— Jake, não me peça isso, por favor. Eu te amo e você sabe disso. – eu pedi.

— Mas esse amor não é o suficiente pra você ficar comigo, não é mesmo? – perguntou ele me olhando bem fundo nos olhos. – Eu te amo, Rose. Sempre te amei e você sabe disso.

         - Me desculpe, Jake. Eu não queria que você ficasse assim, ainda mais por minha causa. – eu falei com a voz triste. – Mas a gente não consegue mandar no nosso coração.

         - É, a gente não consegue. – ele disse antes de tirar minha mão de seu rosto e sair do apartamento. Senti as lágrimas se aglomerarem nos meus olhos, enquanto eu olhava para a porta clara.

         - Mas que droga! – eu gritei furiosa e dei um murro na parede. Eu odiava ter que magoar Jake. Ele era meu melhor amigo, sempre estivera ao meu lado e agora eu fazia isso com ele... Ele não merecia isso, não mesmo. E eu não merecia o amor de Jake. Ele que sempre só quis o meu bem e eu o magoava desse jeito. Como você é idiota, Rosalie! Idiota!

         — Rose, fique calma. Respire. – eu olhei para o lado e vi que a baixinha havia se aproximado de mim silenciosamente. – Me desculpe pelo que eu disse antes. Não sabia que isso a dar tanto problema pra vocês. – ela se desculpou. Naquele momento eu estava muito afim de xingar Alice, mas ela não tinha feito por mal, afinal ela não sabia de nada e ela era minha melhor amiga. A culpa não era dela, era minha.

         - Tudo bem, Allie. O Jake saiu, deve voltar logo. Vou me arrumar, antes que o Emm volte. – eu falei andando em direção ao meu quarto.

         - Tudo bem. – ela sussurrou.

Eu me arrumei, e já estava na hora e nada de Emmett chegar. Resolvi ir esperá-lo lá em baixo. Peguei minhas coisas e desci. Ao chegar na frente do prédio vi Emmett e Jacob.

— Quero você longe dela! Entendeu? – gritou Emm para Jake.

— Ela não é sua propriedade! – Jake gritou em resposta. Pelo pouco da conversa que escutei, deduzi que eles estavam falando de mim. E por que outro motivo, aliás, eles poderiam estar brigando?

— Ei, parem vocês dois. Agora! – eu disse quando vi Emm avançando na direção de Jake.

Pdv Emmett.

Eu parei o carro na frente do apartamento de Rosalie e quando desci de meu Jipe encontrei aquele primo irritante dela. Eu tinha decidido ignorá-lo, mas o garoto veio na minha direção com um cara estranha e me deu um empurrão.

— A culpa é toda sua, seu idiota! – o otário me acusou. Eu não tinha ideia do que ele estava falando.

— Do que você esta falando, seu imbecil? – perguntei, ele me olhou cinicamente.

— Como se você não soubesse! – disse ele – Você, seu desgraçado! Eu e a Rose estavamos muito bem, muito melhor do que bem, antes de você querer dar uma de amiguinho apaixonado e estragar tudo! – ele disse, quase explodindo de tão irritado. Eu tive vontade de socar aquele maluco, mas isso com certeza ia chatear a Rose, então me segurei.

— Se as coisas estivessem assim tão bem para vocês, ela não estaria comigo, você não acha, Jacob? – eu perguntei, sabendo que jogar aquilo na cara dele, seria ótimo. – Olha aqui, eu não quero brigar com você.

— Ela está com você, mas é comigo que ela dorme! – ele disse com um ar de superioridade. Eu cerrei meus punhos, a raiva se espalhando pelo meu corpo enquanto eu pensava se seria melhor socá-lo na cara ou arrastar sua cara no chão. Não. Emm, calma. Pense na Rose, eu pensava comigo mesmo, tentando me acalmar.

— Quero você longe dela. – eu disse com os olhos semicerrados. – Entendeu?

— Ela não é sua propriedade! – ele gritou pra mim. Que se dane! Eu ia bater nesse idiota até todas as tripas dele saírem pelo nariz. Eu avancei na direção do magrelo, com o punho já fechado para meter na cara dele, quando eu ouvi uma voz facilmente reconhecida gritando.

— Ei, parem vocês dois! Agora! – Rose gritou. Eu parei e olhei para ela. Jacob fez o mesmo. – O que vocês pensam que estão fazendo? – perguntou ela. – Isso aqui não é uma luta livre, e eu não sou nenhum prêmio pra vocês ficarem aí brigando pra ver quem me ganha, entenderam? – ela falou com um toque de irritação na voz.

