Amores Imperfeitos escrita por Carolina Potter


Capítulo 1
Capítulo 1 - Arrogante


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, bjss



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Eu estava com um sentimento estranho na
boca do estômago, não aquela sensação de
milhares de borboletas como qualquer garota fala
quando está nervosa, é mais como se eu quisesse
vomitar mil borboletas do meu estomago, as
minhas mãos começaram a suar e eu me
perguntei pela centésima vez porque eu estava
aqui, “Ah, sim, porque eu queria parecer normal,
como se fosse possível”
A noite estava perfeita, se nenhuma nuvem
no céu, a lua iluminava o caminho o vento
uivava nas montanhas e o mar rugia na costa,
mas toda essa beleza era perdida pela música alta
que soava na aglomeração de corpos dançando,
os faróis das dezenas de carros iluminavam a
pista de dança improvisada, bebidas passaram de
mãos em mãos em latas, copos ou garrafas o
cheiro no ar era de álcool e cigarros misturados
com suor e perfume, dava até par a fazer um
buraco na camada de ozônio assim, eu suspirei,
sabia que não devia vir aqui, mas eu queria sentir
de novo como era ser uma garota normal, fingi
ser outra pessoa, a antiga Lily, não a de agora
que não fazia nada a não ser estudar e só tinha
uma amiga em todo o campus da faculdade,
amiga para a qual eu me virei agora com uma
careta.
- Crissy, isso foi um erro, eu não me
encaixo aqui – pelo menos, não mais, eu pensei,
mas Crissy, Cristhine (com ameaça de morte
para quem chamá-la assim) se encaixava
perfeitamente, ela usava um jeans justo e só uma
jaqueta branca que mostrava um pouco da
barriga, com o cabelo escuro e olhos verdes
claros e um sorriso de matar ela era linda,
simplesmente, e ela também podia vestir metade
da roupa que essas garotas e ter mais classe que
elas, mas eu estava vestida do meu jeito, uma
calça jeans velha, mas confortável, uma camiseta
branca com decote em V e uma jaqueta, e só
porque eu não sou uma aberração completa, só
metade de uma eu usava um pouco de
maquiagem, mas era só olhar para mim e ver que
eu não era daqui, só a idéia de me enfiar nesse
monte de gente, me enjoava.
- Qual é Lily, eu levei três meses para te
convencer a sair do dormitório, não vai amarelar
agora, vai? Por Favor? Vamos ficar só mais um
pouco e se você não gostar, nós vamos embora,
eu juro! – eu suspirei e pensei em todas as vezes
que ela deixou de ir a festas e de sair para ficar
comigo e comer pizza, eu poderia pelo menos
fazer um esforço de não parecer que eu estava
indo para um cemitério.
- Tudo bem, vamos nos divertir! - eu
coloquei um sorriso no meu rosto, Crissy pulou e
bateu palmas como se eu tivesse descoberto a
cura do câncer, eu rolei os olhos e o sorriso no
meu rosto era um pouco mais verdadeiro agora.
Pela próxima meia-hora eu fui arrastada por toda
a pista de dança e fui obrigada a beber uma
cerveja com gosto de xixi que eu cuspi na hora,
mesmo me sentindo um pouco estranha, porque
tudo era familiar demais eu estava me divertindo,
tinha me esquecido em como era dançar no meio
de uma multidão, se deixar levar pela musica.
- Nossa! Se eu soubesse que você dançava
assim já teria te arrastado para uma boate meses
atrás – eu abri os olhos e sorri para minha amiga.
Ela estava dançando com um cara qualquer, mas
ela nunca deixava eles chegarem perto demais
dela, era como uma vitrine da loja mais perfeita
olhe, mas não toque,
Quando eu ia responder alguma coisa para
ela alguém trombou em mim e deixou cair um
copo de cerveja.
- Desculpe. – ele falou e foi embora sem
nem olhar pra mim, eu só vi que ele era enorme e
alto, mas eu o perdi na multidão depois, a voz era
estranha, rouca, mas de um jeito bom, tipo um
cantor de Rock.
