Capítulo 30:

Pov. Mosca

Depois que saí da biblioteca procurei o Rafa, e não conseguia achar ele em lugar nenhum. Até que me lembrei do lugar mais óbvio, e que ainda não tinha ido: a cantina. Quando cheguei vi Cris conversando com Rafa, me aproximei e vi que ela ficou incomodada com a minha presença.

Mosca- Rafa, eu preciso falar com você rapidinho.

Rafa- Tem que ser agora? –Concordei e ele se levantou. Fomos para o lado de fora da cantina.

Mosca- A Cris te falou alguma coisa sobre as cartas?

Rafa- Eu tava tentando entrar nesse assunto antes de você chegar. Porque ta perguntando?

Mosca- Ela confundiu tudo.

Rafa- Como assim?

Mosca- Então... É que eu fui falar para a Mili que eu tava a fim dela – disse com um pouco de vergonha- Aí ela me xingou, porque disse que “sabia” que quem tinha escrito as cartas tinha sido eu. – Ele ficou sem entender. – A parada foi que eu também comi bolo de chocolate e suco de melancia hoje cedo, ou seja, ela está achando que o admirador secreto sou eu!

Rafa- Ai meu Deus... E agora?

Mosca- E agora você tem que falar tudo pra ela, antes que as coisas piorem para o meu lado.

Rafa- Acontece que eu não faço a mínima ideia de como dizer isso.

Mosca- Então eu mesmo falo! –Fui rapidamente até a mesa de Cris e percebi que ela ficou assustada quando me viu sentando á sua frente. Rafa veio logo á trás.

Cris- Mosca?

Mosca- Cris, você confundiu tudo. Eu to sabendo que você acha que o cara que escreveu as cartas fui eu, mas não foi.

Cris- O que? Mas você tava comendo bolo de chocolate e suco de melancia.

Mosca- Eu sei, mas fo tudo uma coincidência. Você não viu outra pessoa que estava comendo isso também?

Cris- Não... Você sabe quem foi, não sabe?

Mosca- Sim, eu sei. –Dei uma breve olhada para Rafa que estava de pé no lado da mesa. – Mas eu não vou conta. Se ele quiser que você saiba, ele mesmo vai falar.

Cris- E você Rafa? Você sabe de alguma coisa?

Rafa- Cris... Você sabe que eu sou inseguro, não sabe? Mas hoje eu não vou deixar essa insegurança dizer oque eu vou ou não fazer. Eu sei quem escreveu as cartas sim, e esse cara sou eu! –Ela se levantou e foi dizer alguma coisa, mas Rafa a interrompeu. – Eu sei também, que talvez você não sinta o mesmo por mim, mas eu não to nem aí, quer dizer... Lógico que eu gostaria que você sentisse, mas se não for assim eu te entendo. Eu só te peço pra nossa amizade não acabar depois que você disser que não gosta de mim dessa forma.

Cris- E quem disse que eu não gosto de você dessa forma? Eu tentei me enganar esse tempo todo, talvez pra não me frustrar quando descobrisse que o cara das cartas “não era você”. Mas a verdade é que é de você que eu gosto, e ponto.

Rafa puxou Cris e os dois se beijaram e eu fiquei ali plantado, de vela.

Pov. Vivi

Eu fiquei MUITO aliviada depois que essa história da Débora acabou. Estava com o Mathias na sala de estar assistindo um filme.

Mathias- Vivi?

Vivi- Que? –Disse sem tirar os olhos da TV, já que estava concentrada no filme.

Mathias- Eu quero te dizer uma coisa.

Vivi- Diga. –Olhei para ele.

Mathias- Já faz um tempo que a gente está juntos, e eu tenho cada vez mais certeza do que sinto por você. –Sorri.

Vivi- Eu também Mathias...

Mathias- Eu acho que já está na hora de a gente ficar juntos de verdade, não acha?

