– Do que está falando meu pai? – o ruivo olhava o mais velho assustado

– É que... como sua mãe morreu, eu sempre considerei o Kádia como seu pai. Afinal vocês dois já sabem sobre o que tínhamos, não é?

– Ai vô! Que susto o senhor me deu, achei que meus pais eram irmãos legítimos, de sangue. – Hyoga suspirou aliviado

– Claro que não baixinho, se eles fossem nunca teria permitido que eles se encontrassem ou que ficassem juntos. – o aquariano respondeu indiferente

– Verdade. Eu também nunca permitiria. – o escorpiano mais velho disse

– Nossa... mas me diga. Por que vocês estão aqui exatamente, meu pai? Eu sei que os Leubrary voltaram à vida, mas e vocês vieram também por quê? – Milo perguntou levando os dois até um dos sofás

– Hyoga... pode ir até a cidade comprar um vinho para mim? – o grego perguntou

– Sou menor de idade lá, vô.

– Ah é! Hum... então vai lá ficar com seu namorado.

– Como sabe que tenho namorado? E por que quer que eu saia daqui?

– Eu sei de muitas coisas Hyoga...

– Nós sabemos, nós sabemos de bem mais... - corrigiu Degél

– Tipo o que? – o russo se virou para ele

– Não é assunto para crianças...

– Eu não sou mais criança.

– É, agora vai ficar com seu namorado, ele está esperando você.

– Ele deve estar mesmo, mas por que não posso ouvir?

– Porque não! – os mais velhos disseram em coro

– Ok... estou indo. – sem mais demoras o loirinho correu em direção ao andar de cima e foi para seu quarto onde Shun estava.

– Sabe, esse seu filho é teimoso... – Kárdia disse recebendo um olhar pasmo de Degél

– Que foi?

– Disse o obediente né?

– Do que está falando?

– Chamou o menino de teimoso e é bem pior que ele.

– Até parece... eu sou um menino muito obediente, vai dizer que não se lembra?

– Kárdia! – gritou o aquariano claramente constrangido.

– Eu não disse nada que não fosse verdade... lembra quando você... – antes de completar a frase o loiro teve a boca tampada pela mão do “esposo”

– Calado! Não reparem nas coisas que ele diz crianças...

– Crianças? – repetiu Camus – Pai, nós já estamos velhos e já somos pais de família.

– Não importa, você sempre será o meu pequenino...

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Com a exceção de Misty, que havia saído com o irmão, e Shun que ainda não havia saído de seu quarto, todos já estavam apresentados a Kárdia e Degél.

– Oi gente... – o irmão mais novo de Dite entrou com algumas sacolas na mão, ao localizar os dois “novos” moradores gritou histérico – KÁRDIA TIBRIA! DEGÉL LEFANTAIR! AHHHHHHH! – o loiro sem mais esperar pulou no colo dos dois que estavam sentados lado a lado num sofá

– Er... quem é você? – o aquariano o olhava com a sobrancelha erguida

– Eu sou Misty, prazer. Sou o maior fã de vocês!

– Fã? Está nos confundindo com algum astro de rock por acaso?

– Não senhor. Vocês dois são os guerreiros lendários, me inspirei em vocês para poder lutar assim. É um enorme prazer conhecê-los!

– Misty... – Afrodite disse

– Vocês dois são de mais.

– Misty... – insistiu o sueco

– Degél, seu cabelo é perfeito! Kárdia, seu sorriso é tão resplandecente que deixou meu coração alegre! ( N/A: Baixou DBZ aqui XD)

– Misty porra! – o pisciano gritou

– O que foi caralho?! Não vê que estou falando com eles?!

– Merda, sai de cima do colo deles, eles vão ficar aqui por um tempo, são os pais do Milo e do Camus. E também, vai tirar aqueles entulhos da frente da porta.

– Nossa, mas você é chato hein?! – o loiro saiu do colo dos dois ídolos e foi retirar as coisas que bloqueavam a passagem

– Os senhores querem um chá? – ofereceu Shaka

– Eu adoraria. – o aquariano mais velho se levantou seguido pelo grego

O indiano os levou até a cozinha, lá pegou algumas ervas e pôs-se a preparar seu chá, enquanto isso pediu a Mú que fosse chamar o filho. Quando os dois, pai e filho, voltaram os três homens presentes no cômodo já tomavam a bebida preparada pelo mais novo.

