Lembre-me! escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 14
Capítulo 13




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Os minutos se passavam, mas pela primeira vez eu não dei importância à passagem do tempo. O tempo era apenas algo que consegue ser inconveniente quando quer. A chuva acima de nós ignorada, ainda que sentíssemos o frio por nossas roupas ensopadas. Frio? Não, eu não estava sentindo frio, não enquanto estava sendo fortemente abraçada por Edward. Eu podia ouvir com clareza nossos corações batendo acelerados, em sincronia. Nunca estivemos em tamanha sincronia agora. Embora meus olhos ainda despejassem lágrimas, meu choro foi se aquietando e pude respirar normalmente. Acredito que era isso o que Edward estava esperando, ele esperava que minha agitação se esvaísse. Quando por fim eu estava calma, meus braços pendiam na lateral do meu corpo, Edward reagiu. Ergueu-me do chão. Eu fiquei quietinha em seus braços, meu rosto na curvatura do seu pescoço, enquanto Edward me levava para casa.

Nenhum de nós disse algo enquanto seguíamos para o quarto de Edward. Eu sabia exatamente o que iria acontecer agora entre nós, mas não tive medo. Aliás, eu não consegui encontrar o medo em lugar nenhum. Não sei bem como Edward conseguiu entrar em seu quarto, não olhei. Assim que passamos pela porta e Edward desceu-me, ainda me mantendo presa em seus braços, ele exteriorizou o que queria o que eu também queria.

Senti sua respiração quente próxima ao meu ouvido e sua voz rouca sussurrar:

-Quero fazer amor com minha esposa agora. –Disse e um arrepio perpassou todo o meu corpo. Seus braços em minha cintura apertavam-me ainda mais contra o corpo de músculos rijos, o corpo de Edward. Eu assenti timidamente e fechei os olhos, entregue ao prazer ao sentir seus lábios roçando meu pescoço em beijos curtos, molhados.

Edward caminhou para a cama juntamente comigo, caímos em cima da mesma. Beijamos-nos calmamente enquanto nos arrastávamos para o meio do colchão. De joelhos em frente ao outro, nossos lábios colados num beijo intenso, Edward começou a retirar lentamente minhas peças de roupa encharcadas. Enquanto retirava as peças, fixou seus olhos cor de ocre em mim como que esperando por um protesto da minha parte. Eu nada disse, apenas o fitei ajudando-o a tirar alguma peça de roupa quando necessário. Edward deixou-me completamente nua e senti a vergonha me tomar, mas isso não me impediu de continuar. Meu coração batia frenético enquanto estendi as mãos e comecei a ajudá-lo a retirar suas roupas. Edward, assim como eu havia feito, apenas olhava-me despi-lo. As roupas foram jogadas no chão sem o menor cuidado.

Era estranho, constrangedor, estarmos nus diante do outro, mas também a melhor experiência de minha vida. Não nos tocamos de imediato quando nos livramos de nossas roupas. Ficamos de joelhos na cama, um de frente para o outro, nos olhando. Não trocávamos palavras, mas eu sabia exatamente o que Edward queria dizer com o seu olhar, estávamos mais conectados do que em qualquer outro momento de nossas vidas. Edward ergueu sua mão e tocou meu rosto afagando-o. Fechei meus olhos e inclinei meu rosto para a sua mão aceitando de bom grado aquele contato. Enlaçou-me pela cintura puxando-me para seus braços. Agradeci ao abraço, a chuça caia furiosa lá fora e o frio parecia perpassar as paredes; eu precisava de calor. As mãos de Edward acariciavam minhas costas de forma despreocupada e experimentei fazer o mesmo com ele, sentindo a musculatura de suas costas, seu corpo era um deleite para mim. Eu podia sentir sua respiração acelerada, os batimentos furiosos de seu coração, mas ainda sim Edward não agia com pressa.

Não sei por quando tempo ficamos apenas assim, abraçados nos tocando, os olhos fechados para melhor apreciar o momento, eu não me importaria de ficar para sempre daquele jeito sentindo a macies, o perfume e a temperatura da pele de Edward. Edward, como previ, agiu. Inclinou sua cabeça e beijou-me tão calmo, tão zeloso, tão cheio de amor que me senti derreter. Pouco a pouco seu corpo se inclinou fazendo-me deitar na cama com seu corpo cobrindo o meu sem, porem, sentir seu peso. Continuou a me beijar. Minhas mãos foram para sua nuca massageando-a, puxando seu rosto para mim. Quando senti que Edward abria minhas pernas com as suas, eu estaquei. Não, eu não iria impedi-lo, eu queria senti-lo dentro de mim, eu precisava senti-lo completamente, mas eu precisava avisá-lo de minha atual condição. Eu o empurrei levemente, só consegui afastá-lo por alguns centímetros.

-Edward... Eu... Eu sou... Bom eu... Eu sou meio que virgem. –Senti o rubor me tomar. Queria ser uma ema naquele momento e enterrar minha cabeça no chão. Pensei que Edward riria de mim, mas ele não riu, pelo menos não em tom de zombaria. Colocou sua mão em minha bochecha e afagou com meiguice meu rosto.

-Eu sei. Não se preocupe. No passado você foi a minha professora, ensinou-me tudo sobre o prazer, o amor... Eu irei ensiná-la agora. –Dizendo isso mordiscou minha orelha e passou a me beijar no pescoço, na clavícula, no ombro. Beijos curtos, porém intensos. Fechei os olhos e respirei aos arquejos enquanto sentia o caminho ousado dos lábios e mãos de Edward sempre descendo. Seus lábios se demoraram em meus seios, massageando-os com suas mãos.

