Tears of blood escrita por IS Maria


Capítulo 33
Você pode suportar ?




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– Makena - Aro se aproximou, levantando-me do chão. - Está bem ? - Eu certamente não esperava tamanha gentileza vinda dele.

– Apenas sede - Disse, abrindo um sorriso constrangido.

– Jane - Ele chamou e ela veio imediatamente me pedindo que a acompanhasse. Eu já sabia aonde ela me levaria e nada poderia me deixar mais feliz.

Eu mal esperei que a vampira saísse para pular nos braços de Theo. Eu ainda estava brava por causa do ritual, mas de todos ali, ele definitivamente era o que eu mais confiava. Passou seus braços ao redor de mim e imediatamente me senti completa, como se toda a dor me deixasse. Eu não queria dizer nada, não queria contar o porque de minha dor, não queria que ele soubesse o quão vergonhoso havia sido a minha rejeição, o quão patética eu havia agido durante meses acreditando que ele me amava, mas sentia que ele poderia me ler assim como eu lia qualquer um que me olhasse nos olhos, como se eu não pudesse esconder nada dele. Me sentei no balcão como fiz da última vez e imediatamente ele me trouxe um copo com sangue.

– Beba - Entregou-me - Tem muito mais - Disse enquanto abria um sorriso ao me observar devorar aquilo como se não houvesse amanhã.

– Eu não sei o que faria sem você - Disse depois de terminar o copo. Ele limpou minha boca com o polegar.

– Eu também não sei - Brincou enquanto levava o dedo a sua boca. - Doce - Disse. Ignorei a leve tensão sexual que surgiu entre nós, eu não podia confiar em nenhum de meus instintos, agora com a fera, tudo ia a loucura.

– Eu preciso parar de permitir que me veja tão desesperada - Brinquei.

– Conte-me o que a atormenta. - Disse, cruzando os braços e se recostando no balcão a minha frente.

– Bem, Lilith vem me perseguindo graças a você... o amor da minha vida me rejeitou e aparentemente vem problema por ai... ah, eu posso ter feito algo que poderá me levar a morte... mas isso são detalhes. - Dei de ombros enquanto enchia meu copo novamente.

– Eu juro que não era minha intenção te causar dor, ela disse que colocaria um fim nas maldades de Aro.

– Tudo bem, eu ainda não sei exatamente o que ela quer, mas ela não parece ser tão ruim quanto dizem. - Disse, indiferente. A mãe era a minha menor preocupação.

– E quanto as outras coisas ... ?

– Não tenho certeza de nada ainda, só de que sou muito idiota e acreditei que me amavam na mesma intensidade que amo. - Abri um sorriso constrangido.

– Burro foi ele de não ter a amado. Qualquer um que não se apaixone pela simples bondade que é vista em seus olhos, não a merece... - Seus olhos eram incrivelmente penetrantes, porém fiquei envergonhada com seus elogios. Eu não era tudo aquilo.

– Eu o pedi em casamento - Ri de mim mesma, eu jamais havia me sentido mais ridícula.

– Para os vampiros isso é muito sério, é decidir passar a eternidade ao lado de alguém... - Continuou - A menos que ele já seja casado, ele perdeu a mulher mais incrível que já existiu - Brincou. Eu ri por alguns segundos e então algo surgiu-me .

– Tenho que ir. - Pulei o balcão e saí correndo pelos corredores, porém no caminho me deparei com Jane. Havia algo naquela vampira que simplesmente me facinava, não simplesmente por ela ser tão obediente a Aro, mas muito mais nela... como sua história e todo o resto.
Eu não queria, a verdade é que eu não queria ir adiante, mas a sensação da verdade estar sendo escondida de mim, simplesmente me deixava maluca. Eu me lembrava muito bem daquela sala, era a sala onde havia encontrado o quadro de Samantha. Procurei rapidamente por um quadro que a tempos eu havia visto ali, porém não havia dado muita atenção a ele. E de repente lá estava ela, uma bela vampira, loira e simplesmente magnífica... Athenodora... Athenodora Volturi. Olhei com atenção para o quadro, eu sabia que ela era uma das esposas, reconhecia Sulpicia, presada esposa de Aro e Didyme era aquela que havia falecido. Eu não podia ter certeza de nada, não havia nada ali que me dissesse a verdade, eu não queria acreditar apenas por estar cega de raiva.

– Athenodora Volturi - Aro disse me surpreendendo. Eu mal havia notado que ele já estava na sala quando entre.

– Muito bonita - Disse envergonhada.

