A Eterna Segunda Vida de Alex Tanner escrita por Laís Bohrer


Capítulo 30
Second Life


Notas iniciais do capítulo

Prezados leitores de ESVAT.
Eu tive alguns comentários, alguns leitores e a todos que somente conheceram Alex Tanner eu agradeço imensamente.
Este é um último capítulo, existe uma ideia pra uma segunda temporada, mas não vou fazê-lo, simplesmente não parece certo. Então deixarei vocês com suas próprias ideias do que vem a seguir.
O importante é que Alex finalmente abriu a porta para um novo caminho,
e o contrato que falei no começo na história, foi quebrado.

"Nada é mais difícil e, portanto, tão precioso, do que ser capaz de decidir"
Napoleão Bonaparte.



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Segunda Vida

No momento seguinte a ressuscitada mansão Foster já estava longe de vista, coberta pelos altos galhos dos pinheiros da floresta de Forks. Eu ainda não estava esperando encontrar com Drica para partimos, rodando o mundo em busca da mudança, levando a promessa que fiz a Paul no bolso, eu mal podia esperar para quebrar a última barreira que me impedia de seguir em frente, mas eu já tinha certeza de algo pelo menos: Eu nunca conseguiria me livrar de meu passado e de todas as dores, independente de ter superado ou não, as feridas continuavam ali naquela mente desalmada, tornando-se cicatrizes que a qualquer momento poderia ser reabertas e para quando esse momento chegasse eu deveria estar pronta, pois se eu não estivesse eu cairia afundando junto com o mundo que carrego.

Apenas desejei que quando eu voltasse nada estivesse muito diferente, não importasse os meses, anos e até séculos... Talvez eu nunca voltasse e eu tivesse mentido. Nada disso importava diante do desejo de que nada mudasse.

– Você está terrível. – eu disse sem sentimentalismo.

Eu parei de andar, encarando a figura na minha frente.

– Devo estar mesmo – Edgar riu sem humor.

O vampiro virou o rosto para mim e eu pude ver melhor a rachadura em sua face, parecia um copo de vidro danificado. Ele vestia um enorme casaco marrom embora ele não sentisse frio realmente, seus cabelos escuros permaneciam ondulados na metade do pescoço, seus olhos continuavam vermelhos como o de um vampiro muito bem alimentado e decerta forma isso me irritou.

– Eu sei que você não quer me ver – disse ele vagarosamente.

– Não, não quero. – eu afirmei.

– Enfim, mas eu vim... Tinha que vim. – ele começou a andar em minha direção.

Em alerta, eu recuei alguns passos.

– Não se aproxime de mim, Volturi! – eu exclamei, cuspindo as palavras. – Agradeça por eu ainda não ter arrancado sua cabeça. Faça um favor a mim? Volte para seu buraco de morcegos e não apareça mais na minha frente, Edgar Volturi.

Edgar parou, ele me encarou parecendo confuso, mas então sua expressão endureceu como se previsse minha reação diante daquilo. O vento assobiava entre nós, cortando o silêncio com os ruídos das folhas chocando-se umas contra as outras.

– Tudo bem – ele disse manso. – Eu só vim pra pedir desculpas, certo? Eu... Eu sinto muito, Alex. Eu não deveria ter abandonado você, eu não deveria ter feito tudo o que eu fiz, eu sinto muito. Eu te amo Alex, você nunca deixou de ser minha irmãzinha e eu só queria te proteger. Eu queria um lugar onde eu pudesse te proteger, eu sinto muito.

Vendo que eu não responderia nada, ele continuou.

– Fiz tudo àquilo pela família que ainda nos restava – ele disse. – Achei que se eu eliminasse todos que me atrapalhassem e todas as ameaças eu conseguiria proteger você.

Fiquei em silêncio um tanto chocada pelas suas palavras, mas em meu rosto nenhuma das emoções refletia o que eu sentia de verdade. Fechei os olhos, meditando brevemente, Edgar era um homem covarde, ele não passava de um covarde. Talvez eu devesse lhe dar mais broncas e gritar com ele, mas nada nunca mudaria as consequências que seus atos egoístas me causaram.

Lembrei que Drica ainda estava me esperando, abri os olhos interrompendo meus pensamentos, relaxei os ombros e procurei em Edgar o meu antigo e protetor irmão. Seus desejos de proteção eram perigosos demais, eu acreditei em todas as suas palavras. Não tinha mais motivo para discordar e nem detectava mentiras em suas falas.

Hoje eu parei de lamentar pelo ontem e prosperei por um amanhã melhor.

– Eu vou te perdoar – eu disse baixo. – Perdoou você pelo passado.

Comecei a me aproximar, o rosto de Edgar começou a relaxar quando eu parei ao seu lado, abaixei a cabeça, a franja caindo sobre meus olhos.

– Obrigado, eu... – começou.

– Deixarei você ir agora – eu o cortei, friamente. – Eu prometo pelo nome dos Foster que se você tocar na minha família de novo... Eu vou destruir você.

Edgar colocou as mãos nos bolsos.

– Então, é assim – ele riu. – Eu deveria esperar isso... Tudo bem, relaxe, não vou cruzar seu caminho de novo e se eu o fizer, pode fazer o que quiser.

Ele virou-se e começou a caminhar lentamente, sem rumo em uma estrada que não existia, eu não me arrependi de minhas palavras. A barreira que me puxava para o passado não existia mais, permitindo que eu criasse um novo presente para todos e isso me deixava calma. Coloquei o capuz sobre a cabeça, com a mente vazia. Na primeira vida eu me lembro de que costumávamos andar lado a lado. Olhei para Edgar mais uma vez enquanto ele ia embora.

Virei o rosto, surpresa com minha nova habilidade de aceitar o fato de que em uma eterna segunda vida, caminhávamos em direções opostas.


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Notas finais do capítulo

END.
Eu sei, um final meio frustante, mas estou satisfeita com ele, apesar de que estou sentindo um vazio aqui dentro...
Enfim, obrigada pelos comentários e etc.
Alex abandonou o nome Tanner e seguiu em frente com Drica (que se anunciava como "cão de guarda" de Alex) pelo mundo buscando aliança entre clãs e pelo menos um passo para que os vampiros não interferissem tanto no mundo humano. Alex criou novas leis e tirou outras da ação. Muitos a respeitavam pois ela havia derrubado os Volturi então... Muitos clãs se revoltaram e eu tinha uma ideia que envolvia essa viajem de Alex contra um clã poderoso muito revoltado e aliado dos Volturi que atormentaria uma paz temporária.
Como nem tudo são rosas, talvez aconteça, mas não pretendo escrever mais sobre Alexandra Foster.
Se ela volta, volta, mas não sei dizer o quanto demora, só que, mais do que minha vida u.u

Enfim, deixo aqui meus últimos beijos azuis vampirísticos.
Até talvez uma outra história.



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