Não é o fim, é apenas o começo! – 1ª temp. escrita por Srta Poirot


Capítulo 3
Ossos na Biblioteca


Notas iniciais do capítulo

Aqui está a parte final do episódio, mas se liguem que tem a continuação. Só dá um pouco de trabalho pra fazer...



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“Mas como 4022 pessoas foram salvas se não houve sobreviventes?” Donna queria saber.

“É por isso que estamos aqui. Para descobrir.”

“Wow, você soa como o Doutor!” Disse Donna olhando para River.

Sr Lux interveio. “Mas até agora, não descobrimos nenhum corpo!”

Um grito quebrou a conversa e eles saíram correndo na direção de onde o grito veio.

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Eles sabiam que os gritos eram da Srta Evangelista, pois reconheceram sua voz. O coração de Donna estava pulsando mais forte quando ela seguiu o Doutor por um corredor que tinha aparecido de forma aleatória. Quando pararam, havia um esqueleto sentado no chão que estava utilizando o mesmo traje espacial branco que River e sua equipe usavam, só que estava em pedaços. Os ossos do esqueleto, diferente do traje, estavam intactos, sem nenhuma marca, mas toda a carne havia simplesmente desaparecido.

“É a Srta Evangelista!” disse River um pouco assustada.

“Nós a ouvimos gritar há poucos minutos. O que poderia fazer isso com uma pessoa em poucos segundos?” Anita protestou.

“Levou muito menos que alguns segundos.” Respondeu o Doutor.

“O ‘que’ levou?”

Uma voz soou, impedindo-o de responder. Era Srta Evangelista. “Olá?”

“Er, minhas desculpas a todos, mas isso não será nada agradável. Ela está ‘assombrando’.” Disse River Song de forma triste.

“Ela está o quê?” Donna perguntou também triste.

“Olá?” A voz veio novamente. “Com licença! Desculpe-me, olá? Com licença!”

O ‘Dave adequado’ disse muito desconfortável. “Isso vai soar muito ruim, mas não poderíamos... sabe?”

“Este é o último momento dela. Então, não! Nós não podemos.” River respondeu com firmeza. “Um pouco de respeito, por favor.”

“Desculpe.” A voz falou de novo. “Mas onde estou? Desculpe.”

“É só um dado fantasma. Ela partirá em poucos momentos.” River apertou o botão de comunicação. “Srta Evangelista, está tudo bem. Fique calma. Estaremos logo com você.”

“O que é um dado fantasma?” Perguntou Donna.

“Tem um relê neural no comunicador. Permite mandar e-mails mentais. Aquele ali, com as luzes verdes.” Respondeu o Doutor. “Algumas vezes, pode reter a impressão da consciência por um breve período após a morte! Como uma imagem posterior.”

“Meu avô durou um dia inteiro.” Anita ofereceu. ”Ficou falando dos cadarços dele.”

“Não posso ver. Não posso. Onde estou?” A voz voltou a falar.

‘Dave adequado’ balançou a cabeça. “São apenas ondas mentais agora. O padrão não vai durar.”

“Eu não posso ver. Não posso.” A voz continuou. “Onde está aquela mulher? Aquela mulher gentil. Ela está aí?”

“Que mulher?” Sr Lux perguntou.

“Ela quer dizer... Acho que ela está falando de mim.” Donna disse lentamente engolindo em seco.

“Ela está aí? A mulher?”

River apertou o botão. “Sim, ela está aqui. Espere. Vá em frente, ela pode ouvi-la.”

“Olá? É a mulher gentil?”

“Sim. Olá!” Donna respondeu com o coração apertado. “Sim, eu-eu... eu estou aqui. Você está bem?”

“O que eu disse antes, sobre ser estúpida, não conte aos outros. Eles vão rir.” A voz lhe disse calmamente.

“Não irei contar a eles.”

”Não conte aos outros. Eles vão rir.” A voz repetiu umas três vezes e Donna assegurou que não iria contá-los.

“Ela está no looping agora. O padrão está degenerando.” River explicou.

“Eu não consigo pensar. Eu não sei. Eu... Eu... Eu... Sorvete. Sorvete. Sorvete.” A voz insistiu.

River deu dois passos adiante. “Alguém se importa se eu...?” Ninguém se opôs e ela desligou o comunicador de Srta Evangelista.

“Isso foi horrível!” Confessou Donna. “A coisa mais horrível que já vi.” O Doutor pôs uma mão reconfortante no ombro da ruiva.