Vivi- O que você ta querendo dizer com isso? –Ele se levantou e se ajoelhou na minha frente.

Mathias- Viviane, aceita namorar comigo? –Eu abri o sorriso, mais enorme impossível.

Vivi- Sim... É claro que sim Mathias!! –Eu quase gritei. Nos levantamos, e nos beijamos. Foi um beijo calmo e suave, um dos melhores beijos da minha vida. Na verdade sempre penso isso quando beijo o Mathias, isso porque a cada beijo eu me apaixono mais por ele. Quando saímos da “vibe” percebemos que metade do colégio estava ali, eles começaram a gritar e nos aplaudir.

Pov. Bia

Depois da aula eu fiquei planada no jardim esperando o Duda, e é claro que o belezão não apareceu. Não sei como pude acreditar naquele mala. Depois de tudo isso fiquei trancada no quarto, ainda bem que a Vivi e a Cris tinham saído. Deitei na minha cama e as lágrimas saíram logo em seguida, porque tive que me apaixonar pelo menino mais improvável desse colégio? Fiquei um tempo chorando, quando Vivi entra no quarto fazendo maior escândalo.

Vivi- Bia, você não sabe o que aconteceu! O Mathias me pediu em NAMORO! Não é incrível?

Bim- Hum... – Sentei e limpei as lágrimas.

Vivi- Eu te conto que to namorando com o menino mais incrível do mundo e você me responde com um “hum”? –Revirei os olhos. –Pera aí... – Ela sentou na ponta da minha cama e olhou para mim. – Você tava chorando Bia? –Disse com uma vós de solidariedade.

Bia- Eu? Claro que não.

Vivi- Não minta pra mim Beatriz, você tá com cara de choro.

Bia- Me deixa Vivi!

Vivi- Eu só vou te deixar quando você e contar o que aconteceu.

Bia- E por que você quer tanto saber?

Vivi- Por que a gente briga, se estranha, mas no fundo, beeem lá no fundo eu gosto de você.

Bia- Sei... –Tentava desviar o olhar.

Vivi- Eu to falando sério Bia!

Bia- Ta bom... Eu confesso que até que gosto desse seu jeito é engraçado. Mas você continua chata! –Ela riu.

Vivi- Agora me conta.

Resisti um pouco, mas acabei contando tudo o que tinha rolado com o Duda, e pela primeira vez eu e Vivi estávamos nos entendendo.

Pov. Juca

Já tinha tirado o gesso e queria aproveitar para acertar as contas com Duda. Fui até o quarto dele e ele estava lá.

Duda- O que você quer? –Ele não parecia bem, mas não estava nem aí.

Juca- Não sei se você reparou, mas eu tinha colocado gesso graças á você.

Duda- E daí?!

Juca- E daí, que agora que eu já tirei, você vai pagar.

Duda- Na boa Juca, eu não to pra briga hoje ta bom? –Se sentou na cama.

Juca- Não é? Levou um fora? Tadinho... –Ironizei.

Duda- Você diz assim, mas não sabe o que houve.

Juca- E quem foi a felizarda da vez? A Carol? Eu soube que vocês tavam se pegando esses dias. –Provoquei.

Duda- Que Carol? Aquela menina é uma praga na minha vida. Foi com a Bia! –Mudei de posição.

Juca- A Bia? Você tava pegando a Bia? Eu não acredito...

Duda- Não acredita por quê?

Juca- Ela me deu mó fora outro dia.

Duda- Você deu em cima dela cara? – Se levantou.

Juca- Nossa, não sabia que tu tava tão afim dela assim.

Duda- Mais do que você pensa. Por isso não ouse chegar perto dela, ta ouvindo? –Me ameaçou e eu argui os braços, como forma de “rendimento” e saí do quarto.

Eu não dei o tapa que Duda merecia, mas sei exatamente como afeta-lo. Essa semana eu ainda coloco meu “plano” em ação.

Continua...