Vampiros & Lobisomens escrita por VFarias


Capítulo 6
Mudanças Radicais.




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Após a formatura nós partiríamos direto para Forks em Washington, onde minha família tinha uma casa de campo, o lugar é um pouco chato, chuvoso, frio, mas incrivelmente lindo.

Nossa casa ficava um pouco afastada da cidade, tínhamos que entrar por um trilha com o carro por mais ou menos 10 km ainda para chegar em nossa casa, mas quando chegávamos lá, valia muito a pena.

Nós quatro junto a Giulia, Danielly e Douglas iríamos de avião, e Roger e Isabela iam correndo, e chegariam primeiro, levando o restante das nossas malas para Boston e depois eles iriam para Forks, para nos encontrar lá.

Dora, Camila e mais dois vampiros que nós não conhecíamos iam levar nossos carros para Boston e depois também seguiriam para Forks, no final das contas teríamos 13 pessoas em minha casa de campo, ainda bem que dessas 13 apenas 1 precisava dormir e ainda assim não era com frequência.

É uma das coisas boas de ser vampiro e que você não se cansa, então não precisa dormir, não soa o que é outra coisa boa também, porem você consegue dormir se quiser, mas Roger disse que não é a mesma coisa.

Quando nós sentamos nos nossos assentos no avião eu percebi o quanto eu estava nervoso com tudo isso, ansioso talvez, a mudança de ambiente, a mudança de vida, a mudança de corpo, mas o meu estado não estava pior que o de Zara, ao julgar pelo suor frio de sua mão, ela estava muito pior.

– Ei! – chamei. – Você esta bem?

– Estou. – disse ela mentindo, ou omitindo o que quer que ela esteja pensando.

Porem eu à conheço Zara desde pequenos sei exatamente quando ela esta mentindo.

– Sei que não está. – digo a ele olhando em seus olhos. – pode me dizer, tudo você sabe.

– Ok! – disse ela aliviada por poder de fato falar o que tinha para falar. – Estou em pânico! Estive pensando e se algo der errado e o veneno não me trouxer de volta como vampira, e se eu morrer para sempre, eu tenho apenas 18 anos não posso morrer, eu não quero morrer! – Nós sabíamos que os vampiros podiam ouvir e que Douglas o lobisomem também, mas eles não disseram nada, Zara despejou tudo exatamente como eu no discurso, olhando em meus olhos, sem se preocupar que mais alguém pudesse ouvir com exceção da palavra vampira que ela disse sussurrando.

Eu sabia com ele estava se sentindo afinal eu já havia pensado na mesma coisa.

Se tudo desse errado nós quatro morreríamos e não teríamos a menor chance de reverter tudo.

– Ei, Zara, chega disso, chega de “e se”. Vai dar tudo certo, vamos viver como vampiros, vamos ter uma eternidade de vida juntos, eu prometo. – digo a ela. Me arrependendo da promessa afinal eu não poderia cumprir algo como aquilo se algo desse errado.

Ela sorriu.

– Você esta certo, se em 1500 anos não deu errado, não daria errado conosco! – disse ela. – Alias você terá de me aguentar para sempre.

Eu sorri.

– E tudo o que eu mais quero. – digo e nos beijamos.

Dormimos e acordamos durante todo o voo fique realmente feliz no momento em que o avião começa a descer.

Desembarcamos em Seattle, afinal de contas Forks não tem aeroporto. Na rodoviária senti algo estranho, mas só podia ser a mudança climática, pegaríamos um ônibus para nos levar até Forks, era o único jeito já que não tínhamos carro no lugar.

A viagem foi tranquila, calma e sem nenhuma interrupção sobrenatural, porem eu ainda estava incomodado com a sensação estranha.

Danielly conseguiu me irritar contando como foi seu primeiro ano como vampira, ela nomeou a história como “O Ano Sangrento”, e aquilo estava me dando náuseas e raiva, eu queria usar meus poderes de caçador e esmagar a cabeça dela, mas prometi a Roger que não deixaria ela me controlar, pois era isso que ela queria.

Mas eu queria esmurra-la, e faria isso quando me tornasse um vampiro mais forte que ela.

Finalmente desembarcamos em Forks e Roger estava nos esperando com um micro ônibus azul marinho, nós não falamos muito no caminho até minha casa estávamos todos cansados de mais para longas conversas.