— Eu não estava fazendo nada. Esse idiota aí é que começou a brigar. A culpa é dele. – eu me defendi.

— Não importa quem começou. Vocês não são crianças, não se comportem como duas enquanto brigam para ver quem vai ficar com o melhor carrinho.

— Foi ele. – eu resmunguei. Rose olhou para Jacob e sua expressão era triste.

— Jake... – ela disse enquanto caminhava até ele. Como assim? O ridículo começa a briga e ela vai lá ficar com ele? Respirei fundo para me acalmar. Eu não podia perder o controle.

— Por favor, por favor! Não fique assim. E não me force a escolher, Jake. Não me faça escolher. – ela parecia implorar para ele. – Eu amo os dois, Jake, e não quero magoar ninguém.

Então Rose me amava. Ela não havia dito aquilo bem diretamente, e pra mim, mas não fazia diferença. Ela disse que me amava! Eu entrei em um estado de felicidade inconsciente quando ela disse aquelas palavras. Parecia que elas haviam chegado como um calmante em mim.

— Nós podemos conversar mais tarde? – ela pediu ao cara.

— Tudo bem. – ele respondeu. Já parecia mais calmo agora também. Grande idiota. Ele entrou no prédio e Rose suspirou, depois veio ao meu encontro.

— Oi. – ela disse

— Oi. – eu respondi e dei um beijo nela. Beijar Rosalie era provavelmente o ponto alto do meu dia, o beijo dela era incrível.

— Não quero mais você brigando com o Jake, tudo bem? – ela me pediu depois que nos separamos, as mãos em meu pescoço.

— Ele começou. – eu me defendi de novo depois de suspirar.

— Não importa quem começou, Emm. Não quero que isso aconteça de novo, ok? Você me parece bem grande para entender isso. – ela falou enquanto entrava no carro e eu dei um meio sorriso de lado. Quando chegamos no colégio e saímos do carro, me lembrei de uma coisa.

— Hm, que história é aquela de você estar dormindo com o Jacob? – eu perguntei.

— Como é? – ela perguntou visivelmente surpresa.

— Ele falou que você dorme com ele e bom, isso não me parece...

— Eu só durmo no mesmo quarto que ele, nada mais do que isso. – ela disse me interrompendo.

— E porque ele não dorme no mesmo quarto que a Alice? – eu perguntei.

— Porque ela é um garota comprometida. – Rose respondeu numa voz zombeteira depois de dar um risadinha. Eu não entendi a risada.

— Se for por isso, por que ele dorme com você então?

— Não deveria?

— Eu acho que não.

— Por que? Eu, por acaso, sou uma garota comprometida agora? – ela perguntou com uma risada.

— Você gostaria de ser um garota comprometida? – eu respondi com outra pergunta.

— Isso é um pedido de namoro? – ela ergueu uma sobrancelha enquanto falava.

— É, eu acho que sim. – eu respondi. E eu, tecnicamente, tinha mesmo a pedido em namoro, eu acho.

— Bom, esse foi exótico! – ela disse com um sorriso no rosto. – Ninguém nunca me pediu em namoro com essas palavras antes e em uma biblioteca.

— Ah, qual é! Você adora bibliotecas e ainda foi no lugar que a gente se conheceu! Esse é o melhor pedido de namoro que você já ouviu. – brinquei, sorrindo enquanto ela ria.

— Sim. – ela respondeu. E eu não soube se ela estava respondendo a pergunta, ou concordando comigo. Por que ela gostava tanto das respostas vagas? Eu esperei e ela por fim falou. – Sim, eu quero ser comprometida! Quero ser sua namorada! Quero ser sua! – ela sorriu contente e eu também não consegui reprimir o imenso sorriso que se formava em meus lábios. Eu a agarrei e lhe dei um beijo voraz e cheio de paixão.

— Eu te amo, Rose. – eu disse ternamente e com sinceridade. Depois de Reneesme eu nunca mais tinha conseguido dizer um “eu te amo” sincero para outra garota, mas as palavras quase saíram gritadas quando eu as proferi, especialmente depois de tê-la ouvido dizendo que me amava. Ela sorriu delicadamente.

— Eu te amo, também. – ela falou. – Mas você já sabe disso, com certeza.

— Eu não me importo se você quiser me lembrar disso várias vezes. – eu respondi e sorri. Ela me deu outro beijo demorado e eu pude sentir algo diferente naquele beijo. Algo que eu não conseguia explicar. Eu senti amor.

Então, depois de muito tempo, eu me senti feliz e completo. Como se tudo estivesse perfeito, nada fora do lugar. E para mim, estava mesmo tudo mais que perfeito.

