O Mistério da Deusa do Destino - Hiatus escrita por Vicky Black


Capítulo 19
Capítulo 19




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Era uma noite fria e tempestuosa, mas Destiny não se incomodava. Ela, sequer, percebia o tempo lá fora, afinal, ela estava prestes a entrar no submundo. O clima lá embaixo não seria tão tranquilo assim.

A filha do mar só podia esperar que Victória se lembrasse do combinado. Ela não poderia demorar-se muito com os bruxos e magos em Guaramirim. A loira tinha que encontrar-se com ela o mais rápido possível, isto é, depois de deixar todos protegidos.

As coisas estavam seguindo exatamente como planejaram, apesar de a brasileira esconder várias coisas dela, Destiny sabia que tinha um motivo para isso. A cria de Poseidon só esperava que a maga não se ferisse ainda mais com suas decisões.

–---

Victória acabara de colocar todos os pequenos magos na cama quando eles pediram para ela cantar.

Desde o resgate nos outros Institutos de Magia, as crianças dormiam todas juntas, num quarto especialmente preparados para eles, um modo de acalmar os nervos e os pesadelos. A aura delicada da sala, junto com alguns filtros de sonhos feitos de uma linha especialmente criada para filtrar pesadelos, ajudava a superar os dias ruins que os pequenos tiveram.

Mas, agora, Vic não podia negar um pedido tão delicado como aquele, ainda mais que ela tinha algumas coisas para colocar para fora mesmo, nada melhor que juntar o útil ao agradável.

“Your little hand's wrapped around my finger
(Sua pequena mão está encaixada ao redor do meu dedo)
And it's so quiet in the world tonight
(E está tão quieto no mundo esta noite)
Your little eyelids flutter cause you're dreaming
(Suas pequenas pálpebras agitadas porque você está sonhando)
So I tuck you in, turn on your favorite night light
(Então eu te cubro, ligo seu abajur favorito)
To you everything's funny, you got nothing to regret
(Para você tudo é engraçado, você não tem nada para se arrepender
I'd give all I have, honey
(E eu daria tudo que eu tenho, querido
If you could stay like that
(Se você pudesse ficar assim)”

A melodia começou calma, tranquila, como uma canção de ninar. E esse era realmente o intuito, ninar. Mas, claro, a mensagem era um pouco mais forte que apenas colocar crianças para dormir.

“Oh darling, don't you ever grow up
(Oh querido, nunca creça)
Don't you ever grow up, just stay this little
(Nunca creça, apenas fique assim pequeno)
Oh darling, don't you ever grow up
(Oh querido, nunca cresça)
Don't you ever grow up, it could stay this simple
(Nunca cresça, isso poderia ficar simples assim)
I won't let nobody hurt you, won't let no one break your heart
(Eu não deixarei ninguém te machucar, não deixarei ninnguém quebrar seu coração)
And no one will desert you
(E ninguém irá te abandoner)
Just try to never grow up, never grow up
(Apenas tente nunca crescer, nunca crescer) ”

Vic estava envolvida demais com a música para perceber que algumas pessoas se aproximavam do quarto buscando a fonte daquela melodia. Os Weasley e seus companheiros, os semideuses-bruxos e seus pais, além de Sirius, Tonks e Remo ainda estavam em Guaramirim, mesmo depois do termino da reunião.

“You're in the car on the way to the movies
(Você está no carro, a caminho do cinema)
And you're mortified your mom's dropping you off
(E você está mortificado, sua mãe está te levando)
At 14 there's just so much you can't do
(Aos catorze, não há muito o que fazer)
And you can't wait to move out someday and call your own shots
(E você não pode esperar para se mudar e dar seus próprios passos)
But don't make her drop you off around the block
(Mas não a faça te deixar do outro lado do quarteirão)
Remember that she's getting older too
(Lembre-se que ela também está envelhecendo)
And don't lose the way that you dance around in your pj's getting ready for school
(E não perca o jeito que você dança nos pijamas enquanto fica pronto para a escola)”

A música falava bem mais do que Victória gostaria, era quase um desabafo. Enquanto cantava, ela passava as mãos pelos cabelos e braços das crianças, numa espécie de cafuné, um carinho para ajudá-los a dormir. Vic ainda lembrava-se de quando tinha a idade deles, estava tão assustada...