-Edward! Ah! –Arfei.

-Shhh. Vou lhe dar prazer. –Edward murmurou e voltou o seu passeio com os lábios. Nenhuma parte foi esquecida. Meu corpo ficou tenso à medida que os lábios de Edward se aproximavam de minha feminilidade. Segurei fortemente os lençóis ao sentir sua respiração em minha virilha antecipando o que viria. Não errei. Edward beijou-me em minha feminilidade numa caricia ousada, como se estivesse me beijando. Meu arfar fora mesclado com gemidos e com a pronúncia débil do nome de Edward. Quando estava prestes a alcançar o ápice, Edward afastou-se continuando seu percurso com os lábios até meus pés. Quando ele cessou com os beijos eu abri meus olhos. Edward sorria um sorriso lindo, glorioso. Ele olhava para meu rosto, para meu corpo.

-Que foi? –Perguntei com a respiração falha.

-Não tenho pressa. Quero apreciar demoradamente você. Compensar o tempo perdido. –Encostou seu queixo em meu joelho.

Eu agi por impulso. Eu não queria esperar. Sentei-me e me lancei em seus braços beijando-o fervorosamente. Minhas mãos passearam em seu peito, seu abdômen. Edward gemeu alto quando toquei seu membro e jogou-me na cama, não com força, claro. Seu corpo cobriu o meu, seus braços me apertaram fortemente contra seu corpo. O atrito de nossos corpos nus provocou algo estranho em mim. Uma mão eu segurei fortemente seu cabelo puxando-o. Edward deixou meus lábios e, enquanto recuperava o fôlego, deu leves mordidinhas em meu pescoço. Sua mão passeou pelo meu abdômen até chegar a minha feminilidade.

Era uma loucura! Sentir sua língua explorando o interior de minha boca e seus dedos explorando minha feminilidade era algo sem precedentes. E quando eu estava no ápice da excitação Edward parava antes que chegasse lá, querendo prolongar o momento, querendo me torturar.

-Edward... Eu quero você dentro de mim. –Sussurrei em seu ouvido e isso pareceu desperta-lo. Edward colocou-se entre minhas pernas e me penetrou lentamente. Não senti dor, biologicamente eu não era mais virgem. E a vergonha, o pudor foi se dissipando à medida que Edward investia em mim. Edward entrelaçou minhas mãos nas suas colocando-as acima de minha cabeça, seus lábios impediam-me de gemer alto. Fiquei a mercê de Edward enquanto o mesmo, mostrando imensa criatividade, guiava-me para um mundo de sonhos utilizando nossos corpos nas mais diversas posições. Nossos corpos se entrelaçavam de modo complexo com o intuito de nos proporcionar prazer. Estranhamente Edward sabia o que fazer com meu corpo provocando mais e mais prazer.

Eu fiquei perdida naquele frenesi sem saber a quanto tempo estávamos no quarto, quantas vezes nós alcançamos o gozo juntos, quantas posições diferentes Edward me mostrou como um professor tentando passar todo o tipo de conhecimento a uma aluna e torná-la habilidosa. Ou talvez eu estivesse enganada e Edward não quisesse me ensinar, queria na verdade me proporcionar prazer, estar mais próximo de mim.

Eu puxei seu cabelo, o arranhei, mordi seu lábio e Edward não protestou. Edward me fez mulher naquele dia e eu sabia e sentia que não haveria ninguém além dele em minha vida. Pensar naquele homem tão bom que me dava uma segunda chance era algo tão intenso que me peguei chorando enquanto nos entregávamos à exaustão após o sexo.  A primeira vez em que dormi era dez e vinte e três da noite, dormi nos braços de Edward que parecia igualmente cansado.

Após dormir por algumas horas, despertei durante a madrugada sentindo um corpo cobrir o meu, seus lábios em meu corpo. Era Edward. Todo o cansaço se dissipou e voltei a me tornar a amante para resistir aos anseios de Edward. Puxei seu rosto para mim beijando-o enquanto sentia o ardor da excitação me tomar. Edward se uniu a mim sem muito cuidado como da primeira vez e eu o abracei guiando meu corpo contra o dele, fazendo o prazer aumentar. Ouvir os gemidos de Edward mesclados com meu nome foi maravilhoso. Quando chegamos juntos ao orgasmo os olhos de Edward estavam fixos nos meus. Edward deitou sobre meu corpo, sua cabeça no vão de meus seios.

Não sei que horas eram. Devia estar próximo do amanhecer. Eu havia cochilado um pouco com Edward em meus braços. Despertei sentindo as mãos de Edward tatearem meu corpo. Ele estava deitado de lado, sua mão acariciava meu corpo de forma despreocupada. Sorria para mim.

-Está cansada? –Perguntou. Ergui minha mão e toquei sua face.

-Se eu disser que não... O que vai fazer? –Sorri matreira. Eu sabia o que ele iria dizer, ou melhor, fazer. Edward inclinou-se e tomou meus lábios afoito. Seu corpo, meu corpo, preparados para o prazer. Ainda sim Edward fez questão de me estimular com seus lábios suas mãos até que eu estivesse pronta para recebê-lo. Não havia duvidas de que ele estava fazendo de tudo para que eu encontrasse o prazer sem se preocupar em encontrá-lo. Eu teria que compensá-lo por isso.

Após uma hora, deitada no peito de Edward, ele me deixou dormir.

...

Beijos eram depositados em minhas costas nuas. Abri meus olhos e os fechei devido à claridade da manhã. Eu estava deitada de bruços na cama. Sorri. Virei-me e encontrei os olhos calorosos de meu marido fitando-me.

