Capítulo 41:

Pov. Duda

Esqueci de perguntar para a Bia o porque de ela estar no meu quarto de manhã e também o porque de ela ter mentido para o Jonas, porque cá entre nós, a Bia sonâmbula? Só o pateta do Jonas pra acreditar mesmo...

Já estava em casa e mandei uma mensagem para combinarmos alguma coisa de diferente já que era sábado e no fim decidimos ir lanchar numa lanchonete. Cheguei lá antes dela e poucos minutos depois ela chegou.

Bia- Oi Duda, que saudades! – Ela veio e me deu um selinho, depois colocou a bolsa na cadeira e sentou.

Duda- Pois é, nem deu pra gente conversar direito hoje. Bia... A gente precisa conversar! – Quis ser um tanto dramático para dar mais emoção.

Bia- Que foi? – Estava um pouco assustada.

Garçom- Querem fazer o pedido? – Nos interrompeu.

Duda- Eu quero um X-Salada e uma Coca.

Bia- Eu também. – O Garçom foi pegar os pedidos e nós voltamos a nos encarar.

Duda- Bia... O que eu quero te dizer é que depois de eu pensar e refletir muito sobre isso, cheguei a uma conclusão: Eu sou gay! – Ela ficou um tempo me olhando assustada, eu queria ir até o fim nessa história, mas não aguentei e comecei a rir, se nem conseguir respirar.

Bia- Voce quer me matar do coração Eduardo??? – Estava indignada. – Nunca mais faça isso comigo, ta entendendo??

Duda- Desculpa, eu não resisti. – Estava me recuperando do riso e ela começou a rir também. Depois de alguns minutos a gente ainda estava rindo, e quando começávamos a nos acalmar, olhávamos um para o outro e o ataque voltava. Até que o garçom trouce os nossos lanches e nós finalmente conseguimos parecer pessoas normais.

Bia- Mas você tinha que me falar alguma coisa mesmo?

Duda- Ah sim, é que eu queria saber qual foi a de você aparecer de pijama no armário.

Bia- Aaah, é isso... – Ela tentou disfarçar. – Ta bom, eu admito, de noite eu fui no seu quarto, aí eu fiquei te olhando e acabei dormindo. Acordei com o Jonas batendo na porta e me escondi no guarda-roupa.

Duda- Awnt que fofa – zoei ela.

Depois que lanchamos ficamos conversando e fomos para a minha casa para assistir um filme. Minha mãe já conhecia a Bia e elas se davam super bem, por isso não houve problemas de ela ir lá e tals.

Pov. Mathias

Fui com a Vivi no shopping para irmos ao cinema, apesar do risco que isso poderia ter, já que a Vivi com lojas por perto significam horas andando segurando sacolas e vendo ela experimentar sapatos. Mas tudo bem, até porque queria muito ver X-men. O filme foi muito bom, mas o melhor foi poder ficar com a Vivi, até agora não acredito que nós namoramos, cara, ela é perfeita. Eu ri muito porque o filme era em 3D, ou seja, sempre que a imagem parecia estar na nossa frente a senhorita Vivi se assustava. Quando saímos do shopping já estava anoitecendo, e pelo o incrível que pareça ela conseguiu se controlar e não entrou em nenhuma loja, NENHUMA. Nós tomamos um sorvete e pegamos um táxi. Fui na casa dela para finalmente conhecer o “sogrão”.

Mathias- Ele é muito bravo? – Perguntei antes de entrarmos na casa.

Vivi- Não muito... Mathias, fica tranquilo, vai dar tudo certo! – Isso não me fez sentir melhor, continuava nervoso.

Entramos na casa e ela era linda, a Tati estava com o Thiago conversando no sofá e nós jogamos um olhar malicioso para os dois, que automaticamente ficaram vermelhos.

Vivi- Cadê o papai? – Mudou de assunto.

Tati- Ele tava aqui agorinha, deve ter ido no banheiro! – Nós rimos.

Pai da Vivi- Eu estou aqui dona Tati! – Olhou para ela com um olhar de reprovação, mas dava para ver que era brincadeira. – Oi filha! – Se dirigiu para Vivi e depositou um beijo em sua bochecha.

Vivi- Pai, esse é o Mathias, que eu te falei.

Mathias- Beleza? – Apertei sua mão e tentei parecer o mais simpático possível.

Pai- Aah, então você é o rapaz que ta tirando a Vivi de mim? – Congelei, não sabia o que fazer. – To brincando! – Começou a rir (e eu também) e bateu nas minhas costas. Gostei.

Pov. Ana

Eu não entendi porque a minha mãe pediu pra eu passar o fim de semana na casa do Binho ao invés da Tati, mas ok. Se isso tivesse acontecido há alguns meses atrás eu estaria super feliz, mas agora não, eu to com medo. Eu sei que não é só o Binho que ta a fim de mim, eu também to a fim dele, mas tenho muito medo de ficar com ele de verdade e no fim não dar certo. Estávamos na sala conversando sobre assuntos diversos e fingindo que nada havia acontecido, já que a mãe dele e a empregada estavam em casa.

