Como Carlos Daniel havia dito, mandou um tal de Leandro ate minha casa para instalar o chuveiro, finalmente poderia tomar um banho quente. tenho muito que agradecer ao Carlos Daniel, por toda essa preocupação que anda tendo.

Mas não posso deixar de pensar que ele só esta fazendo tudo isso porque ainda me ama e apesar de eu dizer para mim mesma que não devo amá-lo a cada instante, a cada gesto dele o amo mais e mais.

Passo a tarde em casa, de cama, a gripe melhorou muito e acho que amanhã já poderei voltar às aulas e aos meus ensaios... A tarde é entediante e passo a maior parte do tempo dormindo. acordo com uma batida insistente na porta.

–Quem será? Levanto-me da cama ainda sonolenta e meio cambaleando e vou atender.

– Como se sente? É a primeira coisa que Carlos Daniel me pergunta quando abro a porta, mal tenho tempo de assimilar sua presença ali.

– Hã... Boa noite Para você também! Digo a ele sorrindo.

– Desculpe Boa noite! Disse sorrindo, aquele sorriso que faz as borboletas do meu estomago se agitarem. – como se sente? Ele me pergunta novamente ainda com aquele sorriso.

– Estou muito bem graças a você! Digo enquanto faço um gesto para que entre e fecho a porta.

– Já comeu alguma coisa? Ele me pergunta erguendo duas sacolas que eu nem tinha me dado conta.

– Não, ainda não! Digo a ele sorrindo.

– espero que goste do que eu trouxe! Ele diz enquanto segue ate a pequena cozinha que tenho improvisada no meu minúsculo apartamento.

O sigo parando encostada no batente da porta...

– vá se deitar que levo para você lá no quarto! Ele me diz sorrindo enquanto abre alguns armários em busca dos pratos.

– Obrigada! Digo a ele ignorando seu pedido e ganhando sua atenção. ele que para tudo que estava fazendo para me olhar. – serio... Não sei como te agradecer por tudo que tem feito por mim! Digo sem desviar meu olhar do dele.

– Pode me agradecer indo se deitar e me esperando La no quarto, em sua cama! Ele me diz sorrindo enquanto se aproxima de mim.

Eu não recuo, ficamos a apenas alguns centímetros ainda nos olhando e as borboletas do meu estomago antes agitadas levantaram voou.

– Venha! Ele diz estendendo sua mão e eu a pego sem Hesitar. E vamos caminhando ate meu quarto em silencio.

Ele me faz deitar e em seguida me cobre com um cobertor eu sorrio pelo cuidado exagerado dele comigo e em seguida ele sai e eu fico parada sem saber o que pensar...

Fico apenas alguns minutos sozinha, porque logo ele volta com nosso jantar me entrega meu prato e senta-se no sofá. Comemos em silencio, mas os olhares são constantes, não sei o que pensar dele, minha cabeça esta confusa, não consigo reconhecer esse Carlos Daniel sempre preocupado com meu bem estar. ele não parece o mesmo e a cada dia esta mais diferente, esta mais controlado.

– Paulina! Ele me chama quando terminamos de comer e eu o olho esperando que diga alguma coisa. – Sei que você vai ficar com raiva do que fiz, mas quero que saiba que só queria reparar de alguma forma meu erro! Ele disse nervosamente enquanto retirava um papel do bolso.

Não demorei em reconhecer a Fatura do meu cartão de credito, nem ao menos tinha me dado conta do seu sumiço.

– V-você Pagou? Perguntei o olhando seriamente. e senti minha irritação aumentar quando o vi acenar positivamente. – Não devia ter feito isso! Digo irritada, sou orgulhosa demais para aceitar esse tipo de ajuda dele.

– eu sei que não devia! Ele diz me entregando a Fatura paga.

– C-carlos Daniel... Disse Fazendo uma pausa e respirando fundo. – Você não pode reparar seu erro pagando uma conta! Rebati o olhando e pude ver a dor das minhas palavras atravessarem seu olhar.

– eu sei... Só quis ajudar! Disse desviando o olhar rapidamente. – acho melhor eu ir... Boa noite! E então ele saiu tão rápido que eu mal tive tempo de dizer alguma coisa.

Passei um bom tempo com aquela fatura em minha mão, estava com raiva por ele ter pago, mas ao mesmo tempo estava agradecida, porque não tinha como pagar essa fatura e ele fez com as melhores das intenções, não podia julgá-lo.

– Alô? Falei assim que a ligação foi atendida.

– Você esta bem? Ele me perguntou com tom de preocupação.

– Estou! Disse sorrindo do outro lado. – Só queria agradecer pelo que fez! Disse seriamente. – você me conhece e sabe como sou orgulhosa às vezes e... fiz uma pausa sem saber o que dizer. - Obrigada! Disse nervosamente.

– é... Eu sei! Ele disse e pelo seu tom pude sentir que estava feliz.

– Ei, não era para você concordar comigo! Disse a ele e pude ouvir seu riso do outro lado da linha.

– Me desculpa! Ele disse depois de alguns instantes rindo.

