Da cor do Ébano escrita por Helo


Capítulo 1
Capítulo único — Aqueles olhos me hipnotizaram


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal, cadê as SasuSakus tards? *-* Fiz essa one para vocês que como eu, amam esse casal! Por favor, se puderem, comentem para me dizer o que acharam. Futuramente vou fazer uma fanfic dos dois, ela se chamará: A Love on the Ice. ♥Boa leitura, e se encontrarem qualquer erro, me digam. *u*



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Da cor do Ébano

“Tinha sido amor à primeira vista, à última vista, às vistas de todo o sempre.”

Vladimir Nabokov

Yamanashi era uma cidade no interior do Japão. Nessa cidade ocorria uma festa anual em comemoração a ela, como em um aniversário. E com isso, todos que nasceram ou ainda moravam lá, iam sempre a essa festa para festejar, beber e conhecer pessoas novas.A festa acontecia na casa de cada morador, mas às vezes, quando alguém era de fora, ia para um bar muito conhecido da cidade, chamado Yama’s Bar.

Sakura Haruno era desses, morava em Tóquio, então, era o segundo ano consecutivo que ia até essa festa, pois sua amiga, Ino, a chamou no ano passado e ela simplesmente amou o estilo da festa. As duas iam com Gaara — namorado de Ino, e na maioria das vezes ficava um pouco excluída quando os dois resolviam “dar uma namorada”. Então, disse a si mesma que iria conhecer alguém naquela festa, quem sabe até um garoto.

Sempre fora muito ruim em namoros. Eles acabavam por causa de Sakura, que tinha medo de dar um passo mais longe na relação e se arrepender. Mas até que estava certa, os seus ex-namorados não a mexiam por completo. Queria alguém diferente e que a tocasse como nunca ninguém a tocara.

Quando chegaram ao bar, Ino e Gaara a levaram para uma das mesas. Sakura não bebia, então pediu um refrigerante. Ino e o namorado pediram cerveja e se beijavam de vez em quando, era constrangedor para Haruno. A música de pop-rock soava alto nos ouvidos dela.

E a festa estava linda, mais linda que o normal.

O bar era enorme, então cabia muita gente. Os atendentes corriam de um lado para o outro para conseguir atender a todos. O vento da noite que saía de fora batia nos fios rosados dos cabelos de Haruno, ela os colocou para trás da orelha e tomou um gole do refrigerante.

— Sakura, eu e o Gaara estamos pensando em morar aqui ano que vem depois de casarmos. — indagou Ino, dando um beijo feroz no namorado.

— Ótima ideia. — ela sorriu, tomando mais um gole.

Ino começou a falar do casamento que ambos planejaram, e por um momento Sakura não escutava mais nada. Ela, de todas as maneiras tentava não olhar para o casal, enquanto eles se beijavam.

De repente ela escutou a porta do bar ser aberta e o barulho dos sinos que ficavam no topo começaram a balançar.

Era ele, Deus.

A sola de sua bota preta fazia barulho no piso de madeira.

O homem que a encantou no ano passado e ela nem sequer sabia o seu nome. Ele usava uma jaqueta preta com o zíper meio fechado; e a calça era velha e surrada e marcava bem a sua panturrilha e bumbum. O movimento, por um momento parou, e ela só via ele. Seus ombros largos mexiam com o andar e a hipnotizavam, enquanto ele ia até uma cadeira que dava direto ao balcão e sentava-se lá.

— Sakura? — cutucou Ino. — Está me escutando?

— Ah. — saindo de seus devaneios, ela respondeu, gaguejando. — Mais ou menos, desculpa.

— Tudo bem. — suspirou. — Eu me lembro de você me dizer que queria conhecer gente nova, certo?

— É, quem sabe. — respondeu com certo medo.

Ela queria conhecer aquele cara, mas ele era alguém para ela? Ele poderia ter uma namorada. Seus cabelos eram negros e quase batia nos ombros, no momento ele tomava um copo de água. Mais entranho ainda.