“Não só uma aberração tecnológica.” River Song disse calmamente. “Mas o que quer que tenha feito isso a ela... o que for que a tenha assassinado... Quero bater um papo com ele.”

“Eu vou apresentá-lo à você.” Disse o Doutor levando-os de volta a sala de onde vieram. “Eu vou precisar de um pacote de almoço.”

“Espera um pouco.” Disse River prontamente. Ajoelhando-se, ela retirou alguns itens de sua bolsa, inclusive o diário azul.

“O que tem nesse livro?” O Doutor perguntou ainda curioso com o livro.

“Spoilers.”

“Quem é você?”

“Professora River Song, da Universidade de...”

“Para mim.” Ele interrompeu. “Quem é você?”

Ela suspirou. “De novo... spoilers! Frango e um pouco de salada. Fique à vontade.”

Ele tomou a caixa de alimentos. “Certo, vocês todos. Vamos conhecer o Vashta Nerada!”

O Doutor estava no chão e apontou a chave de fenda sônica para a escuridão. Fez varredura através das sombras, ocasionalmente ajustando a frequência e configuração. River observava o Doutor e Donna observava River.

“Você viaja com ele, não é?” River perguntou de repente à ruiva. “O Doutor, você viaja com ele?”

“E você? O conhece, não é?” Donna respondeu com outra pergunta.

“Oh, Deus, eu conheço esse homem! Nós temos uma história, eu, ele e... alguém.”

“Como assim ‘alguém’? De quem você está falando?”

“Oh, é alguém muito importante para ele, mas não posso dizer quem é! Ainda não é a hora. E... ele não me encontrou ainda.” Ela viu que Donna estava confusa e continuou. “Eu enviei uma mensagem para ele, mas deu tudo errado. Chegou cedo demais. Esse é o Doutor antes de ele me conhecer. Antes de eu nascer... E ele olha para mim, e não me reconhece. Não devia me magoar, mas magoa.”

“Do que você está falando? Que idiotice é essa? Você o conhece ou não?” Donna disse alarmada.

“Donna, quieta. Estou trabalhando!” O Doutor a repreendeu.

“Desculpe.”

River arregalou os olhos. “Donna? Você é a Donna? Donna Noble?”

“Sim, por quê?”

“Eu conheço o Doutor. Mas no futuro, no futuro pessoal dele.”

“Então por que você não me conhece? Onde estou no futuro?” River permaneceu em silêncio como se não soubesse o que dizer.

“Tudo bem, nós temos um vivo!” O Doutor rompeu o silêncio. “Não é a escuridão naqueles túneis, isto não é uma sombra.” Ele pegou uma perna de frango de dentro da caixa. “É um enxame! Um enxame de canibais.” Todos se reuniram em torno dele, quando ele se agachou e jogou a perna de frango para as sombras. Em menos de um segundo, um osso limpo e totalmente livre de carne bateu no chão. “As piranhas do ar, o Vashta Nerada! Significa ‘as sombras que derretem carne’. Estão presentes na maioria dos planetas, mas geralmente estão em pequenos grupos. Nunca vi uma infestação nessa escala, ou tão agressiva.” O Doutor explicou.

“Mas não na Terra, não é?” Implicou Donna.

“Sim, na Terra também. E em mais um bilhão de outros planetas. Onde existe carne, existe Vashta Nerada.”

“Em cada sombra?” River parecia assustada quando perguntou.

“Não, mas em qualquer sombra.”

“Então, o que faremos?”

“Daleks, mirem no comunicador. Sontarans, acertem na nuca. Vashta Nerada... fuja! Apenas fuja!”

“Fugir? Fugir pra onde?”

“Aqui é o índice. Tem que existir um teleporte de saída.”

Todos olharam para o Sr Lux, que levantou as mãos em sinal de protesto. “Não olhem pra mim! Não memorizei as plantas!”

“Doutor, a lojinha! Eles sempre fazem você passar pela lojinha na saída para que possa comprar algo!”

“Brilhante Donna! É por isso que gosto de lojinhas.”

“Certo, então.” Disse ‘Dave adequado’. “Vamos nessa!”

“Na verdade ‘Dave adequado’, você poderia ficar onde está?” O Doutor começou. “Sinto muito, eu sinto muito mesmo. Mas você tem duas sombras.”

Todos olharam para baixo e certificaram que o Doutor estava certo. “É assim que eles caçam. Se juntam à fonte de comida e a mantém fresca.”