De repente a musica foi cortada e um monte
de buzinas encheram o ar da noite, eu pulei
assustada e Cresce olhou para mim sorrindo.
- Já são as nove, hora da diversão! – Ela
sorriu para mim e foi se dispersando para algum
lugar com a multidão, ela pegou a minha mão e
me puxou para ela.
- Que diversão Crissy? O que está
acontecendo? – eu olhei confusa enquanto ela
fazia o seu sorriso de um milhão de dólares.
- Desculpe Lily, eu sabia que se eu contasse
você nunca viria comigo – á essa hora nós já
estávamos em um dos cantos da rua, perto da
montanha, as pessoas se afastaram também e
deixaram a rua livre, os carros se mexeram e de
repente um barulho muito familiar veio até mim,
o rugido de várias motos correndo, em um
segundo o meu sangue gelou, eu voltei para um
passado onde eu era indefesa e não tinha como
me defender, eu já podia me sentir congelando,
me trancando na minha mente e revivendo
aquelas horas horríveis. Não você não é mais
indefesa! Eu disse a mim mesma.
Eu vi quando quase duas dúzias de motos
chegaram pela rua, eles faziam barulhos e se
exibiam para se mostrar, quando eles pararam no
meio da pista, quase do lado de onde estávamos,
a multidão que já era barulhenta piorou, e
começou a tocar um Rock pesado nos alto
falantes.toda a multidão os cercou e quase
atropelaram a mim e a Crissy.
- Vamos, tem uma pessoa que eu quero que
você conheça – ela me puxou, mas eu mal pude
ouvi-la, sequer me recusar a isso, eu estava ainda
meio congelada pelo choque, eu não queria estar
mais aqui, eu não devia estar mais aqui, eu tinha
que ir embora, eu não era mais essa pessoa, nós
íamos aos acercando de uma das motos com mais
pessoas. O cara ali tinha uma garota em cada
braço, duas loiras que parecia capa de revista da
Playboy, cara era simplesmente um absurdo, ele
tinha pelo menos um metro e oitenta e cinco, era
forte, com os músculos delineados pela camiseta
branca e uma calça jeans velha preta, o cabelo
era preto muito escuro, a pele parecia mel
enquanto os olhos eram tão escuros e calorosos
como... Chocolate, com um sorriso de capa de
revista, parecia mais velho, ele se virou para nós
e sorriu para, ela se atirou nos seus braços e ele
deixou as duas loiras pra lá.
- Cam, que saudade! – ela disse, quando ele
a soltou.
- Eu digo o mesmo pequena Criss. Como
tem andado? – A voz dele era um pouco rouca,
de um jeito que te dá um arrepio da cabeça aos
pés, não que ele tenha esse efeito sobre mim,
não, não, ele devia ser mais um dos namorados
da Crissy, mas parecia mais que um namorado
qualquer, e eu me senti estranha com isso, mas a
voz dele era familiar, eu fui procurando na minha
mente onde eu já a tinha ouvido, mas não me
vinha à mente.
- Tudo ótimo, Cam, eu quero que você
conheça alguém. Cam está é Lilian, Lily, este é o
meu primo Cameron. – por um segundo uma
onda de alivio caiu sobre mim, depois eu
congelei, que droga! Não é pra sentir alivio
nenhum, você nem conhece o cara, depois eu me
lembrei que era ele o primo que Crissy sempre
falava que eu tinha que conhecer e que ela
também reclamava de ter uma garota diferente
cada dia, definitivamente alguém que eu não
queria conhecer, por isso eu me desviei de
qualquer encontro que ela tentasse marcar para
conhecê-lo, mas não era difícil, eram todas festas
que eu não ia ir de jeito nenhum, mas eu me
esquivava com desculpas de provas e trabalhos
para não ferir seus sentimentos, eu não queria
dizer que não estava a fim de conhecer o primo
galinha dela, alguém que ela admirava muito,
com esse conhecimento agora eu me acalmei e o
sentimento estranho foi embora, se tinha uma
coisa que eu conhecia bem era o tipo dele.
- Ah, a infame e estudiosa Lily. Muito
prazer, Anjo – ele me deu um sorriso de garoto
que fizeram aparecer covinhas, eu deixei passar o
apelido, porque ele devia fazer isso com qualquer
garota.