— Então eu e o Gaara vamos dar uma passeada, daí você puxa papo com alguém, o que é difícil. — Haruno franziu o cenho, imaginando alguma coisa que na verdade ela não quis pensar.

Ino se levantou e passou os braços pelos de Gaara, mas antes que pudessem sair, Haruno advertiu:

— Olha, vocês não precisam sair, eu posso conversar com vocês aqui. — gaguejou, não estava acostumada a falar com pessoas que não conhecia.

— Eu quero dar uns beijinhos lá fora. — piscou um olho e olhou para o namorado, ele a olhava com malícia. — Não é, amor?

— Claro. — sorriu e a pegou pela cintura. — Até mais tarde, Sakura.

Sakura não respondeu, apenas bufou e virou o rosto. Era a primeira vez que — talvez — conversaria com um estranho, pelo menos ele parecia simpático a ver dela. Ela olhou os arredores, e nele, apenas via casais se pegando e alguns velhos jogando sinuca.

Tomou coragem e olhou para onde o homem misterioso estava. Ele batia os dedos no balcão de acordo com a batida da música, e, como se soubesse que ela o espiava, ele se virou até que seus olhos se encontraram. Haruno gelou. Seus olhos eram da cor de ébano, uma perfeição que ela jamais havia visto. Virou o rosto rapidamente.

Coragem. Era o que ela dizia para si mesma. Voltou a olhar para ele, que por coincidência, ainda olha para ela. Haruno fez uma breve reverência com a cabeça, dando um sorriso, e por sorte ele correspondeu, ela jurou ter visto um sorriso, mas parecia que não. Uma fonte de alívio passou pelo seu corpo, ela não havia sido ignorada.

Percebeu que o rapaz ainda olhava para ela com uma feição inexplicável. Seus olhos ébano a fitavam — para alguns soaria assustador, mas para Haruno, era apaixonante.

No ano passado, ele sentou no mesmo lugar que estava no momento, mas eles não haviam feito qualquer reverência ou trocado alguma palavra, apenas se olharam quando ela chegou, pois ela se atrasou um pouco para a festa. O problema era que ela nunca havia reparado como seus olhos eram tão lindos.

Haruno se levantou da cadeira onde estava e foi até ele, percebendo que sua atenção passou para o copo de água. E, ao chegar, esperou o rapaz beber.

— Oi. — puxou conversa, mas sua voz saíra um pouco falhada por conta da timidez.

— Olá. — respondeu, depois de olhar novamente em seus olhos.

— Posso sentar? — sorriu, apontando para uma cadeira ao seu lado.

— Claro, à vontade. — sua expressão já estava um pouco mais simpática, mas ela ainda não viu seus dentes, e estava curiosa.

Haruno estava nervosa por algum motivo, talvez pelo rapaz parecer tão misterioso. Quando se sentou, percebeu que ele usava uma argola dourada em sua orelha direita.

— Se não se importar, eu estava só neste momento, então pensei em conversar com alguém para fazer novas amizades, talvez, estaria propício?

— Como quiser. — sorriu um pouco mais, mas sem mostrar os dentes. — Sou Sasuke, Sasuke Uchiha.

Oh, seu nome era lindo. Por um momento, imaginou seus lábios pressionando os dela, mas logo apagou aqueles pensamentos da cabeça. Devia estar vermelha demais.

— Sou... Sou Sakura Haruno.

— Mora nesta cidade? — seus olhos a encaravam, e ela gostava daquilo. Sua voz era tranquila.

— Na verdade, não. Minha amiga e o namorado dela me trazem aqui desde ano passado. — sorriu. — Não sei se você se lembra, mas já nos vimos aqui.

— Me lembro de você. — seu sorriso abriu mais um pouco, e ela foi capaz de ver um pouco de seus dentes. — Você usava uma blusa do Jabba The Hutt. — Sasuke comprimiu uma risada.

Deus. Ele lembrava até da blusa que ela estava usando. Lembrou-se do dia em que comprou aquela blusa, pois era apaixonada por Star Wars. A blusa era vermelha, tinha uma foto de Jabba e seu nome escrito abaixo dele.