Eu fiquei em silencio por alguns instantes, podia escutar sua respiração por isso sabia que ele ainda estava na Linha.

– Carlos Daniel! O chamei.

– Oi! Ele disse prontamente.

– Onde você esta agora? Perguntei a ele me sentindo um pouco nervosa.

– em frente a sua Casa! Ele respondeu calmamente.

– porque não entrar? Perguntei a ele achando graça por ele ainda esta na porta da minha casa, pelo tempo que levei pensado ele já poderia estar chegando a casa dele.

– Você quer? Ele me devolveu minha pergunta.

– Claro, Porque não? Perguntei divertida.

– Esta certo! Ele disse e pude ouvir do telefone a porta do carro sendo aberta. – Logo estou ai! Ele disse e em seguida desligou.

Levantei-me e segui ate a Porta e o esperei ali... Senti-me nervosa quando ele finalmente estava em minha frente me olhando com aqueles olhos castanhos...

Seguimos em silencio ate o quarto e ele sentou-se em minha cama enquanto conversávamos...

– Sai de casa! Ele me contou sorrindo. – Ontem comprei uma casa para No... Mim! Ele gaguejou alarmado.

– sua avó aceitou bem isso? Perguntei franzindo a testa e estranhando seu nervosismo repentino.

– esta aceitando! Ele sorriu. –espero que um dia você me faça uma visita! Ele disse me olhando seriamente.

– Claro que vou, sua casa deve ser bem mais legal do que esse apartamento! Disse a ele sorrindo e tentando aliviar meu próprio nervosismo de tê-lo ali comigo.

Conversamos por horas sem parar, ele me contou de sua sociedade e se mostrou muito interessado em saber sobre mim, sobre como ia meu trabalho na boate...

===== Carlos Daniel Narrando =====

Paulina estava meio sonolenta ainda quando arrisque acaricias seus rosto. não podendo mais me conter, ela abriu aquele olhos verdes e me olhou por alguns instantes e apenas os fechou, ela não se afastou como esperei que fizesse, passei algum tempo sentado ali apenas a olhando dormi e quando já era bem tarde fui embora me certificando de fechar a casa toda e cobri-la para que não sentisse frio durante a noite.

Segui pelas ruas já deserta, estava feliz, estava conseguindo me aproximar dela, devagar estava conseguindo fazer com que confiasse em mim novamente. Corri um grande risco ao pagar sua conta de cartão de credito, mas tinha que reparar de alguma forma não importa qual fosse...

– Primeira noite em minha própria casa! Disse a mim mesmo ao adentrar minha casa, passei o dia cuidando de mobiliá-la e amanhã entraria em contato com uma empregada que o Luciano me indicou.

A casa era grande e vazia. Segui ate meu quarto cheio de caixas empilhadas... Joguei-me na cama e acabei adormecendo.

===== Manhã seguinte =====

Acordei cedo como sempre e segui para a fabrica, conversei com Luciano por um momento e corri para minha primeira reunião do dia, pedi para que minha secretaria desmarcasse qualquer compromisso que eu tivesse naquela tarde. Tinha planos melhores e se tudo desse certo seria mais um jeito de conseguir mais um tempo com a Paulina.

– como se sente hoje? Perguntei a ela assim que abriu a porta.

– Estou Ótima! Ela me disse sorrindo ao abrir a porta. – Amanhã mesmo volto para as aulas! Concluiu animada.

– O que acha de me ajudar em uma coisa? Perguntei a ela com expectativa.

– Hum... E o que seria? Ela perguntou me olhando seriamente.

– Bom como você sabe acabei de me mudar e preciso de uma ajuda para decoração! Disse a olhando com ainda mais expectativa esperando por sua resposta, cheguei a pensar que ela não aceitaria meu convite, mas consegui respirar aliviado quando ela concordou em me dar uma ajuda.

Ela seguiu para seu quarto para se arrumar e fiquei me perguntando para que? Ela já estava linda do jeito que estava e quando ela saiu do quarto pronta descobri... Conseguiu ficar ainda mais linda do que já estava. Sem nem ao menos perceber o que eu estava fazendo a encarei e ela me olhou erguendo uma sobrancelha.

Desviei o olhar envergonhado por encará-la daquela forma...

– Já tenho tudo lá em casa, vovó Piedade me ajudou a escolher tudo que precisaria para decorar a casa! Explicava a ela enquanto seguíamos de carro pelas ruas.

– ótimo! Ela disse enquanto olhava pela janela, estava mais calada do que de costume. Talvez ainda não se sentisse muito à-vontade comigo como pensei que estava.

Levamos apenas alguns minutos para chegarmos a minha nova casa e enquanto entravamos pelos enormes portões a olhei esperando ver sua reação.

– Uau! Ela disse enquanto observava os enormes jardins. – Isso é... Lindo! Disse admirada.

E eu fiquei muito feliz que ela tenha gostado... Não disse nada ou acabaria dizendo o que não devia dizer e estacionei o carro na porta. E segui para abrir a porta do carro para ela e seguimos ate a porta de entrada.

