Clichê escrita por Dormant Moon


Capítulo 1
Clichê Idiota


Notas iniciais do capítulo

Inicialmente, ia ser GaaIno, mas o jeito sério e inexpressivo do Gaara não iria combinar com esse personagem então me ocorreu a brilhante idéia de colocar Konohamaru e Hanabi.
E, enfim, uma fanfic SEM hentai :'c
Enfim, está aí.



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_Vamos comigo, Hana-chan! – o moreno suplicava choroso.

_Não. – a voz firme da garota de olhos perolados soava autoritária e ela repetia, indo de um cômodo a outro da casa a procura da mãe enquanto o garoto seguia em seu encalço, com os olhos brilhantes e as mãos postas como numa oração. – Nem rola, Konohamaru.

_Por que, Hana-chan? – o garoto insistia, bagunçando os cabelos castanhos em sinal de nervosismo. – Minha mãe não vai me deixar ir sozinho e você e a única da minha idade que da pra levar!

_Não. – a voz ríspida fez o garoto soltar mais um murmúrio choroso.

_Hanabi! E o show de Flow! Não da pra perder! – dizia puxando a camisa preta da banda que vestia, tentando fazê-la aceitar.

_Urgh, garoto! Vai atormentar a sua mãe! – rosnava, perdendo a paciência.

_Hana-chan, é o ultimo pedido que te faço na vida! – disse vendo a garota parar.

Os olhos perolados mantinham-se fechados, assim como os punhos, pressionados fortemente. Faltavam poucos segundos para desferir inúmeros socos na face emburrada do rapaz, que como uma criança, fazia pirraça para conseguir o que queria.

_Tá bom. Eu vou. – disse num suspiro, dando-se por vencida.

Num segundo, o maior dos sorrisos possíveis abriu-se no rosto do maior, e o rapaz já a abraçava pelos ombros apertando as costas pequenas contra o tórax forte, girando a moça no ar, repetindo diversos agradecimentos e frases doces contra o ouvido da menina de olhos perolados, que era visivelmente menor do que ele, fazendo-o curvar-se.

A garota de longos cabelos castanhos apenas corava mais a cada palavra sussurrada pela voz rouca, fazendo-a se arrepiar ao sentir o halito quente tocar o pescoço pálido.

Antes, ela sequer estaria incomodada com o contato. Eram amigos a pouco mais de dois anos e durante esse tempo ela o viu passar de garoto chato ao seu melhor amigo. Criaram laços quase como de irmãos e ultimamente ela passara a perceber que a voz irritante se tornou máscula e grave, e o corpo ficara bem trabalhado e talvez mais alto. Os cabelos castanhos repicados que sempre estavam charmosamente bagunçados tornavam-no um homem cobiçado, até mesmo pela jovem Hyuuga.

E, havia alem de tudo isso um detalhe em especial que ela sabia: ele era apaixonado por ela.

Aparentemente, ele tinha desistido depois de ter sua declaração rejeitada, durante um joguinho bobo em que fora desafiado. Na época, a moça ficou surpresa, mas disse que seria apenas sua amiga, e assim continuaram. Mas, naquele momento, aquecida pelos braços fortes e colada ao corpo dele, podendo sentir os músculos se contraírem sob a camisa, ela corava a cada mínimo movimento.

Aquilo era tudo tão previsível. Automático e meloso como os livros de romance antigos.

E ela definitivamente não queria aquilo para si.

...

Naquele instante, todas as memórias desagradáveis retornaram a mente da menina. Lembrava-se do porque negava com tanta veemência ao pedido de Konohamaru.

Pessoas. Suor. Calor. Surdez. Sede.

Ela não era uma típica adolescente de 16 anos que adorava a ir aos shows com os amigos. Definitivamente Não.

A multidão empurrava o corpo pequeno, gritava em seus ouvidos pedaços das musicas fora do ritmo e lhe impregnava com o maldito cheiro de suor.

Os únicos pontos positivos que via ali era que podia beber sem a supervisão de um adulto e que o moreno ao seu lado pulava com a camisa amarrada ao cós da calça, dando-lhe a privilegiada visão dos músculos suados e tentadores.

Observava a sua volta os olhares invejosos e desdenhosos vindos de outras garotas quando estas notavam que o moreno estava acompanhado.

Nenhuma delas tinha sido tão atrevida quanto a morena de cabelos vermelhos.

