Platônico escrita por ifyousaayso


Capítulo 1
turn on and turn off


Notas iniciais do capítulo

oooi gente, primeiro cap e eu estou escrevendo essa fic assim 'na doida' porque não tinha planejado muito os detalhes mas a história no geral está pronta, então a medida que a história for acontecendo podem rolar ajustes e isso leva um tempo então caso eu demore para postar já sabem que é para poder postar sempre o melhor. beeeijos de luz



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-Qual foi o caso mais difícil de resolver, Senhor Holmes?

-Não existem casos difíceis, apenas casos cujos não prestei tanta atenção nos detalhes. –Sherlock respondia a entrevista com uma impaciência ímpar. Nada poderia ser mais entediante do que responder as perguntas daquela jornalista amadora, que usava o batom da mãe e os sapatos da irmã mais nova. –Vamos ter que ficar aqui por mais quanto tempo? –O moreno se virou para Mycroft que estava ao seu lado com os olhos fixados na tela do celular.

-Deixe ela terminar as perguntas e nós iremos. –O irmão respondeu sem se mexer ou olhar para o mais esguio.

-O que eu fiz para merecer isso? –Sherlock apoiou a cabeça no punho e arfou.

Eles estavam em uma sala apertada de uma redação de jornal em Londres, os móveis tinham cheiro de usados e várias folhas de papéis voavam devido ao vento frio que insistia em entrar pela janela.

-Não encare como uma punição, é uma oportunidade dos seus fãs verem você como um humano e não como um doente psicopata. –Mycroft falou digitando rapidamente no pequeno teclado do celular.

-Pra quem está mandando mensagem? E por que está mandando mensagem? Você só manda mensagens quando pode falar e você, tecnicamente, não pode. –O detetive franziu a testa e encostou as costas na cadeira de couro marrom, pouco confortável.

-Podemos continuar? –A jornalista ruiva sorrio impaciente e pegou uma folha de papel com mais perguntas. Sherlock assentiu. –Agora temos as perguntas enviadas por fãs aqui para a redação. Vamos ver.

Sherlock respirou fundo e para tentar se acalmar tentou ver o conteúdo da mensagem que Mycroft mandava mas o irmão bloqueou sua visão com a mão na tela do aparelho.

-Pare com isso. –Falou irritado.

-Estou entediado, não sabia que seria tão peculiar. –O detetive desdenhou e começou a tamborilar os dedos na mesa de madeira escura.

-Posso apostar que não ficará entediado com a próxima pergunta. –A moça sorriu. –Então, John e Sherlock...é platônico ou apenas um disfarce para ninguém perceber? –Ela levantou os olhos do papel para o detetive que mantinha a expressão entediada mas não parecia inclinado a responder a essa pergunta.

-As pessoas querem saber isso? –Mycroft falou olhando o papel na mão na moça. –Pensei que todos tivessem percebido.

Sherlock estendeu a mão e pegou uma caneta e tentou furar seu irmão com ela.

-Você perdeu a noção? –Mycroft falou tentando pegar a caneta da mão do irmão mais novo.

-Então, Senhor Holmes irá responder a pergunta ou terei que usar a resposta de seu irmão? –Ela mostrava um sorriso de malicia, teria o grande furo de toda sua carreira, não podia estar mais animada e confiante. –Todos estão apaixonados pelo caso do detetive indiferente e esperto e o doutor sensível, mas forte. Por favor, fale mais.

-Não estou aqui pra isso, com licença. –Sherlock insinuou se levantar da cadeira mas Mycroft o segurou pelo pulso.

-Não, fique ai. Temos um acordo. –Falou.

-O acordo era responder no máximo cinco questões sobre a diferença dos cigarros e não uma entrevista sensacionalista e sem fundamento e muito menos feita por uma amadora. Fui obrigado a estar aqui.

-Eu obriguei você a dar essa entrevista porque seria bom para sua imagem. –O irmão mais velho falou pousando a mão sobre o ombro do homem de olhos azuis.