Quando desci do micro ônibus em frente minha casa, vi que ela estava como sempre esteve linda, com a vidraça da frente fechada por uma persiana interna branca, a porta balcão de madeira maciça na varanda de entrada, o segundo andar onde ficavam os quartos e uma sala de descanso não tinha vidraça e as paredes de fora eram pintadas de forma a parecer cascas de arvore.

As laterais da casa por fora eram pintadas de preto para que a noite ela não seja muito vista a noite.

A cima do segundo andar havia um novo andar ele não fazia realmente parte da casa fora colocado lá e parecia que podia ser retirado quando quisesse eu pré supus que seria lá onde estariam os preparativos para a transformação.

Entramos na casa e deixamos as malas na sala de televisão no primeiro andar, subimos no segundo, era incrível como tudo estava do mesmo jeito, para subir ao terceiro havia apenas uma escada de corda por onde subimos e podemos vê o que tinha lá, haviam 4 divisórias, e imaginei que cada um de nós ficaria em uma, em cada delas havia um espelho de corpo inteiro, uma caixa térmica elétrica com bolsas de sangue humano e uma cama de algum metal que eu não reconheci chumbado no chão.

– Qual é a do lugar sinistro? – pergunta Patrick.

– Essa parte da casa é nova para mim! – digo.

– Por essas paredes ninguém ira ouvi-los, quando começarem a gritar. – disse Roger.

– Essas camas não vão se partir durante o processo de transformação. – disse Giulia.

– As bolsas de sangue são para que completem a transformação, bebam ela assim que conseguirem se levantar, logo em seguida vocês tem que beber isso – Roger mostrou o liquido dourado, que entregamos para ele antes de virmos para cá. – assim poderão sair na luz do sol sem problemas.

– Vocês estão prontos? – perguntou Roger.

– Sim. – respondi.

– Nervosa, mas pronta. – disse Zara.

– Pronto! – respondeu

– Vamos logo, quero ser divino antes que eu morra de velhice com vocês falando. – disse Patrick entrando em uns dos cômodos puxando Isabela com ele.

Todos riem.

Me virei para Zara, olhando em seus olhos e disse.

– Até a eternidade acabar!

– Sempre! – disse ela. E nos beijamos.

Entrei com Roger me seguindo de perto.

– Como vai me matar? – pergunto a ele.

– Quebrarei seu pescoço, o veneno cura mais rápido assim. – disse ele.

Aquilo me fez sentir estranho mas concordei com ele.

– Ok! – digo a ele.

Ele pegou meu braço e o mordeu. Ele não me sugava e sim induzia sua saliva, o veneno a entrar em minha corrente sanguínea.

Ele colocou a mão em meu pescoço.

– Até mais Diogo! – disse- me ele.

– Até! – fechei os olhos e CRECK, eu estava morto.

Nunca pensei que morrer era assim, talvez não fosse assim de verdade e eu estava desse jeito apenas por causa do veneno, eu me via em uma escuridão, não via um centímetro a minha frente onde eu estava era indescritível, afinal eu não enxergava nada, tudo completamente negro, e isso me assustava.

Fiquei assim pelo que pareceram horas, mas eu de fato não sabia quanto tempo estava ali, se eram minutos, horas, ou até mesmo dias!

Cheguei a um estado em que consegui admirar a escuridão, ela era bela, incrivelmente preta, incrivelmente sem vida, e com toda a vida das sombras era isso que eu imaginava pelo menos, eu não sabia mais o que pensar ou imagina daquilo até que uma pequena luz vermelha alaranjada surgiu no meio do meio campo de visão escuro.

E então uma chama... Uma labareda se acendeu.

Foi então que comecei a compreender, a escuridão era o meu ser, aquela labareda queimava em mim.

Eu não sabia em que parte de mim estava queimando, mas sabia que era o meu corpo. E isso estava começando a me apavorar.

Depois de um longo tempo contado por mim, a labareda se transformou em um circulo do qual se abria queimando tudo, por onde a chama passava ficava branco como neve.

Eu berrava interiormente, e algo me dizia que berrava por fora também, embora eu não ouvisse nada.

– Hááááááááááá! Eu berrava, melhor minha mente berrava, queimar estava ardendo mais do que eu imaginava que seria a sensação de queimar.

Fiquei pensando se a cama ainda estaria inteira. Imaginando meu corpo rasgando, pois era o que parecia que estava fazendo rasgando todo meu corpo em busca de achar uma maneira de apagar esse fogo.