-Eu poderia acordar desse jeito maravilhoso para sempre, sabia? –Disse erguendo minha mão e tocando a bochecha de Edward. Ele fechou os olhos ante o contato, pegou minha mão beijando-a na palma.

-Isso pode ser providenciado se desejar.

-Bom dia amor. –Murmurei e me ergui minimamente encostando meus lábios aos dele.

-Bom dia? Acho que seria mais adequado um “boa tarde”.

-Boa tarde? Que horas são? –Edward olhou para um ponto de sua mesa de cabeceira. Eu acompanhei eu olhar e vi o relógio. Era meio dia e quarenta e oito.

-MINHA NOSSA! Como pude dormir até tão tarde? Não é do meu feitio acordar nesse horário.

-Bella, amor, depois de tudo o que fizemos seria mais do que justo você acordar nesse horário.

-Não há problema para mim em acordar nesse horário Edward, mas e você? Não deveria estar na empresa.

-Deveria, mas decidi tirar um dia de folga. Liguei para o vice-presidente, ele vai assumir meus compromissos. É competente o suficiente para tal. Queria aproveitar o dia com você, ser o primeiro que você veria ao despertar, essas coisas. –Edward deu um meio sorriso lindo deslumbrando-me. Eu ri.

-Na verdade a primeira coisa que vi foi àquela mancha no seu carpete. –Disse brincalhona apontando para o lado direito do quarto. Edward riu. Inclinou-se e voltou a me beijar, o envolvi com meus braços. Subitamente meu estomago roncou. Natural. Eu estava sem comer desde a manhã do dia anterior.

-Parece que você está faminta. Vamos, Joel preparou um maravilhoso café antes de sair. –Edward levantou-se da cama e só então notei que estava vestido e banhado. Ele devia ter acordado cedo.

-Joel saiu? –Levantei com a ajuda de Edward e vesti o hobby que o mesmo oferecia para mim, o meu hobby. Edward não tirou os olhos de mim.

-Sim, ele e os demais empregados. Liberei todos eles esta manhã para que se divertissem por ai. –Edward tinha um sorriso matreiro no rosto. Eu sorri, mas estava confusa.

-Posso saber por que fez isso, senhor Cullen? –Disse caminhando até ele e abraçando-o.

-Por que quero aproveitar o dia inteirinho com minha amada esposinha sem ninguém para observar. –Inclinou-se ainda mais e beijou-me no pescoço. Eu arfei ante o contato e meu corpo automaticamente ardeu em chamas desejando ser possuída novamente por aquele homem. Edward afastou-se e pegou minha mão.

-Vamos comer agora. –Disse e saímos de seu quarto seguindo não para a sala de jantar, mas para a área externa da piscina. Joel havia preparado uma mesa magnífica cheia de guloseimas. Sentei em uma das cadeiras e fui logo me servindo. Edward sentou-se ao meu lado, olhava-me, uma mão brincava com as mechas do meu cabelo embaraçado.

-Não vai comer? –Perguntei servindo-me de suco.

-Já comi. Quer que eu coma mais uma vez só para fazer companhia para você? –Disse brincalhão.

-Poxa que pena que já comeu. Queria dar comida na sua boca como os casais incrivelmente românticos fazem. –Disse e Edward estacou. Eu estranhei sua reação, ele parecia muito tenso.

-Edward, o que foi? –Perguntei ignorando meu café e tocando-o no rosto.

-Não é nada. Bobagem minha. –Disse e tentou sorrir. Ele não me enganava.

-Edward, eu quero saber o que se passa na sua cabeça, o que o preocupa. Acho que agora, depois de tudo o que aconteceu, não deveria haver segredos entre nós. Fale-me. –Edward suspirou. Inclinou seu rosto para minha mão. Tinha um semblante triste.

-Você costumava dizer essa frase antes do acidente. –E quando ele disse isso eu soube. De alguma forma a minha memória estava voltando de forma gradativa. Antes eu não me importaria, ficaria até feliz, mas depois de saber a pessoa horrível que fui eu temia me lembrar. Eu também entendia o medo de Edward. Edward fora rejeitado por mim, humilhado. Ele temia que eu voltasse a fazer isso. Afastei-me dele e olhei para minhas mãos, apavorada.

-Bella, o que houve? –Ele me abraçou.

-Acha que se eu lembrar eu voltarei a ser aquela Bella de antes? –Perguntei com a voz embargada. Edward afagou minhas costas.

-Eu não sei meu amor, mas eu não acho que isso seja algo que deva se preocupar. Acalme-se.

-Eu não quero Edward. Eu não quero voltar a ser aquela pessoa. Eu preferiria tudo, até mesmo a morte, a fazer o que fiz com você no passado. –Cobri meu rosto com as mãos e comecei a chorar. Edward abraçou-me apertado e sussurrou em meu ouvido:

-Bella, não fique assim. Você não precisa se preocupar com isso. E não fale em morte, isso dói em mim. Eu não me preocupe, juro! Desde que você estava aqui comigo e com saúde eu não me importo!

-Mas eu me importo Edward! Eu nem sei como você conseguiu me perdoar. Ter o seu desprezo era o mínimo para poder compensar a dor que eu fiz você sentir. –Edward retirou minhas mãos de meu rosto e fixou meu rosto entre suas mãos para que eu pudesse olhá-lo. Ele parecia perdido em pensamentos, seus lábios abriram-se como se fosse falar algo, mas desistiu. Com um suspiro inclinou-se e beijou-me.

