Cinderela às Avessas escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 34
E todos viveram felizes dentro do possível


Notas iniciais do capítulo

Pois é, pessoal. Último capítulo, fim da história. Espero que tenham gostado e para quem acompanhou até o fim, meu muito obrigado pelo apoio! Uma história sem leitores é apenas palavra morta. São vocês que dão vida ao que escrevemos.

Eu ainda não sei qual vai ser minha próxima fanfic. Ultimamente, estava até com vontade de fazer a continuação de universo em desequilíbrio, mas tenho andado tão enjoada de Cebola e Mônica ultimamente que vou deixar para mais tarde.

O pessoal anda cobrando a Sub-Marina e acho que vou concentrar meus esforços nessa fanfic. Vai levar um tempo, porque ainda nem comecei a primeira página. É preciso inspiração, idéias, saber como vai ser a história. Geralmente eu faço um esboço na cabeça com o básico, início meio e fim. É tipo o esqueleto. Depois tem que preencher com órgãos, veias, artérias, sangue, músculos e por fim a pele. Tá, a comparação é meio esquisita, mas é assim que as histórias ficam na minha cabeça. Já tenho o esqueleto, falta preencher com o resto.



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O estádio estava com a lotação esgotada. Todos aguardavam ansiosamente o show das celebridades do momento, a nova dupla que arrasava corações. As garotas da turma gritavam e pulavam mal contendo a empolgação. Os rapazes apenas acompanhavam tudo tentando manter a pose, já que não queriam admitir que gostavam daquelas músicas melosas. Pelo menos tinham conseguido camarote vip. Bem melhor do que serem esmagados pela multidão histérica.

Uma música começou a tocar, juntamente com flashes de luzes e imagens do telão. Uma voz anunciou arrancando gritos de todo o público.

– E agora o momento que todos esperavam! Com vocês, Rafael e Cassandra!

Quando eles entraram no palco, a gritaria foi geral, com muitos aplausos e até choro de várias fãs. Todos queriam ver de perto o casal que fazia tanto sucesso com suas musicas lindas e românticas.

– Hoje vou cantar uma linda canção que Rafael e eu fizemos juntos. Espero que gostem! – Cassandra falou ao microfone antes de começar a cantar.

Rafael tocava no piano e Cassandra cantava com sua linda voz que deixava todos maravilhados. As meninas acompanhavam tudo emocionadas. Denise batia várias fotos, Cascuda mal conseguia segurar as lágrimas e até os pais dela, de Rafael e também os de Cassandra estavam no show assistindo tudo também em camarotes no maior conforto. Carmem também assistia ao show, feliz por tudo estar dando certo.

Quatro meses depois do incidente da festa, eles tinham se tornado um grande sucesso, com shows marcados em vários estados brasileiros e havia até a possibilidade de tocaram no exterior. Eles iam muito bem como cantores e também como um casal. Tanto que até pretendiam noivar dentro de poucos meses, quando estivessem com a vida feita.

A situação financeira deles tinha melhorado e Cassandra planejava construir uma casa melhor para seus pais e lhes dar uma vida confortável. Seus irmãos iam estudar em uma escola melhor e ter um futuro garantido.

Marlene agora era chefe de cozinha no novo restaurante da cidade e estava fazendo grande sucesso. Além de ser excelente cozinheira, ela era criativa e sempre criava pratos novos com combinações inesperadas que sempre agradavam os clientes. Ela estava indo tão bem que o dono planejava propor sociedade no futuro, quando ela estivesse realmente pronta para assumir um negócio.

Enquanto isso, o casal de caloteiros estava na cadeia. Após um longo julgamento, eles pegaram vinte anos de prisão sem direito a condicional. Nunca mais iam aplicar golpes novamente.

Ela não era mais Rebeca Aguiar. Era apenas Marta e estava no presídio feminino, usando uniforme de presidiária e sem as suas mordomias de sempre. Agora ela tinha que ficar confinada numa cela sem nenhum tratamento especial. O mesmo aconteceu com Afonso, que agora era só José. Ele estava preso numa cela minúscula, dividida com outros presos, comendo aquela comida ruim da prisão que nem se comparava aos manjares que Marlene fazia e ainda tinha que aturar provocações dos outros presos que não tinham simpatizado com ele nem um pouco. Nada mais de viagens para eles, nem roupas caras, restaurantes refinados, carros de luxo ou jóias.

Carmem estava fazendo curso de informática e inglês. Depois disso, Aninha pretendia lhe ajudar a arrumar um emprego. Seu pai tinha oferecido na empresa da família, mas por enquanto ela queria tentar em outros lugares para ganhar experiência, pois não queria que ninguém pensasse que ela estava sendo beneficiada só por ser a filha do patrão.

Embora continuassem brigando de vez em quando, ela e Cascuda tinham se tornado boas amigas. Sempre faziam trabalho juntas quando podiam e Cascuda ajudava Carmem nos estudos, para ciúme de Denise.