“O que eu faço?”

“Fique absolutamente imóvel! Como se houvesse uma vespa na sala. Um milhão de vespas!”

“Não o abandonaremos, Dave.” River interrompeu.

“É claro que não vamos.” Continuou o Doutor. “Onde está seu capacete? Não aponte. Só diga.”

“No chão, na minha bolsa.”

O outro Dave foi buscá-la. “Não cruzem a sombra dele!” Uma vez adquirido o capacete, o Doutor fixou na roupa do ‘Dave adequado’ e fez um comando. “Agora, o resto de vocês coloquem os capacetes e os selem. Precisaremos de tudo o que temos.”

“Doutor”. Donna apontou. “Não temos capacetes.”

“É, mas estamos seguros.”

“Como estamos seguros?”

“Não estamos! Era só uma mentirinha pra você ficar quieta.”

“Eu sempre caía nessa!” River riu.

“Professora, o que podemos fazer com as roupas?”

“Para que servem as roupas?” Sr Lux queria saber. “A srta Evangelista estava usando uma e não sobrou nada.”

“Podemos aumentar a densidade corpórea.” River começou. “Se digitarmos acima de 400%, tornará a refeição mais difícil.”

“Tudo bem.” Ele pressionou sua chave de fenda sônica no painel rígido na parte da frente da roupa espacial do ‘Dave adequado’. “800%, então. Passe adiante!”

Nesse momento ela enfiou a mão no bolso retirou uma chave de fenda sônica parecida com a dele. “Eu tenho uma!”

“O que é isso!” O Doutor ficou abismado.

“Uma chave de fenda.”

“É sônica!”

“É, eu sei! Vamos.” Ela começou a digitalizar as roupas dos outros, aumentando a densidade.

O Doutor a olhou por um tempo, e então pegou a mão de Donna e a levou para a lojinha.

“É uma boa hora para fazer compras?”

“Sem conversa! Só ação! Fique aí no meio do teleporte!” Ele começou a digitalizar no computador do teleporte enquanto Donna obedecia. “Eu não posso enviar os outros. A TARDIS não os reconheceria!”

“O que está fazendo?”

“Você não tem a roupa e não está segura!”

“Você também não tem, não está seguro e eu não vou...”.

“Donna! Deixe-me explicar!” Ele começou e então virou um interruptor. Donna desapareceu. “Oh, é isso aí!”

O grito de River o chamou de volta para a grande sala. Os outros estavam de pé ao redor do ‘Dave adequado’. “Aonde foi?”

“Apenas se foi.” Respondeu o homem, sua voz soava abafada através do equipamento de comunicação da roupa. “Eu olhei em volta e só tinha uma sombra, sim?”

"Isso significa que podemos sair?" Anita queria saber. "Eu não quero ficar por aqui."

Sr. Lux bufou. "Eu não sei por que ainda estamos aqui. Nós podemos deixá-lo, nós não podemos? Sem querer ofender.", ele dirigiu ao ‘Dave adequado’.

“Cale a boca, Sr Lux!” Disse River.

"Você sentiu alguma coisa?" O doutor continuou questionando ‘Dave adequado’. "Como uma transferência de energia? Qualquer coisa?"

Ele balançou a cabeça. "Não, nada, mas olhe... Ela se foi!" Ele virou-se no lugar, mas o médico levantou as mãos.

"Pare aí, parar de se mover. Eles nunca se vão", ele murmurou, "e nunca desistem." Ele caiu no chão e examinou as sombras circundantes. “Esta é benigna.”

“Hey! Quem apagou as luzes?”. ‘Dave adequado’ gritou de repente.

“Ninguém. Estão ligadas.” O Doutor respondeu.

“Não, sério! Ligue-as de volta!”

“Estão ligadas!” Dessa vez foi River quem respondeu.

“Não consigo ver nada!”

“Dave, vire-se.”

“O que está havendo? Por que não consigo ver? A energia apagou? Estamos seguros?”

Dave se virou para enfrentá-los. Sua viseira estava escura. “Dave, quero que fique imóvel! Absolutamente imóvel.” Instruiu o Doutor, mas Dave começou a se contorcer. “Dave, Dave? Dave, pode me ouvir? Tudo bem? Fale comigo, Dave.”

Ele parou e se endireitou lentamente. “Eu estou bem. Tudo certo. Estou bem.”

“Quero que fique imóvel! Absolutamente imóvel!” O Doutor comandou novamente.