- Prazer. – eu disse com um sorriso falso,
não estava muito animada para conhecê-lo e
alguma coisa me disse que ele sabia, eu desviei
os olhos para a moto dele e o meu peito doeu um
pouco, fazia tanto tempo... Eu podia sentir
lagrimas arderem por isso eu reprimi qualquer
pensamentos sobre isso.
- Eu procurar o Jonny, cuide da Lily por
mim! – antes que eu pudesse falar qualquer coisa
ela sumiu na multidão, eu me virei para Cameron
que me olhava como se eu estivesse divertindo
ele.
- Bela camiseta, pena que esteja tão
molhada. – eu olhei para a minha camiseta
branca que estava grudada á minha pele, mas por
sorte longe do sutiã, só um pouco do estomago, e
então eu reconheci a voz.
- Foi você! – eu o acusei. – Você que jogou
a cerveja em mim e nem se desculpou!
- Eu me desculpei com você, só que estava
com pressa para pegar a moto. – ele disse com ar
inocente, agora as pessoas tinham se afastado um
pouco, mas o par de loiras ficava me dando
olhares mortais, tanto que eu pensei que elas iam
fritar o cérebro.
- Você é muito arrogante, sabia? Certeza
que não estava fugindo de uma garota usada na
noite passada e depois esquecida? – eu retruquei,
ele parecia se divertir comigo e ele me olhava de
um jeito como se estivesse me despindo, não só
de roupa, mas das barreiras que eu construí ao
meu redor, e isso me irritou mais.
- Pode tirar esse sorriszinho do rosto, eu já
sei o que você esta pensando. – eu cruzei os
braços.
- Ah é? E o que eu estou pensando? – ele
levantou a sobrancelha.
- Eu conheço os tipos de garotas que se
jogam em você, o primeiro, são as desesperadas,
garotas que vestem poucas roupas e se intoxicam
de maquiagem só pra receber um pouco de
atenção – eu olhei pouco sutilmente para as duas
loiras que assim que me escutaram falar se
fizeram de ofendidas e foram embora, ele riu – E
tem o segundo tipo, aquelas que fingem serem
indiferentes á você e intocáveis, que parecem não
dar bola para o seu charme de menino, que
tentam parecer um desafio, mas que caem em
poucos minutos. Eu não estou tentando ser um
desafio, eu não me importo, então nem pense em
tentar me levar pra cama, porque eu não estou a
fim de uma rapidinha para a noite com você só
porque eu tenho peito.
Ele jogou a cabeça para trás e começou a rir
alto, ele se inclinou na moto e as pessoas
começaram a olhar para nós. Eu corei quando
todos me lançavam olhares curiosos, por
enquanto eu tinha conseguido passar sem muita
atenção, só com alguns amigos e indo bem nas
aulas, mas sem chamar a atenção.
- Pare de rir, está chamando muita atenção!
– eu sussurrei entre dentes, ele parecia ainda
mais divertido.
- Porque tentar passar pela vida sem ser
percebido, porque tentar passar por e depois ser
esquecido? – ele me perguntou, alto só para
chamar a atenção, mas não o bastante para as
pessoas ouvirem, eu não tinha percebido antes,
mas algo neles fazia com que as pessoas
gravitarem ao seu redor, todos pareciam estar à
borda de uma barreira onde nós éramos o centro.
- Porque é assim que as coisas são. – eu
disse dando as costas para ele e comecei a ir
embora, Crissy tinha vindo agora para ficar ao
meu lado e ela olhava divertida para mim, eu
revirei os olhos.
— I can’t! — ele gritou. Eu parei de me
mexer e arregalei os olhos. Crissy riu alto e uma
batida começou no fundo, impossível de não
reconhecer — get no... sa- tis... fac-tion — ele
cantou. —I can’t get no... sa-tis-fac-tion. Cuz I
try... and I try... and I try — ele subiu na moto e
todo mundo ficou olhando enquanto a musica
explodia nos altos falantes, alguém jogou um
microfone para ele e a multidão (garota, claro)
foi à loucura. —I can’t get no!