“Oh darling, don't you ever grow up
(Oh querido, não cresça nunca)
Don't you ever grow up, just stay this little
(Não cresça nunca, apenas fique pequeno assim)
Oh darling, don't you ever grow up
(Oh querida, não cresça nunca)
Don't you ever grow up, it could stay this simple
(Não cresça nunca, poderia ficar simples assim)
No one's ever burned you, nothing's ever left you scarred
(Ninguém irá te queimar, nada jamais te deixará cicatrizes)
And even though you want to, just try to never grow up
(E mesmo que você queira, apenas tente não crescer nunca)

Take pictures in your mind of your childhood room
(Tire fotos em sua mente do seu quarto de criança)
Memorize what it sounded like when your dad gets home
(Memorize o som de quando seu pai chega em casa)
Remember the footsteps, remember the words said
(Lembre-se dos passos, lembre-se das palavras ditas)
And all your little brother's favorite songs
(E todas as músicas favoritas do seu irmão menor)
I just realized everything I have is someday gonna be gone
(E eu acabei de perceber que tudo que tenho um dia irá embora)”

Na porta do quarto dos pequenos, todos encaravam a loira sem acreditar que era ela mesma quem cantava aquela música bela, triste e tão verdadeira. Foi naquele momento que Vic mexeu num colar nunca antes visto por ninguém. Ele continha três anéis bem mais que conhecidos para Sirius e Remo. Como ela os conseguira?

“So here I am in my new apartment
(Então aqui eu estou no meu novo apartamento)
In a big city, they just dropped me off
(Em uma cidade grande, eles acabaram de me deixar)
It's so much colder that I thought it would be
(Isso é muito mais frio do que eu pensei que seria)
So I tuck myself in and turn my night light on
(Então eu me cubro e ligo meu abajur favorite)

Wish I'd never grown up
(Desejo que eu nunca tivesse crescido)
I wish I'd never grown up
(Eu desejo que nunca tivesse crescido)”

As palavras saíram antes que ela pudesse contê-las. Não era sua intenção cantar aquilo, mas ela não poderia mentir para si mesma, ela queria nunca ter crescido. Para ser sincera, às vezes, ela preferia nunca ter nascido.

“Oh I don't wanna grow up, wish I'd never grown up
(Oh eu nunca queria ter crescido, desejo nunca ter crescido)
I could still be little
(Eu poderia ter ficado pequena)
Oh I don't wanna grow up, wish I'd never grown up
(Oh eu não queria ter crescido, desejo nunca ter crescido)
It could still be simple
(Isso poderia ter ficado simples)
Oh darling, don't you ever grow up
(Oh querido, não cresça nunca)
Don't you ever grow up, just stay this little
(Não cresça nunca, apenas fique pequeno assim)
Oh darling, don't you ever grow up
(Oh querido, não cresça nunca)
Don't you ever grow up, it could stay this simple
(Não cresça nunca, isso poderia ficar simples assim)
Won't let nobody hurt you
(Ninguém te machucaria)
Won't let no one break your heart
(Ninguém quebraria seu coração)
And even though you want to, please try to never grow up
(E mesmo que queira, por favor tente não crescer nunca)
Oh, don't you ever grow up
(Oh, não cresça nunca)”

– Oh, never grow up, just never grow up. – ela terminou de cantar com um sorriso triste no rosto e segurando lágrimas em seus olhos. Ela não chorava, nunca.

Então, ela percebeu o pessoal parado na porta, algumas pessoas, como Molly e Annabeth, por serem mães, tinham lágrimas nos olhos. Ouvir alguém querido dizer tudo o que aquela música dizia, era forte demais.

Com um suspiro, Vic saiu do quarto em silêncio, fazendo gesto para livrar a passagem para ela. Sirius e Remo ainda encaravam aqueles anéis que ela segurava.

– Onde você conseguiu isso? – praticamente rosnou Sirius quando ela fechou a porta atrás dela.

– Devia ter imaginado que os reconheceria. – ela deu um sorriso triste e caminhou para longe dali, sendo seguida por todos.

– O que tem de tão especial nesses anéis? – perguntou Percy.

– Nada, mas a pessoa ao qual eles pertenciam... Tem tudo. – quem falou foi Remo.

– E de quem são?

– São os anéis de namoro, noivado e casamento de Lilian Evans Potter. – disse Victória tirando a corrente com as alianças do pescoço. – E acho é a hora de contar o que realmente aconteceu naquela noite do dia das bruxas, há quase quinze anos.


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