Capítulo 4 - Esperança

Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado.

Roberto Shinyashiki

Como planejado comecei a tomar todas as providências necessárias para que depois de seis longos anos tirasse as minhas férias. Tudo que eu teria que fazer era conversar com o diretor do hospital de Forks, Sr. Avery. Como imaginei não foi difícil conseguir

– Bom dia Sr. Avery. – Quando quero alguma coisa, educação é meu sobrenome

– Bom Dia Dr. Isabella, minha secretária me informou que você tem um assunto importante para tratar comigo. – Falou, prestando mais atenção aos papeis em sua mesa, do que em mim.

– O Senhor já deve ter percebido que desde que me formei e vim trabalhar aqui no hospital, nunca tirei férias, inclusive o senhor já havia tentado me dar, mas devido a problemas pessoais eu nunca aceitei, sempre optando por trabalhar, mas agora é diferente estou precisando resolver alguns problemas pessoais e gostaria de saber o que o senhor pode fazer por mim – Disse, sendo o mais sincera possível.

– Isso é verdade. Nunca achei certo você trabalhar direto. Certamente você deve saber que tudo isso pode dar problema para o hospital, não é? – Disse desconcertado.

– Compreendo e agradeço por não terem me forçado a fazer algo que não queria.

– Deve saber também que é complicado liberar um profissional em cima da hora - Começou a me olhar pensativo - porém Devido a sua dedicação vou pedir para que preparem a documentação, preciso que passe aqui para assinar amanha, em relação ao pagamento vou pedir que o liberem o mais rápido possível.

– Não sabe o quanto fico grata por isso. – Falei agradecida. – Mas antes de me despedir e sair me lembrei de perguntar uma coisa.

– Não querendo incomodar, mas o Senhor se lembra do Dr. James? Ele fez o meu parto. Sabe onde ele trabalha agora?

– Claro que eu me lembro, inclusive o seu parto foi o ultimo a ser realizado por ele. Naquele mesmo dia ele veio pedir demissão, alegando que ganhará na loteria e que nunca mais precisaria trabalhar. Lembro-me disso como se fosse hoje. A cara de debo... – ele pensou por uns instantes e continuou – não deveria lhe falar essas coisas, mas a cara de deboche dele é inesquecível. Desde então nunca mais ouvir falar dele.

– De qualquer forma, Obrigada! Ajudou bastante. – Como isso pode ser possível, até o Dr. James pode estar envolvido, pensei.

– Precisando estamos aqui. – Disse sincero.

– Obrigada, por tudo. Já vou indo então, amanha passo aqui para assinar os papeis.

– Até amanha então – Se despediu

Até agora não consigo acredita em tudo isso, como pode ser possível existir pessoas assim. Minha única vontade agora é saber o que realmente aconteceu com a minha filha, acordar deste pesadelo, que fica cada vez mais confuso, essa aflição que me acompanha dia a após dia, encontra-la viva seria como um sonho poder abraça-la, dizer o quanto a amo, que sentia a falta dela todos os dias. A única coisa que tenho certeza é que não aquentaria saber que estou lutando em vão.

[...]

No caminho de casa, fiz o que deveria ter feito a horas. Ligar para minha melhor amiga.

– Bellinha, Como foi com o Mike. Ou melhor, Padre Newton. – Ângela falava tão rápido que eu mal entedia o que ela falava.

– Ângela, fale com mais calma, só assim poderei entendê-la – Só Ângela pra fazer com que eu ria um pouco.

– Não sabe o quanto estou curiosa, quase fiz um curso a distância, virei agente de espionagem, só para saber o que se passava na sua casa ontem. – Acho que minha amiga está trabalhando de mais com criança, quanta imaginação.

– Quanta imaginação! E Vou logo avisando que vai continuar curiosa. Não vou falar nada por telefone. Pode ir a minha casa hoje? Perguntei, tendo certeza da resposta.

– Passo às vinte horas, pode ser?