-Desculpe-me por falar bobagens. Vamos, termine de comer. Nós vamos sair.

-Sair? Para onde? –Perguntei tentando me acalmar. Edward sorriu.

-Vamos dar uma volta por ai.

Enquanto via Edward sorrir eu me esquecia e todo sofrimento que deveria sentir. Ele era meu Sol aquecendo-me e me impedindo de permanecer na escuridão.

...

-Sério que estamos indo para o cinema? –Perguntei enquanto via mais a frente, no final da avenida, o cinema.

-Sim. Hoje vamos fazer de tudo um pouco. Cinema, compras, parque de diversões. Esse tipo de coisa. –Edward dizia enquanto dirigia. Embora tivesse apenas um meio sorriso nos lábios. Eu sabia que ele reprimia a intensidade de sua felicidade bem como eu fazia. Estiquei minha mão no acento num convite para que Edward segurasse minha mão, o que ele prontamente fez.

Apenas sentir os seus dedos nos meus era o suficiente para despertar uma reação em cadeia em mim. Lembranças da noite que tivemos assaltavam minha mente. A vergonha se misturava a ânsia de que aquilo tudo se repetisse.

-Você está rubra! –Edward disse e ergueu nossas mãos para afagar minha bochecha. –Posso saber o que se passa em sua cabecinha linda?

-Hmmm... Nada não. –Murmurei um pouco sem graça. O que Edward pensaria de mim se eu dissesse que estou me lembrando de nossa noite? Pensaria que sou uma pervertida!

-Nada é? Você não me engana. Vamos, conte-me. Você me fez contar o que estava pensando durante o café, é sua vez agora.

-Eu estava me lembrando de tudo o que fizemos... Ontem, à noite. –Nem ousei olhá-lo. Estava vermelha como um pimentão.

-E é disso que tem vergonha? De admitir para mim que estava pensando na noite de ontem. Bella, amor, isso é normal. Eu por exemplo não paro um minuto sequer de lembrar. –Disse enquanto mantinha a expressão serena. Eu não conseguia me acostumar com a sua naturalidade em falar sobre o assunto, devia ser por que eu ainda estava com a mente pura.

-Você realmente é virginal. Adoro essa nova faceta de você. É definitivamente a realização de um sonho para mim. Eu sempre quis ser o seu primeiro e agora tenho esse privilegio.

-Hmmm... Edward. Será que podemos falar sobre isso em casa? Eu ainda não me acostumei.

Edward riu. Beijou-me na bochecha e continuou a dirigir.

-Melhor nos apressarmos se não perdemos o filme. Não que eu ligue para isso. –Piscou para mim.

...

-Edward, quer mesmo assistir esse filme? –Perguntei enquanto eu o via se aproximar do balcão e comprar os ingressos de um filme sobre a vida de um cantor espanhol qualquer. Pela sinopse do filme eu o descreveria no mínimo como um tédio total. Edward sorriu enquanto pagava as entradas.

-Acha mesmo que eu escolheria um filme que prendesse sua atenção? Nem pensar! Suas atenções deverão ficar voltadas apenas para mim. –Edward puxou-me pela mão para a sessão do cinema. Eu ri abertamente ao entender.

O Edward que eu conhecia era sério, tristonho. Como se toda a sua juventude, juventude esta que um rapaz de vinte e um anos como ele deveria ter, tivesse se exaurido antes do tempo. Agora ele estava diferente. Estava tão alegre e tão otimista! E era eu a proporcionar essa mudança boa, isso me enchia de satisfação.

Ao adentrarmos a sessão notei que não somente esta estava quase vazia como a maioria de seu publico eram casais.

-Nossa, por que só tem casais aqui? –Perguntei a ele enquanto seguíamos para os fundos da sala.

-Você vai ver quando apagarem as luzes. –E notei o sorriso matreiro em seus lábios. Mas não importava o que Edward estivesse tramando, eu aceitaria de bom grado. Sentamos um ao lado do outro, Edward colocou seu braço em meu ombro puxando-me para mais perto.

Assim que as luzes se apagaram vi os casais se aproximarem, ignorando completamente o filme. Eu não sabia exatamente o que aqueles casais estavam fazendo, mas tive a impressão de que não queria saber. Senti os lábios de Edward em meu cabelo e fiquei rígida.

-Edward, eu sei que nós avançamos muito no nosso relacionamento, mas não acho eu esteja pronta para fazer amor em um local público. –Disse e ouvi a risada de Edward.

-E quem disse que a trouxe para cá para isso? Não é por que estamos cercados de casais cheios de feromônios que precisamos agir como eles. –Eu olhei seu rosto com um sorriso cheio de segundas intenções.

-É nós não precisamos fazer “aquilo”, mas também não precisamos ficar parados. –Edward captou rapidamente minha mensagem, puxou-me para seus braços e beijou-me. Naquele momento em que seus lábios estavam movendo-se junto com meus lábios e suas mãos seguravam-me contra seu corpo, eu me esqueci que estávamos em uma sessão de cinema.

Foi mais fácil do que eu previa me deixar levar, deixar que Edward me guiasse, mas Edward não passou dos limites. Ainda sim foi bom. Eu me sentia normal, longe dos problemas da minha complicada vida, sendo apenas Bella, mulher de Edward. E parecia que o mesmo estava ocorrendo com Edward. Durante todo o filme curtimos apenas o outro. E parando para pensar nós tínhamos nos beijado naquele dia mais do que todo esse tempo desde que despertei do meu coma, talvez até desde que estávamos casados.

Ficamos tão absortos que quando nos tocamos o filme já havia acabado. Sorrimos com aquilo.

