Code for Justice escrita por Mitsucchi


Capítulo 4
Yumi




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– Ah Shidoh, emocionante, não é? - Ela cruza os braços atrás das costas, o coração batendo rápido de excitação.

– Emocionante? Não sei dizer, nada aconteceu ainda...

Ela ignorou, e decidiu que era melhor esconder seu Death Note em um lugar fora de alcance, já que com certeza a polícia procuraria em todos os cantos. Depois de uns dois minutos pensando, decide colocar um vestido vermelho que ela tem, de aparência vitoriana, com mangas compridas, laços na saia e babados na frente, o que fazia o vestido ser perfeito para esconder o Death Note. Ela colocou com cuidado o caderno em sua barriga.

Quando a hora chegou, ela ligou para a polícia, com um choro falso muito convincente. Quando eles chegaram, ela sentou-se em uma das cadeiras da sala de estar e manteu sua expressão aterrorizada. Como esperado, houve um interrogatório, e como ela previu, eles foram leves e gentis com ela.

– Você ouviu uma voz desconhecida, ou viu algo estranho? - Um dos policiais que era bem próximo do pai dela segurava o ombro da garota e olhava nos olhos dela.

– Não. - Ela olhava para baixo, com o rosto molhado e a voz trêmula.

"Policiais são imbecis." Yumi pensava. "Meu pai era o pior de todos. Eles são inúteis, não conseguem fazer nada direito. Tenho certeza que na Wammy's eu vou encontrar pessoas superiores, melhores do que todos que eu tive que aturar em minha vida."

Quando a investigação terminou, Greg, o policial que era amigo de seu pai, ficou a noite para cuidar dela. O dia passou rápido, e quando chegou a hora de dormir, ele havia colocado um colchão extra no quarto dela, para ter certeza de que tudo ficaria bem.

Já era meia noite, e Greg dormia pesado. Yumi olhava para ele com ódio, lembrando que este homem foi o motivo pelo qual seus pais escolheram este lugar. Shidoh nota a expressão da garota, e chama sua atenção.

– Yumi, seus pais teriam mudado de qualquer jeito, sabe como eles são. Você tem que ficar feliz por este homem ter os feito virem para cá, onde tem o orfanato desejado. - Shidoh era um shinigami, e como todos os shinigamis, não deveria se importar com o portador do Death Note que segue. Mas a relação destes dois era mais ou menos como uma amizade. Nenhum dos dois sabe dizer, ou definir o que realmente é "amizade", mas estão satisfeitos assim.

Ouvindo o que seu shinigami disse, yumi respirou fundo e fechou os olhos. Estava com sono, mas não podia perder a oportunidade. Sendo baixa e leve, conseguiu se levantar sem fazer barulho algum, e saiu pela janela, pois a porta era mais antiga, e rangia alto quando alguém abria-a.

Estava nevando, pequenos flocos brancos caiam devagar, em contraste com o céu escuro e quase sem estrelas. Yumi sorriu, ela gostava de neve, e de escuridão. Havia pego um casaco preto e pesado, com um capuz, que ela colocou na cabeça e andou nas ruas que havia decorado em cinco minutos, olhando um mapinha na internet.

Finalmente chegando à Wammy's, ela tocou a campainha, e um velho de aparência cansada veio atendê-la.

– O que posso fazer por você, a essa hora, garota? - Roger abriu a porta, visivelmente surpreso, e fácil de perceber que havia sido acordado. Ele fez um sinal para ela entrar.

– Uhm, meus pais morreram e estou procurando abrigo. Isto é um orfanato, não? - Ela foi direto ao ponto, expressando tristeza falsa, mas não chorando. Ele guiou-a até sua sala, e ela sentou no sofá que fica na frente de sua mesa.

– Este orfanato, foi feito para crianças especiais, gênios. Se precisar de um lugar para morar, existem orfanatos comuns por perto. - Ele bebeu café frio de uma xícara que estava pela metade, em cima de sua mesa, tentando ficar um pouco mais acordado.