Quando finalmente a chama se apagou e não havia mais escuridão, tudo estava branco agora, era um braço perolado, então uma bolinha prata difícil de enxergar apareceu no centro.

A bolinha se manteve no lugar. Mas com o passar do tempo ela começou a tremer ou sei lá o que fazia exatamente eu não a enxergava direito, mas ela começou a liberar um liquido prateado que escorria por toda a extensa parte branca que agora era o meu corpo, tornando assim toda a parte branca prateada. Meu corpo que mesmo após as chamas terem acabado ainda estava muito quente eu podia sentir, mas agora ele parecia estar esfriando e endurecendo.

Eu me senti aliviado quando o liquido chegou ao final do meu corpo, a bolinha parou de se mexer e uma pequena chama se acendeu no seu interior. Meu corpo esquentou ou quase isso, ele só não estava mais tão frio quanto a segundos atrás.

Eu estava bem, me sentia tão bem quanto jamais havia sentido algum dia.

Finalmente abri os olhos.

Eu realmente não sabia quanto tempo havia se passado, eu havia morrido numa tarde e acordara numa manhã, na minha mente não pareceram nem muito nem pouco tempo, mas não faço ideia realmente.

Eu fitava o teto ele não era mais como eu havia visto antes, ele era incrivelmente mais nítido e colorido.

Virei meu rosto para a direita um movimento leve e sem esforço nenhum e lá estava o espelho.

Resolvi que era hora de me levantar, apoiei as mãos ao lado do corpo para levantar e amassei a cama com a pressão que exerci para erguer meu corpo, uma pressão inútil, pois me ergui com facilidade. Caminhei até estar frente ao espelho, mas não consegui me olhar ainda, outra coisa me chamou a atenção um cheiro em especial, eu me virei e as vi, as bolsas de sangue, eu me abaixei para apanhar uma delas, eu não havia percebido o quanto estava sedento até sentir o cheiro do sangue, fiquei olhando para a bolsa de sangue em minhas mãos, uma ardência atingiu minha garganta e eu não aguentava eu precisava de sangue.

Arranquei o lacre e quando o sangue tocou em minha boca eu me senti outro. Suguei o sangue muito rapidamente. Aquilo não me satisfez, bebi mais 3 que estavam ali expostas para mim e ainda assim sentia sede, mas me obriguei a parar. Olhei para o lado e vi o liquido dourado que me obrigou a me tornar um vampiro, aquilo era a única maneira de eu conseguir andar na luz do sol, eu não entendia o porque e nem como aquilo funcionava mas era assim.

O destampei e tomei.

Não me senti nada especial, mas sabia que aquilo tinha me feito algo.

Então me virei para o espelho, quando eu me vi quase não acreditei no que via.

Eu via a mim mesmo diante no espelho, um reflexo, nítido e claro. A li cintilando no espelho e estava uma versão muito melhorada de mim. Eu não vestia roupas, estava completamente nu, acho que devo ter feito isso durante a transformação, sorri ao imaginar isso, meu sorriso estava confiante e sem defeitos brilhava em meu rosto, era incrível de se admirar. Meus dentes que sempre foram brancos e alinhados eram a perfeição de qualquer dentista mesmo depois de tomar 4 bolsas de sangue eles continuavam perfeitos, minha pele estava impecável, nada de manchas, espinhas nem nada que a pudesse me deixar com defeitos, a cor de minha pele agora era nítida e distinta, branca com um leve bronzeado. Todo e qualquer traço do meu rosto e do meu corpo estavam ali, porem muito mais desenhados e definidos, fortes e belos. Eu me encontrava mais atlético e um pouco mais alto com 1,80 metros de altura, meu corpo já havia se acentuado e melhorado com o poder de caçador, mas depois de me tornar vampiro eu estava irresistível, eu estava diferente porem ainda assim eu estava ali, um eu sem defeitos físicos, um eu perfeito. Parei de olhar o resto do meu corpo e finalmente olhei para os meus olhos, fiquei assombrado com a cor que eles estavam.

Vermelho sangue, mas logo me lembrei do que Roger disse, a cor some em dias, se você se alimentar de sangue animal, então eu me acalmei. Queria meus olhos verdes de volta.

Eu me concentrei na casa, eu podia ouvir tudo, vozes no andar de baixo, um coração acelerado que devia ser de Douglas, alguém bebia algo na cozinha.

Eu podia ouvir tudo aos arredores, os carros passando a 10 km de distancia na via principal, seria esse o limite?

Eu ouvia alguns dos meus amigos se contorcendo na cama.

