A carta reveladora de Sam escrita por Lê Faustini


Capítulo 1
A proposta


Notas iniciais do capítulo

Enjoy it!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/457933/chapter/1

POV Geral

- Atenção, alunos, atenção! – A voz do diretor Franklin nos alto-falantes ecoava pelos corredores da renomada Ridgeway. Alunos que passavam perto, pararam para observar seu querido diretor de pé, em cima de um banco, com um microfone em sua mão. – Atenção!

-Já entendemos isso, já estamos atentos, mas não ficaremos por muito tempo se você repetir isso denovo! - Duas cabeças viraram em direção a loira com expressão de indignação, enquanto os outros alunos davam pequenas risadas- O que foi? É a hora do almoço, a mamãe aqui precisa de alguma comida gordurosa!

-É, Sam, mas não precisa falar assim!

- Obrigada, Carly! – O diretor fuzilou a loira por um segundo, mas percebeu que ela não ligará, por isso prosseguiu- Enfim, queridos alunos, após perceber e ler esse esclarecedor livro, chamado “Os alunos passam por muitas dificuldades no seu dia a dia”, compreendi que vocês alunos passam por muitas dificuldades no seu dia a dia e gos...- Seu discurso foi interrompido por uma voz em meio aos alunos.

- Uau, isso superou o pleonasmo – Alguns entenderam e riram. O Gibby não riu.

-Cahaaaam- O diretos pigarreava insensatamente, até que conseguiu a atenção de todos- Bom, já que você estão tão afiados em português assim, vão gostar da minha proposta. Vocês terão que escrever uma carta, descrevendo seus piores problemas, mas não colocaram seus nomes nelas, a cada final do dia, eu lerei uma carta e depois a jogarei em um triturador de papel. _ muitos múrmuros e olhares assustados tomaram conta do ambiente.

- Olhem- O diretor aumentou o tom de sua voz- eu sei que é estranho e difícil, mas pensem o quanto isso pode ajudar vocês a se aliviarem. Poder compartilhar sua dor com os outros, sem a chance que descubram que o problema é seu! - Ele percebeu que não havia os convencido totalmente, então suspirou.

- Bom, a folha para escreverem a carta será entregue pra vocês amanhã durante a primeira aula e a carta poderá ser posta na mesa do professor, quando o mesmo não estiver na aula e depois ele vai me entregar! É isso! Boa aula a vocês! – O diretor saiu do banquinho e dirigiu-se a sua sala. Aos poucos a multidão de alunos foi se dissipando, sem deixarem de comentar a mais recente notícia.

- Que coisa mais estupida, quem vai perder tempo fazendo isso? - A loira perguntou enquanto seguia seus amigos até o refeitório.

-AH, sei lá, até que não é uma ideia tão ruim- O moreno disse com desdém. A loira do seu lado riu sarcasticamente e fez com que os dois morenos parecem no meio do corredor, para olhar para ela com curiosidade.

- Pra você, não mesmo, finalmente vai poder dizer a todos o quão sua vida é vazia e insignificante, com uma mãe insuportável e sem a mínima chance com uma garota, sem ter vergonha de saberem que é você. – ela fez uma pausa e colocou a mão no queixo fingindo estar pensativa. -Ah, espera ai, mas só você se encaixa nesse perfil, então, sinto muito, Freddonho, vão saber que é você!- Ela terminou de falar, olhando para ele com cara de deboche.

-E você, Sam, poderá contar a todos como é sua vida solitária, com uma mãe que não te dá atenção e por isso tem que ficar quase todos os dias na casa da sua melhor amiga, em busca de algum afeto! - O moreno, com o rosto vermelho, cuspia as palavras no rosto da loira, ignorando o olhar mortífero que ela lançava- E tem mais, eu vou escrever sim essa carta, mas vai ser sobre uma garota, que entro na minha vida a 5 anos atrás e que até hoje faz dela um inferno!

Essa última frase, fez a loira parar estática no lugar, com os olhos arregalados. A morena olhou incrédula para o garoto, que tentava se recuperar da súbita explosão.

- Freddie! Eu sei que a Sam falou demais, mas você exagerou!

- Olha, Carly! Eu já to cansado de tanta humilhação, só você sabe o que eu passei todos esses anos, por causa DELA- Ele apontou o dedo para a loira que olhava pra ele com indiferença.

-Eu sei Freddie, mas isso não justifi...- A morena que olhava brava para o moreno, parou quando uma voz lhe interrompeu.

-Freddie, você pode me insultar o quanto quiser, me acusar. Até me espantei com a sua coragem, mas sei que você está na TPM, então vou ignorar. A questão é – ela chegou bem perto do rosto dele, olhando fixamente em seus olhos perturbados- eu nunca vou me cansar de fazer sua vida um inferno! - Ela sorriu e saiu andando, rumo a sua parte favorita da escola: o refeitório.

O moreno serrou os pulsos, mas se obrigou a contar até dez, só quando fechou os olhos e suspirou, conseguiu se acalmar. Sua amiga que ainda tentava digerir o que acabará de acontecer, tocou no braço do moreno e ambos foram caminhando até o refeitório sem dizerem uma única palavra.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olha, eu só preciso de um feedback pra saber se devo ou não continuar a história, pode ser um "amei", "gostei" ou até mesmo um "ok". Críticas são bem vindas também!
Falem comigo! *pessoa carente*