- Por favor, Deus, não. – eu murmurei
baixinho.
Ele apontou para os a multidão com o microfone,
que sorriram e gritaram em uníssono:
—I can’t get no!
O pessoal inteiro começou a bater palmas no
ritmo da música. Cameron cantava usando o
punho cerrado como microfone.
— When I’m drivin’ in my car, and a man comes
on the ra-di-o... he’s tellin’ me more and more
about some useless in-for-ma-tion... supposed to
fire my im -agin-a-tion. I can’t get no! Oh no, no,
no!
Ele passou dançando por mim, cantando no
microfone imaginário. Todos no salão cantaram
juntos:
— Hey, hey hey!
— That’s what I say! — Cameron completou.
Ele mexeu os quadris, e algumas garotas
assobiaram e gritaram entusiasmadas. Ele passou
por mim de novo, cantando o refrão para o outro
lado do salão, com os motociclistas fazendo
segunda voz.
— Eu te ajudo! — uma garota gritou lá de trás.
—… cuz I try, and I try, and I try, and I try... —
ele cantou.
— I can’t get no! I can’t get no! — as pessoas
cantaram.
Cameron parou na minha frente e se curvou na
minha direção.
— When I’m watchin’ my TV... and a man
comes on to tell me... how white my shirts can
be. But he can’t be a man ‘cause he doesn’t
smoke... the same cigarettes as me. I can’t get
no! Oh no, no, no!
Todo mundo bateu palmas no ritmo da música, e
os motociclistas cantaram:
— Hey, hey, hey!
— That’s what I say! — Cameron completou,
apontando para o público. Algumas pessoas
estavam em pé e dançavam com ele, mas a
maioria só observava, espantadas e entretidas.
Eu tinha um sorriso estranho quando ele desceu
da moto e veio dançar ao meu redor, ele rebolava
os quadris e tentava me fazer dançar, eu ria dele.
Ele botou o microfone na minha cara. Balancei a
cabeça — eu tinha morrido e acordado no High
School Musical.
- Vamos, Lil, se você não cantar a musica não
termina
— Na, na, nanana! Na, na, na, na, na! Na, na,
nanana!
Cameron ergueu a sobrancelha e eu dei de
ombros, puxei a mão-microfone para o meu rosto
e comecei a cantar com ele.
— When I’m ridin’ ‘round the world... and l’m
doin’ this and I’m signin’ that!
Ele me inclinou no chão para ficar perto do meu
rosto.
— And I’m tryin’ to make some girl who tells
me, uh baby better come back later next week,
‘cuz you see I’m. On. A losin’ streak! I can’t get
no! Oh no, no, no!
As pessoas batiam palmas no ritmo da música, e
o time de futebol americano gritou a parte deles:
—Hey, hey, hey!
—I can’tget no! I can’tget no! Satis-faction!
— Cameron cantou baixinho para mim, sorrindo
e sem fôlego, eu ri sem querer.
- Você é completamente louco. – eu disse,
ele riu comigo.
- Pode ter certeza disso, baby. – eu rolei os
olhos para ele e me virei caminhando para a
multidão para ir embora, a brincadeira tinha
acabado, era melhor voltar á realidade. –Aonde
você esta indo? – ele perguntou confuso, eu me
virei e lhe dei um sorriso brilhante.
- Embora, não tem nada interessante por
aqui. – eu disse em uma voz doce e inocente que
eu já usei para me livrar de um monte de
problemas, ele sorriu.
- Eu tenho certeza que podemos arranjar
algo bom para fazer – ele disse sugestivamente,
eu rolei os olhos para ele
- Tenho certeza que você pensa assim, mas
eu não, então eu diria que foi um prazer te
conhecer, mas eu não tenho certeza se foi isso.
- Mas com certeza foi alguma coisa, pode
ter certeza disso – eu dei de ombros.
- Como você quiser – depois eu me virei e
fui para o meu carro, como Crissy podia
conseguir uma carona por ela mesma eu mandei
uma mensagem para ela e fui embora pensando
em um par de olhos azuis arrogantes e um
estúpido sorriso no rosto, que eu tentei limpar,
mas foi uma tarefa perdida..


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