Haruno corou imediatamente. Pelo menos no momento ela usava uma regata preta com um casaco bege curto, mas de manga longa, e uma calça comprida e nova.

— Oh. — gaguejou. — É que eu sou fã de Star Wars.

— Não precisa ter vergonha, eu também gosto muito. — Haruno arregalou os olhos e o fitou, incrédula.

— Sério?

— Sim, mas você foi corajosa de usar uma blusa daquelas. — riu, quase uma gargalhada.

Haruno viu seus dentes brancos e brilhantes. Sem perceber, riu junta dele. De repente ela sentiu uma vontade enorme de sair com ele para qualquer lugar.

— Você é daqui?

— Sim... Não! — respondeu, meio confuso.

— Como?

— Eu estava morando aqui, não mais. — sorriu fraco.

— Entendo.

Ela nunca acreditou em amor à primeira vista, mas provavelmente ia mudar de ideia.

— Aqui... está barulhento, não? — perguntou, sem nem perceber o duplo sentido.

— Um pouco. — soltou uma risada fraca com o nariz. — Quer sair? — a olhou, mas sem malícia.

— Sair? — pensou um pouco. — Pra onde, exatamente?

— Você que sabe, eu vim de moto.

Haruno queria muito ir, muito mesmo. Um motoqueiro era algo em que ela nunca imaginou saindo, até porque os rumores sobre eles eram bem ruins.

— Claro! — respondeu um pouco alto demais, corou um pouco. — Quer dizer, eu quero, tem algum lugar legal que conheça?

— Na verdade, tem sim. — disse, levantando-se. — Mas vai ser uma surpresa, confia em mim?

Não sabia.

— Sim...

Sasuke estendeu a mão para ela, Haruno estremeceu, mas segurou sua mão e deixou sua bolsa com uma grande alça estendida em seu ombro. Um choque percorreu não só o seu corpo, mas o dele também. Se não fosse esperta, acabaria se apaixonando em cinco segundos.

Os dois, de mãos dadas, foram até a moto. Ela era linda, preta com alguns detalhes prata. Não havia adesivos ou algo do tipo, parecia que tinha sido comprada naquele momento.

— Nossa, é linda! — exclamou Haruno, ainda de mãos dadas com ele.

— Que bom que acha isso. Vamos, Sakura?

— Claro... — sorriu timidamente.

Ela viu Sasuke sentando na moto, para logo depois dar a ela um capacete reserva, e quando ele colocou o seu, ele ligou o motor. Haruno se viu perto de suas costas e ombros largos bem trabalhados, mas não sabia onde pegar, resolveu se segurar pelos seus ombros.

— Acho melhor segurar pela minha cintura, a moto é potente. — ouviu sua voz abafada pelo capacete, mas obedeceu.

Passou os dedos delicados por sua cintura, se aproximando o máximo do corpo de Sasuke e pousando as mãos em seu abdômen. Passou a língua nos lábios sem perceber, mas estava gostando do que tocava. Sasuke também estava gostando da sensação.

A moto começou a se movimentar, levando ambos ao lugar sugerido por Sasuke. Ela estava ansiosa, mas não com medo. Era a primeira vez que saía com um cara que mal conhecia, mas por algum motivo estava confiante.

De modo algum dava para conversar durante o percurso. A moto era rápida demais e o vento cortava o som, seus cabelos soltos e compridos voavam, mas ela não se preocupou em ajeitá-los. A sensação de tocar a barriga musculosa de Sasuke era bem melhor.

Pensou no que eles fariam quando chegassem ao local sugerido por ele. Ela não queria apenas conversar, e se imaginar beijando aqueles lábios era bem convidativo.

Ouviu a moto parar. Não havia demorado muito, pensou em uns seis minutos de viagem. Sasuke, que ainda estava na moto, tirou o capacete.

— Pode descer.

Sakura retirou o capacete e olhou ao redor antes de descer. Era lindo, a coisa mais linda que havia visto. Uma árvore gigantesca no meio de muito mato, e não havia ninguém por perto. Com a noite, as estrelas que brilhavam no céu, iluminavam a árvore.