“Eu estou bem. Tudo certo. Estou bem.” ‘Dave adequado’ continuou. “Eu não posso... Por que não posso?... Eu-eu não posso... Porque não posso?... Eu-eu não posso... Por que não posso?”

“Ele se foi.” Disse River. “Ele está assombrando!”

“Então, por que ainda está de pé?” Sr Lux queria saber.

“Hey, quem apagou as luzes? Hey, quem apagou as luzes?”

O Doutor estava se aproximando, tentando ver no interior da viseira de Dave. “Dave, pode me ouvir?” Ele deu mais um passo, mas foi surpreendentemente agarrado pela roupa que costumava ser o ‘Dave adequado’. Na viseira só aparecia ossos de um crânio limpo, sem a carne. O Doutor caiu de joelhos, mas River rapidamente usou a chave de fenda sônica na parte da frente da roupa, fazendo-o soltar o Doutor.

“Se afastem! Se afastem agora!” O Senhor do Tempo gritou alarmado.

A roupa espacial que era o Dave começou a dar passos para frente, em direção ao grupo.

“Ele não se move muito rápido, não é?” Professora Song disse um pouco ofegante.

“É um enxame na roupa.” Respondeu o Doutor, incrédulo. “Mas está aprendendo!” Sombras que saíam dos pés da coisa estavam se alongando em suas direções.

“O que faremos? Para onde vamos?” Sr Lux exigia.

“Está vendo aquela parede ali atrás de você?” River perguntou, tirando um dispositivo de seu quadril. “Se abaixe!”

“Arma de quadrado nulo!” Gritou o Doutor quando viu o formato da parede após o uso da arma.

“Como nos velhos tempos! Todo mundo pra fora! Vamos, vamos!” River ordenou. Passaram pela abertura da parede e pararam do outro lado. “Disse que não eram todas as sombras.”

“Mas pode ser qualquer sombra.”

“Hey, quem apagou as luzes?”

Compulsivamente, River pegou a mão do Doutor e correu. Todos a seguiram pelo corredor. Após uma longa corrida sem fôlego, todos estavam ofegantes. O Doutor estava tentando aumentar a potência das luzes.

“Tente aumentar a força. A luz não os detém, mas os atrasa!” Disse à River.

“Então, qual é o plano? Nós temos um plano?” Ela ativou sua chave de fenda sônica apontando para a lâmpada em que o Doutor estava trabalhando.

“Sua chave de fenda...” Ele disse lentamente. “É exatamente como a minha.”

“Sim. Você deu para mim.”

“Não dou minha chave de fenda pra qualquer um!”

“Não sou qualquer um!”

“Quem é você?”

“Qual é o plano?” River quis mudar de assunto.

“Eu teleportei Donna de volta à TARDIS.” Ele respondeu, mas frustrou-se com a mudança de assunto. “Se não voltarmos em cinco horas, o programa de emergência se ativa.”

“Isso a levará de volta pra casa!” River Song adivinhou. “Precisamos ligar a luz.”

“Ela não está lá.” Havia preocupação em sua voz. “Deveria ter recebido o sinal. Os sinais do console me avisam se houver uma falha de teleporte!”

“Talvez as coordenadas estejam trocadas. O equipamento é antigo.”

Rapidamente, o Doutor correu pelo final corredor onde tinha um daqueles robôs com rosto humano. “Donna Noble!” Ele exigiu. “Existe alguma Donna Noble na Biblioteca? Você tem algum programa para poder localizá-la?”

O rosto do robô se virou revelando a face de Donna dizendo: ‘Donna Noble deixou a Biblioteca. Donna Noble foi salva.’

O Doutor arregalou os olhos. “Donna!”

“Donna Noble deixou a Biblioteca. Donna Noble foi salva.” O robô repetiu.

“Como pode ser Donna? Como isso é possível?” River também se arregalou.

“Donna Noble deixou a Biblioteca. Donna Noble foi salva.”

“Hey, quem apagou as luzes?” O enxame-na-roupa surgiu de repente.

“Doutor! Precisamos ir!” Disse River com urgência puxando sua mão para uma nova corrida por suas vidas.

“Hey, quem apagou as luzes?”

“Donna Noble deixou a Biblioteca. Donna Noble foi salva.”

“Doutor, o que vamos fazer?”

Ele não respondeu. Agora todos estavam encurralados no corredor, a sombra de um lado e o enxame-na-roupa do outro, sem saída alguma.

Continua...


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