PDV ALICE.

Eu estava no apartamento, Rose havia saído e Jake tinha sumido desde mais cedo. Eu estava uma pilha de nervos por causa da confusão que eu tinha arrumado. Alice, sua idiota, eu pensava comigo mesmo. Mas por que diabos Jacob tinha reagido daquela forma? Achei que ele ia ficar feliz pela Rose. Jake entrou pela porta com uma expressão estranha que eu não conseguia identificar, por mais que tentasse.

— Jake, eu posso falar com você? – eu pedi enquanto ele passava por mim.

— Claro. – ele respondeu se virando para mim. Eu o puxei para o sofá e nos sentamos lá.

— Olhe só, me desculpe por mais cedo, eu não sabia que você iria reagir daquela forma. – eu comecei a me desculpar.

— Allie, a culpa não é sua. Era a verdade e uma hora ou outra ela ia aparecer e eu ia ficar sabendo. – ele falou.

— Mas se eu não tivesse contado daquele jeito, nada disso teria acontecido. – eu retorqui.

— Allie, sério, tudo bem, não foi culpa sua. – Jake disse.

— Mas, Jake, por que você ficou daquele jeito, aliás? – eu perguntei curiosa. – Você e a Rose tinham alguma coisa? – eu sempre desconfiei disso e aposto que eu estou certa. Aposto uma bolsa D&G como ele e a Rose tem um caso. Ele olhou fixamente para o chão por algum tempo e depois finalmente respondeu.

— É, eu achei que nós tínhamos.

— Como assim? – eu perguntei. – Jake, você não está facilitando o meu entendimento da situação. – eu resmunguei e a campainha soou alto.

— Allie, esqueça isso, tudo bem? Vá atender a porta antes que a pessoa desista. – Jake se esquivou totalmente do assunto.

— Tudo bem. – eu disse, me dando por vencida, depois de suspirar. Se ele não queria falar sobre aquilo agora, eu não insistiria. Eu sabia que cedo ou tarde eu saberia de tudo. Levantei e abri a porta. Era um entregador e ele tinha um belo buquê de rosas cor de rosa. Eu simplesmente amava rosas.

— Alice Brandon? – ele perguntou.

— Eu mesma. – confirmei.

— Para a senhorita. – disse ele me entregando o buquê. Agradeci e fechei a porta. Se ele estava esperando uma gorjeta, ia se dar mal.

Vi o cartão que veio junto com as flores, mas eu só conseguia pensar em uma pessoa para ter mandado as rosas para mim. Ai ai, o Jazz é tão fofo! Jamais imaginaria que ele é tão romântico. Nem notei logo, mas Jake já havia saído da sala. Fui ler o cartão.

“Para a única garota da minha vida. A única que conseguiu tomar conta do meu coração por mais tempo do que qualquer outra. Eu sempre vou te amar, baixinha.

Sempre, do seu, Mike Newton.”

Hãn? Mike? Ah, fala sério cara! O que esse garoto tem na cabeça? Merda? Quantos foras mais eu vou precisar dar nele? Que insistente! O Mike, que eu tanto desprezo, xingo e ignoro, me manda flores. O Jasper, que eu amo, trato bem e é meu namorado, não me dá nem uma florzinha roubada de um jardim de uma esquina! Muito bem, Alice! Belo namorado você foi arrumar para você! 

Peguei o cartão e o buquê e joguei no lixo. O Mike me incomoda desde que eu me mudei pra cá, que saco! Não mesmo que essas flores vão ficar aqui me lembrando que ele é carinhoso e atencioso e o Jazz não. Não mesmo.

Eu estava curiosa com a história de Jake e Rose, mas achei melhor não falar nada com Jake, pelo menos não agora. Ele devia estar querendo ficar sozinho e precisava pensar. O que quer que tivesse acontecido, tinha deixado ele bem chateado. Fui para o meu quarto e comecei a fazer os deveres do colégio. O meu celular tocou. A minha música preferida da Britney foi reconhecida facilmente. Procurei o celular entre as coisas que estavam sobre a minha cama e atendi.

— Alô?

— Alice?— a pessoa do outro lado da linha perguntou.

— Sim, é ela. – confirmei. Esse povo é mesmo ridículo. Se ligaram para o meu celular, é claro que sou eu que vou estar falando, né!

— É o Jared. Lembra que você me perguntou da Reneesme mais cedo e não deu tempo de falar com você?— perguntou ele.

