Códigos. escrita por Sarahsensei


Capítulo 1
Capitulo Único


Notas iniciais do capítulo

Saporra tá tão fluffy que não me reconheci. Juro.HEUEHUHEHUEUHEUHE Meldels, espero que não escorra mel na tela de vocês. É um presente atrasado pra caralho e a Clarissa não merece.



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Braille.
Morse.
Sinais.
Linguagem Corporal.
Fumaça.
Verbais.
Não-verbais.

Existiam tantos códigos e tantas maneiras de utilizá-los. Era possível organizar uma guerra, planejar pará-la, ler uma pessoa baseada em seus movimentos, salvar vidas, acabar com elas, descobrir mentiras, criar mentiras, espionar, fazer algazarra, criar estratégias, enfim, várias formas de uso. Leo amava o código Morse por causa da sua mãe. Os códigos de Piper estavam baseados em sutis movimentos ou palavras bem escolhidas. E o dele? Qual seria o código de Jason Grace? Aliás, ele tinha um código? Sinceramente não fazia ideia. (Mas, tudo bem, de qualquer forma não fazia ideia da metade das coisas sobre sua vida mesmo, ter um detalhe a mais, um detalhe a menos não iria doer.)

–Eu te amo-

Uau! E foi essa a frase que despertou sua curiosidade sobre códigos. Quando estava conversando com sua irmã naquela caverna, o garoto de pele bronzeada havia transmitido essa mensagem de conforto através do código Morse. Sim, de conforto. Só de conforto. Quando escutou as batidas, essas estúpidas batidas que confundiram sua mente, Jason pensou em duas possibilidades. A primeira era a mais “normal” e “aceitável”, seu amigo estava oferecendo seu carinho e compreensão naquele momento difícil. Já a segunda era menos, bem menos, provável, impossível até, a (im)possibilidade maluca de quê o latino nutrisse sentimentos amorosos... em relação a ele.

Volta e meia, as batidas na pedra ressoavam pela sua mente, levando-o a um estado de loucura. O filho de Júpiter não conseguia parar de pensar nelas. Estava tão distraído que não notara seus dedos batendo rítmicos na mesa, repetindo constantes “eu te amo” para o nada. Se gostava de Piper, por quê Leo estava mais presente em sua mente do quê ela? Por que estava fixado com algo tão bobo? Pelo amor dos deuses, eram só palavras de conforto idiotas! Batidas chatas em uma pedra! Por que não poderia esquecê-las como esqueceu do seu passado?

– Hey, cara, tá ensaiando o quê vai dizer pra Piper?- Virou o rosto na direção da voz, ficando cara-a-cara com o filho de Hefestos, sua atual fonte de distração e dúvidas. Leonardo Valdez estava coberto de graxa e fuligem, sorrindo com a cara de “Como diabos eu não percebi que você estava aí?” do amigo.

– Hã? Piper? Eeer.. ah, hã, hum.. Oi, Leo. - O moreno deu uma risada divertida, sentando do lado do loiro na mesa de piquenique do acampamento meio-sangue. Não havia muitas pessoas por lá, a maioria dos campistas estavam atarefados, então, o quê restava eram ninfas correndo de sátiros pelos campos.

– Oi, menino que vive entre as nuvens. - Deu um risinho maroto antes de prosseguir. - Literalmente. - O maior revirou os olhos, bufando com a piadinha infame. -Você aí, todo concentrado, repetindo eu te amo em Morse, quando te vi, pensei: Oh-oh, meu melhor amigo está apaixonado por uma mesa! Vou lá casá-lo e depois correr de uma Piper McLean furiosa! E pronto, vim aqui interromper seu namoro com a mesa.- Ambos ficaram se encarando por alguns segundos antes de caírem na gargalhada. Rindo de besteira daquele jeito, nem parecia que ambos eram filhos de deuses mitológicos, nem que estavam prestes a enfrentar uma divindade cruel que queria a devastação da humanidade, nem que precisavam lutar numa guerra, muito menos que o descendente do deus dos céus romano estava começando a se apaixonar pelo problemático filho do deus das forjas grego. Permaneceram assim até se acalmarem, aos poucos.

– Quer saber no quê eu estava pensando?- Queria dizer, “além de você, é claro”, só que preferiu deixar omisso.

–Em quê?- O jovem de cabelos encaracolados inclinou-se sobre ele, curioso.

– Nos tipos de códigos que usamos. Tipo, Piper tem movimentos, você tem o Morse, já eu, bom, eu não tenho código nenhum.

– Não é verdade. - Balançou a cabeça negativamente. - Você tem o seu olhar.

– O meu... olhar? Tem certeza? O quê diabos tem de especial no meu olhar? – Arqueou uma sobrancelha, duvidando da sinceridade do amigo.

– Você tem um ar bem poderoso em torno de si, Jason. – Notou a expressão do romano - Opa, sem trocadilhos. Você passa ordens a todos com simples olhares, você se comunica com a gente através dos seus olhos, eu... eu te entendo só com um olhar.- Valdez desviou o rosto, mastigando o lábio, meio nervoso, murmurando baixinho a última parte. Grace ficou um tempo “fora de área”, tentando processar as informações. Não podia ser, podia? Sorriu de canto, precisando encontrar a resposta para a indagação mental.

– Consegue me entender só com o olhar, é? Jura?

– Claro que sim, cara! Nós somos melhores amigos! – A felicidade de Jason caiu por terra. Suspirou profundamente antes de voltar a sorrir. Não, aquilo não iria impedi-lo.

– Como assim, entende? Me explique!- Desafiou.

– Eu consigo prever seus movimentos só de te olhar. – Os olhos azuis brilharam de malicia.

– Prevê meus movimentos? Tem certeza? E esse, você previu? – Puxou o moreno pela camisa laranja do acampamento e o beijou. O garoto latino permaneceu imóvel, chocado. Largou o menor, afastando-se. Os arregalados olhos castanhos encaravam os culpados olhos cor do céu. O filho de Hefestos abria e fechava a boca, pasmo.

– Jason...?

– Le-Leo...– [“Merda, eu estava errado.”] –Olha, isso... eu não devia ter feito isso, ok? N-não fique com raiva de mim. - Jason entrou em desespero, sua mente pensava em mil maneiras de contornar o erro, de fazer com que eles esquecessem aquele momento. Nunca de fugir. Romanos não fugiam. Tudo o quê vinha na cabeça era...

Aquele beijo podia ser o fim da amizade deles pra sempre...

– Cara, te odiar? Hijo de uma puta, eu esperei por isso... sei lá por quanto tempo! Eu nunca vou te odiar! – Leo falou rapidamente, depois agarrou o amigo e o beijou apaixonadamente. O filho de Júpiter passou as mãos em volta da cintura magra do latino, retribuindo o beijo ardente. Todas as preocupações sumiram, o garoto retribuía seus sentimentos. Aquele beijo significava o fim da amizade deles...

E o começo de um romance.

Quando se afastaram, sorriram, corados e sem jeito. Ninguém falou nada. Os dedos de Valdez tamborilaram no ombro forte do romano, transmitindo três simples palavras.

Te quiero, Jason.

O loiro bateu o indicador no nariz do mais baixo.

Te amo, Leonardo Valdesius.

Tu es mundus.

Dies mei.

Memoria mea, de novo.

Canticum est amor.



Não entendi nada!- O garoto de olhos castanhos bufou, reclamando com um sorriso brincalhão. – Só entendi a primeira e a segunda frase.

– É o suficiente.- Voltaram a se beijar.



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Notas finais do capítulo

Odiei o final. Ficou meio sem sal, comparado ao açúcar da oneshort.