Estava frio, muito frio. Eu estava enrolada em meu casulo chamado Edredom e vendo Orgulho & Preconceito, da Jane Austen. Tinha comprado na maquina de lanches do corredor, junto com uma lata de Coca-Cola. Era terça-feira, às 20:47 hrs. Isabelle estava doente na enfermaria e Simon estava cuidando dela. E como o limite da enfermaria é para apenas Um acompanhante, deixei que ele ficasse em meu lugar. Eles estavam naquela fase grudentae nós, os amigos, não conseguíamos mais ficar perto.

Estava na minha cena preferida, quando a Elizabeth vai visitar Pemberlei.

Toc. Toc. Toc.

– Ignorei- Provavelmente era Sebastian. Nesses dois dias, ele conseguiu me tirar do sério várias vezes. Me mandando presentes, bilhetes, batendo de frente com Jace alegando que ele "me roubou".Algumas vezes eu ria, outras me irritava, mas eu não podia deixar isso me afetar.

Toc. Toc. Toc.

Me levantei, irritada, e abri a porta.

– Mais Que..? - Percebi que a figura esguia - e loira- Não era Sebastian. - Jace?!

– Oi, Fray! - Ele sorriu, me empurrando para entrar.

– O que você quer, Jace? - Ele abriu a boca para falar. - E não me beije dessa vez!

Ele sorriu malíciosamente.

– Não gosta dos meus beijos, Pequena?

– Eu já te mandei não me chamar assim? - Perguntei, com a raiva contida.

– Não! - O sorriso se foi. - Você não manda em mim!

Dei língua para ele.

– Fale logo o que quer! - Ele pareceu pensar no assunto. - Ótimo, então vá embora! - Fui empurrando-o para fora. Mas ele não deixou, apenas fincou os pés no chão e segurou meus braços.

– Por que está tão chata?

– Ham... Pelo mesmo motivo de você ser idiota! - Contra-ataquei. - Sai daqui, Jace!

– Mas é importante!

– E eu não me importo! Se você não sair, eu vou chamar Celine! - Celine era a Inspetora responsável pelo dormitório feminino. Ele se exasperou.

– Como uma pessoa tão pequena pode ser tão irritante? Eu não sei por que eu te... - Ele se reteve.

– O que, Jace? - Perguntei, esperançosa. Só não sabia o por que.

– Eu te... - Ele parecia tentar encontrar a resposta certa. - Eu não sei por que eu te deixo me atingir!

Minha esperança partiu-se em mil pedaços. O empurrei de vez para fora do meu quarto e bati a porta. Ele parecia hesitante, mas ouvi passos, cada vez mais distantes.

De repente, começa a chover e a dar trovoadas. Pulo para debaixo das cobertas.

Eu morria de medo de trovão. Temia mais isso do que a morte.

Desliguei o notebook e tentei dormir. Mas os trovões estavam mais frequentes e mais altos. Estava quase chorando, e foi aí que eu tomei a pior decisão da minha vida :

Calcei meus sapatos e coloquei um casaco largo por cima da regata e dei Graças a Deus por já estar de moletom. Peguei a chave do quarto e apaguei as luzes, o trancando quando saí. Caminhei até o dormitório masculino, me encharcando na chuva e procurei pelo quarto dele. Assim que encontrei seu nome na porta, bati três vezes.

Ele atendeu de imediato.

– Não conseguiu ficar longe do meu charme, Fray? - Jace olhou de um lado para o outro no corredor e me puxou para dentro. Seu quarto era impecavelmente limpo. Na outra cama tinha um retrato de Simon com uma moça mais velha. Ele dividia o quarto com Simon. - Pelo Anjo, Pequena! Você está ensopada. O que veio fazer aqui?

– Eu não co-consegui dormir. Te-tenho medo de... - Deu outra trovoada e eu praticamente pulei em cima de Jace. Me recompus. - me desculpa! - Eu estava tremendo de frio.

– Ah, entendi! Você tem medo de trovão! - Isso pareceu diverti-lo. - Acho que você deveria pedir para o Sebastian te colocar para dormir, do jeito que ele é interessante...

Já chega, Jace já está esgotando minha paciência. Me virei para ir embora, mas ele me segurou.

– aonde pensa que vai? - Ele me lançou um olhar incrédulo.

– Para o quarto de Sebastian! - Menti para provocar Jace. Ele sorriu torto.

– Pode dormir aqui comigo, Fray! - E antes de eu poder protestar, ele completou. - Eu não vou fazer nada, Prometo! - Ergueu as mãos em sinal de rendição. Apenas assenti e ele procurou algo na cômoda. Era grandee vermelho. Uma camisa, percebi.

Fui para o banheiro e troquei de roupa. A camisa batia no meu joelho. Me deitei na pequena cama, de costas para ele e em baixo do Edredom. Assim fiquei por um tempo, mas nada de o Sono chegar. Bufei e me mexi algumas vezes vezes. Até que uma trovoada me faz saltar para cima de Jace. Mas ele só chega mais para o lado e me abraça, acolhendo-me em seus quentes braços e me dando um beijo no topo da cabeça.

Desse jeito, o sono veio rápido. Eu me senti segura e aquecida nos braços de Jace.

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