Ela desceu da moto e entregou a ele o capacete.

— Meu Deus, aqui é muito lindo! — sorriu, enquanto rodopiava para ver todo o lugar, ele riu e desceu da moto.

— Bem, já que você se chama Sakura, resolvi te trazer a essa árvore.

Ela nem havia percebido que a árvore era de flores de cerejeira, mas depois que Sasuke a disse, ela percebeu melhor e viu as belas flores róseas. Sorriu timidamente.

— Obrigada por me trazer aqui, eu nunca havia visto uma árvore de sakura tão de perto. — riu. — Podemos ir pra baixo dela?

— Como quiser. — ele deixou ambos os capacetes na moto e segurou novamente sua mão, a guiando até abaixo das flores.

Era mais linda ainda de perto. Pensou por que não havia ninguém por perto. Nem sequer viu o caminho que Sasuke havia pegado.

— Por que não tem ninguém por aqui?

— Digamos que poucas pessoas conhecem esse lugar. — sorriu.

— Entendo.

Enquanto Sakura olhava as flores, maravilhada, Sasuke pôs os pés em uma rocha e conseguiu alcançar uma das flores de cerejeira.

— Tome, é pra você. — ergueu a flor até a altura de seus olhos, que se arregalaram.

Sentiu-se constrangida, mas pegou a flor, sorriu logo depois de corar um pouco. Estava se apaixonando a cada segundo.

— Obrigada...

Sasuke riu.

— Fiquei feliz por você ter vindo, achei que me acharia um estuprador, não sei.

— Por algum motivo, eu confio em você, até porque é a primeira vez que saio com alguém que conheci no mesmo dia. — sorriu, cheirando a flor. — Vou deixá-la dentro da minha agenda, ok?

— Claro. — desceu da pedra, ficando com sua altura normal.

Abriu a sua agenda roxa no dia seguinte onde colocou a flor. Fechou-a e a guardou novamente.

— Sua família mora na mesma cidade que você?

Sasuke não respondeu. Estava hipnotizado pelos seus olhos, e pela primeira vez na noite, ela percebera aquilo. Seus olhos cor de ébano brilharam de uma forma sensual e desejosa.

— Sasuk- — foi interrompida por seus braços longos e musculosos que a envolveram pela sua fina cintura.

Ela ficou em estado de choque. Não imaginou, que pelo seu jeito, ele a pegaria daquela forma, mas não estava com medo. Ela tocou seus cabelos, fazendo uma breve massagem, e quando menos percebeu, ele a beijou.

O começo deu um susto em Haruno, mas ela logo se acostumou e adentrou na magnífica sensação de estar sendo submissa naquele beijo tão avassalador e excitante. Sasuke apertou mais a sua cintura, com o intuito de deixá-la mais perto — se é que isso era possível —, e continuou.

Ela estava no céu, nas nuvens, o que fosse, mas estava adorando. Quando beijava seus ex-namorados, ela não sentia aquilo, como se fosse a única coisa que ela desejava no mundo, como lábios rápidos e experientes.

Haruno pôs seus braços em seus ombros largos e foi seguindo com o beijo, ela ficou um pouco na ponta dos pés, e ele se abaixou um pouco para alcançá-la com mais facilmente. Depois de alguns segundos, Sasuke a puxou para a árvore e ela descansou suas costas nela. Ele, ao mesmo tempo, fazia uma massagem em sua nuca e ela se arrepiava por inteiro.

Deus. Ela estava beijando um cara que mal conhecia direito, mas percebeu que seus toques não eram tão dominadores a ponto de forçá-la a alguma coisa que não queria. Por algum motivo ela sabia daquilo e não queria parar. Os lábios do rapaz se arrastavam nos seus com precisão, como um pneu no asfalto. O barulho que saia do beijo era sexy e bom, muito bom.

A cada tempo que se passava, mais apaixonada ela ficava. Queria vê-lo de novo, ela precisava. Sabia que teria que voltar para sua cidade, e ele voltaria para a dele.