– Nossa! Exclamou Paulina ao entrar, realmente a casa era linda, ate mais que a mansão da minha avó Piedade.

– A casa e grande então teremos muito trabalho! Disse a ela enquanto seguíamos ate onde seria a sala. Os moveis já estavam todos montados cobertos por plásticos.

– então mãos a obra! Ela disse sorrindo enquanto tirava um dos plásticos de um dos sofás.

Passamos horas naquele cômodo escolhendo o lugar de casa coisa... Não perdia a oportunidade de atormentá-la, com alguma coisa. Nunca daríamos conta de arrumar tudo sozinhos, a casa era muito grande, mas o que queria era tê-la naquela casa comigo de alguma forma.

Já era quase noite quando eu aproveitei para mostrar para ela o resto da casa... Seguimos no segundo andar pelos enormes corredores, com portas enormes que davam para quartos de hospedes...

– e o que tem aqui? Ela perguntou forçando as fechadura das enormes portas duplas.

– Hã... Aqui? Perguntei tentando pensar em algo. – Hã... Acho que é um quarto de hospedes também, mas esta trancado, ainda não peguei a chaves com o corretor! Disse a ela tentando aparentar normalidade e segui em frente.

Respirei aliviado quando ela me seguiu e agradeci aos céus por eu ter trancado aquela porta, não queria que ela visse o que tem atrás daquelas portas, pelo menos por enquanto.

– e esse aqui será onde vou dormir! Disse a ela mostrando o enorme quarto em tons mais escuros e uma enorme cama de casal. A maioria das minhas coisas já estavam empilhadas em caixas pelo quarto.

Paulina seguiu olhando tudo com curiosidade e eu não pude deixar de observá-la em silencio...

– se importa se eu olhar? Ela me perguntou quando me percebeu a olhando.

– Não, claro que não me importo! Disse a ela sorrindo enquanto começava a mexer em uma das minhas muitas caixas nervosamente.

Achei algumas coisas interessantes naquela caixa, coisas que nem me lembrava que tinha e quando achei minha câmera não me contive em ligá-la e um sorriso brotou em meu rosto quando ela funcionou e aproveitei o momento de distração de Paulina para bater uma foto dela. Ela se assustou com o flash da câmera, mas acabou rindo e levando na brincadeira.

– Apague isso! Ela disse sorrindo enquanto se aproximava tentando pegar a câmera da minha mão.

– Nem pensar! Disse a ela enquanto andava de constas e aproveitava para tirar mais uma foto dela enquanto ela se aproximava tentando tirar a câmera das minhas mãos. – essa ficou muito melhor! Disse a ela rindo enquanto levantava a Câmera a tirando de seu alcance.

– Carlos Daniel... Me dá isso! Dizia enquanto se colocava nas pontas dos pés tentando alcançar a câmera que mantinha levantada.

Ambos riamos com aquela brincadeira e sem nos darmos conta estávamos próximos demais e sentir o toque dela tentando me segura tive que usar de todas as minhas forças para não beijá-la, há dias estou tentando me conter e não estragar tudo que já conquistei ate aqui.

Deixe que ela mesma notasse nossa proximidade e se afastasse... Ela me olhou nos olhos o sorriso em seus lábios não estava mais lá, mas o divertimento em seus olhos brilhavam como sempre. Ela estava radiante apesar de esta envergonhada.

– Já desistiu da câmera? Perguntei a ela enquanto passava as fotos que tinha tirado.

– Desisti! Ela disse sorrindo e seguindo ate uma caixa.

– então diga “Xis”! Disse a ela enquanto apostava a Câmera para ela e batia a foto. No momento ela olhou para a Câmera e sorriu.

– Agora chega de foto... Eu acho melhor eu ir para casa! Ela disse conferindo as horas em seu relógio de pulso.

Eu ainda demorei um pouco a acordar para a realidade admirando aquela foto, estava perfeita, e já conseguia imaginá-la em um porta retrato em minha mesa.

– Carlos Daniel! Ela me chamou me olhava divertida. – sonhando acordado? Ela me perguntou rindo.

– sempre sonhando! Disse a ela e em seguida desliguei a câmera e a guardei com cuidado como se ali houvesse um grande tesouro que eu não poderia perder.

Ela me olhou sem entender o que quis dizer, mas me seguiu para fora do quarto e seguimos de carro para seu apartamento, a deixei na porta e como gostava de correr risco lhe dei um beijo no rosto bem próximo a boca e ela me olhou nos olhos quando me afastei devagar sem desviar o olhar do dela.

Pude notar suas bochechas ficarem vermelhas enquanto me afastava sorri com o fato, eu ainda mexia com ela...

– Boa Noite Paulina! Disse a ela enquanto me virava. – e obrigado pela ajuda, me diverti bastante hoje! Disse e em seguida fui embora.

Voltei o caminho inteiro pensado naquela foto, naquele pequeno tesouro que tinha dela... Quando cheguei em casa corri para meu quarto em busca da câmera e me deitei em minha cama e passei um tempo apenas olhando aquela imagem.