Lost In Paradise

15 – She.

A risada ecoou grave pelo cômodo parcialmente claro. Esta se seguiu apenas pelos gemidos prazerosos da Rainha de Gelo enquanto Kyoya prensava a mulher de cabelos escuros contra um móvel qualquer.

Outro gemido fez-se presente junto ao som de vários objetos indo ao chão, logo a morena encontrava-se sentada sobre o móvel enquanto os poucos objetos que se encontravam sobre o mesmo jaziam, agora, no chão.

As unhas deslizaram pelo pescoço do rapaz antes de puxá-lo pela gola da camisa social e tomar os lábios deste numa sede mal contida. Hibari sorriu entre a guerra que suas bocas travavam, mas isto se devia ao fato de que, displicentemente, a purificadora – nem tão pura assim – já arrancara sua camisa social, tal como este já se desfizera da jaqueta negra que Adelheid usava anteriormente.

A morena riu divertida deslizando as mãos hábeis pelo corpo do disciplinador arrancando um leve arquejo de prazer do mesmo. Os dedos agarraram-se aos fios negros curtos em um aperto prazeroso e não tardou para que a Suzuki tomasse novamente os lábios do rapaz com uma ferocidade que arrancava suspiros do Hibari.

As pernas formosas envolveram a cintura de Kyoya e o rapaz não tardou em agarrar as coxas grossas firmando a mulher sobre si. Os braços envolveram o pescoço do presidente e, mais do que nunca, seus corpos estavam colados, trabalhando num sincronismo único.

– Onde? – fora tudo o que ele indagara entre os beijos sedentos e apetitosos.

– Fim do corredor. – e nisso seguiram pelo pequeno corredor da residência, esta que pertencia unicamente a Suzuki. Não demorou muito para que a morena concluísse que chegaram ao quarto, afinal, fora jogada na cama tendo Kyoya sobre si poucos segundos após isso.

Naquele começo de manha eles deliciaram-se por mais uma vez com os toques, gemidos, beijos e mordidas. Não havia queixas, e mesmo a aposta – que os levou a um infortuno empate – era lembrada. Tudo o que queriam e precisavam estava ali. Todo o carinho e atenção que podiam disponibilizar através do rival, eles assim teriam.

Pela primeira vez, ou talvez não, desde que haviam iniciado aqueles pecados que apenas se empilhavam, eles sabiam... Não era mais sexo, não era carnal, não mais.

Eles estavam se amando, com carinho, com delicadeza e com uma singela pitada de luxuria.

Depois de tanto tempo, de tanta tortura ocasionada pela distancia infortuna; eles estavam ali, curando as feridas que haviam começado a surgir em seus corações. E eles não se amaram apenas por uma vez, por que não seria o suficiente, por horas e horas seus corpos trabalharam juntos em atos que, talvez, fossem proibidos para eles.

Mas nada importava mais, não quando estavam assim, juntos, sendo um só ser.

E ao fim, quando o cansaço já os abatia completamente, a Suzuki permitiu-se cair sobre o peito de Kyoya, agarrando-se ao rapaz rezando mudamente para que quando ela despertasse novamente, ele ainda estivesse ali, dormindo consigo sob os lençóis finos, ou apenas a observando.

Quando suas pálpebras pesaram, a purificadora permitiu de render ao cansaço que arrebatava todas as suas forças, e no fim ela adormeceu ouvindo as batidas rítmicas e acolhedoras do coração da solitária Nuvem.

Mas se naquele momento ela ainda estivesse acordada poderia ouvir palavras as quais jamais cogitou ouvir do distante Hibari Kyoya.