Continuaram se beijando por mais tempo.

[...]

Os dois estavam encostados na árvore, sentados, segurando as mãos um do outro, assim como um casal adolescente apaixonado. Haruno repousava sua cabeça no ombro de Sasuke, que sorria como há muito tempo não o fazia.

— Que horas são? — ele perguntou, ainda segurando sua mão.

— Deixe-me ver. — com a mão que estava livre, pegou o celular de dentro da bolsa. — Quase uma da madrugada.

Sasuke sentiu seu coração se apertar. Estava na hora.

— Devo ir, Sakura. — disse, com dor.

— O quê? — ela se virou para o seu rosto e tirando as costas da árvore. — Já?

— Tenho que... voltar para a minha cidade. — seu rosto estava fúnebre.

— Não pode ficar até amanhã, pelo menos?

— Sinto muito. — olhou-a nos olhos e a deu um breve beijo em seus lábios.

— Vamos nos ver de novo, não é?

Seu coração estava descompassado. Estava tão feliz que nem lembrava que precisava ir embora em algum horário. Se pudesse, ficaria lá para sempre. Ele a encarou e deu um sorriso fraco.

— Quem sabe.

— Pode me dar seu número de telefone?

Ele sabia que ela perguntaria isso a ele, mas ele não podia fazê-lo.

— Estou sem celular, não gosto de usar.

— Então... — ela já estava quase desistindo. — No ano que vem.

Ele ficou confuso, mas continuou escutando.

— Ano que vem, na próxima festa, eu estarei no bar naquele mesmo horário!

Ele sorriu, ela parecia confiante, mas na verdade, Haruno estava com vontade de chorar.

— Ok, eu verei se poderei ir. — deu-lhe um beijo mais demorado. — Vamos para a estrada, vou chamar um táxi para você.

— Vai embora daqui?

— Infelizmente, sim. — entortou os lábios e se levantou. Mostrou-lhe a mão para que a ajudasse a levantar.

— Tudo bem. — suspirou, e por um momento achou que fosse chorar.

Ambos foram até a moto. Sasuke a levou para a estranha principal e chamou um táxi para ela. Disse o nome do bar ao homem.

— Adeus. — ela disse, passando os dedos por sua camiseta branca.

— Adeus, Sakura. — a abraçou depois de lhe beijar.

Ela entrou no táxi e olhou para ele pela última vez. Ele sorria, mas parecia um sorriso falso. Ele estava muito triste, assim como ela.

Ela tinha que falar. Poderia ser a primeira e última vez que o via, mas precisava. Enquanto o táxi se movia lentamente, ela abriu a janela e pôs a cabeça para fora.

— Sasuke, eu amo você. — disse, e quando o táxi partiu mais rapidamente. Ela viu os olhos dele se arregalarem, mas não disse nada, como ela já esperava.

Sasuke sabia. Eles não se veriam mais, e isso doía como uma facada em seu peito.

Os olhos dela se encharcaram quando voltou a sentar no banco. Por algum motivo sentia que não o veria mais. Ela segurou o choro e tentou pensar positivo.

De repente, sentiu uma tontura que mais parecia sono, com se estivesse sido dopada. Esfregou os olhos com as mãos, mas não aguentou e dormiu no banco do táxi.

[...]

Haruno abriu os olhos devagar, quando uma luz terrível batia em seus olhos.

— Meu Deus! — ouviu Ino gritar, enquanto acordava.

Ela estava com a cabeça encostada em uma das mesas do bar. Estava tão sonolenta que não conseguia nem pensar.

— Calma, Ino. — disse Sakura, meio grogue, levantando a cabeça.

— Caramba, Sakura, ela quase morre do coração. — disse Gaara, sentado do lado de Ino. — Estávamos preocupados com você. Você não acordava de modo algum.

— O quê? Não foram vocês que me deixaram aqui? — ela perguntou.

— Não, nós fomos sair, esqueceu? Quando voltamos, você estava deitada aqui.

Ela não entendeu.