Mãe do Binho- Binho, Ana! – Nos chamou enquanto descia as escadas e nós automaticamente a olhamos, estava linda, toda arrumada. – Eu preciso ir num jantar de negócios e a empregada já está indo embora, ou seja, vocês vão ficar sozinhos... Mas eu confio em vocês! - Alertou

Binho- Pode confiar mãe, o máximo que pode acontecer é a gente fazer uma festa escondidos e chamar geral, nada além disso! – Zoou.

Mãe- há há – riu irônica – Muito engraçado. – Disse também irônica.

Depois de alguns minutinhos ficamos sozinhos e o silêncio reinou. Eu estava ainda sentada no sofá e o Binho que tinha fechado a porta veio até mim e ficou de pé na minha frente. Nessa hora já tinha começado a chover, que coisa.

Binho- Desculpas.

Ana- Pelo que? – Olhei para ele.

Binho- Ah, por tudo. Se você não quer nada comigo eu não sei por que insisto tanto... Na verdade eu sei, é que eu gosto muito mesmo de você, mas de que adianta se você não sente o mesmo? – Disse com uma voz que meu Deus, deu dó até em mim, eu não sabia o que falar, já que na verdade eu sentia sim. – Ou eu posso ter esperanças de você sentir? – Me olhou um sorriso esperançoso. Pronto, agora sim eu não sabia o que dizer.

Ana- Bom... – Levantei e tentei enrolar. – Talvez... – Estava andando de costas para Binho e quando disse isso ele andou/correu até mim e ficou na minha frente.

Binho- É sério?

Para estragar o clima meu celular começou a tocar, peguei e vi “Matheus” escrito na tela, parece praga, liga nas piores horas, por isso resolvi ignorar.

Binho- Quem é?

Ana- Ninguém importante... – Se ele soubesse era capaz de ter um ataque, por isso preferi não dizer nada.

Nós ficamos um tempo em silêncio, até que um raio muito forte foi lançado e logo depois o trovão, que fez o que? Sim, apagar todas as luzes do bairro e automaticamente me fazer soltar um grito.

Binho- Calma, foi só a luz! – Ele riu e eu também.

Ana- Eu me assustei! – Estava rindo ainda.

Binho- Vem! – Pegou na minha mão e com a luz do seu celular fomos até a cozinha, ajudei com a luz do meu também.

Ana- O que você vai fazer?

Binho- Em algum lugar por aqui tem velas – Disse olhando as estantes com a luz do celular ainda ligada. – Achei! – Pegou algumas e o fósforo também. Acendemos e levamos para a sala.

Sentamos no chão e todas as velas estavam na mesinha de centro para podermos enxergar alguma coisa.

Binho- Que engraçado né? – Estava pensativo.

Ana- O que?

Binho- Tudo isso. – Me olhou. – Primeiro a gente recebe a notícia de que você vai passar o fim de semana aqui, depois todos da casa saem nos deixando sozinhos e agora a luz acaba. – Fiquei um pouco envergonhada. - Só falta a gente fazer um jantar a luz de velas.

Ana- Sobre isso... Eu já ia te dizer que to morrendo de fome! – Ele riu como seu eu tivesse dito aquilo só para termos um jantar á luz de velas, mas eu tava com fome mesmo.

Fomos até a cozinha com uma vela e abrimos a geladeira para ver se tinha algo.

Binho- Tem panqueca! É sempre assim, durante a semana que eu não to aqui eles fazem essas comidas diferentes, que coisa. – Resmungou e eu ri.

Ana- Então aproveita que sobrou e pega! –Mandei e ele pegou.

Binho- Só que não tem como esquentar.

Ana- Ah, vai frio mesmo. – Nós rimos e levamos a bandeja com panquecas e o refrigerante até a sala.

Binho- Isso ta muito bom. – Disse de boca aberta.

Ana- Binho! – Chamei sua atenção.

Binho- Desculpa, isso não é a melhor coisa a se fazer com a boca mesmo! – Disse e me olhou, dando na cara que o que ele queria era me beijar. Ficamos em silencio e o clima estava aumentando cada vez mais, será possível que a gente não possa ficar juntos sem acontecer isso por um dia? Mas eu não tenho do que reclamar, eu gosto disso. Ele se aproximou, se aproximou, se aproximou e nossas bocas finalmente se encostaram... Pronto, mais um beijo para a coleção, e um sentimento ainda mais forte dentro de mim. Nos separamos por falta de ar.

Ana- Binho...

Binho- Não fala nada... – Voltamos a nos beijar, e depois paramos calmamente de novo.

Ana- Eu acho que eu quero! – Ele se afastou do meu rosto e me olhou com um sorriso.

Binho- Quer o que? – Abaixei a cabeça com vergonha.

Ana- Eu quero ficar com você de verdade! – Ele parecia confuso.

Binho- Mas você quer tipo namorar comigo, ou fazer aquilo? – Disse me fazendo entender.

Ana- Binho! Eu não sou tuas nega pra você ficar se insinuando dessa forma!

Binho- Desculpa! – Fiquei brava por alguns segundos, mas quando olhei para ele não resistir dar um sorriso, ele é muito lindo. – Mas você não vai me falar o que quer?

Ana- Ta... Eu quero namorar com você! – Nos olhamos e ele tava com um sorriso perfeito (mais perfeito do que já é) e nos beijamos novamente, eu não poderia estar mais feliz.

Continua...