– Senhor Kárdia, senhor Degél, esse é meu filho Shun. – o tibetano chamou a atenção para si e para o mais novo que sorriu amigavelmente, mas ao olhar para ele, o escorpiano deixou a xícara cair no chão

– A-algum problema? – Shun perguntou preocupado

– Não, nenhum. Perdoe o Kárdia, é que ele não pode ver um homem bonito que surta... – com isso todos caíram na gargalhada.

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– Olha, eu estou muito contente meu filho, você arrumou amigos de verdade aqui. – os dois escorpianos conversavam sozinhos no jardim

– É, eu sei, e tenho certeza de que daria minha vida por eles a qualquer momento. – Milo olhou para a janela da cozinha e viu todos os seus amigos ali sentados, rindo, felizes

– Meu filho. Peço-lhe uma coisa.

– E o que é?

– Eu quero que me prometa... – o mais velho olhou para dentro da residência, diretamente para Camus e Hyoga – Aconteça o que acontecer, não cometa o mesmo erro que eu. Não morra, não deixe sua família só.

– Pai.

– O que?

– Você nunca me deixou só. Eu sempre podia ouvir sua voz me dando conselhos quando mais precisei, e mesmo que queira... – Kárdia notou o tom de voz choroso do filho – Eu não te deixarei morrer, nunca mais.

– Milo... – o mais velho o olhava surpreso

– Pai, você foi assassinado, eu sei que pretendia voltar para cuidar de mim. Eu fiquei sozinho, sem família para todos, mas eu sempre soube que você me acompanhava.

– Eu... te amo meu filho.

– Também te amo meu pai.

Os dois se entreolharam e sorriram, mas aquele momento tão doce foi interrompido por uma risada diabólica, os dois em conjunto olharam para o lado e localizaram aquela criatura, um lobo sobre duas pernas, e seus olhos tinham uma cor de mel.

– Radamanthys... – o mais novo arregalou os olhos e recebeu em resposta um sorriso do lobo

– Há quanto tempo, não é Milo? – a voz dele estava totalmente alterada, totalmente grave (N/A: Sabe aquela voz grave que colocam nas assombrações de filmes? Aquela voz.), rapidamente seus companheiros surgiram na porta da residência

– Eu conheço você. – Kárdia se levantou depressa

– Vejo que vocês também voltaram à vida. HIHIHEHAHAHA!

– Voltamos, e vamos mandar você e seus amiguinhos de volta para o inferno!

– Já estive lá, e confesso é agradável.

– Que bom que gostou, vai passar um bom tempo por lá!

– Gente, cheguei! – ouviram a voz feminina de Shina que parecia estar dando a volta na casa e passar pelo jardim

– Shina, sai daí!

– Por quê? – a garota logo avistou a fera – Puta que pariu...

– Eu achei que nenhum de vocês gostasse de mulher alem daquele grandão que deve estar morto agora.

– Como assim? O que tem o Aldebaran? – Perguntou Saga

– Vocês acham mesmo que ele ficaria vivo pelo simples fato de não estar aqui? Meu senhor mandou homens atrás dele e da família.

– Que família? Ele só tem uma... – Dohko disse e parou para pensar – uma criança imortal.

– Foi rápido vovô.

– Cara, tu é muito chato! – Ikki saiu dentre os mais velhos – Eu vou acabar contigo.

– Volta pra debaixo da asa dos teus pais projétil de vampiro.

– Como é que é?! – o leonino deixou que suas garras e caninos aparecessem

– Você tem tanta vontade de morrer assim?

– Quem vai morrer é você. – o cabelo de fênix aos poucos começaram a pegar fogo

– Impossível!

– O que? A gente aperfeiçoou nossas técnicas idiota.

– Vem. Caí dentro!

Sem mais delongas Ikki avançou em direção ao lobo, deixando os pais e o namorado totalmente preocupados. Ele apenas tocou a “pata” de Radamanthys que se queimou fazendo o mais velho urrar de dor.

– Moleque maldito!

– Vem. Cai dentro! – fênix o imitou

Dessa vez o loiro que atacou, ele acertou com a mão intacta o abdômen do mais novo, sua camiseta rasgou e as marcas das garras começaram a sarar.

– Fail! – o mais novo iria lhe dar um ultimo golpe mais foi impedido, algo pareceu controlar seu corpo

– Pare com isso Radamanthys! – uma voz normal, porem desconhecida ditou

– Eu conheço essa voz. – Shun saiu correndo para o lado de fora e localizou sob a arvore do jardim o homem que aparecia em seus sonhos

– Olá, Shun. – o mesmo o saudou

– Quem é você?