– Existe algum tipo de... Teste? Ou alguma coisa para testar se uma criança tem ou não capacidade de entrar para a Wammy's? - Yumi estava convencida de que conseguiria. Ela sabe que é inteligente, mesmo não sabendo exatamente como usar suas capacidades.

"Esta garota vai dar trabalho... Bem, eu poderia oferecer abrigo até o amanhecer, e no da seguinte aplicar os testes, mas as regras dizem o contrário." Roger sentiu vontade de apenas abandonar a garota, estava cansado demais para lidar com isso. Mas era ela que precisaria fazer esforço agora, e não ele, então o velho se levantou e pegou o que parecia ser uma prova em uma das gavetas que ficava atrás de sua mesa.

– Este é o primeiro, ele vai testar sua capacidade de raciocínio lógico e... uhn, essas coisas. - Ele entregou as folhas e um lápis para ela, e começou a fazer café para si mesmo.

"Ah, finalmente, isto é divertido." A garota sorria ao responder a terceira pergunta. Julgava as provas das escolas comuns uma coisa idiota e fácil. Talvez isto tenha sido a raiz de sua forte confiança em suas próprias capacidades intelectuais, o que pode ter levado à sua arrogância. "Finalmente algo ao meu nível intelectual."

As próximas provas eram diferentes, e testavam várias áreas do conhecimento e habilidades. Ficando gradualmente mais difícil, Yumi estava ficando cada vez mais cansada, e chegando ao fim, exausta. Mas um tanto quanto feliz, aquilo foi novo e divertido para ela.

Eram duas horas da madrugada, e mesmo Roger estando mais acordado pelo café, não tinha como revisar tudo aquilo. Ligou para L, com o celular e o número que Watari lhe deu.

– Ryuuzaki, desculpe lhe incomodar a esta hor-

– Sem desculpas formais, me diga o que aconteceu. - L interrompeu. Não parecia estar bravo, ou com voz de quem acabou de acordar.

– Uhm, uma garota veio aqui e fez todos os 9 testes, mas não estou em condições de corrigi-los... Será que você poderia...?

– Estou a caminho. - L desligou.

Menos de cinco minutos depois, quando L chegou, Roger lhe entregou a pilha grossa de papéis. Ele passou as páginas em um piscar de olhos, e assim já havia corrigido tudo.

"Leitura dinâmica é um dom que eu não tenho mais tempo de vida para treinar... Ou disposição. L nunca deixa de me surpreender." Roger sorriu de leve, em admiração.

O detetive chegou perto da garota, e examinou-a. Era impossível ele saber do caderno, devido ao vestido enfeitado e o casaco grosso fechado.

– Não vai corrigir meus testes? - Yumi bocejou no final da frase.

– Já corrigi. Você está bem acima do padrão de pessoas normais. Um pouco abaixo do padrão das pessoas daqui, mas é normal, lembrando que elas estão aqui desde crianças, e você parece ter 14 anos. - L jogou os papéis em cima da mesa, não dando mais importância a eles.

– Eu tenho 16... - Yumi dizia com os olhos fechados, quase dormindo.

– Roger, precisamos arrumar um quarto para esta garota. Pegue um vazio para ela dormir esta noite, quando amanhecer, podemos cuidar direito de tudo. - L saiu do quarto.

Obedecendo L, Yumi foi levada a um quarto novo, com uma cama nova, e tudo no quarto era branco. Parecia uma tela nova, em que ela poderia pintar a sua própria maneira, coisa que nunca teve o direito de fazer em sua casa. Ela sorriu e capotou na cama, dormindo imediatamente sobre o colchão sem lençóis. A última coisa que ouviu foi a porta fechando e Shidoh rindo.


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Notas finais do capítulo

Vou entrar em um "semi-hiatus" por uns 10 dias mais ou menos, a partir de amanhã (dia 15). Assim que voltar eu vou atualizar tudo (provavelmente)



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