Cheguei a minha casa, borbulhando de raiva da Melissa e da sua cara de pau. Eu sei que a culpa do Ryan ter terminado comigo, foi toda dela, mas essa falsa, ridícula e sem graça vai me pagar.

FLASH BACK ON

Estava deitada na minha cama, com notebook procurando alguma loja para comprar uma roupa descente para o casamento da minha mãezinha.

Meu telefone tocou, era o Ryan, ainda bem que ela ligou, já estava ficando irritada porque ele não me procura a um bom tempo - três dias -

– Oi baby, tudo bem meu gatinho?

– Oi Els, eu preciso conversar com você, posso ir até sua casa?

– Claro meu fofinho, vou te esperar, vê se não demora, eu tenho mais o que fazer

Desliguei o celular e continuei a procurar vestidos bem lindos e glamourosos para combinar com todo o meu glamour, porque cá entre nós, eu sou um poço de beleza, glamour, enfim ... Sou perfeita em todos os aspectos, por isso todos me amam.

não demorou muito e o som da campainha ecoou por toda a casa. Desci as escadas bem devagar, cheguei enfrente a porta, arrumei o cabelo - é essencial estar sempre linda - e abri a porta.

– Oi fofo, senti sua falta - me estiquei para dar um beijo nele, que se esquivou - O que está acontecendo Ryan?

– Precisamos conversar Els

– Precisamos mesmo. Pode começar a explicar o motivo de ter me evitado por três dias e ainda ter se esquivado do meu beijo

– Então ... - ele estava sem graça, era perceptível pelo modo que ele coçava a nuca - você sabe que eu gosto muito de você e te considero muito, muito mesmo, mas que tal sermos só amigos? - o meio sorriso que eu tinha nos lábio desapareceu em um passe de mágica. Como ele ousa, depois de tudo que vivemos juntos.

– Como assim? Amigos? Você me ama e sabe que eu sou perfeita, todos os garotos da escola me amam, e fariam tudo para me namorar e você que conseguiu, simplesmente está me largando? Eu não posso acreditar

– Eleanor, entenda, eu não sou todo mundo, você não é perfeita, tanto não é, que eu estou sim, te largando - Estava atônita. Como ele pode falar assim comigo?

– Tem outra na história né Ryan ? - ele não falou nada, apenas abaixou a cabeça, procurando as palavras certas - Quem cala consente. Eu sabia que tinha outra. Me fala quem é a piriguete

– Não tem ninguém, não viaja Eleanor

– Você não sabe nem disfarçar. Quem é a oferecida? - do nada flashes da Melissa entrando no carro dele, me vieram na mente, isso foi hoje e ... Com certeza é ela. - É a Melissa né seu descarado? Eu vi ela entrando no seu carro hoje

– NÃO VIAJA - ele gritava comigo como nunca gritou antes

– NÃO GRITA COMIGO QUE EU NÃO ESTOU GRITANDO COM VOCÊ - eu também estava gritando - EU SEI QUE VOCÊ TEM OUTRA E EU APOSTO QUE É A MELISSA

– Por favor, tenta entender que a Melissa não tem nada a ver com essa história e quando ela entrou no meu carro, era apenas uma carona, só isso, por favor

– Você não sabe mentir, pode falar o que quiser mas eu não vou acreditar

– Quer saber? Eu desisto de você, desisto de tentar te explicar que nós podemos ser amigos e desisto de tentar te convencer de que a Melissa não tem culpa do nosso término - Ryan caminhou devagar até a porta - Espero que você fique bem e que entenda que possamos ser amigos porque eu te considero muito Els - abriu a porta em foi embora. Corri até a janela aonde o vi andar em direção a seu carro

– Você me ama Ryan, eu sei que ama e vai voltar para mim, EU SEI QUE VAI - falado isso, fechei a janela com força e comecei a bolar a vingança perfeita.

FLASH BACK OFF

Sorri ao lembrar do meu plano. Tess e Clair já sabiam de tudo, eu tinha pensado em cada detalhe dessa vingança, Melissa me pagaria por ter me tirado o garoto dos meus sonhos.

Como ela consegue ser tão detestável? Isso me lembra o jardim de infância. Eu estudo com ela desde muito pequena, só que provavelmente, nem ela e nem Jennifer se lembram de mim. Eu era completamente ridícula, usava óculos horrorosos, um aparelho ortodôntico enorme e cheio de mecanismo, o que me tornava ainda mais esquisita, tinha dificuldade de aprender as coisas, meu cabelo era completamente cacheado e CHEIO de presilhas fora do lugar. Mas quando fiz sete anos as coisas foram mudando gradativamente. Aprendi a arrumar o cabelo sozinha, comecei a tirar notas mais altas, e quando finalmente completei dez anos, tirei o aparelho, acostumei a usar lentes de contato, o que descartou completamente os óculos. Eu era boba, ingênua e fazia tudo o que as pessoas mandavam, mas depois que comecei a mudar a aparência, senti que precisava mudar o meu jeito, senão as pessoas me fariam de empregada, então eu simplesmente mudei. Passei a ser mais confiante, a gostar mais de mim sem me importar com que os outros pensavam, se continuasse boba daquele jeito, a vida me derrubaria em um só rasteira. E agora, eu sou o que sou e me orgulho completamente do que eu me tornei, com o passar do tempo.