– Pode ir mais cedo, estou em casa o dia todo. Estou de férias. – Contei

– Agora estou preocupada, você de férias! O que está acontecendo Bella? - Ângela sabia que eu não costumo sair de férias.

– Te conto quando chegar aqui está bem? – Ao falar isso tenho certeza que Ângela chegaria a minha casa antes de mim.

– Estou saindo daqui – Comecei rir sozinha dela.

Por pouco Ângela não chega junto comigo. Assim que entrei em casa a campainha tocou. – Como Imaginei era a Ângela, abrir a porta para que entrasse. A mesma não me deixou nem trocar de roupa e já foi me bombardeando com milhares de perguntas. Contei tudo o que estava acontecendo com todos os detalhes, quanto mais eu contava mais ela ficava assustada.

– Você já sabe o que vai fazer Bella? – Perguntou

– Exatamente como vou fazer eu não sei, só sei que não posso fazer isso sozinha, vou precisar da ajuda dele. – Falei, sentido ás lagrimas nos olhos, sabendo que reencontra-lo, seria difícil.

– Você vai procurar o Edward? Sabe onde ele está? – Ângela começou a emendar uma pergunta em cima da outra.

– Para a primeira pergunta a resposta é sim, para a segunda é não. Sinceramente eu espero que você saiba de alguma coisa. – Falei, com meda da resposta que viria.

– Desculpe Bella, mas não posso ajudar. – Ângela pensou um pouco e começou a falar – Promete que se eu te contar uma coisa não vai ficar chateada?

– Claro que não, pode falar. – Sinto que ela está me escondendo alguma coisa.

– Você vai achar estranho, mas, ele namorou com uma das garotas da nossa classe, ela foi morar no Arizona para fazer administração, eles acabaram se encontrando e o resto você deve imaginar. Talvez ele esteja no Arizona. – Não tive como disfarçar a tristeza que senti, naquele momento.

– Quem é essa garota Ângela – Tive que perguntar.

– Jessica Stanley – Falou como se contasse o maior segredo do mundo

– Então quer dizer que ela finalmente conseguiu ficar com ele – Falei me lembrando de que ela sempre quis ficar com Edward.

– Você tem noticias dela? – Perguntei, Se para encontra-lo eu teria que ir atrás dela, eu iria.

– Já faz dois anos que ela mora em Seattle, abriu a própria cafeteria, e trabalha por conta própria. – Assim que Ângela terminou de falar, eu já sabia para onde iria.

– O que você acha de uma viagem a Seattle? Podemos voltar no mesmo dia. – Falei covidando para ir comigo.

– Claro!, só preciso arrumar alguém que possa me substituir amanha na escola, afinal de contas não posso abandonar meus pequenos.

– Tudo bem, vou espera-la aqui às nove horas, antes tenho que passar no hospital para acertar algumas coisas.

– Confirmado – Falou Ângela animada.

[..]

Consegui organizar tudo no hospital como prévia, Ângela conseguiu alguém para substituí-la.

Assim que chegamos ao endereço em que Ângela havia me mostrado, descemos do carro, e entramos em silêncio, quando nos deparamos com uma cena um pouco diferente, emquando Jessica trabalhava, a mesma cantava, os clientes a acompanhavam em um clima de total descontração, alheios a nos duas paradas na porta de entrada, resolvi não interromper, fiquei apenas observando.

http://www.youtube.com/watch?v=cmSbXsFE3l8

Anna Kendrick– Cups (Pitch Perfect's "When I'm Gone"

Alguns minutos depois, um senhor se parecendo muito educado começou a conversar conosco.

– Bom dia, Gostaram da apresentação? Falou rindo.

– Claro, não sabia que a Jessica cantava. – Disse boquiaberta

– Vocês a conhecem? – Perguntou

– Sim, meu nome é Isabella e essa é a Ângela. Estudamos com a Jessica no Ensino Médio. Para falar a verdade estamos aqui para conversar com ela. Teria como avisa-la, por favor. – Me apresentei, informando o real motivo de estar ali.