No momento que os olhos perolados viraram-se para o rapaz moreno e que vislumbraram a espécime a sua frente, o estomago revirando e a repulsa a aquele ser lhe trouxeram apenas uma palavra a mente.

Vadia.

Os shorts jeans curtos e a blusa preta amarrada um pouco abaixo dos seios expostos e a mão que agarrava a cintura do moreno apenas a deixaram a ponto de uma explosão.

E, alem disso, o olhar faminto que a mulher sustentava, como se o moreno estivesse sofrendo um estupro na mente doentia e promíscua dela, fazia com que a morena se roesse de raiva e ciúmes.

Podia imaginar a aura negra e densa que exalava.

Mas simplesmente gritar ou fazer algo como soca-la não adiantaria ali. E não se rebaixaria ao nível de um projeto de prostituta.

Não havia solução melhor do que perder-se por enquanto.

Os pés delicados, se não estivessem protegidos pelos tênis habituais, estariam o triplo do que já estavam doloridos, graças à multidão que enfrentou para apenas encontrar alguém vendendo bebidas.

_Se apaixonar pelo melhor amigo... – murmurou bebendo um gole da pequena garrafa de cerveja que acabara de comprar – Tão... clichê.

Depois de algumas bebidas, tentou aventurar-se pelo labirinto de pessoas. A bebida já deixava-lhe os sentidos levemente alterados, e procurar por seu amigo ali tornara-se uma missão impossível.

O pensamento de que sua inocente e gentil tentação estaria envolto por dezenas de lobos famintos cobiçando o que por direito lhe pertencia não a agradava. O show não pararia por ali, apesar de ter passado um bom tempo bebendo, ainda faltava muito para aquela multidão se dispersar e pudesse enfim encontrá-lo.

Seu plano de busca e resgate tinha falhado miseravelmente antes mesmo de começar.

Não restava escolha a não ser esperá-lo logo depois da aglomeração de pessoas que os olhos perolados classificavam secretamente como estúpidos, inúteis e piranhas.

Depois de tanto passar por adolescentes loucos, suados e alguns bêbados, conseguiu se ver livre andava distraída, desamassando as roupas e praguejando contra os inúmeros aborrecimentos que tivera aquela noite.

_Ei, Hana! – a voz cansada a chamou.

Os olhos perolados buscaram até encontrar o Sarutobi encostado numa parede, não muito longe. E em poucos passos ela já estava a frente dele, visivelmente irritada. Olhando para cima, pelo fato do moreno ser um pouco menos de trinta centímetros maior que ela. Os olhos estreitados deixavam explícitos o ódio que correra pelo corpo pequeno ao vê-lo.

_Eu tava te procurando. – disse ignorando o olhar mortal da pequena.

_Você tava “ocupado” – disse a moça frisando a ironia na ultima palavra. – Eu resolvi dar uma volta.

Os olhos castanhos a observaram por um instante confusos, para logo se fecharem numa gargalhada leve do moreno, irritando a moça que crispava os lábios formando um bico emburrado.

_Está com ciúmes, Hana-chan? – falou, com a voz rouca de sempre, fazendo-a corar e abaixar o rosto.

_E-eu? É... é óbvio q-que n-não. – o garoto a viu falar, tentando manter seu habitual tom autoritário. Uma tentativa falha pois ele já havia percebido o nervosismo da mesma.

Quantas vezes ele a vira gaguejar?

No momento, não se lembrava de nenhuma.

O moreno simplesmente estendeu a mão direita até a da menina, entrelaçando os dedos nos dela e num movimento rápido a puxou pela cintura, colando o corpo delicado ao másculo, vendo-a fitá-lo corada e surpresa.

O rubor na pele pálida a deixava ainda mais adorável, na concepção do maior.

E as mãos grandes se dirigiram aos cabelos lisos, pondo-os atrás da orelha da menina, para então escorregar o polegar pela bochecha macia e corada.

Enfim, inclinando-se e encaixando os lábios levemente, de forma apaixonada.

Na percepção da moça de olhos perolados, aquilo era tão clichê.

Mas talvez, no fundo, realmente desejasse aquilo. Por mais que teimasse em não acreditar, aquele clichê lhe fazia bem. Havia ainda uma criança dentro de si feliz por ter achado, enfim, seu príncipe encantado.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem ^^



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