– Eu sou Dimitri.

– Dimitri? E o que quer comigo?!

– Eu vou te levar comigo. Você vai governar esse mundo comigo.

– Eu já ouvi isso antes, e ele é meu! Apenas meu, maldito! – Hyoga pôs-se a frente do namorado

– Saia da minha frente. – o corpo de Ikki foi jogado sobre o de Hyoga e ambos foram atirados contra a parede, quebrando-a.

– Hyoga! – gritaram Milo, Camus, que correram até o filho, e Shun que olhou furioso para o rapaz que permanecia sobre a arvore.

– Você está ferrado, não vai vir aqui, aprontar isso tudo e sair ileso! – Afrodite disse segurando o filho nos braços junto a Kagaho

– Filho duma quenga! – Matteo o praguejou

– Olha como fala comigo seu insolente! – com um simples olhar de Dimitri o italiano caiu no chão de joelhos agonizando

– Pare com isso agora! – Shun se pôs a frente do pai de Ikki que parou de agonizar imediatamente

– Por que deveria?

– Porque eles não tem nada a ver com isso.

– Aí que você se engana, eles mataram o meu pai.

– Como assim?

– Foram esses malditos Jamanthy que mataram o meu pai, Hades.

– Você é filho daquele homem? – Shaka se intrometeu

– Sou, e vocês pagarão caro.

– Por quê? Você não sabe? Fui eu quem matou seu pai! – o mais novo disse já impaciente

– Mentira! Por que quer protegê-los, Shun?

– Mesmo que fosse mentira, eu continuaria sempre a proteger esses homens e a Shina, eles são tudo o que eu tenho.

– É?! – o moreno gargalhou alto – Tudo o que eu tinha vocês tiraram de mim.

– Tiramos? Você nunca teve, aquele homem horrível não sabia o que era amar!

– Ele me amava.

– Amava tanto que te prendeu em um internato desde os dois anos de idade não é mesmo? – Saga perguntou

– Como...?

– Eu e o meu querido irmão temos uma certa habilidade em mexer com a cabeça das pessoas. – o geminiano mais novo disse sarcástico

– Como ousa?!

– Cara, você não entendeu ainda? – Perguntou Seiya

– Entendi o que?

– Aqui gente como você não tem vez. – disse Shiryu

– Eu vou...

As falas de todos foram interrompidas por uma gargalhada escandalosa de Kárdia. Todos os olhares se voltaram para si que sorriu animado.

– Quanta bobagem.

– Espera aí... eu conheço você!

– Não conhece, eu conheço você. – os olhos de Kárdia ficaram vermelhos e foi então a única coisa que Dimitri conseguia ver em todas as direções para que olhava

Você não sabe quem eu sou...

Você não sabe quem eu sou...

Você não sabe o que sou capaz de fazer...

O jovem conseguia ouvir a voz de Kárdia como se fosse seus próprios pensamentos, entre tantos devaneios sua cabeça começou a ficar tonta e ele quase se desequilibrou caindo da árvore quando uma voz conhecida por todos foi ouvida:

– Dimitri! – o moreninho se virou e deu de cara com o pai

– Papai...?

– O que faz aqui?

– Radamanthys saiu do castelo e veio até aqui, vim me certificar de que ele estava bem.

– Você deve tomar cuidado. Aquele homem – o moreno apontou para o escorpiano mais velho – é como um escorpião, seu veneno lhe tira a lucidez pouco a pouco.

– Eu notei...

– Já que a família está toda reunida, por que vocês simplesmente não se rendem logo e morrem sem sentir muita dor? – Shura perguntou despreocupado

– Rhun... – Hades sorriu – Hoje não, agora não. – como nos velhos tempos, Hades sumiu assim como surgiu, levando junto o filho e o servo

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– Ai minha cabeça... – Ikki abriu os olhos e se deparou com os azuis de Kagaho

– Oi...

– Oi...

– Como você tá?

– Com uma bela dor de cabeça.

– Hum, por que fez aquilo idiota?!

– Eu não gosto de ser menosprezado!

– E eu não quero ficar viúvo antes do meu casamento!

– Como? – fênix corou violentamente

– D-desculpe... é que seu pai falou...

– Estragou o clima...

– Relaxa...

– Tá bom... descansa um pouco que seus pais e os do Hyoga foram a cidade comprar remédios

– Umhum...