– Amigos da Jessica, são meus amigos também, a propósito meu nome é Jared. Fique a Vontade eu vou chama-la. – Jared falou saindo em direção a cozinha.

Ângela e eu nos sentamos na primeira mesa e ficamos aguardando enquanto Jéssica não aparecia.

– Bella, Ângela o que devo a honra da presença de vocês – Gritou Jéssica feliz, vindo em nossa direção.

Ângela e eu nos olhamos, achando estranho ela estar feliz em nos ver, afinal de contas, nunca fomos amigas.

– Olá, Jessica! – Dissemos em coro

– Gostariam de beber alguma coisa? Por conta da casa. – Falou rindo

– Não obrigada, a propósito você canta muito bem. – Falei, Não podendo deixar de comentar.

– Obrigada, O movimento estava baixo e resolvemos inovar, juntei as minhas maiores paixões, que são cantar e administrar. O resultado foi esse como vocês podem ver. O diferencial é que as pessoas podem participar isso faz com que elas se sintam felizes e atrai a clientela. – Finalizou como se tivesse consigo a fórmula do sucesso.

Quando eu menos esperava Ângela começou a falar

– Jared, já deve ter lhe informado que estamos aqui porque queremos muito conversar com você. – Ângela disse séria como se estivéssemos em um tribunal, se ela falasse dessa forma comigo, não lhe negaria nada.

– Pelo seu tom de voz, a coisa deve ser séria – Demonstrando preocupação, pediu que nos sentássemos, sentando logo em seguida.

– Sabemos que você namorou com Edward durante algum tempo, enquanto você morava no Arizona a mais ou menos uns cinco anos atrás. – Afirmei.

– Porque vocês querem saber sobre isso? – Mencionou desconfiada

– Nosso objetivo não é te julgar, queremos apenas encontra-lo – Tentei ser o mais transparente possível, contanto tudo o que estava acontecendo.

– Nós ficamos pouco tempo juntos, naquela época eu gostava dele, só pensava em ficar com ele, foi bom enquanto durou, mas ele pensava na Bella o tempo inteiro, via a Bella nas coisas mais simples. Com o tempo fui me cansando, a gota d’água foi ouvi-lo dizer seu nome enquanto dormia. Chequei a conclusão que eu deveria me amar em primeiro lugar. – Enquanto contava o que havia acontecido, meu coração se acerava, por um momento cheguei a acreditar que Edward ainda possa me amar. Por outro lado uma voz me dizia: - Ele não te quer mais, deve estar casado, com filhos. Tentei-me concentrar no que tinha ido fazer.

– Mas você tem noção de onde ele pode estar? – Perguntei ansiosa

– Não faço a mínima ideia. Mas sei quem sabe com certeza. – Enquanto Jessica falava mais meu coração se acelerava – Estudei com Emmett na Faculdade ainda tenho o telefone dele, se quiser tentar.

– Sim, por favor. – Tentei falar o mais calma possível

– Vou pegar, só um momento – Anunciou, se levantando.

Não acredito que estou chegando perto de reencontra-lo, tudo isso me parece tão surreal, Ângela olhava para como se eu fosse ter uma ataque cardíaco.

– Bella, você está bem? Vai mesmo ligar para o Emmett? Se ele estiver envolvido. – Apesar de ter fundamento eu não acreditava que ele pudesse estar envolvido, ele sempre foi o bobão da família.

– Não acredito nisso, Ângela essa é a única pista que temos até agora. – Desabafei.

– Meninas aqui está o telefone do Emmett – Falou Jessica nos entregando um pedaço de papel.

– Obrigada Jessica, por me ajudar – Afirmei agradecida.

– Imagina, tomara que você consiga esclarecer as coisas e reencontrar a sua filha. – Disse

– Vou indo, temos que voltar para Forks ainda hoje. – Justifiquei

– Espero que voltem com mais calma – Falou, nos abraçando em sinal de despedida.

Bom, agora é voltar para Forks, para mais uma etapa, afim de conseguir desvendar tudo isso.