– Sabe, ela é uma das vampiras mais velhas da existência - Começou - Ela e Caius se conheceram enquanto ela fugia do ataque romeno por território... andaram até nos encontrar... - Desviou seus olhos do quadro e os depois em mim - Uma verdadeira história de amor... amore eterno

– Claro - abri um sorriso engolindo em seco enquanto o chão se abria sob meus pés. - As outras esposas também são belíssimas - Eu não podia deixar que ele desconfiasse ainda mais.

– Didyme era minha irmã - disse com um pesar nos olhos - Sua perda foi uma tragédia.

– Eu sinto muito...

– eu também.

Curvei-me e então sai dali, já não mais aguetando o sufocamento. Meus olhos ardiam como nunca e a cede não era nada comparada a dor que eu sentia . Minhas pernas haviam adormecido, eu quase não as sentia e era extremamente difícil continuar caminhando quando meu corpo me pedia para ir ao chão. Eu me sentia sufocada, como se as paredes se movessem, aos poucos, pretendendo me esmagar. Afundei minhas mãos em meus cabelos, deixando que meu corpo escorrece, eu toquei o chão, porém me levantei, eu precisava continuar...

Me arrastei pelos corredores, me apoiando nas paredes, eu não podia acreditar, certo ? Ele não mentiria para mim, mentiria ? Ignorei todos os olhares que havia atraído, recusei toda a ajuda que me ofereceram e apenas prossegui... eu precisava chegar até ele. Me coloquei de frente ao seu quarto, porém, era como se eu não conseguisse prosseguir ... meu coração já não mais sequer existindo, eu nem sabia o que diria a ele... parte de mim apenas desejava o olhar nos olhos, ver se ali eu ainda encontrava o homem que eu amei ou ao menos receber a confirmação de que tudo não havia passado de mentira. Girei a maçaneta, sentindo minhas pernas novamente bambas, suspirei fundo e me preparei. A porta se abriu e de repente, não havia mais nada além de dor, nem sequer mais um barulho, foi como se o mundo não mais girasse, como se nada mais se movesse, tudo se congelou... ele estava com ela, bem, dentro dela, o que era pior. Levei a mão no peito e meus olhos se encheram, ardendo feito fogo.

– Eu o amo - ela disse pousando sua cabeça na curva do pescoço dele.

– Eu a amo. - Disse ele de olhos ainda fechados.

– Diga que as outras não são nada ... -disse ela com uma voz chorosa... ela sabia.

– Comparadas a você, elas não são nada ... Você é o meu universo - Disse acariciando seus cabelos, como costumava fazer comigo... Elas ? Não contive um soluço, doía muito. Seus olhos se abriram e imediatamente encontraram os meus, as lágrimas rolaram e eu apenas saí, sem ter pressa, apenas caminhei sem rumo.

– Doce Makena - Aro cruzou meu caminho, balançando a cabeça como se estivesse desapontado. - Venha criança - Tomou o meu braço e me conduziu pelos corredores.

Me levou até um caminho que eu já havia feito. Colocou diante a uma das três portas que eu havia encontrado, esta continha o nome de Caius entalhado. Ele abriu as portas com facilidade e em seguida, levei uma bruta pancada no estômago. O quarto era lindo, enorme, haviam várias camas, cada uma diferente, várias cores, e em cada uma delas, uma mulher mais linda do que a outra. Havia sangue para algumas e comida para outras, vampiras e humanas, todas convivendo normalmente, todas nuas, exibindo seus corpos esculturais. Eu ainda não havia compreendido, até ele se voltar para mim na mais completa naturalidade.

– São mulheres que ele conhece, se apaixona durante meses e em seguida as trás para aqui... não há apenas uma que não o ame - Disse baçançando a cabeça em desgosto. - Você tem sorte de não ter tido o mesmo destino. - Fui ao chão. Meus olhos começaram a queimar, era mais do que insuportável, cansei de segurar e apenas permiti que as lágrimas corressem, extremamente quentes por meu rosto. Pingaram em minha mão e fiquei assustada. Aro se abaixou e enxugou uma de minhas lágrimas, a observou por alguns segundos e em seguida a levou aos lábios. - Meu doce tesouro - E em seguida me deixou sozinha.

Passei a mão no rosto e notei que minhas mãos estavam avermelhadas, olhei meu reflexo em um dos espelhos daquele antro e notei que minhas lágrimas não eram nada menos do que sangue puro. Arregalei os olhos e então notei que alguém me observava, me virei e então não havia mais ninguém... a mesma energia sentida na floresta, porém mais próximo... eu estava cada vez menos protegida.


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