-Você se lembra do que era o filme? –Perguntei enquanto reprimia o riso.

-Acho que era um documentário sobre pandas. –Edward disse divertido.

-Não, não era um documentário! Acho que era um filme de artes marciais ou coisa parecida.

-Apesar de não termos visto o filme... Gostou da sessão? –Edward perguntou.

-Gostei sim. Melhor do que assistir qualquer filme. –E minhas palavras fizeram sua mágica. Edward ficou radiante com o que eu disse.

-E então o que faremos agora? –Perguntei.

-Compras. –Edward disse apertando levemente minha mão.

...

-E então? O que achou? –Edward perguntou enquanto saia do provador, estávamos na sessão masculina de uma boutique. Fingi avaliá-lo atentamente, Edward vestia uma camisa preta simples colada em seu dorso lindo, calça jeans preta e tênis. Um look bem casual, mas lindo de qualquer forma. Levantei da poltrona em que estava sentada e me aproximei. Envolvi o pescoço de Edward com meus braços e o beijei.

-Está lindo. Parece o vampiro Damon, do seriado Vampire Diaries. –Disse. Edward inclinou-se me beijando na testa.

-E desde quando você vê seriados hein? –Perguntou com bom humor.

-Desde que zapeei a televisão e vi um cara bonito. –Adorei vê-lo fechar a cara. Ele ficava lindo com ciúmes.

-Não quer comprar algo para você? –Perguntou fugindo do assunto de caras bonitos que encontrei na televisão.

-Edward, eu tenho muita roupa em casa, algumas que ainda tem etiqueta. Não preciso de roupa.

-Mas eu queria comprar algo para você. –Edward disse muxoxo.

-Edward, amor, não precisa comprar nada.

-Se eu comprar algo para você, você promete que irá usá-lo para mim? –Edward perguntou e havia algo em seu olhar, algo hipnotizante.

-Tudo bem. –Disse. Vi Edward caminhar até a área intima para mulheres da boutique e olhar atentamente as peças de lingerie expostas. Estaquei ao entender o que Edward iria escolher e fiquei assustada ao ver a peça escolhida por ele: um conjunto rendado de calcinha e sutiã azuis. As peças além de serem rendadas - o que certamente as deixava transparente em alguns pontos - eram minúsculas. Eu arfei.

-Edward, você não acha que esse negócio está muito pequeno? –Murmurei ao chegar próximo a ele. Edward riu.

-Bella, amor, eu já vi e toquei todas as partes do seu corpo. Para que ficar acanhada?

E ele tinha razão. Era ridículo eu reagir assim. Eu bufei e fingi estar aborrecida, mas não o enganei.

-Tudo bem. –Disse. Edward ficou radiante como uma criança tendo um desejo atendido. Era tão fácil agora fazê-lo feliz! Olhei envolta enquanto Edward voltava para o provador para vestir suas roupas. Localizei o espaço de peças intimas para homens. Sorri. Se Edward podia comprar algo para que eu usasse para ele, eu bem que poderia comprar algo e fazê-lo usar para mim. Aproximei-me do local e olhei atentamente as peças intimas. Avistei algumas cuecas Boxer lindas e lembrei-me de como era o corpo de Edward apenas para ter alguma idéia do que ficaria bem nele. Qualquer coisa ficaria bem, conclui e senti meu rosto pegar fogo enquanto eu pegava uma das peças. Enquanto procurava algo para que Edward pudesse usar, notei uma peça no mínimo curiosa. Reprimi fortemente a vontade de rir. Era uma cueca em forma de elefante. Não tive duvidas em pegas o modelo e comprá-lo antes que Edward saísse do provador. O coloquei em minha bolsa. Edward saiu do provador instantes mais tarde com as roupas que levaria para ele e a peça intima que escolheu para mim. Nem queria imaginar a cara que ele faria quando revelasse o que comprei a ele, certamente Edward faria uma cara cômica de desagrado.

-Que foi? –Perguntou olhando atentamente meu rosto. Dei de ombros.

-Nada. Estou com um pouco de fome, só isso. –Disse ainda tentando reprimir a vontade de rir.

-Vamos diretamente para um restaurante comer. Deixe-me pagar as compras. –Ergueu nossas mãos entrelaçadas beijando a costa de minha mão.

...

O restaurante era opulento, a comida saborosa. Já havíamos degustado da entrada e do prato principal, agora esperávamos a sobremesa. Edward sentou bem próximo de mim, brincava com meu cabelo.

-Então agora que eu descobri meu pior lado... Não há nada para esconder de mim, certo? –Disse. Edward pareceu cauteloso agora.

-Por que diz isso?

-É que queria saber tudo sobre você, ou melhor, sobre nós. Pode contar? Desde o inicio? –Pedi fazendo carinha de cachorro pidão. Edward parecia aborrecido com o tema que escolhi para conversarmos. Eu suspirei.

-Vamos lá Edward eu já descobri a vadia interesseira que era. Pior do que isso não pode haver. –Edward colocou seu dedo indicador nos meus lábios.

-Não fale isso. Não se diminua. –Pedi com premência na voz.

-Não estou me diminuindo. Só estou dizendo a verdade. –Retirei seu dedo indicador dos meus lábios.

-Se eu disser você pára com isso?

-Tudo bem.

Edward olhou para frente, parecia pensar no que diria. Edward subitamente sorriu. Virou-se para mim, passou seu braço em meu ombro puxando-me para mais perto.