— Ah, claro que sim, Jared! E então, o que rolou com ela aqui, antes? Por que ela tinha ido embora? – perguntei logo, era melhor não enrolar.

— Bom, a gente podia se ver amanhã no colégio, daí eu te contava tudo detalhadamente... O que você acha? – ele sugeriu. Eu hesitei. – Sem segundas intenções.— prometeu ele. Ah tá, claro, e por isso voce não quer falar pelo celular.

— Tudo bem, Jared. Até amanhã então. E obrigada. – desliguei o celular e voltei a me concentrar nas tarefas. Tinha que me concentrar, afinal, as provas estavam chegando e eu tinha que me dar muito bem nelas.

Pdv Rosalie.

— Emm, sério, você tem que se concentrar. – eu disse quando ele começou a beijar meu pescoço. Ele murmurou um “Uhum” e continuou. Eu me arrepiei involuntariamente. Adorava aquilo, mas não estava na hora de colaborar para aquilo; por mim ficaríamos assim a tarde toda, mas ele precisava tirar boas notas.

— Emm, amor, os testes estão chegando, e você precisa se concentrar para tirar notas melhores. – eu disse.

— Será que se eu continuar tirando notas ruins você ainda vai vir me ajudar? – ele perguntou e eu ri. – Por que se for assim, eu vou fazer questão de tirar notas muito baixas nesses testes. – ele disse enquanto passava levemente a ponta de seu nariz pela minha orelha.

— Acho que não. Acho que aconteceria algo pior, tipo voce ser expulso do time.

— Tem ideia do quanto é difícil me concentrar com você do meu lado? – ele suspirou.

— Ah Ursão, vamos lá, você consegue. Você tem que melhorar suas notas, e pra isso tem que se concentrar, mas eu não quero precisar sair do seu lado, então se esforce! – eu o encorajei, rindo.

— Ótimo. Porque eu jamais vou deixar você sair daqui. – ele disse enquanto apertava os braços ao redor de mim e me deu um beijo calmo logo em seguida.

— Emm... Você não está colaborando. – eu disse quando ele deu uma mordida no lóbulo de minha orelha.

— Eu não quero colaborar. – ele murmurou.

— Emm! – ele suspirou.

— Tudo bem, desculpe. É que eu não consigo parar de te beijar agora. – ele se justificou.

— Mas trate de tentar. Depois você pode me dar quantos beijos você quiser. – eu o prometi.

— Sem desculpas? – ele se certificou. Eu ri.

— Sem desculpas.

— Ótimo.

— Agora, atenção aos livros, senhor Cullen. – falei e ele sorriu me olhando.

Estudamos por mais algum tempo e Emm parecia ter realmente melhorado na matéria. Isso era muito bom. Quando a monitoria acabou, Emm foi me levar em casa depois de eu insistir muito, porque ele queria que fossemos para a casa dele. Eu sabia que Jake estaria lá e nós precisaríamos conversar. Eu não sabia ao certo o que fazer em relação a ele, eu estava tão confusa! Mas eu não queria magoá-lo mais do que eu já havia o magoado. A viagem até meu apartamento foi preenchida por conversas bobas e sem importância.

— Eu venho te pegar amanhã de manhã? – ele perguntou quando chegamos.

— Pode ser. – concordei. – O que vai fazer hoje à noite? – perguntei com uma leve curiosidade.

— Já está preocupada com isso? – perguntou ele sorrindo. Eu revirei os olhos. – Vai ter um jantar para velhos lá em casa hoje a noite e meu pai quer que eu e meus irmãos estejamos presentes. Vai ser um tédio, é claro. – ele explicou.

— Ah, eu sinto muito. – lamentei.

— E o que você vai fazer à noite? Você poderia ir comigo, você aproveitava e conhecia seu sogro.

— Não acha que está um pouco cedo demais para as apresentações? – eu perguntei sorrindo.

— Bom, entendo que você não queira ir. – ele falou dando de ombros. – Eu também não iria se pudesse escolher. – eu sorri.

— Anime-se. Talvez seja divertido. – eu o encorajei com um sorriso. – Emm, tenho que subir. – eu falei enquanto me aproximava para dar a ele um beijo.

— Já? – ele perguntou fazendo cara de abandonado.

— Já. – eu confirmei. – Bom jantar de velhos para você. – eu desejei e sorri. – Eu te amo. – lembrei a ele e ele me deu mais um beijo.

— Eu te amo, baby.

Eu subi e Emm foi embora. Era hora de encarar minha realidade de problemas. Hora de encarar e tentar concertar as coisas que estavam bem complicadas. Era hora de ter uma conversa séria com Jake.