-Minha imagem? Sou um detetive consultor e não uma celebridade. Eu não me interesso por quem está dormindo com quem, quem roubou o dinheiro ou quem é a nova capa do jornal.

-Muito bonito seu discurso mas você vai se sentar e responder a pergunta da moça.

-Maldito seja. –Ele voltou a se acomodar na cadeira e pousou os cotovelos na mesa. –John e eu somos amigos e ele é quem toma as notas nos casos.

-Isso é algum código para dizer que é ele quem veste as calças na relação? –Ela abriu um sorriso, até parecia falso, mas após longas deduções Sherlock viu que ela estava pura animação. –Preciso colocar isso no jornal.

-Nem ouse, ou sua mãe vai saber que seu maior sonho é dormir com o editor chefe daqui.

-Como é? –Ela franziu a testa. –Ah sim, estou falando com Sherlock Holmes. –A jornalista abaixou a cabeça e voltou aos papéis. –Me dê uma resposta clara e então terminamos aqui. É o que as pessoas mais querem saber.

-John é meu único e verdadeiro amigo, a pessoa em quem mais confio a ponto de deixá-lo apontar uma arma para mim, eu saberia que ele nunca atiraria em mim. Nunca. –Sherlock falou com os olhos focados no chão, ele estava prestes a cair em devaneios mas foi puxado para a realidade por Mycroft que já estava em pé e estalava os dedos na face do irmão.

-Obrigada pelo seu tempo Senhor Holmes foi realmente um privilégio. –Ela se levantou e apertou a mão de Mycroft e então se virou para falar com o mais magro que estava em pé e mal olhava para ela. –Muito obrigada pelas suas respostas, Sherlock Holmes.

Ele não respondeu, assentiu para a moça e seguiu Mycroft porta a fora.

Já no carro Mycroft cantarolava uma música do Stevie Wonder e Sherlock estava com o pensamento longe. Pensava em como o relacionamento que ele tinha com John aparecia para outras pessoas, elas realmente achavam que eles tinham um caso ou algo do tipo. Será que John percebia isso? Provavelmente não, sempre fora muito desatento. Mas o que John achava disso? De questionarem sua sexualidade a todo o momento? Poderia ser irritante mas nunca o vira reclamar, na verdade, uma ou duas vezes mas nada muito sério.

Agora o que o próprio Sherlock achava disso? Nada. Sherlock não se lembrava de ter tido nenhum relacionamento que não fosse estritamente impessoal e necessário. Ele nem, ao menos, sabia qual era a sua sexualidade. Sherlock sempre fora seguro em relação ao seu corpo, treinou sua mente para ter controle sobre todo o seu ser. Como se a sua mente tivesse criado um botão de liga/desliga para qualquer tipo de sensação. Será que o botão da área de relacionamentos estava desligado todo esse tempo? E como ele faria para ligá-lo? Ou melhor, ele queria ligá-lo?

Que tipo de pergunta o faria perder o controle e tomar uma atitude tão infantil como tentar machucar Mycroft com uma caneta. Onde estava com a cabeça?

-Chegamos. –Quando Mycroft parou o carro Sherlock abriu a porta e ao colocar os pés na calçada ouviu seu irmão falar. –Você está bem? –Era estranho ouvir Mycroft fazer esse tipo de pergunta, ele nunca foi do tipo de irmão que se preocupava com o emocional do outro, nem mesmo nas horas mais complicadas, mas julgando por essa atitude sua cara realmente deveria estar péssima. Sherlock pensou.

-Estou, estou. Estou pensando em um novo caso. –Ele saiu do carro e fechou a porta. Mycroft deu a partida no carro e foi embora.

Sherlock respirou fundo e tentou se lembrar em como abrir a porta.


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Notas finais do capítulo

eu preciso dizer que as reviews são muito importantes, elas ajudam o escritor a fic a saber se está caminhando pelo lugar certo e também, obvio tem o feedback que é primordial. então se você leu esse cap e se for ler a fic toda, dá uma ideia pra mim, ok?
beijos gente