— Deus, mas eu estava em um táxi, será que me deixaram aqui deitada?

— Um táxi? — perguntou Ino, boquiaberta. — Perguntamos para o cara do bar, mas ele nem sequer viu você. Quase o matei.

— Então foi o taxista?

— Sakura, você saiu?

— Sim. — corou. — Com um rapaz que conheci aqui.

— O QUÊ? — ela gritou. — E se ele fosse um tarado?

— Mas não era, Ino, no final do passeio, ele chamou um táxi pra mim.

— Como era o nome desse louco?

— Sasuke Uchiha. — ela sorriu. E por um momento pensou que alguém poderia conhecê-lo.

— O motoqueiro? — Gaara franziu o cenho, sua expressão era confusa.

— Ele mesmo! — Haruno sorriu, pelo menos ele o conhecia. — Você o conhece bem? Eu saí de moto com ele.

— Como? — ele perguntou, Ino estava confusa entre a conversa dos dois.

— O Sasuke, nos conhecemos aqui no bar mesmo.

— Não pode ser o mesmo cara, Sakura. — ele indagou. — O Sasuke morreu há três anos em um acidente com sua moto.

Seu coração falhou. Sakura o olhou com os olhos arregalados. Ela óbvio que não poderia ser o mesmo cara, ela estava com ele e esse era o seu nome.

Ela riu nervosamente: — Não há como, eu saí com ele, juro!

— Pode ser alguém da família, não sei.

—Sakura, tem certeza que você não estava bêbada? — perguntou Ino. — Pode ter tido alucinações e dormiu na mesa.

— Eu não bebi, Ino. — estava começando a acreditar que estava louca, isso sim. — Mas tudo bem, pode ter sido outro cara e eu confundi os nomes, certo? Eu não dormi, um sonho não poderia ser tão real assim!

— Bem, o Sasuke tinha os cabelos pretos, quase batiam nos ombros e tinha os olhos escuros. — disse Gaara.

De repente, Sakura sentiu medo. Não acreditava em espíritos nem em reencarnações, se fosse um sonho, ela não admitiria.

— Eu volto logo. — disse ela, levantando e indo até dentro do bar e entrando no banheiro.

Olhou-se no espelho e estava com um rosto sonolento. Será que ela estava mesmo sonhando? Poderia ser isso ou pelo menos, algo assim. Seus olhos lagrimejaram e ela sentiu vontade de gritar. Gritar pelo rapaz que morreu e por tudo que supostamente havia sonhado. Havia amado alguém que nem existia mais? Porra, ela estava triste. Como sonhou com um homem real que ela nem conhecia? Chorou muito no banheiro, ela estava confusa e muito, mas muito triste.

[...]

Sakura acordava em seu quarto, depois da viagem cansativa de volta para Tóquio. Não conseguiu pregar o olho àquela noite, pois pensava em Sasuke o tempo todo. Ele não existia, foi tudo um sonho, talvez ela tivesse tido uma premonição ou deva ter visto uma foto no jornal desse tal de Sasuke. Ela não conseguia parar de pensar nele, era como se tudo fosse real. Ela o amava, mesmo sem conhecê-lo, mas um amor de mentira, de um sonho.

Levantou lentamente da cama e foi até sua bolsa para pegar o celular. Sem querer, derrubou a bolsa, deixando cair tudo de dentro. Inclusive sua agenda, que derrubou todos os papeis que tinham dentro.

— Ótimo. — resmungou, se abaixando para pegar tudo.

Quando se ajoelhou no chão, viu algo que a deixou paralisada, suas mãos tremeram e ela sentiu medo. Não, o que era aquilo? Com suas mãos trêmulas, ela o pegou. Quando a viu de perto, seus olhos explodiram em lágrimas e mais lágrimas.

Era uma flor de cerejeira, e enquanto Sakura soluçava, em uma das pétalas estava escrito: Por favor, nunca se esqueça de mim, doce Sakura. Eu a amarei.

“Se me esqueceres, só uma coisa, esquece-me bem devagarinho.”

Mario Quintana

Fim.


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