-Eu vi você pela primeira vez quando tinha cinco anos. Estávamos em uma festa promovida pela minha família. Você estava linda, como uma princesinha, num vestidinho azul anil. Quando coloquei os olhos em você eu não consegui enxergar mais ninguém.

O garçom apareceu com nossos pedidos, mas isso não nos interrompeu. Não interrompeu nossa bolha de felicidade.

-Ficamos amigos, do tipo que brinca junto enquanto os adultos discutiam economia e política. Tudo era mais divertido com você por perto. Eu só participava de eventos promovidos pela minha família quando você estava lá. Você me via como amigo e deixou isso claro, mas eu sempre a vi como aquela que eu desejava que fosse minha esposa. Eu esperei e durante minha espera eu me envolvi com outras mulheres, mas nunca consegui fazer sexo com elas. Eu sabia que você seria minha, eu rezei para que você me notasse.

-E como eu o notei Edward?

-Foi difícil para sua família quando o patriarca faleceu. Eu me aproximei e ofereci conforto. Você o aceitou, aceitou meu conforto, meus beijos, meu amor. Em pouco tempo nos casamos.

-Eu me casei com você por que eu precisava da ajuda de sua família para comprar a empresa de meu pai. Diga-me Edward, eu comecei a tratá-lo mal logo no inicio do nosso relacionamento?

-Você não me tratou mal Bella. É só que... Olha, não vamos falar mais sobre isso. Tudo bem?

Edward não gostava de falar daquela época, ele sofria com isso. Eu não queria mais causar sofrimento a ele.

-Tudo bem. Vamos à sobremesa. –Disse dando atenção ao doce.

-Aonde vamos depois daqui? –Perguntei.

-Ao parque de diversões. O que acha amor?

-Ótima idéia querido.

...

Eu estava no paraíso. Ao lado da pessoa que amava desesperadamente, curtindo nossa juventude perdida. Eu queria que aquele dia durasse para sempre! Sempre ser beijada e abraçada por Edward. Sempre segurar sua mão. Sempre ouvir sua voz dizendo coisas doces, seus olhos em mim. Eu já não conseguia dissociar minha vida da dele. O melhor de tudo é que Edward correspondia aos meus sentimentos, inúmeras vezes ele provou que me amava.

Olhávamos a paisagem fora da cabine da roda gigante. Tudo ao nosso redor estava escuro, a não ser o brilho mortiço das estrelas. Eu estava sentada no colo de Edward, minha cabeça repousava em seu ombro, seus braços envoltos de mim protetores. Seu queixo estava pousado em minha cabeça.

-No que está pensando? –Edward perguntou quebrando o silencio.

-Hmmm... Estou pensando em como é bom estar aqui desse jeito. Em como quero que as coisas entre nós fiquem assim sempre, ou melhorem, se isso for possível. Os braços de Edward se estreitaram a minha volta e senti que ele beijava meu cabelo.

-Você não tem idéia do quanto eu rezei para que as coisas ficassem desse jeito. Deus mostrou-se misericordioso afinal.

-Eu sinto muito por tudo o que fiz você passar. Você me perdoou? Mesmo? –O olhei. Edward olhou-me com tanto amor!

-Não há o que perdoar. Vamos deixar o passado no passado. Vamos viver o agora. –Beijou-me na testa. Enterrei meu rosto em seu pescoço beijando-o naquele local. Senti que a roda gigante parava.

-Vamos para casa. Vamos fechar nossa noite com chave de ouro. –Edward sussurrou contra meus lábios. Sorri sentindo a ânsia da expectativa. Saímos de mãos dadas em direção ao carro.

Eu me sentia bem com Edward, ainda mais quando via os olhares de cobiça que quase todas as mulheres lançavam para ele. A avareza crescia enquanto eu as via me olhar com inveja para mim.

-Que foi? –Edward perguntou, deve ter percebido que meu bom humor estava se esvaindo.

-Essas mulheres olhando para você... Eu não gosto! –Disse e estaquei. Não queria me impor dessa forma para Edward. Para a minha surpresa Edward parecia incrivelmente feliz com meu pequeno ataque de ciúmes.

-Não acredito! Está com ciúmes?

-Claro que eu to! Você é meu marido afinal! –Disse e Edward riu, mas não em um tom de zombaria.

-Estou deliciado com isso. Mas sabe que não precisa disso. Eu só tenho olhos para você. –Edward puxou-me para o circulo de seus braços e fiquei ali por alguns minutos.

-Vamos? Tem aquela peça intima que quero que você use pra mim. –Edward sussurrou em meu ouvido mordiscando-o. Eu senti o arrepio perpassar meu corpo.

Edward sabia como me fazer esquecer a vergonha e ansiar pela luxúria que ele me proporcionava.

...

Saímos do carro. O silencio na mansão indicava que os empregados ainda não haviam retornado. Edward pegou as sacolas de suas compras e sai carregando apenas a minha bolsa. Para a minha surpresa, ele não seguiu para o interior da cama. Deixou a sacola de qualquer jeito no chão da garagem ao lado do seu carro. Virou-se para me olhar. Sorria.

-Que tal um banho noturno de piscina? A noite está bela e a água deve estar morna.

-Tudo bem, mas eu vou precisar subir e trocar minhas roupas por uma peça de banho e... –Edward se aproximou, retirou minha bolsa do ombro deixando-a no chão e pegou-me nos braços.

-EDWARD! –Protestei, mas meu protesto não foi o suficiente para pará-lo. Edward me olhava com humor enquanto caminhava comigo em seus braços em direção a piscina. Não demorou a chegarmos lá. Edward parou, sorriu para mim e então correu comigo em seus braços. Tudo foi tão rápido que não tive tempo de gritar. Caímos de roupa e tudo na piscina e bem como Edward previu a água estava morna. Quando submergi junto com Edward, esbravejei.