Ela não tinha se tornado uma pessoa perfeita e iluminada. Ainda havia muito o que aprender e defeitos a trabalhar. De vez em quando ela tinha suas recaídas de patricinha mimada, mas depois procurava consertar seus erros. Seus pais ainda não liberaram seu cartão de crédito e ela achava que era melhor assim. Se tivesse dinheiro nas mãos, ia voltar a gastar compulsivamente como antes.

Pelo menos ela tentava melhorar ainda que dentro das suas limitações. A estrada era mesmo longa.

Quando o show terminou, o casal ainda teve que dar muitos autógrafos, tirar fotos com fãs e levar alguns para conhecer o camarim. Só depois de muito tempo eles foram liberados para ficar com a família e todos foram comemorar o sucesso no restaurante onde Marlene trabalhava.

Eles faziam uma grande festa, comendo e bebendo a vontade por conta do casal que queria ver todos aproveitando a noite.

– Espero que estejam aproveitando bem a comida! – Marlene falou muito animada. – Fiz um prato especial para vocês essa noite.
– Uia, agora você é uma chefe de cozinha muito importante, hein? – Carmem falou bem humorada.
– Ah, sim! É muito trabalho, mas vale a pena!

E como valia a pena! Ela estava ganhando tão bem que até pretendia reformar a casa dos seus pais, fazer melhorias e acrescentar mais um quarto para que cada uma de suas filhas tivessem seu próprio espaço. Sua vida tinha melhorado muito.

– Espero que você vá ao nosso próximo show, viu? – Cassandra falou.
– É mesmo! Sentimos sua falta hoje! – Rafael também falou.
– Com certeza vou dar um jeito, pode deixar! Agora deixa eu ir que ainda tenho muito trabalho!

Ela circulou um pouco pelo restaurante conversando com os clientes e recebendo muitos cumprimentos por sua comida. Depois disso, teve que voltar ao seu trabalho. Eram mutios pedidos e o lugar estava bem movimentado.

– Eu ainda não entendo como tudo se ajeitou tão bem. – Cascuda falou para Carmem depois que Marlene saiu de perto.. – Quer dizer, eles ainda te conhecem, mas agora você tem sua vida de volta. Como a realidade se ajeitou depois de tudo? Por que...
– Ah, sossega aí! Eu também não sei essas coisas, mas quer saber? Nem sempre a gente tem que ter explicação pra tudo! Milagres são assim mesmo!
– Bah, isso não tem lógica! Toda essa confusão no espaço-tempo e eu continuo não entendendo nada!

Carmem colocou um pedaço de brócolis na boca da amiga para fazê-la parar de falar e disse.

– Larga de ser chata, viu?
– Chata? Eu não sou chata, só gosto de ter tudo bem explicado! Muito diferente de você que é uma preguiçosa acomodada que não liga pra nada!
– Preguiçosa? Eu? Pelo menos não visto essas roupinhas de baranga! Agora o seu primo é uma celebridade e você fica fazendo ele passar vergonha com esses trapinhos!
– Trapinhos? Vou te mostrar os trapinhos agora mesmo!

As duas continuaram discutindo sob risos de todos.

– Credo, elas brigam demais! – Mônica falou abraçada ao Cebola. Ele concordou.
– É muito ruim isso! As pessoas precisam conviver em paz.
(Mônica) - Não podem reagir a qualquer provocação.
(Cebola) – E devem ter paciência com os defeitos dos outros.
(Mônica) - Claro, ninguém é perfeito!
(Cebola) - Brigar não tá com nada!

Creuzodete acompanhava tudo de sua mesa. Bem... talvez não fosse possível mudar algumas coisas. Ou talvez elas fossem difíceis de serem mudadas. De qualquer forma, elas estavam no caminho certo.

Carmem e Cascuda se encaravam com os olhos soltando faísca. Depois dispararam a rir uma da outra e logo estavam papeando como velhas amigas. Pelo menos até a próxima briguinha.

A experiência não tinha sido boa somente para aquela garota mimada. Cascuda também aprendeu a ser mais tolerante e menos severa com as pessoas. Ter que agüentar alguém como Carmem o tempo inteiro lhe ensinou a ser mais paciente e também a ter mais compaixão pelos outros. No fim, todos saíram ganhando.

Ao ver que tudo tinha ficado tranqüilo outra vez, Creuzodete pagou a conta e saiu do restaurante. A noite estava bonita e ela viu a estrela brilhando fortemente no céu anunciando que outra pessoa estava fazendo um pedido. Quem seria daquela vez? Que o que essa pessoa estava pedindo? Estaria sabendo aproveitar aquela oportunidade?

As pessoas costumavam ser muito distraídas às vezes e por isso deixavam escapar muitas chances para serem felizes. E não raro acabavam se metendo em confusões que causavam grande sofrimento. Era por isso que ela precisava continuar seu trabalho como protetora do planeta. A humanidade ainda tinha um longo caminho pela frente.

Mas por enquanto, hora de seguir a estrela. Podia ter mais alguém precisando de sua ajuda e orientação.


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