás de um árvore, e eu não consigo ver, nem identificar de quem é a voz, masculina, e está muito embargada por causa do choro. Mas ele está bravo.

Aproximo-me, cuidadosamente, e encosto-me na árvore, sem que ele saiba que estou ali.

–Claro, claro que eu não seria correspondido, não sei nem onde eu estava com a cabeça. - ele desabafava. - alguém como eu, será amado por quem? Sou normal demais, chato demais, idiota demais. Dou muito valor e o que ganho? Acho que no máximo um aperto de mão.

Agora que a voz já estava ficando um pouco normal, reconheci.

Jamie, aquele ao lado de Elsa. Elsa...

Ele volta a chorar, posso sentir, mesmo não havendo mais os soluços altos.

Inclino-me para o lado e o vejo com as duas mãos cobrindo o rosto.

Posso me arrepender do que vou fazer agora, mas faço mesmo assim.

–Jamie? - encosto minha mão em seu ombro, que tensiona-se de imediato e dá um pulo enorme gritando, fazendo-me rir.

Merida, Merida, sempre rindo quando não deve.

–O que... - ele olha para mim, espantado - Merida? Merida seu nome não é? Meu Deus, para de rir. - continuo rindo, e ele está me encarando como se eu fosse alguma louca.

E acho que ele tem razão.

–Não dá - rio mais - o pulo... - não consigo parar de rir.

Ele dá um pequeno sorriso, e percebo que na verdade ele está segurando o riso.

Minha risada não é bem muito comportada, está mais para bem agitada.

E então ele não aguenta mais e ri, claro, da minha risada.

–Certo, certo... Ai, calma. - me recupero das risadas, e ele também.

–Poxa, que risada, hein? - ele diz ainda ofegante e eu concordo com a cabeça, deixando-me cair sentada perto da árvore.

Ele junta-se à mim, sentando ao meu lado, apoiando-se na árvore.

–Desculpe-me - olho-o, já recuperada.

–Tudo...tudo bem. - ele franze o cenho ao me olhar e depois vira o rosto para frente novamente. - você escutou alguma coisa do que eu falei?

–Depende da resposta que você quer ouvir.

–A verdade. - ele fecha os olhos, encostando a cabeça na árvore.

–Sim. - posso ouví-lo respirar fundo.

–Por favor, não me olhe estranho.

–Eu não vou. - afirmo.

–Certo. - desencosta a cabeça abrindo os olhos, mas continua olhando para frente.

–Se você quiser, pode me contar porque está assim.

–Eu não quero.

–Entendo.

–Mas eu vou.

Sorrio amplamente, e depois desfaço o sorriso, percebendo que não era uma conversa das quais as pessoas sorriam.

E então ele me explicou, tudo com tantos detalhes que eu podia sentir a alma dele afundar, corroer-se e transformar-se em pó.

–Céus, Jamie. - falo pondo minha mão em seu ombro, em sinal de condolência. - eu te entendo.

–Entende nada. - ele levanta e me encara, ainda estou sentada, mas olho para cima - olha só para você, é corajosa, bonita, tem essa rebeldia que contagia. Jamais que você passaria pela mesma coisa. - ele vira-se.

–Eu? - levanto em tom acusatório, e me sinto atingida pelos elogios ao mesmo tempo, mas ignoro. - por favor né Jamie, olha para mim, eu sou uma medrosa.

–Medrosa? Qualquer pessoa vê que você é valente. - ele ri em deboche, uma risada triste. - Do que você tem medo? - pergunta irônico, mas logo sua pergunta transformasse em algo sério.

O encaro, seu olhar é vago e sua alma está caída em algum lugar, suas paredes estão levantadas assim como as minhas.

E eu percebo isso.

Então é isso que o amor faz nas pessoas, deixam elas no chão.

–Você vai rir. - digo.

–Claro que não.

A neblina já não está mais entre nós. Apenas o ar.

E sem querer isso me sufoca.

Suspiro.

–Amar.

–O que?

–É disso que tenho medo, do amor. - falo me sentindo estúpida, e já querendo acabar o assunto.

–Você têm medo de amar?

–Eu tenho medo de ser amada. - falo cuspindo as palavras, há ansiedade em minha voz.

–Certo, isso é realmente algo inédito. - ele aponta para mim rindo.

–Você disse que não ia rir! - bato meu dedo indicador em seu peito, brava, e volto a andar, para onde? Eu não faço a mínima ideia.

–Ei, Ei! - Ele segura meu braço quando já estou um pouco longe da árvore. - Não, espera, por favor, fica.

–Ah, me deixa! - o encaro, sua mão ainda segurando meu bravo, desvencilho-me e volto a andar, voltando para a festa.

–Mas... - ele começa e eu o interrompo, parando de andar bruscamente, e nossas testas quase batem, mas tomo o cuidado de por um pé atrás.

–É sério, você está triste, eu estou triste, todos aqui estão agoniados com alguma coisa. - reviro os olhos - pra variar! E você quer que eu fique aqui escutando você rir de mim? Não mesmo!

O vejo ficar para trás, olho para o chão algumas vezes enquanto estou andando.

Parte de mim diz para eu continuar andando sem olhar para trás, a outra parte diz para que eu volte e diga que está tudo bem.

Olho para trás, ignorando as partes.

Ele está me encarando, cabisbaixo, certamente pensando no quanto as pessoas o rejeitam.

No quanto é diferente.

No quanto ama sem ser amado, e no quanto se machuca por isso.

De repente, eu pareço o entender como mais ninguém entenderia.

–Quer saber? - grito. - Vem comigo.

Ele franze o cenho, confuso.

–Você não está...

–Vem logo antes que eu desista! - gesticulo com as mãos apressadamente e ele segue em minha direção.

Quando chega perto, eu volto a andar, com ele do lado.

–O que a fez mudar de ideia? - ele não está me olhando.

O sol já começava a aparecer, e eu me perguntei como a noite poderia ter passado tão depressa.

O vento uivava e sacudia as árvores.

O encaro e sei exatamente qual é a resposta.

Algo com um significado tanto para mim quanto para ele.

–Ninguém merece ficar sozinho. - suspiro e dou um leve soquinho no seu ombro.

Ele sorri e me olha com seus olhos castanhos que carregavam tantas vidas dentro.

Tantos sonhos.

E eu, sorrio de volta, pensando no destino de todos esses sonhos.

~•~


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Notas finais do capítulo

COMENTEM, FAVORITEM, RECOMENDEM (VAMOS LÁ GENTE, BORA CHEGAR NOS 30???????????????) AMO TAAAAAAANTO VCS MDS, E SOBRE MEU LIVRO "RIO DE TINTA" TÁ FICANDO LINDO, QUANDO LANÇAR AVISAREI A VCS!! BEIJOS GELADOS EM CAPS LOCK!