-Edward! Não poderia esperar eu trocar de roupa? –Disse enxugando o rosto com as mãos. Ao abrir meus olhos eu o vi a centímetros de mim. Edward tinha os olhos voltados para os meus embargados pelo desejo. Seus lábios estavam entreabertos e a respiração saia rápida. Edward enlaçou-me pela cintura e beijou-me na testa, na ponta do nariz, nas duas bochechas. Eu me senti entorpecida demais com suas caricias. Seus beijos migraram para meu pescoço acompanhados de leves mordidinhas. Eu arfei, fechei os olhos e me deixei levar. Um barulho nos despertou. Abri os olhos, atordoada, e vi que havia ao longe uma iluminação estranha.

-Parece que os empregados chegaram. –Edward disse aborrecido. Eu também estava aborrecida. –Vamos continuar com isso em nosso quarto. –Disse e piscou para mim. Não pude conter o riso. Edward ajudou-me a sair da piscina, conseguimos entrar na casa e seguir para nossos quartos sem sermos detectados. Levávamos nas mãos as compras daquela tarde. Ao chegarmos diante do meu quarto Edward subitamente abriu a porta puxando-me consigo. Prensou-me na parede e beijou-me com vigor. Correspondi à altura seu beijo envolvendo-o pelo pescoço com meus braços. Era algo sem precedentes sentir Edward em meus braços, em minha língua. Meu corpo subitamente estava em chamas e eu precisava de Edward dentro de mim. Certamente nossas caricias teriam rumado para o sexo se não tivéssemos sido interrompidos pelo barulho estridente do meu celular.

-Droga! –Grunhi separando-me de Edward e caminhando até minha bolsa.

-Deixe tocar Bella.

-Preciso atender. Pode ser minha mãe. –Peguei o celular e vi o número, era desconhecido.

-Alo? –Disse e esperei. Não demorou ao outro lado se manifestar.

-Ah até que enfim atendeu o seu celular gatinha. E ai? Como está? Nós precisamos conversar. Sabe, você destruiu o único filme pornô caseiro que eu tinha com você. –Era James. Eu estaquei de espanto. Será que ele seria um constante tormento na minha vida?

-Bella, quem é? –Edward perguntou e pareceu confuso ao ver minha expressão facial. –Me de o telefone. –Pediu estendendo a mão para mim. Desliguei o celular. Fitei o chão.

-Quem era? –Edward perguntou e notei que parecia estressado.

-Ninguém. –Murmurei. Edward não acreditou em mim.

-Era o James eu suponho. –Edward disse, sua expressão facial lívida. Eu assenti, não poderia mentir para ele. Edward perceberia. Com um suspiro Edward falou:

-Deixemos ele Para lá. –E assim sendo sorriu. –Acho que deseja um banho. Eu vou esperá-la em nosso quarto e... –Edward pegou a sacola de compras tirando algo azul que logo reconheci como o lingerie que ele comprou para mim. –Eu gostaria que você usasse hoje meu presente. –Sorriu. Lembrei-me do que eu havia comprado, fui até minha bolsa deixando o celular em cima da cama e peguei um embrulho.

-Comprei isso pra você. Gostaria que usasse também. –Disse reprimindo fervorosamente a vontade de rir. Edward pegou o pacote e pareceu satisfeito pelo presente.

-Bom, se é assim tudo bem. –Ele se aproximou e sussurrou em meu ouvido:

-Espero ansiosamente que vá ao meu quarto, senhora Cullen. Vou lhe dar muito mais prazer do que ontem. –Mordiscou minha orelha e saiu do meu quarto. Meu corpo pegava fogo literalmente. O frio pelas roupas molhadas que vestia totalmente esquecido. Caminhei tremula até o banheiro. Tomei um demorado banho concentrando-me em estar limpa e perfumada para ele. Me peguei rindo enquanto pensava em como Edward reagiria se visse a peça intima que havia comprado para ele. Tinha quase certeza de que ele não iria vestir. Por fim sai do banheiro e peguei a peça comprada por ele. A vergonha só me abateu quando eu me olhei no espelho e contemplei o todo.

-Que coisa pequena! Isso não é uma calcinha, são só alguns fiozinhos! –Grunhi me sentindo uma idiota com as peças. Poderia ser até algo sexy em primeira instancia, mas o meu jeito desengonçado transformaria tudo numa grande piada. Vesti meu hobby preto de seda por cima e caminhei até o quarto. Edward devia estar pronto pelo tempo em que estive tomando banho. A porta do seu quarto estava entreaberta. Ouvi a voz de Edward alta, parecia conversar com alguém. Abri um pouquinho à porta e o vi de costas para mim, vestia um hobby preto de seda. Estava no celular.

-Dê um jeito naquele bastardo! Eu não o quero incomodando novamente mulher! Mas não o mate, eu não quero problemas. –Edward disse e tive a impressão de que falava com alguém para dar cabo de James. Eu me afastei da porta horrorizada. Fui para meu quarto silenciosamente. Teria eu interpretado mal? Não, eu não havia interpretado mal. Mas o que significava isso? Sentei em minha cama sentindo-me desorientada. Edward nunca se mostrou violento, mas agora...

Algumas batidas me tiraram de meu devaneio.

-Bella? Está viva amor? Está pronta? –Edward perguntava e sua voz indicava diversão.

-Não eu... Espere-me no seu quarto, está bem? –Pedi tentando me acalmar. Eu ainda estava digerindo o que ouvi.