Não haveria mais segredos para mim, eu podia ouvir tudo.

Quatro pessoas corriam em direção a casa, seus corações eram acelerados então eu imaginava que seriam mais quatro lobisomens, não sabia se era amigo ou inimigos mas não sai do “quarto” para ver.

Veja andar não me exigia esforço algum, e quando se é humano você sente algum esforço mínimo, mas sente.

Perguntei-me qual seria o limite da minha força, o quanto conseguiria erguer sem problema algum, e o quanto conseguiria ergue com dificuldade.

Eu me apavorei em pensar como Ande estaria forte.

Ao lado esquerdo do espelho eu pude ver uma mochila, a abri para ver o que tinha dentro, eram roupas.

Eu as coloquei, e me olhei no espelho, estava incrível.

– Veja quem acordou! – Disse Roger entrando pela porta.

Não me assustei com a voz dele porque ouvira ele vindo, mas quando olhei para ele, ele estava diferente, esse Roger, com certeza muito mais bonito e mais jovial do que eu via quando era humano, seus cabelos eram pretos da cor de petróleo, curtos e penteados com perfeição para o lado. Seus olhos são castanhos e ele é branco, como o de alguém que nunca tomou sol na vida.

– Quanto tempo estive dormindo? – pergunto a ele. Minha voz era a mesma, porem soava mais confiante e nítida, com uma clareza que talvez até um surdo a ouviria.

– 2 dias! – disse ele. – Os outros estão para acordar, mas não tenho como ter certeza. Venha, vamos dar uma volta pela mata.

Ele abriu uma janela na lateral do meu cômodo, que eu não havia notado.

– Vamos por aqui, não quero que te vejam até você entender como seu novo corpo esta e como ele funciona. – disse ela a mim

Olhei para fora e me dei de frente a topo de muitas arvores, a pequena floresta que meu pai e eu costumávamos brincar.

Eu sabia que seguindo mais a oeste existiam animais perigosos e silvestres na região e algo me dizia que era para lá que iríamos.

Olhar pela janela era algo perfeito, eu via tudo com muita nitidez e perfeição. Nada parecia invisível para mim, eu via tudo onde devia estar.

Tudo que eu olhava era ainda mais belo de como eu me lembrava.

Um mundo novo de coisas belas e desconhecidas estava me esperando.

Ele pulou pela janela como se fosse algo normal de uma pessoa fazer, quando caiu emitiu um baque quase surdo.

– Você vem? – perguntou ele, lá de baixo sem alterar o tom de voz e ainda assim eu ouvi com muita clareza.

Eu me preparei para pular, não sei por que o receio eu sabia que não podia mais me ferir.

Enfim pulei.

Foi a coisa mais fácil que eu já fiz na vida, quando meus pés tocaram o chão, eu me vi de pé, com os joelhos semiflexionados.

– Vamos correr! – disse Roger e saiu em disparada.

Arvores e rochas passavam por mim a uma velocidade incrível, eu as enxergava muito bem sem nenhum problema, enquanto aumentava a velocidade.

A sensação era de que o espaço estava se compactando como se a cada passo meu, fosse um quilometro percorrido, num piscar de olhos não via mais a casa e rumávamos para oeste.

Eu sentia que estava reprimindo minha velocidade, reprimindo meus músculos para acompanha-lo. Acelerei, quando fiz isso quase não sentia meus pés tocarem o chão.

– Pule o rio! – ele disse ao meu lado.

Eu parei de correr. Quando ele se arremessou por cima do rio.

Eu o segui, mas usei força de mais e aterrissei a uns 10 metros de onde Roger havia parado e acidentalmente na copa de um pinheiro. Quando desci do pinheiro pulando, Roger me alcançou.

– Muito bem, nem parece um recém-criado. – disse Roger a mim.

O vento soprou trazendo um cheiro muito bom, o cheiro de sangue, esse cheiro entrou por meu sistema respiratório e me dominou.

– Retiro o que disse. – disse ele a mim, quando viu em meu rosto a sede me dominando. Ele tentou me segurar, mas eu o joguei contra uma arvore, eu era muito mais forte do que ele, só por ser um vampiro caçador duplo.

– Diogo se concentre! – disse ele pra mim. Mas eu já estava longe de mais correndo, sem olhar para trás.

Chegando a uma clareira, um homem que acampava por ali, estava sendo atacado por um Guepardo.

“Sem chance guepardo, ele é meu!” pensei.


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