Capítulo 32:

Pov. Bia

Acordei, me arrumei e fui para a cantina com a Vivi, e sim, nós sentamos juntas. Pouco tempo depois o Mathias chegou e ficou com a gente, me fazendo ficar de vela. Mas a pior parte não foi essa, e sim quando o Duda chegou.

Duda- Mathias! A gente... – Quando me viu parou de falar. – Bia?

Bia- Não, eu sou a Cris, não ta vendo?

Duda- Calma! É bem com você que eu preciso falar. –Disse ainda me olhando.

Bia- Só que eu não quero falar com você.

Duda- Por favor, eu preciso-te explicar o que aconteceu. –Fiquei quieta, não aguentava mais falar com ele.

Vivi- Duda, deixa a Bia.

Duda- Mas... –Foi interrompido por Vivi.

Vivi- Sem mas. Depois vocês conversam. –Ele ficou irritado e saiu de lá bufando. Pouco tempo depois eu também saí.

Não aguentava mais aquela situação, porque eu tive que gostar justamente do Duda? Eu sempre achei tão fácil controlar meus sentimentos, mas agora não ta dando mais. Estava quase chegando no meu quarto quando Duda me alcança.

Bia- O que você quer agora?

Duda- Bia, eu juro que não queria te deixar esperando. É que eu fui te mandar uma mensagem pra você me encontrar mais tarde no jardim, mas acabei mandando pra Carol.

Bia- Pra Carol? –Disse indignada. – Então quer dizer que você tem o número dessa garota?

Duda- Não tem nada de mais eu ter o número dela...

Bia- Quer saber? Eu cansei dessa Carol , eu cansei dessa situação e eu cansei de nós! –Fui tentar sair, mas antes disso ele puxou meu braço.

Duda- Espera, deixa eu falar. –Fiquei quieta. – Eu sei que até agora eu não fiz nada certo, mas é difícil pra mim. Eu nunca me apaixonei antes, ainda não sei lidar muito bem com isso, e parece que tudo dá errado. Mas de uma coisa você pode ter certeza Beatriz, o que eu sinto por você é verdadeiro, e eu não vou desistir tão fácil.

Ficamos nos olhando por alguns segundos, eu não sabia o que dizer e por isso preferi não dizer nada. Fomos nos aproximando cada vez mais, quando me dei conta já tinha fechado os olhos e minha boca já estava na dele. Foi um beijo calmo e apaixonante, parece que todo e qualquer transtorno que houve entre nós dois tivesse desaparecido. Depois de alguns minutos nós fomos nos separando lentamente, e eu o olhei nos olhos.

Duda- Me desculpa Bia?

Bia- Você promete que não vai me machucar? –Era o que eu mais temia.

Duda- Não quero nunca fazer isso. – O abracei, e nunca me senti tão segura.

Pov. Mosca

Cara, eu não sei como explicar a minha felicidade. Pretendo pedir a Mili em namoro, mas não agora, acho que ainda é muito cedo. Nós tomamos o café da manhã junto com o pessoal de sempre, e quando terminamos, anunciamos a notícia.

Mosca- Gente, eu e a Mili temos uma coisa pra falar.

Mili- Já? –Concordei e ela ficou animada.

Pata- Falem logo!

Mosca- Nós estamos juntos! –Eles ficaram de boca aberta, e muito felizes também.

Cris- Awwwn, agora só falta a Pata arranjar um boy magia, não é Pata?

Pata- Acho que pode esperar... –Disse na brincadeira.

Mosca- É, eu também acho. –Fiquei com ciúmes e eles riram da minha cara.

Logo depois o sinal bateu nós fomos para a sala de aula.

Pov. Ana

No café da manhã algumas pessoas perguntaram como eu estava, e isso e deixou um pouco com vergonha, não sei por quê. Novamente, Matheus e Binho ficaram me disputando, é estranho falar assim porque as intenções deles são diferentes, mas mesmo assim os dois não se davam nem um pouco bem. Quando o sinal bateu nos levantamos e fomos para a sala. Na aula não dei atenção para nenhum dos dois, os ignorei completamente.