-Tudo bem. Não me deixe esperando muito. –Ouvi seus passos se afastaram e caminhei para o banheiro. Lavei meu rosto. Era bobagem deixar o que ouvi estragar tudo. Eu não iria deixar nada atrapalhar o final do meu dia perfeito com Edward. Respirei fundo, duas vezes, e sai desligando a luz e fechando meu quarto.

Ainda permaneci tensa enquanto seguia para o corredor, mas ao ouvira música que vinha do quarto de Edward eu me senti relaxar. Entrei timidamente no quarto. Edward estava em frente ao som de ultima geração. Virou-se e me olhou de forma especulativa.

-Hmmm... Você está usando o meu presente. Não consigo ver com você coberta com esse hobby. –Ele disse e, enquanto seus lábios assumiam um sorriso malicioso, veio em minha direção. Baixei a cabeça, rubra. Edward, com seus dedos, ergueu meu queixo e me encarou.

-Me concederia esta dança? –Pediu. Impossível não reagir a ele.

-Claro. –Disse. Edward colocou meuás braços envolto do seu pescoço e suas mãos em minha cintura. Guiou-me para lá e para cá, seus olhos fixos em mim. Com o passar dos segundos eu deitei minha cabeça em seu peito.

-Que música é essa? –Perguntei fechando os olhos.

-“No sound but the Wind” da banda EDITORS. –Ele sussurrou.

-É muito linda. –Disse enquanto deixava Edward me guiar.

-É uma das minhas músicas preferidas. Ela me lembra você. Aliás, todas as músicas bonitas que ouço me lembram você.

-Queria poder me lembrar de algo que me lembrasse você. Uma música, sei lá. É triste você ter recordações minhas, músicas que lembram a mim e eu não. –Comentei aborrecida. Edward afastou-se. Automaticamente olhei para ele.

-Nunca é tarde para começarmos a criar vinculo. Podemos criar a partir de agora. –E dizendo isso Edward inclinou-se e beijou-me a principio calmamente, mas à medida que a música terminava, seu beijo foi ficando mais e mais intenso. Edward encostou-me na parede e instintivamente passei minhas pernas pelo seu quadril. Seus beijos migraram para meu pescoço enquanto suas mãos apertavam minha cintura. Arfei sentindo minha pulsação acelerar e respiração ficar entrecortada. Edward levou-me presa ao seu colo até a cama, deitou-se comigo por baixo e voltou a me beijar. Seu corpo não estava completamente colado ao meu e uma de suas mãos trabalhavam no meu hobby abrindo-o. Sentei-me para retirar o hobby. Edward sentou-se retirando o seu hobby enquanto contemplava meu corpo.

-Como eu imaginei que ficaria, está linda com esse lingerie. –Disse e então vi que Edward usava uma cueca Boxer preta e não a cueca que eu havia comprado para ele.

-Ah, assim não vale! Você não está usando a peça que comprei com tanto carinho para você! –Brinquei fingindo desapontamento. Edward me olhou assustado.

-O que? Você quer mesmo que eu use aquele negocio? –Perguntou. Eu assenti e isso pareceu deixá-lo apavorado. –Bella, não pode estar falando sério.

-Eu estou. Poxa Edward eu estou usando o seu presente. Por que não usa o meu?

-Por que ele é no mínimo constrangedor. –Vi Edward corar e eu não pude mais segurar a risada. Ele ficava tão fofo constrangido!

-Vai amor, veste pra mim! –Pedi com carinha de cachorro pidão. Era incrível como agora o pudor parecia ter desaparecido sendo que era apenas a segunda vez que me encontrava em uma situação tão intima com Edward. Ele suspirou derrotado e levantou-se indo para o seu banheiro. Fiquei sentada na cama, quietinha, esperando por Edward. Vi o seu celular em cima da mesa de cabeceira. Lembrei-me da ligação e pensei em pegar o celular e ver qual o número que Edward havia discado, mas resolvi deixar para lá. Eu não queria bancar à paranóica agora. Após poucos minutos Edward estava de volta, coberto com um roupão. Ele estava vermelho como um pimentão e claramente nada contente com a situação. Virou-se de costas e retirou o roupão.

-Eu devo mesmo amar você para usar algo tão ridículo! –Murmurou. –Não vale rir. –Edward virou-se e fiquei paralisada ao vê-lo. Realmente era cômica a cueca de elefante, qualquer um riria aos berros daquilo... Não eu. Dei um meio sorriso e disse baixinho, mas alto o suficiente para Edward ouvir.

-Você fica lindo de qualquer jeito, sabia? Pergunto-me como eu não aproveitei tê-lo como meu marido desde o inicio, mas... Temos muito tempo para compensar o tempo perdido, não é?

Edward estreitou o espaço entre nós e num átimo me beijou.

Quando estava nos braços de Edward eu me esquecia de tudo. Tudo.

Seus lábios, sua mão, seu corpo...

Naquele momento eu não era Isabella, ou Bella, ou a mulher sem memória tentando viver uma vida desconhecida. Eu era apenas e somente uma parte de Edward que se encaixava com perfeição em seu corpo.


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Notas finais do capítulo

Próximo poste vai demorar um pouco por que eu ainda não terminei. Essa fic agora está com o mesmo numero de postagens do local onde eu a posto originalmente então postagens serão excassas. vamos deixem reviews e enquanto não posto leiam meus outros trabalhos (basta escrever meu nome jack-chan na barra pesquisar) o/
Obrigada pelos rewies. ah colaborem com minha popularidade o/