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– Tá tudo bem, não se preocupe. – Hyoga se acomodou na cama

– Certeza? Quer um lanche? Quer que eu arrume seu travesseiro? Quer tomar banho? – Shun andava de um lado para o outro no quarto

– Sim. Não. Não. Não.

– Mas e se...

– Shun, calma. – o loiro esticou o braço e puxou o namorado o deitando junto a si – Fica aqui comigo, só isso que eu peço.

– Não quer nada mesmo?

– Sim eu quero uma coisa.

– E o que é?

– Deita aqui e fica quietinho comigo.

– Tá bom então...

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– Pai, você te que dar um jeito nisso! – Mú implorava

– Não sei como meu filho. – respondeu Shion

– Mas, não podem deixar. Ele é neto de vocês, é meu filho! – Shaka dizia preocupado

– Jovem Shaka, não há nada que possamos fazer, está escrito.

– Sempre há pai! Sempre há! – o tibetano caiu de joelhos no chão com o rosto repleto de lagrimas vermelhas (N/A: de sangue... mesma coisa! XD)

– Isso é mesmo verdade? – Shina entrou no lugar assustada

– O que você faz aqui? – perguntou o chinês

– Eu estava de passagem, mas diga-me, é verdade? – o tibetano voltou a chorar, Shaka baixou o rosto e os outros dois olharam para os lados – Ele vai mesmo morrer...

– Pare de falar isso! – disse Mú quase num grito

– Desculpe-me. – a garota deu apenas meia volta e sumiu da vista de todos

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– Vai Degél! Faz tanto tempo!

– O que? Você enlouqueceu? Nosso neto machucado e você me pedindo uma coisa dessas.

– Por favor. Uma única vez.

– Você sabe que se eu fizer uma vez não consigo mais parar.

– Consegue... e eu estou com tanta saudades.

– Ai mon diêu.

– Por favor.

– Tá, uma vez.

– Obrigado. – o escorpiano o abraçou

– Kárdia, para com isso... estamos separados.

– Eu sei... – o loiro o soltou e se afastou com um raríssimo olhar triste e foi até a cômoda

– Não fique assim. Não gosto de vê-lo desta maneira.

– Tudo bem. Desculpa. – o grego deu um sorriso forçado

– Não funciona comigo.

– O que?

– Esse seu sorriso falso não funciona comigo.

– Tá bom... vamos logo então. – o mesmo abriu a gaveta da cômoda e retirou de lá uma caixinha onde estavam algumas pedras e em sua mala havia uma caixa grande com um tabuleiro na tampa.

O mais novo levou o dedo até a boca e percebeu que o loiro o olhava indignado.

– O que foi agora?

– Você sempre deixava eu fazer isso pra você.

– Deixava, quando namorávamos.

– Degél... por favor...

– Não complique para mim, por favor... só te peço isso!

– Eu complico? Você que quis terminar comigo se lembra? Nossos filhos nem sabem disso né?! Você gosta de me machucar!

– Claro que não! Eu não quero é me machucar!

– E por que disse que não me amava mais aquele dia?!

Flash Back On:

Os dois jovens se preparavam para ir a ultima batalha de suas vidas. O grego andou até o, até então, namorado com a intenção de lhe dar um selinho, mas o francês se esquivou do contato.

– O que foi?

– Eu não quero que me beije.

– Por que não?

– Porque eu não quero.

– De... vai ser a ultima vez que poderemos sentir um ao outro.

– Não, ontem a noite foi a ultima vez. Agora chega, eu... eu... eu não te amo mais.

– Como assim? Por que isso agora? Ainda ontem você dizia que me amava.

– Acabou, só isso que lhe digo. Lutaremos como companheiros, mas não espere mais esse tipo de relações comigo.

Naquele dia ambos morreram, mas no ultimo minuto de suas vidas, Degél não aguentou mais fingir e disse ao corpo morto de Kárdia um inaudível “Eu te amo”

Flash Back Off.

– Eu não queria que você ficasse preocupado comigo e acabasse morrendo porra! Você não sabe como é pra mim conhecer e demonstrar meus sentimentos! Você era uma das pessoas mais importantes da minha vida, não queria te ver morrer!

– E quebrou meu coração por isso?

– Eu esperava que você começasse a me odiar.

– Como poderia? Nossas almas estão interligadas, não posso mais me separar de você.

– Aquele dia... eu disse uma coisa que você não ouviu...

– É? E o que foi? – em um movimento rápido o menor o abraçou e sussurrou próximo ao seu ouvido

– Eu te amo.

Continua...