Depois da aula nós almoçamos e tivemos tempo livre, pois só haveria aula de novo ás 15:00, aproveitei para decorar algumas falas de Romeu e Julieta, já que amanhã teria mais ensaio. Fui para o meu quarto e comecei a falar:

JULIETA(Ana):– Oh, Romeu, Romeu! Por que tu és, Romeu? Nega teu pai, rejeita teu nome por mim. Ou então jura teu amor por mim que não serei mais uma Capuleto.

Sem eu perceber, Binho entrou pela janela (eles costumavam fazer isso para não serem pegos no corredor).

ROMEU (Binho):– Continuarei a ouvi-la ou falo com ela agora? –Olhei para trás e vi Binho, continuei.

JULIETA (Ana):– Somente teu nome é meu inimigo. Como desejo que tivesses outro nome. Renega teu nome odiado que não faz parte de ti, e me terás inteira.

ROMEU (Binho):– Então me chama somente de amor e serei de novo batizado.

Ficamos nos olhando e começamos a rir descontroladamente.

Ana- Quem te viu, quem te vê ein Binho.

Binho-Não posso fazer nada tenho facilidade pra decorar texto. –Disse se achando.

Ana- Se eu dissesse ninguém acreditaria.

Binho- Ainda bem que você não vai dizer nada, não é?

Ana- Se você me ajudar a decorar tudo isso – Mostrei as folhas – ninguém vai ficar sabendo.

Binho- Chantagista! – Bufou de brincadeira.

Sentamos juntos na cama e começamos a passar todas as falas, e ter um Romeu á minha disposição me ajudou muito, por que se for depender do Thiago a gente nunca vai ensaiar fora da hora. Do nada ele parou de falar.

Ana- É você.

Binho- Ana, porque você me ignorou hoje na aula? –Disse me olhando.

Ana- Porque você e o Matheus são uns chatos quando estão juntos.

Binho- Desculpa, mas é que eu não vou com a cara dele.

Ana- Eu não vou com a cara da Teca, durmo no mesmo quarto que ela todo dia e não fico brigando toda vez que a vejo... Apesar de ter vontade, ainda mais depois de ela fazer eu me afogar.

Binho- Mas você sabe como eu sou... –Interrompi ele.

Ana- Ciumento? Sei sim, só não entendo por que ter ciúmes de mim.

Binho- Na verdade eu também não entendo... –Percebi que ele não estava olhando nos meus olhos.

Ana- Pra onde você ta olhando? –Chamei a atenção e ele voltou a olhar para os meus olhos.

Binho- Que?

Ana- Você não tava olhando no meu olho.

Binho ficou calado e eu também, não sei se era impressão minha ou ele tava se aproximando de mim cada vez mais, eu não sabia o que fazer. Percebi que nos beijaríamos, era muito tarde para escapar, na verdade se eu quisesse escapar poderia, mas fiquei ali, sem me mexer. Onde isso daria? Só Deus sabe. Poucos segundos depois minha boca já estava na dele, pela segunda vez pude experimentar aquele sabor, a diferença é que dessa vez um sentimento muito forte e estranho estava envolvido. Nunca vi Binho como mais de um amigo, mas agora nada fazia mais sentido na minha cabeça, o que eu estava sentindo? Nos separamos por fala de ar, e ficamos nos olhando até cair a ficha.

Binho- Meu Deus! –Pulou da cama. – Ana, me desculpa!

Ana- Calma – Me levantei também. – A culpa não foi só sua. – Disse olhando para baixo.

Binho- Eu não sei oque deu em mim, quando vi já estava fazendo o que não deveria.

Ana- Faz assim... Isso nunca aconteceu, ok?

Binho- Mas eu não sei se eu quero que nunca tenha acontecido! –Fiquei o olhando estranho– Quer dizer... Você tem razão, é melhor ninguém saber.

Ele saiu do quarto e eu deitei na minha cama sem saber o que tinha acabado de acontecer. Será se eu estava gostando do Binho? Fiquei preocupada com essa possibilidade.

Pov. Juca

Fui para a aula e pude perceber que Duda e Bia estavam mais próximos, acho que eles se acertaram. Mas se for depender de mim isso não vai continuar assim, afinal, esse Duda precisa aprender a não mexer mais comigo. Se tudo der certo hoje mesmo eu pego essa menina de vez, o bom é que não vai ser nenhum sacrifício, já que ela é mó gatinha.